Escassez de Engenheiros: realmente um risco?

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Escassez de Engenheiros:
realmente um risco?
Fernanda De Negri
Diretora Adjunta
Diretoria de Estudos Setoriais (DISET) - IPEA
Pesquisadores:
Paulo A. Meyer M. Nascimento
Divonzir Arthur Gusso
Aguinaldo Nogueira Maciente
Thiago Costa Araújo
Alex Pena Tosta da Silva
Brasília, 15 de março de 2010
O problema:
Fala-se frequentemente que:
• Se a economia brasileira crescer em ritmo
acelerado nos próximos anos
¾Poderá haver uma generalizada escassez
de mão de obra especializada,
particularmente de engenheiros.
Todavia...
• Em 2000, havia no Brasil 527 mil pessoas
graduadas em engenharias, arquiteturas e
áreas afins
• Somando o número de graduados em
Engenharia entre 2000 e 2008, estima-se
que esse contingente tenha chegado a
750 mil em 2008
Atualmente, qual a relação entre oferta e
demanda por engenheiros no país?
750.000
800.000
700.000
600.000
500.000
400.000
300.000
211.713
200.000
100.000
0
2008
demanda
oferta
2 em cada 7 engenheiros estão, de fato ocupados
em ocupações próprias de sua área de formação.
Se a economia crescer 3% ao ano, quantos novos
engenheiros serão demandados pelo setor
privado?
350.000
300.000
250.000
333.761
+ 120
mil
+ 60 mil
engenheiros
273.365
211.713
200.000
150.000
100.000
2008
2012*
2015*
* Projeções baseadas na relação entre crescimento do PIB e demanda por
engenheiros: a cada 1% de crescimento do PIB, a demanda por engenheiros cresce a
2,3%
Já se a economia crescer a...
5% a.a.
ou
7% a.a.
deverão ser requeridos para
dar sustentabilidade a tais
ritmos de crescimento:
Em 2012
+ 85 mil
+ 130 mil
Em 2015
+ 173 mil
+ 275 mil
385 mil
488 mil
Ou seja, em 2015, a economia
brasileira requererá um TOTAL
de:
Dada a atual estrutura produtiva
E a oferta, como fica? Número anual
de concluintes em engenharia
70.000
65.000
58.789
55.831
60.000
67.664
64.706
61.747
52.873
49.915
47.016 47.098
55.000
50.000
45.000 41.491
40.000
35.000
30.000
2006
2007
2008
2009* 2010* 2011* 2012* 2013* 2014* 2015*
Ou seja, até 2015, teremos mais de 400 mil novos engenheiros formados no país,
para um requerimento extra de 120 mil engenheiros no mercado de trabalho, com
um crescimento de 3% ao ano.
Concluintes em Universidades
Públicas X Universidades Privadas
Conclusões de cursos públicos e privados em
Engenharias 2002-2008
30000
27500
25000
22500
20000
17500
15000
12500
10000
7500
5000
2000
2001
2002
2003
2004
Públicos
2005
Privados
2006
2007
2008
Haverá engenheiros
suficientes?
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
2009
2010
+3% a.a.
2011
+5% a.a.
2012
+7% a.a.
2013
2014
2015
fluxo de concluintes
O fluxo estimado de formação de novos engenheiros é suficiente, a princípio, para
atender ao requerimento técnico extra até 2015.
Concluindo
Esta evolução seria suficiente,
em princípio, para suportar a demanda
por engenheiros com as
taxas de crescimento médias entre
3% e 5% a. a. nos próximos anos
– não mais que isso.
Mesmo assim...
• Isso seria válido se um crescimento mais
acelerado da economia tornar mais
atrativas as ocupações típicas desses
profissionais
¾Reduzindo, progressivamente, seus
níveis de migração para outras funções.
No entanto:
• Mantido o nível atual de migração para
outras ocupações
– O atual ritmo de crescimento de graduados
em engenharias deixaria de ser suficiente
– Não conseguiria suprir a demanda
combinada:
• Pelas ocupações típicas de engenheiros
• Pela demanda adicional proveniente de outras
atividades e áreas ocupacionais
Assim...
...o Brasil pode vir a precisar:
¾ou de investir ainda mais na formação de
novos engenheiros, arquitetos e afins;
¾ou de contar com mudanças na estrutura
de empregos e salários,
rios de forma a gerar
menor migração ocupacional desses
graduados.
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