Perda de sono pode levar a danos cerebrais irreversíveis Do UOL

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Perda de sono pode levar a danos cerebrais irreversíveis
Do UOL, em São Paulo
Quem passa dias e noites trabalhando, talvez devesse mudar de
emprego. Um estudo conduzido por pesquisadores da
Universidade da Pensilvânia e publicado nessa semana no Journal
of Neuroscience mostrou que o hábito de ficar acordado por muito
tempo pode levar à perda irreversível de neurônios cerebrais.
A área do cérebro afetada é o locus coeruleus, que ajuda na
cognição e na resposta ao estresse. Como produz a substância
noradrenalina, a região também influi no humor e na ansiedade.
Para a neurocientista Sigrid Veasey, uma das responsáveis pela
pesquisa, a ideia de que é possível compensar as horas de sono
perdidas com um longo período de descanso depois não passa de
um mito. "Talvez o dano cerebral já tenha ocorrido", afirma.
A pesquisa mostra, pela primeira vez, que existem riscos para a
saúde do hábito de ficar acordado por muito tempo. "Não se
acreditava até agora que o cérebro pudesse sofrer danos irreversíveis
por conta da falta de sono", disse a pesquisadora.
Para fazer o estudo, os pesquisadores analisaram ratos após
períodos de sono normais. Depois, compararam os resultados
obtidos com ratos que estavam em períodos de curta vigília e de
vigília prolongada.
O grupo que costumava ficar acordado por mais tempo perdeu
cerca de 25% dos neurônios do locus coeruleus. O problema não foi
notado nos ratos que ficavam sem o sono por um curto período,
mas naqueles que tinham como hábito permanecer longo tempo
acordados.
Agora os pesquisadores planejam estudar trabalhadores que são
expostos a rotinas nas quais não é possível manter um sono
regular e frequente.
DORMIR MAIS PARA EMAGRECER - Pessoas interessadas em
manter a forma devem se preocupar com a duração do sono. É o
que sugere um estudo publicado pelo periódico "Sleep Medicine",
da Associação Mundial de Medicina do Sono. A pesquisa utilizou
como amostragem 1.042 indivíduos de ambos os sexos, com
idades variando de 20 a 80 anos. Foram coletados dados como
tempo de sono, medidas do corpo e peso. Além disso, testes
realizados permitiram a medição da qualidade enquanto os
participantes dormiam. Analisando os resultados, os cientistas
fizeram a seguinte associação: pessoas que dormem menos
possuem mais chance de terem índices maiores de massa
corporal e circunferência de abdômen e pescoço
DORMIR (OU NÃO) CAUSA PROBLEMAS NO CORAÇÃO - Os
efeitos do número de horas dormidas são temas recorrentes em
muitos estudos. Um grupo de cientistas da Sociedade Européia de
Cardiologia utilizou as bases de dados de diversas bibliotecas
médicas para fazer um levantamento que uniu 15 pesquisas,
totalizando uma amostragem de 474.684 indivíduos, entre homens
e mulheres. Com essas informações, eles traçaram um paralelo
entre tempo de sono e morbidade e mortalidade por doenças
coronárias, enfarte e outras doenças cardíacas. A conclusão?
Tanto dormir pouco quando o excesso de sono são vistos como
predecessores ou marcadores de complicações cardiovasculares
EXERCÍCIO PARA DORMIR MELHOR - Outro ponto de muito
interesse é a relação entre qualidade de sono e exercícios físicos.
Uma meta-análise conduzida em conjunto pela Universidade de
Pittsburgh e a Universidade da Carolina do Sul, ambas nos
Estados Unidos, investigou os efeitos de atividades físicas
supervisionadas na melhora do quadro de apneia do sono,
desordem caracterizada pela obstrução da respiração quando o
indivíduo está dormindo. Os cientistas analisaram diversos estudos
sobre o tema e identificaram estatisticamente que a prática regular
de exercícios é capaz de reduzir a severidade da apneia do sono,
mesmo nos casos em que há mínimas alterações no peso do
paciente. A descoberta foi publicada no periódico Lung e pode
significar uma boa opção para o controle dessa condição
EXERCÍCIO À NOITE FAZ BEM - Ainda na questão da relação
entre exercícios físicos e sono, um estudo da Sociedade de
Pesquisa em Psicofisiologia investigou se jovens não estariam
prejudicando sua qualidade de sono ao praticar esse tipo de
atividades antes de dormir. Para tanto, os cientistas estudaram 17
jovens saudáveis considerados "bons dormidores", sem nenhum
problema ou condição que por si diminuísse a qualidade do sono.
Após realizar testes e monitoramentos em cinco dias não
consecutivos eles constataram que os exercícios não tiveram
efeitos negativos, pelo contrário, melhoraram o padrão e a
eficiência de sono desses indivíduos, inclusive na fase REM
DORMIR LIMPA O CÉREBRO - Uma noite bem dormida pode
trazer benefícios para o cérebro. É o que sugere um estudo
realizado pela divisão de Neuromedicina da Universidade de
Rochester, em Nova York, publicado pelo periódico "Science". Os
pesquisadores utilizaram ratos para mostrar, pela primeira vez, que
os espaços entre as células do cérebro pode aumentar durante o
sono. Essa expansão seria vital para nosso corpo, já que permitiria
uma limpeza mais eficiente das toxinas que se acumulam durante
as horas acordado. Se os mesmos resultados puderem ser
confirmados em humanos, as horas de sono terão uma
importância além da formação de memória, sendo vitais para a
manutenção química do nosso cérebro
DORMIR MELHORA FUNCIONAMENTO DOS NEURÔNIOS Outra descoberta sobre o poder e a importância do sono para o
bom funcionamento do nosso cérebro foi publicada no "Journal of
Neuroscience", publicação da Sociedade de Neurociência. No
estudo, pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison
descobriram que o cérebro adormecido aumenta a produção de
células vitais para o reparo e o crescimento da bainha de mielina,
revestimento que assegura a funcionalidade dos nossos neurônios.
A chave para esse processo está na síntese de células chamadas
precursoras de oligodendrócitos. Essa produção é ampliada
durante as horas de sono, enquanto o estado de alerta é marcado
por desenvolver genes responsáveis pela morte de células. Esse
tipo de conhecimento pode ser de grande importância para o
desenvolvimento de métodos mais eficientes de prevenção e
combate de doenças como a esclerose múltipla, ocasionada pela
degradação da bainha de mielina
EXERCÍCIOS DE FONO PARA DORMIR - Em um estudo
realizado no Laboratório do Sono, Instituto do Coração da
Universidade de São Paulo (USP), cientistas descobriram mais um
aliado no tratamento da apneia do sono, obstrução da respiração
quando o indivíduo está adormecido. Segundo os dados da
pesquisa, pacientes de apneia moderada conseguiram reduzir em
39% a severidade do distúrbio após três meses de exercícios
orofaríngeos, realizados em sessões com fonoaudiólogos. A
solução simples tem como chave o fortalecimento dos músculos
envolvidos na respiração, atividade que possibilita uma melhora
significativa na qualidade de sono
FICAR SEM DORMIR AFETA SISTEMA IMUNOLÓGICO - Para
entender a importância de uma noite bem dormida, muitos
pesquisadores costumam utilizar a privação do sono em seus
estudos. Dessa forma, é possível entender como o organismo se
comporta em situações em que é impedido de descansar.No
estudo publicado pela revista "Innate Immunity" os cientistas
investigaram o impacto de duas noites sem dormir e quatro noites
de privação do sono REM, estágio em que ocorrem os sonhos. Os
testes realizados com 30 voluntários saudáveis demonstraram que
as duas formas de privação afetaram o sistema imunológico dos
pacientes. Foi constatado um aumento no número de células de
defesa, uma característica de quadros infecciosos, indicando que o
corpo dos voluntários entendeu que estava sob algum tipo de
ameaça. No grupo privado do sono REM, os dados apontaram
uma diminuição da imuglobina A, uma proteína presente na
secreção das mucosas envolvida na proteção contra a invasão de
doenças. Essa descoberta explica a relação entre a má qualidade
de sono REM e a maior suscetibilidade a gripes e resfriados, por
exemplo
DORMIR POUCO E DE DIA MATA NEURÔNIOS- Em outro
estudo, publicado pelo "Journal of Neuroscience", os cientistas
identificaram que a privação de sono crônica pode ter efeitos ainda
mais graves para a saúde. A investigação utilizou experimentos em
camundongos e simulou um padrão de sono considerado ruim,
mas que é comum em pessoas que trabalham em turnos noturnos
e conseguem dormir apenas quatro ou cinco horas durante o dia.
Analisando os resultados obtidos, os pesquisadores identificaram
que as cobaias chegaram a perder até 25% dos neurônios de uma
parte do cérebro chamada de tronco cerebral. O estudo é a
primeira evidência de que noites mal dormidas podem levar à
morte de células cerebrais. Mais experimentos devem ser
realizados para investigar quais seriam as extensões desses
danos em humanos
MASSAGEM MELHORA SONO NA MENOPAUSA - Além dos
conhecidos "calores", as alterações hormonais características da
menopausa também são responsáveis por causar alterações na
qualidade de sono de muitas mulheres, levando a episódios de
insônia. Pesquisadores dos departamentos de Psicobiologia e
Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
descobriram um novo possível aliado para uma boa noite de sono:
a massagem. O estudo, publicado pela Sociedade Internacional de
Menopausa, analisou os efeitos da massagem terapêutica
utilizando 44 voluntárias. Os dados coletados levaram em conta a
severidade da insônia e um questionário de qualidade de vida na
menopausa. A conclusão dos cientistas foi de que a massagem
conseguiu melhorar a sintomas de ansiedade e depressão, além
de diminuir a insônia das mulheres que apresentavam dificuldade
na hora de dormir
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