Autismo e suas complexidades. Autor

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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA E NEUROPSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
GLEIDE DO CARMO DE SOUZA MENEZES
AUTISMO E SUAS COMPLEXIBILIDADES
RECIFE
NOVEMBRO / 2014
GLEIDE DO CARMO DE SOUZA MENEZES
AUTISMO E SUAS COMPLEXIBILIDADES
Monografia desenvolvida pelo aluno Gleide do
Carmo de Souza Menezes, orientada pelo Prof.
Esp. / Msc.
JOSÉ ARTURO COSTA
ESCOBAR, Ph.D. on cognitivo, Bacharel em
Biological Sciences e professor da Faculdade
Esuda, e, apresentada ao Curso de
Especialização em Avaliação e Reabilitação
Neuropsicológica
e
Neuropsicologia
da
Educação, da Faculdade de Ciências Humanas
ESUDA, como requisito final para obtenção do
grau de Especialista.
RECIFE
NOVEMBRO / 2014
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO NEURO
PSICOLÓGICA E NEUROPSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
AUTISMO E SUAS COMPLEXIBILIDADES
GLEIDE DO CARMO DE SOUZA MENEZES
Monografia submetida ao Corpo Docente do Curso de Especialização em AVALIAÇÃO E
REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E NEUROPSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO da
Faculdade de Ciências Humanas Esuda e ______________________________ com
__________________________ em _____ de __________________ de ano de depósito da
entrega.
Banca Examinadora: __________________________________________________
Orientador: JOSÉ ARTURO COSTA ESCOBAR, e Prof. da Faculdade de Ciências Humanas
ESUDA. _________________________________________Examinador:
Dedico esta Monografia ao meu marido e meu filho
pelo incentivo e apoio.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Arturo Escobar exemplo de profissional e Marcia Moura, o apoio nas pesquisas
realizadas.
“Quem não sabe o que procura não entende o que encontra”
(Claudio Bernard)
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo fornecer uma visão geral do autismo para
melhor se entender a etiologia, característica, evolução do comportamento, diagnóstico e os
diversos métodos de intervenção. Para isso faremos uma revisão da literatura sobre este tema,
onde tentaremos repassar algumas referências deste estudo tão enigmático. O transtorno
Autista conhecido como autismo infantil precoce, autismo da infância ou autismo de Kenner,
atualmente se ampliou a uma patologia mais abrangente em que se encontra associada a
outras patologias, proporcionando mais divergências entre as filosofias de abordagem. O
autismo é conhecido como sendo um distúrbio de desenvolvimento proviniente de uma
disfunção neurológica que afeta a interação social recíproca, compromete a comunicação
verbal e não verbal, com comportamentos restritos, repetitivos e esteriotipados, embora as
causas ainda sejam desconhecidas. Por isso o diagnóstico é um tanto complexo, onde se faz
necessário a apresentação de distúrbios nas áreas de interação social, área de comportamento
e atividade e área da comunicação. Os registros, as avaliações e a participação da família
também é instrumento de valor para o diagnóstico. Sabendo-se que não existe cura para o
autismo, a intervenção terapêutica pode ajudar a reduzir os comportamentos indesejados e a
educação contribuir para atividades que proporcione maior independência da pessoa autista,
de modo a não deixa-la fora da escola e do convívio social.Os achados do presente trabalho
esquematizou-se em quatro capítulos. Inicialmente, ir-se-à
proceder à análise sobre a
etiologia do autismo, abordando de modo geral as principais características e evolução do
comportamento autista.Ir-se-ão posteriormente analisar os diferentes instrumentos de
avaliação, tanto como objetivo de diagnóstico como também de intervenção terapêutica.
Palavra-chave: autismo, transtorno, patologia.
ABSTRACT
This paper aims to provide an overview of autism to better understand the etiology,
characteristics, evolution of behavior, diagnosis and the various methods of intervention. For
this we will review the literature on this topic, where we will try to pass some references of
this study as enigmatic. Autistic disorder known as early infantile autism, childhood autism or
autism Kenner, now expanded to a broader pathology that is associated with other
pathologies, providing more differences between the philosophies of approach. Autism is
known as a developmental disorder provenience a neurological dysfunction that affects
reciprocal social interaction, impairs verbal and nonverbal communication, with restricted,
repetitive and stereotyped behaviors, although the causes are still unknown. Therefore the
diagnosis is somewhat complex, where the presentation of disorders in the areas of social
interaction, behavior and activity area and the area of communication is necessary. Records,
evaluations and family participation is also an instrument of value for diagnosis. Knowing
that there is no cure for autism, therapeutic intervention can help reduce unwanted behaviors
and education contribute to activities that provide greater independence of the autistic person,
so do not let her out of school and social life.
Keyword: autism, disorder, disorder.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................... 10
1.0 - AUTISMO ........................................................................................ 12
1.1 – HISTÓRICO DO AUTISMO ............................................................ 12
1.2 - DEFINIÇÕES SOBRE AUTISMO: .................................................. 14
1. 3 - CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DO AUTISMO ........ 17
2.0 - EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO AUTISTA .......................... 20
3.0 - DIAGNÓSTICO DO AUTISMO ........................................................ 22
4.0 - TRATAMENTO DO AUTISMO ........................................................ 25
5.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 29
6.0 - REFERÊNCIA ................................................................................. 31
10
INTRODUÇÃO
O ser humano não nasceu para viver isolado. A partir de sua concepção, surge no
ser humano a necessidade de comunicação com o mundo. Sua primeira forma de
comunicação surge entre o relacionamento intra-fetal, mãe e filho.
Ao observar um berçário, percebe-se as diferenças entre os recém-nascidos.
Alguns quietos, outros agitados e chorando o tempo todo. Porém alguns parecem neutros e
tensos, outros relaxados. Ainda existem alguns que reagem rapidamente à estimulação, outros,
de modo mais lento. Todos estes comportamentos são formas de comunicação com o exterior.
No entanto existem crianças que desenvolvem sua própria forma de comunicação, as vezes
quase incompreensível. Nasceram num estado global de não interação e indiferenciação,
permanecem esperando por condições mais propícias para seu desenvolvimento. Esse é o foco
do nosso trabalho onde abordaremos as questões do aspectro autista.
Leo Kanner médico austríaco em 1943 em um de seus artigos, “os distúrbios
autístico da relação afetiva” descreveu uma síndrome a qual deu o nome de “Autismo infantil
precoce”. Ainda em 1943, o médico austríaco Hans Asperger em sua tese de doutorado
descreveu, a psicopatia autista da infância. Foi em 1911 que Eugene Bleuler, criou a palavra
“autismo” para explicar um sintoma de esquizofrenia. O transtorno autista é considerado
como um transtorno global do desenvolvimento, anormalidade que afeta a comunicação do
indivíduo e o comportamento.
O Transtorno de Espectro Autista (TEA) apresenta-se precocemente em criança
com idade inferior a três anos de idade. As manifestações do autismo não são estáticas,
depende do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.
Apesar de autistas, certas crianças apresentam inteligência e não demonstram
comprometimento na fala, porém outras apresentam consideráveis distúrbios da linguagem,
algumas com aparente dificuldade de socialização, outras dependente de rígidos e restritos
padrões de comportamento.
Adultos com autismo poderão seguir sua vida profissional, todavia a presença de
dificuldade de comunicação e socialização poderá dificultar seu desempenho. Por isso se faz
necessário um acompanhamento, para obter uma vida independente.
Estudos mostram que nos Estados Unidos o autismo afeta, em média, uma em
cada 88 crianças nascidas de acordo com o CDC (sigla em inglês para Centro de Controle e
Prevenção de Doenças), do governo daquele país, com número de 2008, divulgado em março
11
de 2012. Segundo informações de pesquisas realizadas, no Brasil ainda não foi realizado
estatística do TEA (Transtorno de Espectro Autista), porém já aconteceu o primeiro estudo de
epidemiologia de autismo da América Latina, publicado em fevereiro de 2011 com dados de
2010.
Sendo assim o presente trabalho se propõe a discutir o tratamento autista
destacando as principais características e fatores comportamentais.
12
1.0 - AUTISMO
1.1 – HISTÓRICO DO AUTISMO
As primeiras descrições do que atualmente é conhecido como Transtorno do
Espectro do Autismo infantil ou Transtorno Autista, segundo à autora surgiram no ano de
1940 por dois médicos, Leo Kanner, médico de nacionalidade austríaca que emigrou para os
Estados Unidos onde foi nomeado chefe do serviço de psiquiatria infantil do Johns Hopkins
Hospital, que publicou em 1943 “Os distúrbios autistícos do contato afetivo”, com base em
sua pesquisa realisada com onze crianças. E no mesmo ano Hans Asperger também Austríaco,
defendendo sua tese de doutorado descreveu, “a psicopatia autista da infância”. Baseados na
criação da palavra “autismo” (palavra grega= limitação a si próprio) utilizado pelo psiquiatra
Suíço Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma de esquizofrenia, sendo definido
como “fuga da realidade”, ambos utilizaram a palavra “autismo” para nomear os sintomas
percebidos em seus pacientes.
O médico Leo Kanner diante de sua atuação profissional percebeu que um
determinado grupo de crianças se diferenciava das demais, pela dificuldade de interagir com
pessoas e forte resistência a mudanças. Este tipo de comportamento às conduziam ao
chamado “isolamento autístico extremo” tipo de isolamento que as levava a recusar o contato
com o ambiente, podendo este comportamento aparecer desde os primeiros meses de vida.
De acordo com a autora no livro memorável de Gérard Berquez, publicado em
1983, em homenagem aos trabalhos de Kanner sobre o autismo infantil, encontra-se a
tradução integral em francês do artigo que Kanner definiu o autismo infantil precoce, que ele
tenta diferenciar da esquizofrenia infantil, da seguinte forma:
“O excepcional, o patognomânico (sintoma específico), a desordem
fundamental é a inaptidão das crianças a estabelecer relações normais
com pessoas e a reagir às situações desde o início da vida. Os pais
referem-se a eles como tendo sempre sido auto-suficientes, como em
uma
concha,
agindo
como
se
ninguém
estivesse
presente,
perfeitamente esquecidos de tudo ao seu redor, dando a impressão de
13
uma sabedoria silenciosa, faltando desenvolver a quantidade habitual
de consciência social, agindo como se estivesse hipnotizados... Há,
desde o início, uma extrema solidão autística que, sempre que
possível, despreza, ignora, exclui tudo aquilo que chega do exterior à
criança. O contato físico direto, tal movimento ou tal barulho são
vividos como uma ameaça de romper sua solidão e ou são tratados
“como se não estivessem lá” ou, se não possuem uma duração
suficiente, ressentidos dolorosamente como uma interferência
desoladora” (KANNER apud AMY, 2001, p. 31-32).
Só em 1970 que o trabalho de Asperger se tornou público, quando foi traduzido
para inglês pela médica inglesa Lorma Wing. Deste momento em diante um tipo de autismo
de severa atuação passa a ser conhecido como síndrome de Asperger (Ministério da Saúde,
2013).
O psicólogo Bruno Bettelheim nos anos 1950 a 1960, afirmou que o motivo do
autismo seria a indiferença da mãe. Essa teoria foi rejeitada nos anos 1970, daí por diante as
causas do autismo passaram a se pesquisar. Relatos de pesquisa nos afirma ter conhecimento
que atualmente o autismo está relacionado a causas genéticas associadas a causas ambientais.
Entre possíveis causas ambientais, a contaminação por mercúrio e chumbo, como também
problema na gestação. O uso de drogas durante a gravidez ou infecção nesse período, também
deve ser considerado. Mesmo com um grande avanço de pesquisas e investigações clínicas
efetuadas nas diversas áreas e abordagens de trabalho, não é possível afirmar que o autismo é
um transtorno claramente definido. Há divergência nas correntes teóricas que citam
comportamento diferenciados nos primeiros anos de vida (normalmente até os 3 anos), como
causa determinante para definir o transtorno, mas se tem grandes indicações de que o autismo
seja um transtorno orgânico.
Pesquisas para identificar qual a causa do autismo continuam, porém estudos
neuropatológicos do tecido cerebral foram realizados em indivíduos com autismo onde
algumas anomalias no sistema límbico, amígdala, áreas pré-frontais e cerebelo foram
detectadas. Segundo Courchesne e seus auxiliares (2001), no seu primeiro estudo utilizando
imagens de ressonância magnética, pode-se confirmar que o cérebro de crianças autistas 90%
apresentam volumes anormais.
14
Sendo também detectado por Sparks e seus auxiliares (2002) em seus estudos, não
somente o aumento de 10% no volume do cérebro de crianças autistas, maior que o
considerado normal, como também pode comprovar volumes superiores aos normais no
cerebelo e na amígdala.
1.2 - DEFINIÇÕES SOBRE AUTISMO:
As definições de autismo são varias. De acordo com os escritos de Braunwald
(1988, p.882), “O autismo é uma síndrome representada por um distúrbio difuso do
desenvolvimento da personalidade”.
Aarons e Gittens (1992) defendem que segundo a primeira descrição apresentada
por Kanner em 1943, onde defini-se o conjunto de características dos indivíduos autistas, são
apresentados os seguintes aspectos: incapacidade para desenvolver relacionamento com outro
indivíduo, atraso na linguagem, uso não-comunicativo da linguagem falada, ecolália, jogo
repetitivo e estereotipado, boa memória de repetição e aparência física normal.
Em 1989, Frith define o autismo como sendo uma “deficiência mental específica,
possível de ser classificada nas Perturbações Pervasivas do Desenvolvimento, que afeta
qualitativamente as interações sociais recíprocas, a comunicação não-verbal e a verbal, a
atividade imaginativa e se expressa através de um repertório restrito de atividades e
interesses” (PEREIRA, 1996, p. 27).
Dunlap, Pierce e Kay (1999), consideram que o autismo é uma disfunção
neurológica que surge ao nascer e que só se manifesta antes dos três anos de idade. A maior
parte dos autores defendem o autismo como multifatorial, porém uma dessas múltiplas causas
podem manifestar-se em diferentes formas.
Definição da ASA (Autism Society of America – em português: Associação
Americana de Autismo, 1978): “O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se
manifesta de maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos três
primeiros anos de vida. Acontece cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes
mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrada em todo o mundo em
família de qualquer configuração racial, étnica e social”.
Em 1980, o autismo infantil foi incluído no Distúrbio Invasivo do
Desenvolvimento, pela Associação Americana de Psiquiatria, na publicação do Manual
15
Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM)-III. Após uma revisão do mesmo,
em 1987, o diagnóstico e algumas modificações de expressões foram incluídos. Porém em
1994, os critérios foram revistos e foi publicado o DSM-IV, sendo hoje a atual tendência no
que se refere à classificação do Autismo, acompanhado da Classificação Internacional das
Doenças (CID)-10 (COHEN &VOLKMAR,1997).
Definição do DSM-IV (2002, p.99): “O transtorno Autista consiste na presença de
um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da
comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do
transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento da idade
cronológica do indivíduo”.
Definição da CID.10 (1997): ”Autismo infantil, transtorno global do
desenvolvimento caracterizado por: a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado
antes da idade de três anos, e b) apresentando uma perturbação característica do
funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sócias, comunicação,
comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de
sono ou alimentação, crises de birras ou agressividade (auto-agressividade)”. (1997, p.367).
Todos ou quase todos os Transtornos Invasivos ou Globais do desenvolvimento,
estão incluído no conceito de espectro, definidos nos critérios do DSM-IV e CID-10
(WING,1997; RAPIN & DUNN, 2003). Alguns Autores como TUCHMAN (1995) e
WETHERBY & PRIZANT (2001) citam que o conceito de espectro autista tem aparecido
como sinônimo do mesmo. Entretanto TANGUAY (1998), LORD (2001) e BERTRAND
(2001) relatam que o Transtorno do Espectro Autista abrange, além do autismo clássico, a
Síndrome de Asperger e o Transtorno do Desenvolvimento Sem Outra Especificação.
De acordo com o DSM-IV compõem este grupo: O Transtorno Autista,
Transtorno de Asperger, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outras Especificações.
O Transtorno Autista chamado de: autismo infantil precoce, autismo da infância
ou autismo de Kanner, segundo o DSM-IV (2002) pode apresentar: comprometimento da
interação social recíproca, comprometimento do uso de múltiplos comportamentos não
verbais (ex., contato visual direto, expressão facial, posturas e linguagem corporal), pode
ocorrer uma ausência da busca espontânea pelo prazer compartilhado, interesses ou
realizações com outras pessoas (ex., mostrar, trazer ou apontar objetos que consideram
interessantes), comprometimento da comunicação, afetando as habilidades tanto verbais
16
quanto não verbais, pode haver atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem
falada, as brincadeiras imaginativas estão ausentes ou apresentam comprometimento
acentuado. Os indivíduos com Transtorno Autista têm padrões restritos, repetitivos e
esteriotipados de comportamento, interesses e atividades. (DSM-IV, 2002, p.99-100).
O Transtorno de Rett se apresenta associado ao retardo mental profundo com o
desenvolvimento de múltiplos déficits específicos, após um período de funcionamento normal
durante os primeiros meses de vida. Entre os 5 e os 48 meses, pode se observar uma
diminuição do crescimento craniano. Ocorre também uma perda das habilidades manuais
voluntárias anteriormente adquiridas, com aparecimento de movimentos estereotipados.
Diminui nos primeiros anos após o início do transtorno o interesse pelo ambiente social,
embora possa se desenvolver uma interação social mais tarde. Estão presente também
problemas na coordenação da marcha ou movimento do tronco, severo prejuízo no
desenvolvimento da linguagem expressiva ou receptiva e retardo psicomotor. (DSM-IV, 2002,
p.104).
Transtorno Desintegrativo da infância é definido por uma regressão pronunciada
em múltiplas áreas do funcionamento, posterior a um período de desenvolvimento
aparentemente normal. Indivíduos possuidores deste transtorno exibem os déficits sociais e
comunicativos e aspectos comportamentais observados no Transtorno Autista, apresentam um
comprometimento qualitativo na interação social e na comunicação e padrões restritos,
repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades. (DSM-IV,2002, p.105107).
Transtorno de Asperger é definido por um grave e persistente comprometimento
da interação social e no desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento,
interesses e atividades. Tal transtorno pode causar comprometimento importante nas áreas
social, ocupacional ou outras. Difere do Transtorno Autista por não haver atrasos ou desvios
clinicamente significativos na aquisição da linguagem como também, durante os 3 primeiros
anos de vida, não ocorrem atrasos no desenvolvimento cognitivo. Na interação social
recíproca o comprometimento é amplo e permanente. Pode haver deficiências acentuadas no
uso de múltiplos comportamentos não verbais. (DSM-IV, 2002, p.107-111).
O Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação: Preconiza-se
o uso desta categoria quando existe um comprometimento grave e global do desenvolvimento
da interação social recíproca ou de habilidade de comunicação verbal e não-verbal, ou na
presença de comportamentos estereotipados, interesses e atividades, sem satisfazer os critérios
17
para um Transtorno Global do Desenvolvimento específico, Esquizofrenia, Transtorno da
Personalidade Esquizotípica ou Transtorno de Personalidade Esquiva. (DSM-IV, 2002,
p.111).
São múltiplas as teorias que pretendem esclarecer as perturbações do espectro do
autismo. Contudo, se por um lado se encontram teorias comportamentais que “(...) tentam
explicar os sintomas característicos desta perturbação com base nos mecanismos psicológicos
e cognitivos subjacentes (...)”, sob outra perspectiva, encontram-se as teorias neurológicas e
fisiológicas que “(...) tentam fornecer informação acerca de uma possível base neurológica”.
(MARQUES, 1998, p. 43).
1. 3 - CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DO AUTISMO
As características das perturbações autísticas reproduzem o desenvolvimento
anormal da interação e comunicação social, e restrições de atividades e interesses.
A criança autista pode apresentar um comprometimento na linguagem oral
comunicativa, receptiva, gestual e expressão facial, ou a total ausência dela. Muitas vezes não
atende a chamados, parecendo ser surda. Costuma apresentar certo ritual, balançar a cabeça,
andar na ponta dos pés, ninar-se. Não tem consciência do perigo. Age as vezes de forma
agressiva e destrutiva. Tem um desenvolvimento motor irregular, pode demonstrar birra e
raiva sem motivo aparente, pode ter um comportamento alheio ao que acontece com os
outros, rir e chora sem motivo. Evita outras crianças buscando sempre o isolamento, tem
dificuldade de contato visual direto e de relacionamento com outras pessoas. (DSM-IV,
2002).
Aiello (2002, p. 16) escreve que “cabe destacar que esses comportamentos,
quando presentes no repertório da criança comprometem seu desenvolvimento referente a
modular suas experiências afetivas, estabelecer e manter interações sociais e oferecer um
meio de expressão de suas necessidades e desejos”. Assim sendo, é importante ter-se em
mente que o diagnóstico precoce vem a se constituir um importante passo para que a criança
possa ser auxiliada, desde cedo, a adquirir as classes de comportamentos que lhe são
deficitárias, para que sua inserção no meio em que vive se dê de maneira efetiva e com menor
18
custo para todos, criança e familiares; diminuindo também o estresse e a angústia,
normalmente presentes nos pais neste momento (op. cit.).
Características mais frequentes em crianças autistas:
1-Dificuldade de socialização- grande dificuldade em relacionar-se com os outros,
dificuldade na discriminação entre pessoas, e a incapacidade de compartilhar gostos, emoções
e sentimentos. Há casos em que criança autista demonstra uma certa afetividade, por
aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por ex., em seus cabelos, ou mesmo
beijando-a, quando na realidade ela adota este comportamento, sem diferenciar pessoas,
lugares ou momentos. Porém este tipo de aproximação segue um ritmo repetitivo e não
caracteriza nenhum tipo de troca ou compartilhamento. Esta dificuldade de socialização que
conduz a pessoa autista a desenvolver uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável,
em muitos casos, pela ausência ou diminuição da capacidade de imitar, que é um dos
principais pré-requisitos para o aprendizado, como também a dificuldade de se colocar no
lugar do outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro. (DSM-IV, 2002).
2-Dificuldade
do
uso
da
imaginação
–
identifica-se
pela
rigidez
e
inflexibilidade e se estende pelas diversas áreas do comportamento da criança, linguagem e
pensamento. Por exemplo, por comportamentos obsessivos e ritualísticos, falta de aceitação
de mudanças, compreensão literal da linguagem e dificuldades em processos criativos.
Através da forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e
brinquedos, pode-se perceber esta dificuldade. É possível perceber que uma criança autista
pode permanecer horas explorando a textura de um brinquedo. Normalmente crianças autistas
com inteligência mais desenvolvida, demonstram uma certa fixação em determinados
assuntos, na maioria dos casos incomuns em crianças da mesma idade, como calendários ou
animais pré-históricos, que algumas vezes, é confundido, com nível de inteligência superior.
Pode-se também observar que mudanças de rotina, como: mudança dos móveis, mudança de
residência, ou até mesmo de percurso, podem perturbar algumas destas crianças.(DSM-IV,
2002).
3-Dificuldade de comunicação- é caracterizada pelo difícil uso em utilizar como
sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Estando incluso gestos,
linguagem corporal, expressões faciais, ritmo, modulação na linguagem verbal, como também
19
ausência de uso de gestos ou um uso muito incompreensível para os outros. Na maioria dos
casos muitas crianças que faz o uso da linguagem não verbal, simplesmente repetem o que
lhes foi dito. Esta forma de repetição é conhecida como ecolalia imediata. Existindo ainda
crianças que repetem frases ouvidas há horas, ou até dias antes, é a chamada ecolalia tardia.
Algumas características comportamentais mais frequentes em crianças autistas:
desatenção, agressividade, hiperatividade, comportamentos autodestrutivo, impulsividade, em
crianças mais jovens acesso de raiva. Resposta incomum a estímulos sensoriais (alto limiar
doloroso, hipersensibilidade aos sons ou ao toque, reações exageradas à odores ou a luz,
fascinação com certos estímulos) podem ser observadas. Também pode haver anormalidades
na alimentação (limitação a comer poucos alimentos) ou no sono (despertares noturnos com
balanço do corpo). Atitudes estranhas do humor ou do afeto (risadinhas ou choro imotivados,
aparente ausência de reação emocional) podem aparecer. Ainda pode aparecer ausência de
medo em resposta a perigos reais e temor excessivo em resposta a objetos inofensivos. Vários
comportamentos autolesivos podem aparecer (bater a cabeça ou morder os dedos, as mãos ou
os pulsos). (DSM-IV, 2002).
20
2.0 - EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO AUTISTA
De acordo com estudos pesquisados, até o momento não se tem conhecimento de
testes específicos que possam identificar o autismo, sendo assim, o diagnóstico geralmente se
dá mediante observação do comportamento e sintomas aparentes. Estudos ainda revelam que
a maioria dos autistas apresentam melhor desempenho intelectual e habilidades motoras e
espaciais, porém 60% a 70% dos autistas são portadores de déficit cognitivo. Mediante a
complexibilidade que o transtorno autista apresenta, estudos citam que para se obter melhores
resultados nos trabalhos comportamentais, o tratamento deve contar com vários profissionais
como: psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, fisioterapeutas e outros da área de saúde, uma
ou seja, equipe multidisciplinar.
No trabalho com crianças autistas, a forma de se obter melhores resultados é
através de atividades lúdicas como: jogos, pintura, desenhos e brincadeiras. Não podemos
deixar de evidenciar que na infância o lúdico é vivenciado em sua essência, dando uma
oportunidade ao indivíduo: de expressar sua autonomia, repensar ações, avaliar e buscar
alternativas críticas e criativas para vivência do seu cotidiano.
A participação pessoal do adulto, durante o brincar, é fundamental na construção
das bases das demais relações do sujeito. É através desta interação que: se desenvolve o
aprendizado da reciprocidade, sentimento afetivo e equilíbrio de poder, resultando no
fortalecimento de segurança e da confiança.
Segundo pesquisas realizadas, o transtorno de Espectro do Autismo na criança
com menos idade ou seja quando bebê, apresenta uma maior dificuldade para ser definido do
que após os dois anos. São poucas crianças que na primeira infância sendo portadora do
transtorno de espectro do autismo conseguem um desenvolvimento normal durante os dois
primeiros anos de vida, tal transtorno caracteriza-se por ter uma evolução contínua (APA,
2002).
Em idade escolar podemos detectar crianças e adolescentes que conseguem algum
progresso em áreas de desenvolvimento (interesse na interação social). No período de
adolescência algumas pessoas poderão apresentar um comportamento melhor ou pior.
Pode se encontrar, de acordo com algumas pesquisas, adultos com autismo que
desempenhem um certo grau de sucesso na sua jornada profissional, todavia dificuldades de
comunicação e socialização podem promover complicações em outras áreas de sua vida.
21
Segundo estudos realizados, relato de caso:
A criança na qual se baseia este estudo de caso tem cinco anos, é do sexo masculino, está
cursando o jardim II. Mora com os genitores e o irmão mais velho. Diagnosticado pela
neuropediatra como autista aos três anos e encaminhado por ela ao acompanhamento
psicológico, o qual tem sido realizado desde então. Segundo anamnese realizada com a mãe,
esta relatou dificuldades durante a gestação e perdendo líquido. A mãe informou que a criança
começou a andar aos onze meses e que demorou a falar, aos dois anos apenas repetia palavras,
principalmente comerciais de TV. A principal queixa apresentada era dificuldade da
comunicação e socialização.
Os procedimentos adotados para acompanhamento da criança foram: participar do
grupo de Apoio a Crianças, atendimento individual e acompanhamento com os pais. A criança
realiza atividades livres e direcionadas que consiste em desenhos, pinturas, jogos, como:
bingo, quebra-cabeça, boliche.
Inicialmente, a criança demonstrou apatia no contato com a psicóloga e não
atendeu às solicitações. Foram realizados estímulos por meio de atividades lúdicas no sentido
de incentivar o contato com os colegas do grupo, buscando desenvolver a interação.
Após alguns meses de acompanhamento em grupo, observou-se que a criança, ao realizar suas
brincadeiras, apresenta uma sequência. Ao chegar, cumprimenta a equipe e os colegas, dirigese à estante e pega um caminhão, ordena objetos como: peças de lego, carrinhos, pinos de
boliche entre outros.
Outro aspecto observado é que a criança costuma comunicar-se com a equipe por
intermédio de um telefone de brinquedo, o que favorece sua interação, permitindo a expressão
das demandas vivenciadas em seu cotidiano. É válido ressaltar a importância da assiduidade e
do comprometimento dos pais, além da orientação ao início das atividades escolares, que
atuaram positivamente no desenvolvimento da criança.
De acordo com o exposto do estudo de caso, o autor expôs suas considerações:
Levando-se em conta o acompanhamento psicológico, juntamente com a equipe
multidisciplinar, foi possível observar o desenvolvimento da fala e da comunicação. Ficando
assim comprovado que a partir do acompanhamento de crianças autista, percebe-se que o
lúdico é indispensável para o desenvolvimento infantil, pois permite maior aproximação da
equipe com a criança, a expressão de seus sentimentos e emoções, além de contribuir com a
socialização pelo contato com outras crianças de diferentes etapas de desenvolvimento.
(Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas, V.10, M.2 Jul / Dez. 2011).
22
3.0 - DIAGNÓSTICO DO AUTISMO
De acordo com as pesquisas, atualmente o termo autista se associa a uma
patologia mais abrangente do que a descrita por Kenner. Encontramos estruturas autísticas
associadas a outras patologia (principalmente a epilepsia e algumas cegueiras congênitas),
proporcionando assim uma certa dificuldade de identificar qual dessas patologias provocou a
outra. Ainda é possível se perceber defesas do tipo autístico (recusa de comunicação,
mutismo) em outras doenças mentais como a esquizofrenia infantil. Portanto o diagnóstico
torna-se complexo, tornando assim indispensável os registros e avaliações. (Marie
Dominique, 2001).
Para Marques (2002, p. 102)
“Um diagnóstico precoce realizado por uma equipe transdisciplinar
envolvendo todos os elementos que interagem com a criança (pais,
técnicos de saúde, educação e outros julgados convenientes), a
aplicação de instrumentos específicos de diagnóstico e a planificação
conjunta da intervenção, são fundamentais para melhorar a inclusão
destas crianças e famílias na sociedade em que vive”.
Sabendo-se que o autismo se manifesta com um atraso em várias áreas do
desenvolvimento, motivo que impõe a necessidade da intervenção de profissionais de áreas
diversas, é notório que toda e qualquer perturbação do desenvolvimento se beneficia com a
intervenção e avaliação clínica se esta for direcionada por uma equipe multidisciplinar com
experiência.
Segundo Marques (1998, p. 35), a avaliação decorre em dois momentos distintos:
“Um primeiro tempo, será aquele no qual se tenta delimitar um
diagnóstico preciso da perturbação que se nos depara. É preciso
delimitar fronteiras com outras perturbações semelhantes. O segundo
tempo, será aquele em que se avalia para intervir eficazmente.”
23
De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, o diagnóstico de autismo
tem que apresentar distúrbios em três áreas, com início dos sintomas antes dos três anos de
idade.
Na área de interação social – geralmente o bebê autista, não olha para a mãe, tem
um olhar distante, desinteresse pelo aleitamento materno, comportamento irritadiço, não reage
a afagos, não sorri, em ambiente estranho reage com choro incontrolável.
Na área da comunicação tanto verbal quanto não verbal e em jogo o bebê autista
apresenta dificuldade de comunicação, alguns têm uma significada ausência da linguagem
falada e não conseguem realizar o jogo de faz-de-conta.
Na área do comportamento e atividade, tem restrito interesse, adotando rotina ao
seu dia a dia de forma não funcional, ao brincar não utiliza os brinquedos de forma correta, dá
outra função aos brinquedos, apresentam costumes repetitivos.
Os relatos familiares são de extrema importância, como também sintonas,
comportamento, desenvolvimento cognitivo, e todo o histórico familiar do paciente.
São também necessário investigações de outros transtornos, a utilização de
exames de imagem e laboratoriais para uma melhor compreensão de possíveis alterações da
estrutura do cerebelo caso venha existir.
De acordo com relatos da pesquisa, dentro das teorias psicanalíticas há várias
maneiras de se compreender o autismo e a sua etiologia, e diferentes estratégias de
intervenção para os indivíduos acometidos pelos transtornos globais do desenvolvimento.
Alvarez (1992/1994) reforça a teoria de múltipla casualidade do autismo. Na ótica
dessa autora, é necessário que se compreenda a forma pela qual os fatores inatos interagem
com os aspectos ambientais. Percebendo-se assim que a hereditariedade e ambiente giram um
em torno do outro. Afirma que seu início pode surgir da disfunção neurológica. Portanto, o
déficit psicológico configurado a partir destas disfunções é necessário ser descrito e
explorado, em uma compreensão que combina os diversos fatores ambientais e psicológicos.
Dentro do Hemisfério da psicanálise, Borges (2006) faz associações do autismo à
relação familiar, dando grande ênfase a figura materna. Defende que “o trabalho com crianças
autistas deve ser pensado a partir da possibilidade de circulação de afeto, de restauração da
capacidade de ilusões antecipatória da mãe e, por fim, do surgimento de um sujeito do desejo”
(BORGES, 2006, p.143).
Ainda na teoria de Araújo (2004), de acordo com pensamento de Winnicott, podese compreender: “o autismo como na questão de imaturidade emocional, que pode acontecer
24
quando o amadurecimento da criança é interrompido de alguma forma, pela inadequação ou
insuficiência do ambiente, perante suas necessidades” (Araújo, 2004, p. 45). Mesmo não
descartando a importância dos elementos externos à relação ambiente-indivíduo, aponta o
afeto inconsciente da mãe como fator etiológico do autismo. Podendo assim dizer que, na
clínica do autismo, é indispensável oferecer “uma sustentação emocional aos pais no exercício
de seus papéis parentais” (ARAÚJO, 2004, p.54).
Conforme relatos do neurologista José Salomão Schwartzman (2007), um índice
de 70% dos casos não são diagnosticados, ”Vejo muitos quadros claros, de autismo clássico,
com diagnóstico equivocado. Os pediatras não sabem diagnosticar” (Revista Época 11 de
junho de 2007).
“O diagnóstico, em geral, percorre um caminho longo: do pediatra para o
fonoaudióloga ou fisioterapeuta, depois para o neurologista ou psiquiatra, psicoterapeuta”.
Isso quando há diagnóstico (Revista Época 11de junho de 2007).
O processo diagnóstico não tem tempo determinado; deve durar o tempo
necessário para que uma equipe multidisciplinar possa acompanhar o indivíduo a ser
diagnosticado em situações diversas: consultas individuais, consultas com a família,
atividades livres e trabalhos em grupo (Ministério da Saúde 2013).
25
4.0 - TRATAMENTO DO AUTISMO
O transtorno autista, apresenta manifestações continuas variando de acordo com o
grau de desenvolvimento e da idade cronológica do individuo, comprometendo a interação
social recíproca, a comunicação verbal e não verbal e o comportamento de interesses e
atividades.
Sendo um transtorno de diagnóstico bastante complexo, devido a presença de
outros transtornos, quanto mais cedo o encaminhamento para uma estratégia de tratamento,
melhor será a aceitação das crianças ao tratamento.
Mesmo sabendo-se que não existe cura para o autismo é possível minimizar
algumas limitações associadas a esta deficiência. A intervenção terapêutica pode ajudar a
reduzir os comportamentos indesejados e a educação deve ensinar atividades que proporcione
maior independência de pessoa autista (Falcão, 1999). Como o autismo só é identificado por
vários sintomas e comportamentos, não há uma abordagem única que seja eficiente. A escolha
da abordagem adequada deve considerar: validade científica, tipo de tratamento,
procedimentos de avaliação, consequências para a criança e para a família, experiências
anteriores, ambiente, custo, envolvimento familiar, frequência e local do programa (AMA,
2005).
Segundo Pereira (1996) atualmente há um vasto e diversificados tipos de
intervenções e terapias direcionadas para as pessoas autistas, porém só após os anos 70, a
ênfase maior foi nos métodos psico-educacionais baseados nas várias teorias da psicologia da
aprendizagem vicariante e operante.
De acordo com trabalhos realizados pode-se observar a necessidade da
participação de uma equipe multidisciplinar como: psiquiatra da infância e adolescência,
psicólogo, neurologista pediatra, psicopedagogo, fonoaudiólogo, professor e fisioterapeuta, no
tratamento de autismo.
Crianças de idade baixas, a prioridade do tratamento é o domínio da linguagem verbal ou do
aprendizado de sinais e gestos para se comunicar. Nos diversos casos o objetivo é sempre
proporcionar condições para que a pessoa possa aprender a comunicar-se de uma maneira que
seja útil e funcional.
O tratamento com adolescente objetiva o desenvolvimento de habilidades sociais,
habilidades profissionais que possa tornar-se uma pessoa funcional e independente, e terapia
26
para uma sexualidade saudável. Com adultos o tratamento prioriza o desenvolvimento da
autonomia, ensino de regras que o leve a uma boa interação social.
De acordo com Pfeiffer e Nelson (19992 in Pereira, 1996) no seu trabalho de
pesquisa com escuta de peritos da área de autismo, pode concluir que o tratamento mais
utilizado com sucesso são os que envolvem a educação, à família e o
modelo
comportamental.
Como revela as pesquisas, os objetivos do programa para o tratamento do autismo
são elaborados conforme as dificuldades e habilidades da criança, sendo levado em conta a
fase de desenvolvimento em que se apresenta.
Os trabalhos bibliográficos nos mostram vários tipos de intervenções no
tratamento do autismo. Os principais métodos de intervenção utilizado no tratamento do
autismo são:
Análise do comportamento aplicado (ABA) é uma área de pesquisa embasada na
psicologia comportamental que tem como objetivo diminuir os comportamentos
problemáticos oriundos do transtorno autista. O foco principal é a ampliação e aquisição de
comportamento inexistente no repertório, diminuição de comportamento em excesso e que
são inadaptativos, possibilitando a construção de um repertório comportamental que se
sustenta em diferentes ambientes, com diferentes pessoas, gerando inclusão social, escolar e
profissional para o autista.
TEACCH, que significa “Treatment and Education of Autstic and Comunication
Handicaped Children” (Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com Deficiências de
comunicação) não é uma simples abordagem ou método, é um programa que procura atender
às necessidades dos autistas, oferece estratégias cognitivas e comportamentais nos tratamentos
do autismo que ajudam os professores a intervir na capacidade de habilidade do aluno. O
método oferece técnicas de organização, estruturação, treinamentos e repetições,
considerando pré-requisitos importantes para a alfabetização.
Segundo os autores, as qualidades educativas do TEACCH parecem residir na
compreensão das técnicas operacionais: trabalho individual, rigor de enquadramento,
objetivos a curto prazo, observação e avaliação contínuas, material adaptado. Podendo então,
códigos que utilizam imagens podem substituir, na comunicação, a ausência de linguagem.
Objetivo é conduzir a criança, por meio de interações sucessivas, a comportamentos cada vez
melhor adaptados. Permitir-lhe compreender seu ambiente e dar-lhe a capacidade de agir
sobre esse ambiente. (MARIE DOMINIQUE, 2001, p. 53).
27
Todavia deve-se salientar que como mostra as pesquisas, as normas editadas pelo
TEACCH relativos à natureza e tratamento do autismo constantemente são reavaliadas face
aos avanços ocorridos (VAN BOURGONDIEN & MESIBOV, 1989).
PECS – Picture Exchange Communication System (Sistema de Comunicação por
Figuras) é um sistema que permite à criança com pouca ou nenhuma habilidade verbal
comunicar-se usando figuras. Os terapeutas apoiam e usam o sistema e os próprios pais têmno utilizado em casa ou na comunidade, apresentando resultados quase que imediatos. Um
terapeuta, professor, pai ou mãe ajuda a criança a construir vocabulário e articular os desejos,
observações ou sentimentos usando as imagens sistematicamente.
Equoterapia: que nos conduz à antiguidade, de acordo com pesquisas realizadas
na Grécia Antiga a equitação já era utilizada como elemento regenerador de saúde,
exercitando o corpo e os sentidos. Samuel T. Quelmalz em 1747, faz a primeira referência
literária ao movimento tridimensional do dorso do cavalo: deslocamentos para frente e para
trás, para cima e para baixo e para os lados. Tal permite uma grande variedade de estímulos
sensoriais, através da visão, tato, olfato e audição, algo que desenvolve a consciencialização
corporal, o afloramento da força muscular, o aperfeiçoamento da coordenação motora e o
equilíbrio (BASTOS, SABATO & MARRA, 2004; CRISTINA, 2005; TEIXERA, 2005).
Então, chegou-se à conclusão de que portadores de deficiências poderiam
beneficiar-se do trabalho sobre o cavalo, em virtude das suas limitações biopsicossociais.
Eclode então, a equoterapia como forma de tratamento complementar às terapias
convencionais, assumindo-se como abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e
equitação. A equoterapia beneficia na percepção do outro e no desenvolvimento de jogo
social, mímica, postura corporal e gestos para iniciar e modular a interação com outro ser
vivo.
Como relata as pesquisas a Terapia ocupacional (TO), tem como objetivo
principal melhorar a capacidade motora fina nas atividades funcionais ou capacidades
sensório-motoras que envolvem o equilíbrio, percepção da posição do corpo no espaço e
toque. Sendo identificado um problema específico, pode ser incluso na terapia atividades de
interação sensorial como massagem e toques (AMA, 2005; APPAA, 2005f).
Musicoterapia, pesquisas atualmente vem salientando os benefícios que a música
e terapia musical vêm proporcionando no tratamento do autismo (APPAA, 2005e; Grandin,
2005). A terapia musical fazendo uso de suas técnicas pode estimular essas pessoas a serem
mais espontâneas na comunicação, sair da solidão e reduzir a ecolália (APPAA, 2005e).
28
Acompanhamento psicopedagógico: é indispensável no tratamento do autismo,
buscar recursos para aprendizagem e técnicas que facilitam o aprender, explorando as
habilidades existentes.
O tratamento medicamentoso é sintomático. É geralmente utilizado para crianças
excessivamente irrequietas ou que apresentem distúrbios do sono ou comportamento
destrutivo. Sabe-se que até o momento não existe uma medicação específica para o tratamento
do autismo. Pessoas autistas estão inclusas no quadro da expectativa de longevidade normal,
no entanto há sintomas que perduram caracterizando um autismo grave que exigem
acompanhamento pelo resto da vida (CRDA-Centro de Referência em Distúrbios de
Aprendizagem).
As manifestações autistas nunca desaparecem por completo, porém adotando
cuidados adequados, o indivíduo vai se adaptando socialmente. Intervenções começadas o
mais cedo possível podem tornar alguns indivíduos com características autisticas
imperceptíveis.
O processo do tratamento não depende só da boa qualificação dos profissionais,
dependem também de estímulos e empenho dos cuidadores. É importante que os cuidadores
estejam bastante informados sobre o tratamento do autismo. No decorrer do tratamento
autista, alguns sintomas poderão desaparecer através do progresso da pessoa e originar novas
características. É recomendável avaliações sistemáticas e periódicas.
Klinta (2001, p.27) sustenta que:
[...]no encontro com crianças com necessidades especiais é necessário usar
também uma maneira especial. É importante que a criança seja tratada a
partir de suas possibilidades e que experimente o sentimento de ser bemsucedida, de que é capaz no seu meio-social e, talvez, também junto com
outras crianças.
Apesar da existência de vários tipos de abordagem de tratamento para o autismo, e
de estudos de envolvimento familiar comprovarem que os pais podem promover mudanças
importantes em alguns comportamentos dos seus filhos, isto é ainda muito difícil de acontecer
(Pereira, 1996).
29
5.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente as manifestações de Espectro Autista ainda permanecem sem uma
causa definida, como também a cura não foi descoberta. Pesquisas continuam e aos pouco se
vai descobrindo maiores informações sobre tão complexa patologia.
Este trabalho de revisão bibliografia procurou abordar os principais pontos que melhor
pudessem clarificar o conhecimento desta patologia, como: os possíveis meios de diagnóstico,
sua etiologia, os vários meios de intervenções, suas características e evolução
comportamental. De forma que se possam identificar as origens de tal transtorno que
compromete o desenvolvimento da interação social, da comunicação verbal e não verbal e
restrição de atividades e interesses, de pessoas com esse transtorno.
De acordo com os relatos desta revisão, ainda existem uma grande complexibilidade
no que se refere ao autismo. Percebe-se então que se faz necessário um melhor esclarecimento
sobre este tema.
O autismo, uma grave e complexa alteração do desenvolvimento, pode ser
diferenciado de outros transtornos por meio de critérios diagnósticos descrito no DSM-IV
(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e CID-10 (Classificação
Internacional das Doenças).
O Transtorno Invasivos de Desenvolvimento (TIDS), entre os quais o autismo, é
uma desordem localizada em nível cerebral e diferem do retardo mental (SOULDER ET AL,
2003), pois comprometem múltiplas áreas do desenvolvimento, dentre elas o campo social, do
desenvolvimento da linguagem, precisamente a comunicação e a imaginação. Também
apresentando dificuldades comportamentais. O que diferencia o autismo do retardo mental é o
limitado repertório comportamental, que não se desenvolve de forma adequada, isto é, dentro
dos padrões esperados.
Suas manifestações comportamentais variam de acordo com a idade e as
capacidades do indivíduo, embora as suas características gerais, presentes em todos os
estágios de desenvolvimento são perturbações no âmbito da socialização, comunicação e
imaginação (FRITH,1994; PEREIRA, 1994, 1999; ARONS e GITTEUR, 1992).
Conforme a revisão bibliográfica deste trabalho, é de fundamental importância
para a inclusão das pessoas autistas no convívio social o processo diagnóstico, na qual as
queixas, os sintomas, os resultados dos exames complementares apresentados servem para
30
definir o tipo de intervenção e avaliação a ser aplicada. Esse processo deve ser construído por
uma equipe multidisciplinar e discutido passo a passo com a família.
É importante que o processo diagnóstico seja realizado por profissionais
qualificados e que não se limite apenas à aplicação de testes e exames. O processo diagnóstico
do transtorno autista é clínico e deve durar o tempo necessário para que uma equipe
multidisciplinar possa conhecer a pessoa que a família está preocupada. Recomenda-se
utilizar um instrumento de avaliação adicional para identificar a presença de Retardo Mental
(RM). Neste trabalho procurou-se mostrar os diversos tipos de tratamentos, não só na área
escolar como também médica. A educação é uma das mais importantes ferramentas para
ajudar uma criança autista em seu desenvolvimento. Na maioria dos métodos de educação
especializada para criança autista, os objetivos estabelecidos são selecionados por área de
aprendizado. As possibilidades de intervenção com pessoas com autismo, podem envolver
abordagens educacionais, terapias comportamentais.
O alvo básico do tratamento de um indivíduo com autismo é estimular o
desenvolvimento social e comunicativo, aprimorar o aprendizado e a capacidade de
solucionar problemas, diminuir comportamentos que interferem no aprendizado e no acesso
às oportunidades para experiências do cotidiano e ajudar as famílias a lidar com o autista.
(Bosa, 2006).
Os problemas de comportamento têm sido uma dificuldade percebida pelos pais no
manejo dos filhos com autismo. (Gadia e Cols., 2004; Schmidt, 2004).
Por vezes, os pais relatam confusão, por não conseguir diferenciar questões
comportamentais ligadas ao ambiente, das ligadas às características do autismo ou até de
possíveis efeitos de medicação. É possível que as dificuldades das pessoas com autismo em
expressar suas necessidades e desejos de forma afetiva (Scheuer, 2002), levem os pais a se
sentirem extenuados na tentativa de estabelecer uma comunicação.
Mostra-se uma tarefa difícil antecipar-se a algo que não se entende, tanto para a
pessoa com autismo como para os cuidadores.
Pode-se observar nas abordagens deste trabalho, que há muitas divergências
teóricas, porém não se tem conhecimento de estudos científicos sobre a possibilidade de cura
para autistas. Por se tratar de uma deficiência e não doença mental.
Os métodos utilizados nas intervenções baseiam-se em grande parte nas terapias
comportamentais.
31
Foram abordados conteúdos e informações necessárias para que não se pense no
autista como algo fora do nosso contexto social e condenado ao isolamento em escolas
especializadas.
32
6.0 – REFERÊNCIA
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