METODOLOGIADOPROJETOE TIPODEVIÉSES Prof. Dr. Elvio Bueno Garcia Umbomestudodevetervalidadeinterna: – Capacidadedemediroqueoestudosepropôsmedir Antesdeaceitarosresultadosdeumestudocomo verdadeiros,trêselementosdevemseravaliados comopossíveisexplicaçõesalterna>vasparaos resultados: – Acaso – Viés – Confundimento classificação de níveis de evidência para diferentes tipos de estudo (prognóstico, diagnóstico, terapêutico, estudos de prevalência e de análise econômica)*. Antes de se iniciar uma revisão sistemática, três etapas precisam ser consideradas, quais sejam: definir o objetivo da revisão, identificar a literatura e selecionar os estudos possíveis de serem incluídos. Essas etapas preliminares são importantes, uma vez que auxiliam os pesquisadores a adequar a pergunta norteadora da revisão com base na informação EvidênciacienCfica Revisão Sistemática de ECA com Metanálise ou sem ela Ensaio Clínico Aleatório (ECA) Estudo Coorte Estudo Caso-Controle Estudos Quase-experimentais Estudos Descritivos Experimental de Caso Único, Série de Casos Opinião de Experts, Relato de Caso Figura 1. Hierarquia da evidência: investigações com localização superior na hierarquia indicam maior força da evidência†. Deve-seelaborarumbomdesenhoparaoseuestudo * itens: co e exclus verifica qualidad Passo 1 As boa revi formula condição e o desf “O o musc para Passo 2 Os artigos conclus tem iníc seguida e de out mais de A é uma ha revisão maximiz em um t só uma e a escolh o tema CINAH Para definição dos níveis de evidência, ver <http://www.cebm.net/levels_of_evidence.asp ERROSDAPESQUISA Nenhumestudoélivredeerrosos3principais Erroaleatórioouaoacaso:errodevidoao acaso,fontedesconhecidadevariaçãocomigual probabilidadeemambasdireções ERROAOACASO Se a prevalência real de terapia estrogênica em mulheres 50 a 59 é 20%, uma amostra bem delineada,poderiadar20%,masoprováveléquede 18,19,20,21.Eventualmenteoacasopoderiaproduzir um numero como 12 ou 28. Como solucionar aumentar a amostra, pois aumenta a precisão da es>ma>va CONFUNDIMENTO(CONFUSÃO) Confusão é uma mistura de efeitos. Um inves>gador tenta relacionar uma exposição a um desfecho, mas, na verdade, mede o efeito de um terceiro fator, denominado variável de confusão. A variável de confusão está associada com a exposição e é capaz de afetar o desfecho, mas ela não é um elo intermediário na cadeia de causalidadeentreaexposiçãoeodesfecho. Confundimento(confusão) Ex:A(falsa)associaçãoentreconsumodecafée infartodomiocárdio. Oconsumodecafé(exposição),estáassociadoaotabagismoeo tabagismo pode causar infarto (desfecho). Entretanto, o tabagismo não é causado pelo consumo de café, ou seja, o tabagismonãoéumelointermediárionacadeiadecausalidade entreoconsumodecaféeoinfarto.Porissootabagismoéuma variáveldeconfusão. Comoevitaroconfundimento: 1) Paravariáveisdeconfusãoconhecidas(comoo tabagismo,idade,etc) A)Fasepré-estudo:usarcritériosdeinclusãoeexclusãorígidosou técnicasdepareamento. • Ex:excluirdoestudopacientestabagistasouincluirapenasidosos. • Ex:parearospacientesnosgruposestudoecontroledeacordocomseu graudetabagismo,permi>ndocomparaçãodospacientesdeacordocom suacargatabágica. B)Fasepós-estudo:usarmétodosestaCs>cosapropriadosnaanálise dosresultadosparaisolarasvariáveisdeconfusãoconhecidas. • Ex:usodaanálisederegressãomúl>pla Paravariáveisdeconfusãodesconhecidas (podemexis>rfatoresdesconhecidosque, sepresentesemmaioroumenornúmero nogrupotratamentoemrelaçãoao controle,podeminterferirnosresultados). C o m o e v i t a r : r a n d o m i z a ç ã o . G r a ç a s à randomização, as variáveis de confusão desconhecidas serão igualmente distribuídas nos grupos estudo e controle, permi>ndo que o efeito das mesmas seja anulado nos resultados. A randomização é o único método disponível para poder controlar as variáveis de confusão desconhecidas. VIÉS-ERROSISTEMÁTICO Devido a um viés (fonte de variação que distorce os achados do estudo para uma determinada direção)ex.u>lizarpacientesdoambulatórioque tendem a tomar mais medicação para avaliar a prevalência terapia estrogênica, aumentar a amostra não impede ao erro, assim deveria-se u>lizarumgrupocontroleex.funcionáriasdeuma empresa. Viés Significaumdesviodaverdade Ocorre quando um erro sistemá>co é introduzido em qualquer fasedapesquisa Existemvários>posdevieses(háclassificaçõescom35>pos). Ex: Viés de seleção: grupos estudo e controle são diferentes em algum aspectoimportante Ex: Viés de performance: diferenças sistemá>cas no cuidado oferecido aos pacientesdogrupoestudoemrelaçãoaocontrole A palavra chave para detectar um viés é: “diferente”. Algo de diferenteocorreentreosgruposestudoecontrolequedistorcea comparação. Viés • Não é uma variável dicotômica, ou seja, dificilmentesepodedizerqueumestudonão temoutemviés. • Ao contrário, o pesquisador deve se ater ao grau em que o viés está presente na sua pesquisa e em que medida ele pode influenciarosseusresultados. Viés • Aopassoqueoacasoeoconfundimentopodem ser quan>ficados ou eliminados através de uma adequada execução do estudo, dificilmente um estudopodeexcluircompletamenteoviés. • Ao contrário do acaso, o viés independe do tamanhodaamostra. • O viés pode causar es>ma>vas de associação maiores, menores ou até mesmo opostas à associaçãoverdadeira. Vieses Podem ocorrer antes, durante e após a execuçãodoestudo. 1)ViesesPré-Estudo – Incluem erros no desenho do estudo e no recrutamentodepacientes 1)ViesesPré-Estudo A)Viésdodesenhodoestudo – Uso de escalas mais subje>vas (ex: Baker para contraturacapsular)podeintroduzirumViéspor permi>rqueoavaliadorforneçaumapontuação menor ou maior entre pacientes do grupo estudoecontrole. – Como evitar: Preferir uso de modelos mais obje>vos de avaliação, adequadamente validados(ex:BreastQ). 1)ViesesPré-Estudo A)Viésdodesenhodoestudo – Uso de protocolos não padronizados para coleta de dados pode introduzir um Viés por permi>r que os observadores coletem dados de forma diferente entre pacientes do grupo estudo e controle. – Como evitar: uso de protocolos padronizados para coleta de dados, se possível com mascaramento dos observadores e pacientes (estudoduplo-cego). 1)ViesesPré-Estudo B)Viésdeseleção Ocorre quando critérios usados para recrutar pacientes nos grupos estudo e controle são diferente. Maior potencial de ocorrer em estudos retrospec>vos, onde a exposição e o desfechodospacientesjásãoconhecidos. Ex:estudosretrospec>vosindicavamquepra>carcorridaevitava umsegundoepisódiodeinfarto,masumensaioclínico prospec>vorandomizadonãomostrouestebenehcio. Aquelesqueoptavamporcorrerdeviamserdiferentesdos demaispacientesemoutrosquesitos,comodietaou presençadeangina. Como evitar: Uso de estudos prospec>vos (onde o desfecho é aindadesconhecidonomomentodainclusãodopaciente). 1)ViesesPré-Estudo C)Viésdecanalização – Ocorre quando fatores prognós>cos ou grau da doençaditamqualseráogrupodopaciente. Ex:pacientesjovensemaissaudáveissão sistema>camentealocados(canalizados)para otratamentomaisagressivo. – Como evitar: uso de critérios rígidos e obje>vos para alocação dos pacientes nos grupos do estudo. 2)ViésduranteoEstudo A)Viésdoentrevistador – Refere-se a uma diferença sistemá>ca na maneira pela qual a informação é solicitada, armazenada ou interpretada. Ex: entrevistador sabe que paciente é portador de uma doença cujo fumo é fator de risco. O entrevistador pode perguntar ao paciente: Vc tem certeza que nunca fumou nada? Nem um pouquinho?Nemumtrago? – Como evitar: padronizar a entrevista para todos os pacientes.Mascararoentrevistador. 2)ViésduranteoEstudo B)Viéscronológico Ocorre quando usa-se um grupo controle histórico para comparar com pacientes subme>dos a um tratamento. Mudanças na forma de administrar o tratamento que ocorreram ao longo do tempo podemcausardiferençasentreogrupocontrolehistóricoeogrupo intervenção. Ex:microcirurgiõesusamnovastecnologiasquediminuemotempo cirúrgico.Umestudoretrospec>vopodeconcluirerroneamente queotempocirúrgicodiminuigraçasàexperiênciadocirurgião. Comoevitar:usodeestudosprospec>vos(evitarcomparaçõescom gruposdecontrolehistóricos) 2)ViésduranteoEstudo C)Viésderecordação Fenômeno através do qual o desfechos do tratamento (sejam bons ou ruins) influenciam a memória dos pacientes. Ex: au>smo e vacina contra o sarampo: pais de au>stas tendemaserecordarmaisdavacinaporqueaépoca em que a criança começa a falar e a época em que recebe a vacina é a mesma, criando uma falsa associação. Como evitar: uso de fontes de dados obje>vas ao invés de subje>vas. Ao usar fontes subje>vas, conferir dados médicosnoprontuário.Usodeestudosprospec>vos. 2)ViésduranteoEstudo D)Viésdetransferência Ocorre quando há uma perda de seguimento dos pacientes que acontece sistema>camente de forma diferente entre pacientes do grupo estudo e controle. Ex: Pacientes subme>dos a mamoplas>a com T inver>do, cujo contorno adequado da mama é ob>do mais rapidamente, podem abandonar o seguimento com mais frequência que pacientes subme>dos a mamoplas>aver>cal. Comoevitar: Usar protocolo específico sobre como lidar com a perda de seguimento, o qual pode incluir contato telefônico e por e-mail, horários de consulta de retornoflexíveiseatémesmovisitadomiciliar. Usara“análiseporintençãodetratar”(aquelaemquetodosospar>cipantes de todos os grupos são seguidos até o fim, independentemente do que ocorrercomcadaumdeles). 2)ViésduranteoEstudo E)Viésdeclassificaçãoincorreta – Ocorre quando não há uma definição clara do que é a exposição do paciente a um fator de risco ou quando medidas pouco obje>vas são usadas para classificar um desfecho. Ex: Uso do sinal de Homans (dor na panturrilha na dorsiflexão plantar) é inapropriado para diagnós>co deTVPpoissuaacuráciaémenorque50%. – Comoevitar:usarumadefiniçãoclaradoqueéexposição a um fator de risco. Usar medidas obje>vas ou ques>onários validados para avaliação do desfecho primário(ex:usodeultra-somparadiagnós>codeTVP). 2)ViésduranteoEstudo F)Viésdeperformance – Ocorre quando, em ensaios clínicos cirúrgicos, o cirurgião apresenta maior habilidade com uma técnica cirúrgica em relação a outra que está sendo avaliada. A maior experiência do cirurgião com uma dastécnicaspodeinfluenciarosresultados. – Como evitar: considerar o uso de ensaio clínico por agrupamento, onde os pacientes que serão alocados para determinada técnica cirúrgica serão todos agrupados para o mesmo cirurgião, tanto para a técnicaaseravaliadacomoparaatécnicacontrole. 3)Viésapósoestudo A)Viésdecitação – Ocorre quando pesquisadores e editores de revistas optam por não publicar resultados nega>vos ou desfavoráveis de um tratamento. Induz uma falsa conclusão de que determinado tratamento é eficaz pois apenas seus resultados posi>vossãopublicados. – Comoevitar:obrigatoriedadedoregistrodetodos os ensaios clínicos antes do seu início em uma centralderegistros. • Após analisar o grau de viés de um estudo e a presença de variáveisdeconfusão,opesquisadordeveráaindaavaliarse oacasopodeserumaexplicaçãoparaseusresultados. • Para isso, deverão ser analisados o valor de “p”, o poder estaCs>codoestudoe,sepossível,ointervalodeconfiança. • Se os resultados do estudo não foram fruto do viés, do confundimento ou do acaso, apenas então os resultados ob>dospoderãoseraceitoscomoverdadeiros. Valor“P" Representa a chance ou a probabilidade do efeito (ou da diferença) observada entre os tratamentos/categorias ser devido ao acaso, e nãoaosfatoresqueestãosendoestudados. Valor“P" Imagine que um pesquisador testou a eficiência de dois tratamentos e observou que a média do tratamento “A” foi maior que a média do tratamento “B”, e que após realizar as análises estaCs>cas adequadas, o pesquisador encontrou umvalordep=0,3.Oqueissosignifica? Valor“P" Significa que a chance dessa diferença entre as médiasserdevidoaoacaso(enãoumefeitodos tratamentos)éde30%.Ouseja,seopesquisador afirmar que as diferenças entre as médias ocorreram por causa dos tratamentos, ele tem 30%dechancesdeestarenganado. Valor“P" Para maioria dos estudos, admite-se um valor crí>co de p menor ou igual a 0,05, ou seja, assume-se como margem de segurança 5% de chances de erro, ou olhando por outro ângulo, 95%dechancesdeestarcerto. Leiturarecomendada GrimesDA,SchulzKF. Biasandcausalassocia>onsinobserva>onalresearch. Lancet2002;359(9302):248-52 PannucciCJ,WilkinsEG. Iden>fyingandavoidingbiasinresearch. PlastReconstrSurg.2010;126(2):619:25 OBRIGADO UNIFESP [email protected] Umintervalodeconfiança(IC)éumintervaloes>madodeumparâmetro deinteressedeumapopulação.Emvezdees>maroparâmetroporum únicovalor,édadoumintervalodees>ma>vasprováveis.Oquantoestas es>ma>vassãoprováveisserádeterminadopelocoeficientedeconfiança, para. Intervalosdeconfiançasãousadosparaindicaraconfiabilidadedeuma es>ma>va.Porexemplo,umICpodeserusadoparadescreveroquantoos resultadosdeumapesquisasãoconfiáveis.Sendotodasases>ma>vas iguais,umapesquisaqueresultenumICpequenoémaisconfiáveldoque umaqueresultenumICmaior