Política Econômica e Desempenho Atual da Economia Brasileira Quando tomou posse a presidente Dilma Rousseff certamente não imaginava que seria tão difícil manter o desempenho da economia que estava recebendo – crescimento econômico com média de 4% ao ano e inflação abaixo do centro da meta. Após dois anos e meio de governo o cenário real é bem outro – crescimento muito baixo e inflação tangenciando a margem superior da meta prevista pelo Banco Central, de 6,5%. Na tentativa de reverter esse quadro, em busca do investimento e do crescimento perdidos e da queda da inflação o governo tem adotado diversas medidas para estimular a economia, mas sem conseguir os objetivos almejados. Cada benefício ou artificialismo cedido a um determinado segmento econômico vem carregado de efeitos colaterais em outras áreas, e muitas vezes a próxima “solução” não passa de mais uma tentativa de corrigir os danos não previstos na anterior. Nesse tipo de política econômica, ou seja, o microgerenciamento traz o risco de perda de eficácia da economia. O problema, quase sempre é atacado de forma ineficiente e transitória, e mais cria outros problemas à frente. Quanto à inflação, não é adequado combatê-la simplesmente com medidas pontuais, visto que a inflação brasileira tem se demonstrada estrutural, ligada ao aumento real dos salários acima da produtividade do trabalho. Tomando-se como comparação sobre estes dois aspectos aqui mencionados – queda no crescimento da economia e aumento da inflação – observe-se o posicionamento da Europa e dos EUA, em ambos o foco principal está na questão fiscal. No Brasil, a cada ano cresce o dispêndio do governo e não decresce a carga tributária. Nessas condições é muito difícil motivar o setor privado a investir, pois ele não tem a percepção de que o governo vai trabalhar para diminuir a carga tributária, melhorar o perfil dos gastos públicos e aumentar a produtividade, com investimento em capital humano.