24460 Quarta-feira 2 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL oferta e procura. Quando a procura é maior que a oferta, você tem a inflação. E, para você equilibrar a oferta com a procura, tem que fazer investimentos. O Brasil, com a taxa de juros que pratica e com a carga tributária que cobra, desestimula permanentemente os investimentos nos níveis em que eles deveriam ocorrer. Ocorreram investimentos? Ocorreram. Mas nos níveis em que eles deveriam? Claro que não! E tanto não que a inflação voltou. Aí está o Brasil apavorado com a inflação! Muito bem! Essa é uma preocupação que temos como brasileiros; é uma constatação que está ocorrendo. Evidentemente, o Palácio do Planalto deve estar muito preocupado, porque isso atinge em cheio a popularidade do Presidente. E atinge no atacado, porque isso mexe com a qualidade de vida do Brasil e dos brasileiros, que estão satisfeitos da vida pelo fato de poderem comprar o liquidificador, o rádio, a televisão, até o automóvel que nunca puderam comprar no passado e que é produto de uma coisa chamada inflação sob controle, com financiamento para pagar a longo prazo, com taxa de juros baixa equivalente à inflação. E isso tudo nós estamos correndo um risco pesadíssimo de perder. Muito bem, os economistas, as editorias econômicas – o jornalismo econômico do Brasil melhorou como, creio, em nenhum outro país –, os editores econômicos, os jornalistas formados e adestrados em fazer a análise econômica do Brasil são de padrão absolutamente de primeiro mundo. E nós temos um órgão chamado Ipea, que é o grande farol, o grande elemento sinalizador no acompanhamento dos índices da economia para que os ajustes sejam feitos, para que a população do Brasil, de forma transparente, possa acompanhar, para que os analistas econômicos possam fazer suas análises e para que as correções de rumo possam ser cobradas, ou sugeridas, ou exigidas, em função da transparência do processo. Senador Romero Jucá, leve um recado para o Presidente do Ipea. O Ipea sempre foi vinculado ao Ministério do Planejamento; mudaram agora para o Sealopra – não entendi o porquê. O Ipea está anunciando que vai suspender a divulgação trimestral da Carta de Conjuntura, que, desde 1980, de três em três meses, é publicada com os dados os mais fidedignos da economia brasileira, para que o Brasil tome oficialmente conhecimento de como anda a economia: a massa salarial, o poder de compra, a inflação, a projeção para o futuro, para que a economia seja uma coisa entendida pelos brasileiros, seja partilhada por aqueles que se preocupam e que têm preparo para se preocupar com a economia, e as opiniões possam ser dadas. Na medida em que a conjuntura econômica do Ipea não for mais divulgada, o farol apagará a luz. O farol que conduz os navegantes à discussão, ao debate e ao Julho de 2008 melhor rumo vai se apagar. Com medo de quê? Não sei; mas eu sei o que pode acontecer. Senador Geraldo Mesquita, na medida em que a Carta de Conjuntura for sonegada aos brasileiros, vai-se fomentar a especulação financeira. Na dúvida, o especulador financeiro vai jogar. E quem vai ganhar? A economia, com certeza, não. Serão os especuladores, os ganhadores com oportunidades, os ganhadores de ocasião, os que ganham dinheiro com dinheiro e com esperteza. Estamos vivendo, Sr. Presidente, um momento difícil e complicado em que nós brasileiros todos temos que sugerir atitudes, posições no combate à inflação. Temos que colaborar com o Governo, exigir que o Governo baixe isso, eleve aquilo, mas baixe sim. No entanto, negar-nos a informação preciosa que o Ipea, desde 1980, divulga, de três em três meses, é querer, além de queda, coice para o Brasil, porque vai facilitar a especulação financeira em cima da dúvida. Gostaria, portanto, a par de manifestar a minha enorme preocupação com a retomada da inflação, da carestia e do custo de vida, de solicitar às autoridades do Governo que desautorizem o Presidente do Ipea com essa história de não informar mais, de três em três meses, a conjuntura econômica com a divulgação da Carta de Conjuntura. A Carta de Conjuntura é um patrimônio da sociedade brasileira que não pode ser sonegada. Gostaria que o Líder do Governo, que está presente e que me ouve, levasse esse apelo e esse protesto que faço em nome do povo do Brasil. O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB – RN) – A Presidência designa para compor a Comissão de Juristas, criada nos termos doRequerimento nº 227, de 2008, do Senador Renato Casagrande, destinada a elaborar projeto de Código de Processo Penal, os seguinte nomes: – Antonio Corrêa – Antonio Magalhães Gomes Filho – Eugenio Pacelli de Oliveira – Fabiano Augusto Martins Silveira – Félix Valois Coelho Júnior – Hamilton Carvalhido – Jacinto Nelson de Miranda Coutinho – Sandro Torres Avelar – Tito Souza do Amaral O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB – RN) – A Presidência informa que se encontra na Casa o Sr. Casildo João Maldaner, Suplente da representação de Santa Catarina. S. Exª encaminhou à Mesa o Diploma e demais documentos legais exigidos por lei, que serão publicados na forma regimental. É o seguinte o Diploma encaminhado: