IME2011 - Olimpo

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2011
IME
"A matemática é o alfabeto com que Deus escreveu o mundo"
Galileu Galilei
Questão 01
A
L0
H
apoio sem atrito
mola
B
A figura acima mostra um sistema composto por uma parede vertical com altura H , uma barra com comprimento inicial
L0 e uma mola. A barra está apoiada em uma superfície horizontal sem atrito e presa no ponto A por um vínculo, de
forma que esta possa girar no plano da figura. A mola, inicialmente sem deformação, está conectada à parede vertical e
à barra.
Após ser aquecida, a barra atinge um novo estado de equilíbrio térmico e mecânico. Nessa situação a força de reação
vertical no apoio B tem módulo igual a 30 N . Determine a quantidade de calor recebida pela barra.
Dados:
• H = 3m ;
• L0 = 3 2 m ;
• o peso da barra: P = 30 N ;
• constante elástica da mola: k = 20 N/m ;
Pc 50 + 30 2
joules, onde c é o calor específico da barra; α é o coeficiente de dilatação linear da barra; g é a
=
gα
3 2
aceleração da gravidade; e P é o peso da barra.
•
Resolução:
Na nova situação a barra possui um comprimento L :
(+)
A
NB
H
q
P
F
B
Nessa situação o torque total é nulo:
∑ τA = 0
L
⋅ cos θ − F ⋅ H + N B ⋅ L ⋅ cos θ = 0 ∴ − 15L ⋅ cos θ − 3F + 30 L ⋅ cos θ = 0 ∴ F = 5 L cos θ (1)
2
E, sendo: F = k Δx
∴ 5 L cos θ = 20Δx
∴ − P⋅
∴ 5 L cos θ = 20 ( x − x0 )
Onde:
L20 = H 2 + x02 ∴ x0 = 3m
Portanto: 5L cos θ = 20 ( x − 3)
∴ 5 x = 20 ( x − 3) ∴ x = 4 m
Daí: L2 = x 2 + H 2 ∴ L = 5 m (2)
(
E: ΔL = L − L0 = 5 − 3 2
)
(3)
Por outro lado, podemos calcular o calor e a dilatação da forma:
Q = mc Δθ e ΔL = L0 ⋅ α ⋅ Δθ
⎛ ΔL ⎞ mg ⋅ c ⎛ ΔL ⎞
∴ Q = mc ⎜
⋅⎜
⎟=
⎟
g α ⎝ L0 ⎠
⎝ L0 ⋅ α ⎠
∴Q=
Pc ⎛ ΔL ⎞
⋅⎜
⎟
g α ⎝ L0 ⎠
Que resulta: Q =
(
10 5 + 3 2
) ⋅ (5 − 3 2 )
3 2
3 2
35
∴ Q = J (energia para aquecer a barra)
9
Trabalho realizado pela barra sobre a mola:
Δx 2 20 ⋅ 1
τ=k
=
= 10 J
2
2
Assim, todo calor recebido vale:
35
QT = Q + τ = 10 +
= 13,9J
9
Questão 02
Figura 1b
Figura 1a
x [m]
x [m]
0
0
0,2
0,2
Figura 1c
x [m]
0
0,2
Um corpo está sobre um plano horizontal e ligado a uma mola. Ele começa a ser observado quando a mola tem máxima
compressão (Figura 1a). Durante a observação, verificou-se que, para a deformação nula da mola (em x = 0 ), sua
velocidade é 5 m/s (Figura 1b). Para x = 0, 2 m (Figura 1c), o corpo é liberado da mola a partir dessa posição e fica
submetido a uma força de atrito até parar. Faça um gráfico da aceleração a do corpo em função da posição x ,
registrando os valores de a e de x quando:
a) a observação se inicia;
b) a velocidade é máxima;
c) o corpo é liberado da mola;
d) o corpo para.
Dados:
• massa do corpo: 500 g ;
• constante elástica da mola: 50 N/m ;
• coeficiente de atrito entre o plano e o corpo: 0,3 .
2
Resolução:
Cálculo da amplitude A do MHS.
No MHS, o sistema é conservativo, ou seja, a energia mecânica é constante.
EMa = EMb
1 2 1 2
kA = mvmáx
2
2
vmáx = A ⋅
k
m
⇒ A = vmáx
m
k
0,5 5,0
=
= 0,5 m
50 10
No MHS, temos:
x ( t ) = A cos ( ωt + ϕ )
A = 5,0 ⋅
a ( t ) = −ω2 A cos ( ωt + ϕ ) = −ω2 x ( t )
x (t )
Como ω =
k
k 50
⇒ ω2 = =
= 100
m
m 0,5
a ( t ) = −100 x ( t )
A partir do momento que o corpo perde o contato com a mola, sua resultante é a força de atrito cinético com a superfície.
Para x > 0, 2 m
FR = − f C = −μC ⋅ N = −μC ⋅ m ⋅ g
FR = m ⋅ a
a = −μC ⋅ g = −0,3 ⋅ 10
a = −3,0 m/s 2
Calculo da velocidade com que o bloco deixa a mola.
EMb = EMc
1 2
1
1
mvmáx = kxC2 + mvC2
2
2
2
2
2
0,5 ⋅ 5 = 50 ⋅ 0, 2 + 0,5 ⋅ vC2
12,5 = 2 + 0,5 ⋅ vC2
0,5 ⋅ vC2 = 10,5
vC2 = 21
vC = 21 m/s
Cálculo da distância percorrida pelo corpo até parar.
JJG
WcdFR = ΔEC = ECd − ECc
− f C ⋅ d = 0 − ECc
d=
ECc
fC
d=
mvC2
21
21
=
= m = 3,5m
2μC mg 2 ⋅ 0,3 ⋅ 10 6
xd = xc + d = 0, 2 + 3,5 = 3,7 m
a(m/s2)
a
–0,5
50
0b
–3
–20
0,2
3,7
c
x(m)
d
(gráfico fora de escala)
c
3
Questão 03
y
L
x
– Q, m
d
b
+Q
a
Uma carga positiva está presa a um espelho plano. O espelho aproxima-se, sem rotação, com velocidade constante
paralela ao eixo x , de uma carga negativa, pendurada no teto por um fio inextensível. No instante ilustrado na figura, a
carga negativa se move no sentido oposto ao da carga positiva, com a mesma velocidade escalar do espelho.
Determine, para esse instante:
a) as componentes x e y do vetor velocidade da imagem da carga negativa refletida no espelho;
b) as acelerações tangencial e centrípeta da carga negativa;
c) as componentes x e y do vetor aceleração da imagem da carga negativa refletida no espelho.
Dados:
• ângulo entre o eixo x e o espelho: α ;
• ângulo entre o eixo x e o segmento de reta formado pelas cargas: β ;
• diferença entre as coordenadas y das cargas: d ;
• comprimento do fio: L ;
• velocidade escalar do espelho: v ;
• módulo das cargas elétricas: Q ;
• massa da carga negativa: m ;
• constante elétrica do meio: K .
Resolução:
a)
Observe a figura abaixo.
Nela, tomando o espelho como novo referencial inercial temos:
aCi
e
q
q j
T
aTi
e
aC
vie
2v
y´
b
a
0´
(I)
x´
90º +ϕ + β + ( α − β ) = 180º
∴ ϕ = ( 90º −α )
(II)
90º +ϕ + θ + ( 90 − α ) = 180
∴ θ = 2α − 90º
Assim:
viex = 2v ⋅ sen ( 2α − 90º ) = −2v ⋅ cos 2α
viey = −2v ⋅ cos ( 2α − 90º ) = −2v ⋅ sen2α
4
aT j
b
F
L
d
P
Por fim:
viex = vix − vex
∴ vix = viex + vex
∴ vix = −2v ⋅ cos 2α + v = v (1 − 2cos 2α )
viey = viy − vey
∴ viy = −2v ⋅ sen2α
b)
c)
No instante representado, a força centrípeta vale:
f cp = T + f y − P = T + f senβ − P
E escrita em função dos dados:
mv 2
fc =
(que é a resultante em y ! )
L
E a aceleração centrípeta:
v2
ac =
L
A força resultante tangencial vale:
kQ 2 ⋅ sen 2β
f t = f cos β =
⋅ cos β
L2
E a aceleração tangencial:
kQ 2
at =
⋅ sen 2β cos β
m ⋅ L2
Observando a figura e lembrando que o espelho é um referencial
inercial, temos:
aix = aci ⋅ cos θ + ati ⋅ senθ
v2
kQ 2
⋅ sen 2 x − 2 ⋅ sen 2β ⋅ cos β ⋅ cos 2α
L
mL
ai y = aci ⋅ senθ − at 1 ⋅ cos θ
∴ ai x =
∴ ai y =
−v 2
kQ 2
⋅ cos 2α − 2 ⋅ sen 2β ⋅ cos β ⋅ sen 2α
L
mL
Questão 04
a
De acordo com a figura acima, um raio luminoso que estava se propagando no ar penetra no dielétrico de um
capacitor, é refletido no centro de uma das placas, segundo um ângulo α , e deixa o dielétrico. A área das placas é A e
o tempo que o raio luminoso passa no interior do dielétrico é t . Supondo que se trata de um capacitor ideal de placas
paralelas e que o dielétrico é um bloco de vidro que preenche totalmente o espaço entre as placas, determine a
capacitância do capacitor em picofarads.
Dados:
• A = 1, 0 cm 2
• t = 2, 0 × 10−12 s
• α = 30º
• permissividade elétrica do vácuo: ε0 ≈ 9, 0 ×10−12 F/m
• velocidade da luz no vácuo: c ≈ 3, 0 × 108 m/s
• índice de refração do vidro: n = 1,5
• constante dielétrica do vidro: k = 5, 0
5
Resolução:
a sen 30°
a
a = 30°
a = 30°
a
d = a sen 30°
Velocidade do raio na placa de vidro:
c
n=
v
c 3,0 ⋅ 108
∴v = =
= 2,0 ⋅ 108 m/s
n
1,5
2a = v ⋅ t
∴ 2a = 2,0 ⋅ 108 ⋅ 2,0 ⋅ 10−12 = 4 ⋅ 10−4 m
a = 2 ⋅ 10−4 m , e
d = a sen 30º = 1 ⋅ 10−4 m
Cálculo da capacitância no capacitor:
εA
; onde ε = k ⋅ ε0
C=
d
5,0 ⋅ 9 ⋅ 10−12 ⋅ 1 ⋅ 10−4
= 45 ⋅ 10−12 F = 45 pF
1 ⋅ 10−4
Questão 05
Barra
metálica
0,
25
m
–
=
45º
+
d
C=
h
s
Pontos de
fixação da
armação no
cilindro
v
90º
Base do
elevador
6
I
A figura acima apresenta um prisma apoiado em um elevador no interior de um cilindro de material isolante. Uma
armação, encostada no prisma, é composta por uma parte metálica com resistência desprezível em forma de “U” e por
uma barra metálica de 0, 25 m e resistência de 1 Ω . Essa barra desliza ao longo da barra em “U”, mantendo o contato
elétrico. As extremidades da armação em “U” são fixadas no cilindro, conforme a figura. Ao longo de todo o cilindro, um
fio é enrolado, formando uma bobina com 1000 espiras, perfazendo uma altura h = 0,8 m , sendo alimentada por uma
fonte, de modo que flua uma corrente de
103
A . O elevador sobe com velocidade constante v , de modo que seja
π
exercida sobre a barra metálica uma força normal de
2
N . Determine a velocidade v .
4
Dados:
• as faces triangulares do prisma são triângulos retângulos isósceles;
• permeabilidade magnética do meio: μ0 = 4π ⋅107 Tm/A
Observações:
• não há atrito em nenhuma parte do sistema;
• a barra metálica é feita de material não magnético;
• as espiras percorrem todo o cilindro.
Resolução:
Como a base do prisma é um triângulo equilátero, o tanto que o prisma anda para cima, a barra anda na horizontal sobre o U. Ou
seja, a velocidade horizontal da barra é igual à do elevador na vertical: v .
Cálculo do campo magnético no solenóide.
1000 103
B = μ0 ni = 4π ⋅ 10−7 ⋅
⋅
= 0,5 Τ
0,8 π
t1
t2
iind
A
B
Considerando o campo magnético produzido pela bobina para cima, a lei de Faraday nos leva a uma corrente induzida no circuito
fechado hachurado e a lei de Lenz nos leva a uma corrente induzida.
Circulando em sentido horário (visto de cima).
Δφ Δ ( BA)
Δx
Como εind =
=
= BL
Δt
Δt
Δt
εind = BLv ; onde L = d = 0, 25m
εind
e
R
Fm ( barra ) = BiL sen 90°
Logo: iind =
Forças sobre a barra (vista A).
N
Fm
45°
P
Vamos considerar que a normal é devido somente ao prisma e não à barra em forma de U.
Fm = N x = N ⋅ cos 45°
2 2 1
⋅
= Ν
4 2
4
εind
BLv
Fm = B ⋅
⋅L = B⋅
⋅L
R
R
B 2 L2v
F ⋅R
Fm =
v = m2 2
R
B L
1
⋅1
4
v=
0,52 ⋅ 0.252
v = 16 m/s
Fm =
7
Questão 06
Parede do
forno
Temperatura
interna do
forno
ef
Temperatura
Externa sem
Isolante
Temperatura
interna do
forno
Parede do
forno
Material
Isolante
ef
ei
Figura 1
Temperatura
Externa com
Isolante
Figura 2
Uma fábrica foi multada pela prefeitura local, pois a temperatura externa da parede de um forno industrial encontrava-se
em um nível superior ao previsto pelas normas de segurança (Figura 1).
Para atender às normas recomenda-se o seguinte procedimento (Figura 2):
A parede externa do forno deve ser recoberta com um material de condutividade térmica igual a 4% da parede do
forno. Isso faz com que a transferência de calor fique igual a 20% da original e que a redução de temperatura entre a
superfície interna da parede do forno e a superfície externa do isolante fique 20% maior que a situação inicial.
Determine a razão entre a espessura do isolante ( ei ) e a espessura da parede do forno ( e f ).
Resolução:
Considere a situação inicial, semi-isolante.
k ⋅ A ⋅ ΔT1
φ1 = 1
ef
Lei de Fourier
k1 = k f (condutividade da parede do forno)
Já com o isolante, temos: φ2 =
k2 ⋅ A ⋅ ΔT2
( e f + ei )
Pelo enunciando, temos:
ki = 0,04k f
φ2 = 0, 2φ1
ΔT2 = 1, 2ΔT1
Parede
Isolante
Temperatura
externa
com isolante
Temperatura
interna
do forno
ef
φ2 =
φf =
φi =
ei
k2 ⋅ A ⋅ ΔT2
e f + ei
k f ⋅ A ⋅ ΔT f
ef
ki ⋅ A ⋅ ΔTi
, mas ΔTi + ΔT f = ΔT2
ei
φi ⋅ ei φ f ⋅ e f φ2 ⋅ ( e f + ei )
+
=
ki ⋅ A k f ⋅ A
k2 ⋅ A
Em condutores em série: φ2 = φ1 = φ f
ei k f + e f ki
ki k f
∴ k2 =
φ2 =
(e
=
e f + ei
k2
+ ei ) ki k f
f
ei k f + e f ki
(e
f
+ ei ) ki k f
ei k f + e f ki
0, 2φ1 =
A ⋅ ΔT2
, logo:
f + ei )
⋅
(e
0,04k 2f
( e + 0,04e ) k
i
f
⋅ A ⋅ 1, 2 ⋅ ΔT1 (1)
f
8
mas φ1 =
k f ⋅ A ⋅ ΔT1
ef
( 2)
Fazendo (1) ÷ ( 2 ) , temos:
k f ⋅ A ⋅ ΔT1
ef
=
0, 24k f ⋅ A ⋅ ΔT1
ei + 0,04e f
ei + 0,04e f = 0, 24e f
ei = 0, 2e f
∴
ei
= 0, 2
ef
Questão 07
C
B
L
0
D
x
h
g
E
y
A figura acima mostra um corpo sólido cilíndrico de altura h , densidade ρ e área da base A , imerso em um líquido de
mesma densidade em um tanque também cilíndrico com base interna de área 4 A . A partir do instante t = 0 (situação da
figura), o líquido passa a ser bombeado para fora do tanque a uma vazão variável dada por U ( t ) = bAt , onde b é uma
constante positiva.
Dados:
• comprimento da corda entre os pontos B e C : L ;
• densidade linear da corda entre os pontos B e C : μ ;
• aceleração gravitacional local: g .
Observações:
• desconsidere o peso da corda no cálculo da tração;
• a tensão instantânea na corda é a mesma em toda a sua extensão.
Pede-se:
a) a expressão do nível y do líquido (onde y ≤ h ) em função do tempo;
b)
a velocidade v ( t ) de um pulso ondulatório transversal, partindo do ponto B em t = 0 , e sua respectiva posição
x (t ) ;
c)
a razão L /h para que o pulso ondulatório transversal, partindo do ponto B em t = 0 , chegue até C no mesmo
instante em que o nível do líquido alcança o ponto E .
Resolução:
a) Observe a figura:
T
E
0
x
y
h
P
y
9
O volume total retirado a partir de t0 = 0 até o instante t é:
V = y ( 4 A − A) = 3 Ay (com y ≤ h )
E V pode ser encontrado da forma:
t
V = ∫ U ( t ) dt = ∫ ( bAt ) dt
0
Ou pela área do gráfico:
U (t)
bAt
A
t
N
V =A=
bAt 2
2
Assim:
bAt 2
2
2
bt
∴ y (t ) =
(1)
6
Considerando a tensão constante, a velocidade vale:
T
v=
μ
3 Ay ( t ) =
b)
onde T = P − E
∴ T = ρ ⋅ A ⋅ h ⋅ g − ρ ⋅ A ⋅ ( h − y ) ⋅ g = ρyAg
Assim,
v (t ) =
ρAgy
( 2)
μ
E, substituindo (1) em ( 2 ) :
v (t ) =
ρAg ⎛ bt 2 ⎞
bAρg
(MUV!)
⎜
⎟ =t⋅
6μ
μ ⎝ 6 ⎠
E como v0 = 0 ⋅
x ( t ) = x0 + v0t +
at 2
2
bAρg
24μ
∴ x (t ) = t 2 ⋅
c)
bAρg
= 0 , podemos fazer:
6μ
No instante final t f devemos ter:
x (t f ) = L e y (t f ) = h
Assim:
L x (t f )
=
=
h y (t f )
t 2f ⋅
bAρ g
24μ
bt 2f
6
L
3 Aρg
∴ =
h
2bμ
10
Questão 08
V
A
Líquido
C
0
R1
+
D
E
–
R1
y
B
Tanque
O circuito apresentado na figura acima é composto por uma fonte de tensão contínua E , que alimenta um reostato
linear e as resistências R1 e R2 . No ponto C do reostato encontra-se fixo um balão de massa m e volume V ,
inicialmente na posição y = 0. O sistema encontra-se imerso em um tanque, que contém um líquido isolante, de massa
específica ρ . Entre os pontos C e D do sistema, encontra-se conectado um voltímetro ideal. No instante t = 0 , o balão
é liberado e começa a afundar no líquido.
Determine:
a) a leitura do voltímetro no instante em que o balão é liberado;
b) a coordenada y em que a leitura do voltímetro é zero;
c) o tempo decorrido para que seja obtida a leitura indicada no item b ;
d) o valor da energia, em joules, dissipada no resistor R2 , no intervalo de tempo calculado em c .
Dados:
• R1 = 1 k Ω ;
• R2 = 3 k Ω ;
• fonte de tensão: E = 10 V ;
• massa do balão: m = 50 g ;
• volume do balão: V = 0,0001 m 3 ;
• resistência total do resistor linear: RAB = 10 k Ω ;
• massa específica do líquido: ρ = 50 kg/m3 ;
• aceleração da gravidade: g = 10 m/s2 .
Resolução:
a) Na situação inicial, quando o balão é solto, temos:
A
i2
i1
R1 = 1KW
V
E +
10V –
10KW
D
R2 = 3KW
B
11
i2 =
E
10
=
= 2,5 ⋅ 10−3 A
R1 + R2 (1 + 3) ⋅ 103
A leitura do voltímetro é U AD = R1 ⋅ i2
U AD = 1 ⋅ 103 ⋅ 2,5 ⋅ 10−3 = 2,5V ⇒ U AD = 2,5V
b) Para que a leitura no voltímetro seja nula, o circuito deve formar uma ponte de Wheatstone equilibrada.
A
RAB = R3 + R4 e R1R4 = R2 R3
R3
∴1R4 = 3R3
R4
∴ R3 = 2,5 kΩ e R4 = 7,5 kΩ
R3 + 3R3 = 10 kΩ
B
Como ele não forneceu comprimento do resistor AB , daremos como resposta:
1
y = L ; onde L comprimento de RAB .
4
c) Analisando o movimento do balão:
E
P = m⋅ g
P = 0,050 ⋅ 10 = 0,5 N
Balão
E = ρ ⋅ Vbalão ⋅ g
E = 50 ⋅ 0,0001 ⋅ 10 = 0,05 N
P
FR = P ⋅ E = 0,5 − 0,05 = 0, 45 N
FR = m ⋅ a = 0,05 ⋅ a
0,05a = 0, 45
∴ a = 9,0 m/s 2
Como o balão parte do repouso, temos:
1
y = y0 + v0 y t + at 2
2
1 2
y = at
2
t=
∴t =
2y
=
a
2⋅ 1 L
4 = L
9
18
L
18
d) A potência dissipada em R2 independe da posição do reostato, já que a bateria é ideal.
Assim: P2 = R2 ⋅ i22 = 3 ⋅ 103 ⋅ ( 2,5 ⋅ 10−3 )
2
P2 = 0,01875 W = 18,75mW
A energia dissipada por R2 é dada por:
E2 = P2 ⋅ t ⇒ E2 = 0,01875 ⋅
L
J
18
12
Questão 09
Líquido
Detector D
h
Ar
Raio Raio
r2
r1
fenda
A Figura mostra dois raios luminosos r1 e r2 , de mesma frequência e inicialmente com diferença de fase δ1 , ambos
incidindo perpendicularmente em uma das paredes de um reservatório que contém líquido.
O reservatório possui uma fenda de comprimento h preenchida pelo líquido, na direção de r2 .
Determine o comprimento da fenda para que a diferença de fase medida no Detector D entre os raios seja δ2 .
Dados:
• índice de refração do líquido: n ;
• índice de refração da parede do reservatório: nR ;
• comprimento de onda dos raios luminosos no ar: λ.
Observação:
• considere o índice de refração da parede do reservatório maior que o índice de refração do líquido.
Resolução:
Observe a figura
Nela notamos que enquanto r1 percorre h , r2 percorre ( h + x ) , já que nR > n. Portanto:
x
h = vR ⋅ Δt
∴ Δt =
h h
= ⋅ nR
vR c
c h
n
⎛n
⎞
∴ x = h ⎜ R − 1⎟
⋅ nR = R ⋅ h
n c
n
⎝ n
⎠
Sendo que o atraso de fase equivalente a x vale ϕ , tal que:
ϕ→ x
h + x = v ⋅ Δt =
h
λ
n
2πhn ⎛ nR
⎞
∴ϕ=
⎜ − 1⎟
λ ⎝ n
⎠
2π →
r2
r1
E, por fim:
δ2 = δ1 + ϕ
2πh
( nR − n )
λ
( δ2 − δ1 ) ⋅ λ
∴ δ 2 = δ1 +
∴h=
2 π ( nR − n )
13
Questão 10
0,6 m F
A
Circuito
capacitivo
+
5V
–
1,2 m F
Ver detalhe
A
60 m/s
D
E
´ ´ ´ ´ ´ ´ ´
´ ´ ´ ´ ´ ´ ´
´ ´ ´ ´ ´ ´ ´
´
´
´
´
´
´
B
´
´ ´ ´ ´
´ ´ ´ ´
´ ´ ´ ´
´
´
´
´
´
´
´
´
´
´
O carrinho D desloca-se com velocidade de 60 m/s na direção do carrinho E , que está parado.
O corpo A possui uma carga elétrica idêntica à armazenada em um circuito capacitivo e está apoiado sobre o
carrinho E , conforme a figura acima. Dá-se a colisão dos dois carrinhos, com um coeficiente de restituição igual a 0, 9.
Após alguns segundos, o carrinho E para bruscamente e o corpo A penetra em uma região em que existe um campo
magnético uniforme normal ao plano da figura, que o faz descrever um movimento helicoidal de raio 4,75 m.
Desprezando o efeito da massa de A na colisão, determine a massa do carrinho E.
Dados:
• massa do carrinho D : mD = 2k ;
• massa do corpo A : m A = 4 × 10−6 kg ;
• campo magnético: B = 16 T .
Resolução:
Durante a colisão, há conservação de quantidade de movimento, logo podemos escrever:
∑ Q0 = ∑ Q f
mD ⋅ vD + mE vE = mD ⋅ vD' + mE vE'
∴ 2 ⋅ 60 = 2 ⋅ vD' + mE ⋅ vE'
(1)
E, usando o coeficiente de restituição:
v ' − vD'
e= E
v D − vE
vE' − vD'
+60
∴ vE' − vD' = 54 (2)
∴ 0,9 =
Substituindo (2) em (1) temos:
mE ⋅ vE' = 120 − 2 ⋅ v1D
∴ mE =
120 − 2 ( vE' − 54 )
vE'
(3)
Por fim, podemos calcular vE' pelo movimento helicoidal1 na região de campo B :
mv
RqB 4,75 ⋅ q ⋅ 16
∴ vE' =
=
(4)
qB
m
4 ⋅ 10−6
E calculando a carga do circuito:
0,6μ ⋅ 1, 2μ
CE =
= 0, 4μF
( 0,6μ + 1, 2μ )
R=
∴ Q = C ⋅ V = 0, 4μ ⋅ 5 = 2μC
(= q)
Substituindo em (4):
vE' = 38 m/s
E, por fim, substituindo em (3):
120 − 2 ( 38 − 54 )
mE =
38
∴ mE = 4 kg
14
________________
1
O examinador comete um grave erro considerando a trajetória helicoidal. Para que isso ocorresse deveríamos ter, por exemplo, um
JG
B vertical.
Veja:
z
B
g
v0
y
x
Na situação descrita calcularíamos a trajetória através de matemática superior da forma:
A força peso vale:
z
FP = − mgk
B
A força magnética vale:
Fm = Q ( v0 ⋅ j ) x ( − Bi )
v0
y
E, pela 2ª Lei de Newton:
P
md 2 r
= − mg + Qv x B
dt 2
x
Ou:
i
j
dv y
⎛ dv x
dv z ⎞
i+
j+
k ⎟ = −mgk + Q v x v y
m⎜
dt
dt ⎠
⎝ dt
−B 0
k
vz
0
De onde obtemos:
x (t ) = 0
y (t ) =
mg
1⎛
mg ⎞
t + ⎜ v0 −
⎟ ( senωt )
QB
ω⎝
QB ⎠
⎛
mg ⎞ 1
z ( t ) = (1 − cos ωt ) ⎜ v0 −
⎟
QB ⎠ ω
⎝
Que determinam como trajetória resultante a composição de um MCU de raio
⎛
mg
mg ⎞
⎜ v0 −
⎟ em torno de um ponto central que translada em y com velocidade vC = QB .
QB
⎝
⎠
Uma possível trajetória para Q > 0 e v0 = 2vC seria:
z
y
x
15
Professores
Física
Rodrigo Bernadelli
Vinícius Miranda
Colaboradores
Aline Alkmin
Anderson (IME)
Henrique
José Diogo
Orlando (IME)
Paula Esperidião
Pedro Gonçalves
Digitação e Diagramação
Érika Rezende
Márcia Santana
Valdivina Pinheiro
Desenhistas
Leandro Bessa
Rodrigo Ramos
Vinicius Ribeiro
Projeto Gráfico
Mariana Fiusa
Vinicius Ribeiro
Assistente Editorial
Valdivina Pinheiro
Supervisão Editorial
Rodrigo Bernadelli
Marcelo Moraes
Copyright©Olimpo2010
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