Conhecimento da população do Alto Uruguai catarinense sobre

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51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
[email protected]
Palavras- chave: organismos geneticamente modificados,
consumidores, opinião pública, biotecnologia
Araldi-Favassa, CT1; Techio, VH1; Finger, JR1
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Universidade do Contestado – UnC, Concórdia-SC.
Conhecimento da população
do Alto Uruguai catarinense sobre
organismos geneticamente modificados
A percepção dos consumidores sobre biotecnologia é influenciada por uma série de fatores, tais como:
preocupação com o meio ambiente e com a saúde, interesses políticos e econômicos e diferentes
posicionamentos setoriais. As opiniões e percepções tendem a mudar em um curto período de tempo,
como resposta aos intensos debates e crescente número de publicações nessa área. O objetivo dessa
pesquisa foi verificar o conhecimento da população dos três mais populosos municípios do Alto Uruguai
Catarinense sobre os organismos geneticamente modificados (OGMs). Para coleta de dados foi aplicado,
aleatoriamente, um questionário para uma amostra constituída de 555 pessoas, sendo 397 de Concórdia,
104 de Seara e 54 de Irani. Os resultados mostraram que a maioria da população já ouviu falar sobre
transgênicos, sendo que 65,2% citaram ter acesso às informações positivas e negativas sobre o tema, e
83,1% mencionaram estar pouco informados. O alto índice de indivíduos que obtiveram informação
em ambos os níveis (positivas e negativas), reflete a dimensão polêmica do tema, pois diferentes
“correntes”, à sua maneira, defendem suas posições, o que pode ser exemplificado pelas divergências
entre ambientalistas e geneticistas e pela polarização da discussão entre os Ministérios da Agricultura
e do Meio Ambiente. Ao analisar comparativamente os dados da pesquisa, verificou-se que não houve
compatibilidade entre o fato de as pessoas terem ouvido falar de transgênicos (99%) e a emissão de
um conceito sobre o tema, pois 98,2% dos entrevistados emitiram um conceito inadequado. Entre
os indivíduos com ensino superior (44,7%), 85 não souberam definir OGMs, demonstrando que o
nível de escolaridade não implica em ter discernimento sobre o tema, o que é compreensível pela
complexidade e por tratar-se de uma área especializada da biologia. Em relação à preocupação com o
uso e a comercialização, a maioria fez referência à saúde e ao meio ambiente e 66% utilizariam alimentos
modificados geneticamente e medicamentos obtidos via engenharia genética. O principal motivo pelo
qual se acredita que o público tenha preocupações nessas áreas está relacionado ao fato de se tratar de
uma tecnologia recente, cujos riscos e benefícios ainda não estão totalmente esclarecidos. Os resultados
obtidos nessa pesquisa diferem daqueles apresentados pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública
e Estatística (IBOPE), em 2001 e realizados pela ABE junto à Comunidade Européia, em 2002. O
conjunto de dados obtidos revela que a população dos três municípios ainda carece de esclarecimentos
sobre o conceito, as vantagens e desvantagens dos organismos geneticamente modificados.
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