Engenharia é a bola da vez na oferta de trabalho

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Engenharia é a bola da vez na oferta de trabalho
Previsão é de abertura de 1,3 milhão de postos de trabalho para
engenheiros nos próximos cinco anos, segundo estudo do Ipea
Lídia Borges
Em franca expansão desde 2007, o mercado de trabalho para os profissionais de engenharia é um dos que mais
prometem para, pelo menos, os próximos 20 anos. A curto prazo, a alta demanda de emprego deve gerar até
2015 uma sobra de quase 25 mil vagas em todo o País, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea). O cálculo leva em conta a previsão de crescimento do País em 5% ao ano. O Ipea
estima que, daqui a cinco anos, haverá 1.348.487 postos de trabalho para engenheiros, mas apenas 1.099.239
profissionais dispostos a ocupar essas vagas.
Em Goiás não é diferente. O diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Goiás (UFG),
Osvaldo Luiz Valinote, afirma que, hoje, todos os graduados no seu curso já saem empregados da faculdade. “E
já existe carência para algumas áreas, como a civil, ferroviária, naval e outras mais específicas, como
bioengenharia”, informa Valinote, que também é do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
do Estado de Goiás (Crea-GO).
Mas é preciso esclarecer: a escassez de engenheiros não é por falta de diplomados na área, mas de atuantes. O
Ipea aponta que de cada sete profissionais existentes no mercado, apenas dois exercem a profissão. Em Goiás,
os 13 cursos diferentes formam em torno de 1.100 pessoas por ano, conforme cálculo do engenheiro agrônomo
Ariston Alves Afonso, assessor da área de Educação do Crea. No Brasil, 50 mil concluem a graduação
anualmente. Na UFG, Engenharia Civil foi o terceiro curso mais concorrido no último vestibular, com 23,42
candidatos por vaga.
Mas para que a demanda se iguale à oferta até 2015, seria necessário que dois de cada cinco engenheiros
formados seguissem a carreira. A atual evasão profissional é motivada pelos baixos salários oferecidos à
categoria, o que faz com que o graduado migre para outras áreas.
“A grande maioria de fiscais do Estado hoje é de engenheiros, que buscaram uma remuneração melhor no
emprego público”, frisa o diretor da UFG. O piso nacional para a classe é de 8,5 salários mínimos (R$ 4.335),
para uma jornada de trabalho de oito horas diárias.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO), João Batista Tibiriçá, diz que a falta
de profissionais hoje é justificada por um histórico de 20 anos de crise da categoria. “O País praticamente não
crescia e a demanda por engenheiros estava em queda. Por isso os salários ficaram tão achatados”, destaca.
Boa notícia
Se as empresas não quiserem enfrentar um apagão de mão de obra, elas terão de oferecer salários melhores
para atrair os engenheiros formados para sua função inicial. E esse aumento na remuneração dos trabalhadores
da categoria, que é dado como inevitável, vai beneficiar não apenas aqueles que forem contratados a partir de
agora, mas também quem já estiver empregado.
Há duas possibilidades para que o Brasil continue apresentando bons níveis de crescimento: ou as empresas
reajustam o salário dos engenheiros para que eles exerçam a profissão ou será necessário aumentar o número
de formados, resume Agnaldo Maciente, um dos responsáveis pela elaboração do boletim do Ipea. “Pelas
próprias características do curso, que é longo e custoso para o aluno, é mais prático pensarmos num aumento
dos salários do que na ampliação do número de formados”, opina Maciente.
A bola da vez
Engenharia civil é a que promete ser mais promissora em vagas de trabalho. Com o crescimento da massa
salarial do brasileiro, cresceu a demanda da construção civil. Além disso, a implementação do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, tiveram grande peso no
aumento da oferta de empregos.
“A área Civil é a campeã em vagas, já que, além dos projetos de construção propriamente ditos, que são de
responsabilidade do engenheiro civil, há espaço também nas demais áreas necessárias para uma infraestrutura
básica, como saneamento, transporte e telecomunicações”, explica Tibiriçá.
(Com Agência Estado)
http://www.opopular.com.br/arquivo/22mar2010/economia/12079-engenharia_e_a_bol... 22/3/2010
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