Capítulo 9

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Unidade 3 - Ginecologia
Escolha da Via da Histerectomia
CAPÍTULO 9
ESCOLHA DA VIA DA HISTERECTOMIA
1. INTRODUçãO
A histerectomia é o procedimento cirúrgico mais realizado na ginecologia.
Atualmente, percebe-se uma redução nesta prevalência, possivelmente, pelo
advento da embolização para o tratamento de miomas.
Principais indicações de histerectomia:
» Leiomiomatose uterina;
» Prolapso de orgãos pélvicos (prolapso uterino);
» Adenomiose;
» Sangramento uterino anormal;
» Doenças pre-malignas: NIC III, hiperplasia com atipias.
Tratamentos alternativos devem ser levados em consideração, como por
exemplo:
» Embolização das arteriais uterinas e miomectomia podem ser usadas
para tratar miomas sintomáticos;
» Prolapso genital pode ser tratado com reconstrução do assoalho pélvico
sem histerectomia;
» Serviços especializados em dor ajudam no tratamento clínico da dor
pélvica;
» Ablação endometrial no sangramento uterino excessivo;
» Análogos de GnRh podem ajudar a reduzir o volume uterino e tornar a
consistência amolecida, favorecendo o trajeto;
» A hiperplasia endometrial pode ser tratada clinicamente com
progestágenos;
» Conização para tratamento de pacientes com Lesões Intra Epiteliais de
Alto Grau
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Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas
Maternidade Escola Assis Chateaubriand
Apos esta avaliação, sendo acordado entre o medico e a paciente que
a a histerectomia é a opção terapêutica, é apresentado o consentimento pósinformado.
2. ESCOLHA DA vIA: ABDOMINAL x vAGINAL
A escolha da via cirúrgica vai depender do desejo da paciente, e da presença
dos critérios de seleção para a via vaginal, da necessidade de procedimentos
concomitantes, da experiência do cirurgião e da existência de material adequado.
Vantagens da histerectomia vaginal são:
» Menores índices de infecção pos-operatória, deiscências, eviscerações
e herniações;
» Menor exposição de alças intestinais, levando a menores índices de
íleo paralítico;
» Melhor pos-operatório: deambula mais cedo; retorno mais rápido da
função intestinal; menor necessidade de analgesia; menos tempo de
internação;
» Menos aderências pos-operatória.
O American College of Obstetricians and Gynecologists recomenda a via
vaginal sempre que possivel. Existem contra-indicações da histerectomia vaginal
que devem ser respeitadas:
» Suspeita de neoplasias ovarianas benignas ou malignas;
» Suspeita de câncer de colo ou endométrio;
» Endometriose pelvica extensa e DIP (aguda ou cronica);
» Dor pélvica como componente signiicativo das queixas da paciente;
» Suspeita de doença intestinal ou de outro orgão que necessite de
abordagem cirúrgica.
CRITéRIOS MAIORES pARA SELEçãO DOS pACIENTES:
» Fundo de saco vaginal posterior livre, se possível identiicar ao toque
vaginal os ligamentos útero-sacros;
» Útero móvel (ambulatorial e após anestesiar seguido de tração do colo
sem resistência até terço médio da vagina).
» Volume uterino ao US menor que 280 cm3;
» Boa amplitude da vagina (diâmetro da vagina maior que 2 dedos).
Critérios menores: história de parto vaginal; boa elasticidade da vagina;
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Escolha da Via da Histerectomia
distância entre as tuberosidades isquiáticas maior que 9cm (punho fechado de um
adulto).
pREpARO pARA OS DIAS QUE ANTECEDENTE A CIRURGIA:
a. Repor ou aumentar o reservatório de ferro e ácido fólico – prescrever
ferro quelato e ac. Fólico, com inicio, na semana que antecede. Vitamina
C 1g dia, iniciando no mesmo período;
b. Esvaziamento da ampola retal na noite que antecede a cirurgia com
sorbitol e lauril sulfato de sódio (minilax);
c. Uso de metronidazol creme ou clindamicina creme vaginal iniciando na
terceira noite que antecede a cirurgia. Secnidal 1000g ou metronidazol
2g, dose única, no terceiro dia antes da cirurgia.
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