www.fisicaexe.com.br Um disco de raio a está carregado uniformemente com uma carga Q. Calcule o vetor campo elétrico num ponto P sobre o eixo de simetria perpendicular ao plano do disco a uma distância z do seu centro. Dados do problema • • • raio do disco: carga do disco: distância ao ponto onde se quer o campo elétrico: a; Q; z. Esquema do problema O vetor posição R vai de um elemento de carga do disco d q até o ponto P onde se deseja calcular o campo elétrico, o vetor r q localiza o elemento de carga em relação à origem do referencial e o vetor r p localiza o ponto P, assim pela figura 1-A R = rp − r q figura 1 Pela geometria do problema devemos escolher coordenadas cilíndricas (figura 1-B), o vetor r q, que está no plano-xy, é escrito como r q = x i y j e o vetor r p só possui componente na direção k, r p = z k , então o vetor posição será R = z k− x i y j (I) R = −x i−y jz k Da expressão (I) o módulo do vetor posição R será 2 2 2 R = x y z 2 R = x 2 y 2 z 2 1 2 (II) onde x, y e z, em coordenadas cilíndricas, são dados por x = r cosθ , y = r sen θ 1 , z=z (III) www.fisicaexe.com.br Solução O vetor campo elétrico é dado por ∫ dqR RR 1 4 π 0 1 E= 4 π 0 E= 2 R ∫ dq R (IV) 3 Da expressão da densidade superficial de carga (σ) obtemos o elemento de carga d q dq dA dq = d A = (V) onde d A é um elemento de área de ângulo d θ do disco, assim pela figura 3 d A= r dr dθ (VI) figura 2 substituindo (VI) em (V) dq = r dr dθ (VII) substituindo (I), (II) e (VII) em (IV), e como a integração é feita sobre a superfície do disco (depende de duas variáveis r e θ) temos uma integral dupla E= 1 4 π 0 r dr dθ ∫∫ 1 3 2 2 −x i− y jz k [ x y z ] 1 r dr dθ E= −x i− y j zk 4 π ∫∫ 2 2 (VIII) 3 0 x 2 y 2 z 2 2 substituindo as expressões de (III) em (VIII), vem E= 1 4 π 0 ∫∫ 1 E= 4 π 0 1 E= 4 π 0 r dr dθ ∫∫ 2 r drdθ [r ∫∫ r E= 3 2 2 −r cos θ i−r sen θ jz k [ r cos θ r sen θ z ] 2 2 1 4 π 0 2 2 cos θr sen θz r drdθ [ 2 2 2 2 cos θsen θ 1 3 2 2 ] 3 2 ] z −r cos θ i−r sen θ jz k 2 −r cos θ i−r sen θ jz k ∫∫ r d r d θ −r cos θ i−r senθ jz k 3 r 2 z2 2 Como a densidade de carga σ é constante e a integral não depende de z, depende de r e θ, ela podem “sair” da integral, e sendo a integral da soma igual a soma das integrais podemos escrever E= ∫∫ r − 4 π 0 2 cos θ d r d θ 3 2 2 r 2z ∫∫ r i− 2 2 sen θ d r d θ 3 2 2 r 2z ∫∫ z r d r d θ k j 3 r 2 z 2 2 www.fisicaexe.com.br Os limites de integração serão de 0 a a em d r (ao longo do raio do disco) e de 0 e 2π em d θ (uma volta completa no disco), e como não existem termos “cruzados “ em r e θ as integrais podem ser separadas a ∫ E= − 4 π 0 0 2 2 r dr r 2 z 3 2 2 π a ∫ cos θ d θ i −∫ 0 0 2 2 r dr r 2 z 0 3 2 2 π a ∫ senθ d θ j z∫ 0 0 2 r dr r 0 2 z 3 2 2 π ∫dθ k 0 2π integração de ∫ cosθ d θ 0 1.º método 2π 2π ∫ cosθ d θ = sen θ ∣0 = sen 2 π−sen 0 = 0−0 = 0 0 2.º método O gráfico de co-seno entre 0 e 2π possui uma área π 3π “positiva” acima do eixo-x, entre 0 e e entre e 2π, e 2 2 π 3π uma área “negativa” abaixo do eixo-x, entre e , estas 2 2 duas áreas se cancelam no cálculo da integral, sendo o valor da integral zero. 2π integração de ∫ sen θ d θ 0 1.º método 2π 2π ∫ sen θ d θ = −cosθ ∣0 = −cos2 π−cos0 = −1−1 = 0 0 2.º método O gráfico do seno entre 0 e 2π possui uma área “positiva” acima do eixo-x, entre 0 e π, e uma área “negativa” abaixo do eixo-x, entre π e 2π, estas duas áreas se cancelam no cálculo da integral, sendo o valor da integral zero. nas direções i e j Observação: as duas integrais, nas direções i e j, que são nulas representam o cálculo matemático para a afirmação que se faz usualmente de que as componentes do campo elétrico paralelas ao plano-xy ( d EP ) se anulam. Apenas as componentes normais ao plano ( d EN ) contribuem para o campo elétrico total (figura 3 abaixo). Como as integrais em seno e co-seno são nulas não é preciso fazer a integral do raio . a Integração de ∫ 0 r dr 3 r 2z 2 2 3 www.fisicaexe.com.br fazendo a mudança de variável 2 u = r z 2 d u = 2r d r ⇒ d r = du 2r fazendo a mudança dos extremos de integração para r = a temos u = a2 z 2 para r = 0 temos u = 0 2 z2 ⇒ u = z 2 a 2z 2 ∫ z 2 a 2 z 2 ∫ r du 1 ⇒ 3 2 r 2 u2 z u 1 1 u du ⇒ 3 2 3 − 1 u2 2 2 2 a z 1 ⇒− 1 2 − 3 1 2 ∣ 2 ⇒− z2 1 2 a z 2 a 2z 2 ∣ − 1 u ⇒ 2 −3 2 2 z2 1 z −32 2 2 ⇒ a 2 z2 ∣ −1 2 1u ⇒ 2 1 − 2 z2 ∣ a2 z2 ⇒ −u z2 1 1 − z a2 z 2 2π integração de ∫ dθ 0 2π ∫ d θ = θ∣ 2π 0 = 2 π−0 = 2 π 0 figura 4 figura 3 E= [ 1 1 0 i −0 j z − 4 π 0 z a 2 z 2 E= [ 1 1 z − 4 π 0 z a 2 z2 E= z 1 1 − 2 0 z a 2 z 2 4 ] 2π k ] 2π k k −1 2 a 2z 2 ∣ z2 ⇒