SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO LICENCIATURA EM LETRAS –HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA MODALIDADE A DISTÂNCIA DISCIPLINA: Sintaxe Prof.ª Nora Almeida Aluno: João de Deus Pinheiro Ferreira Matrícula: 11691002564 Data: 28/04/2016 No que concerne às questões propostas no exercício da atividade 4 da presente disciplina (Da sintaxe latina à sintaxe portuguesa: heranças e novas aquisições), após uma minuciosa leitura dos textos, procuramos responder da forma seguinte: Resposta à 1ª questão: Diga por que o latim clássico é uma língua sintética e dê exemplo de emprego de formas sintéticas no latim clássico. No latim clássico exprimiam-se as funções sintáticas das palavras na frase por meio de desinências, chamadas casos. Por exemplo: a palavra liber (livro). No latim clássico, para estabelecer a relação sintática deste termo com outro do qual restringisse o sentido, por exemplo, “capítulo do livro”, os falantes juntariam uma desinência -i ao radical da palavra liber (libr-) e o resultado seria a seguinte construção: capitulum libri. Resposta à 2ª questão: Considerada a herança latina, o português é uma língua analítica ou sintética? Justifique. O Português é uma língua Analítica, pois percebemos que o latim chamado vulgar apresentou tendências que acabaram se fixando em nossa língua. Portanto, o Português herdou em grande parte, características do latim vulgar, língua em que se impôs a forma analítica construída pelo verbo auxiliar “sum” (ser) mais verbo principal na forma participial, conforme se exemplifica: Ille est amatus a patre. (latim vulgar) Ele é amado pelo pai. (português) Resposta à 3ª questão: Apresente exemplo de enunciados em que o emprego da partícula “se” tenha sua origem no latim vulgar. Função importante do se, na língua vulgar, por exemplo, foi a de partícula apassivadora: remonta, pois, ao período latino vulgar a construção conhecida como “passiva sintética”, que tem largo uso em português (vendem-se casas, aluga-se um quarto etc.) e está bem representada nas demais línguas românicas. Resposta à 4ª questão: Considerando a distinção entre formas sintéticas e analíticas, diga por que não são consideradas adequadas as construções: Ele é mais grande do que eu. Ele é mais pequeno do que eu. Ele é mais maior do que eu. Ele é mais menor do que eu. Ele melhor preparado do que eu. Isso ocorre porque o grau dos adjetivos, que no latim clássico era expresso morfologicamente (sinteticamente), passou a ser expresso no latim corrente por meio de formas analíticas, isto é, de construções sintáticas, mediante a anteposição de advérbios aos adjetivos. Assim, em lugar da forma clássica dulcior (dulc + -ior), no latim vulgar dizia-se magis ou plus dulce; em lugar do superlativo dulcissimus (forma sintética) empregada no latim erudito, preferia-se a forma analítica multu dulce. Isso explica por que na língua portuguesa convivem as duas formas, ainda que seja a mais corrente a forma analítica. Nesse assentido, na forma analítica utiliza-se de um sistema de preposições para evidenciar as relações sintáticas. Já na forma sinática utiliza-se de desinências para exprimirem-se as funções sintáticas. A língua portuguesa utiliza a forma analítica, mas também utiliza, com menos frequência, a forma sintética. Exemplo: Na utilização do grau do adjetivo útil, geralmente, prefere-se dizer mais útil, do que no seu superlativo utilíssimo. Resposta à 5ª questão: É correto afirmar que o português herdou a preferência do latim clássico pela construção de orações subordinadas reduzidas, por exemplo: Vulgus dicit terram esse rotundam (O povo diz ser a Terra redonda.)? Por quê? Não. A sintaxe clássica, na formalização das orações substantivas, empregou construções reduzidas de infinitivo; o latim vulgar, pela tendência ao analitismo, levou os falantes a preferirem as formas desenvolvidas ou analíticas. Confrontem-se as duas formas de construção: Vulgus dicit terram esse rotundam (forma reduzida).