Carta de Conjuntura descarta recessão em 2009

RELEASE – 25 de março de 2009.
Carta de Conjuntura descarta
recessão em 2009
Documento prevê crescimento do PIB entre 1,5% e 2,5%;
coordenador da pesquisa critica políticas fiscal e monetária
Mesmo com a crise mundial, a economia brasileira vai crescer neste
ano. Mas vai crescer pouco: entre 1,5% e 2,5%. É o que prevê a Carta de
Conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada
hoje em Brasília.
A publicação trimestral do GAP (Grupo de Análise e Projeções) da
Dimac (Diretoria de Estudos Macroeconômicos) projeta ainda um déficit
nas transações correntes de US$ 18 bilhões a US$ 25 bilhões e uma taxa
de inflação entre 3,7% e 4,7% para o ano.
“Este resultado é reflexo de uma trajetória de recuperação ao longo
do ano, em que o PIB cresceria a taxas mais expressivas a partir do
segundo semestre”, diz o anexo de projeções da Carta.
Para o GAP, as taxas de crescimento trimestral em 2009 serão,
respectivamente, 0,2%, 1,6%, 2,5% e 3,1%.
Durante a apresentação, o coordenador da pesquisa, Roberto
Messenberg, que trabalha no escritório do Ipea no Rio de Janeiro, atacou
a política econômica do governo e defendeu a queda na taxa de juros e no
superávit primário.
“Sou crítico a esta política econômica. Não há justificativa para
praticar um superávit fiscal, que é uma política contracionista, e uma
política monetária tão ortodoxa neste clima em que estamos vivendo,
claramente abaixo do pleno emprego”, disse Messenberg.
A Carta mostra que os investimentos da União caíram de 2007 para
2008 tanto em valores nominais como em percentuais do PIB.
“O governo precisa baixar o superávit primário, reduzir a despesa
fiscal com juros e investir. Sem investimento, nossa economia vai ficar
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sem defesas contra a queda do emprego e o baixo crescimento”, alertou o
coordenador.
“Em épocas de crise, é mais fácil cortar investimentos, porque não
são gastos fixos. Mas, se cortar ainda mais, aí é que a economia não
cresce mesmo”, concluiu Messenberg.
As próximas Cartas de Conjuntura serão divulgadas em junho,
setembro e dezembro.
Veja a íntegra da Carta de Conjuntura e as projeções para
2009 nos documentos anexos desta mensagem. Acesse toda a
série histórica no www.ipea.gov.br
Assessoria de Imprensa
Estanislau Maria
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