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Discurso proferido pelo Deputado sobre.
os organismos geneticamente modificados
também conhecidos como Transgênicos.
Discurso proferido pelo Deputado
Dr. HELENO (PSDB-RJ),
na sessão de de maio de 2003.
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,
Gostaria de, nesta vinda ao plenário desta Casa,
tecer
alguns
comentários
sobre
os
organismos
geneticamente modificados (OGMs), frutos da engenharia
genética criada pela moderna biotecnologia, e que são
também conhecidos como Transgênicos.
Um
organismo
é chamado de
transgênico
quando se faz uma alteração no seu DNA – que contém as
características de um ser vivo. Por meio da engenharia
genética, genes são retirados de uma espécie animal ou
vegetal e transferidos para outra. Com isso esses novos
genes quebram a seqüência de DNA, que sofre uma espécie
de reprogramação produzindo um novo tipo de substância
diferente da que era produzida pelo organismo original.
Tem crescido muito a preocupação com a ética e
os riscos envolvendo essa alteração, isto porque os genes ao
serem
transferidos para uma outra
espécie que não se
relacionam, como genes de animais em vegetais, de
bactérias em plantas e até de humanos em animais não
podem ser controlados completamente, podendo causar uma
série de resultados inesperados ao afetarem outros genes do
organismo receptor.
A descoberta dos transgênicos tem feito com que
a engenharia genética tomasse com alvo os alimentos mais
importantes. Assim sendo o milho, a soja, o algodão a canola
e a batata tiveram variedades desenvolvidas em laboratórios
e já são cultivadas em muitos países no ramo da agricultura
comercial, notadamente na Argentina, Canadá, China e
alguns países da Europa.
Temos observado que a engenharia genética
continua a criar novas formas de vida sem se preocupar com
os sérios riscos que esses produtos poderão causar ao meioambiente e aos seus consumidores, uma vez que os testes
para a comprovação de sua segurança são ainda muito
superficiais.
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Há indícios de que os transgênicos possam
aumentar as alergias. Isso foi constatado pelo Laboratório de
York, no Reino Unido, quando verificou que as alergias à soja
aumentaram 50% naqueles país de pois da comercialização
da soja transgênica.
Existe, também, grande preocupação com o fato
de que os produtos transgênicos poderiam provocar certas
resistências antibiótica, uma vez que atingindo o gene
resistente uma bactéria nociva, pode conferir-lhe imunidade
ao antibiótico, isso aumentaria ainda mais a lista de
problemas médicos relacionadas às doenças ligadas à
bactérias imunes.
O mundo se encontra diante de um dilema com
relação aos transgênicos. É evidente que, até que se prove o
contrário, eles possam vir a causar danos ao nosso
organismo e ao próprio meio-ambiente, uma vez que ainda
não conhecemos os resultados que essa nova cadeia de
combinação poderá trazer. Não obstante a engenharia
genética tenha feito alguns testes para a comprovação de
sua segurança, eles ainda são muito superficiais, não
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trazendo, portanto, a segurança necessária ao seu plantio e
consumo.
Em razão disso, governos de alguns países como
a Nova Zelândia e a França vêm decretando severa guerra
contra os transgênicos. Na França já foi iniciada a destruição
de vários hectares de cultivo de soja transgênica em uma
plantação de Charleval, enquanto que na Nova Zelância o
governo anunciou que vai impedir a exploração comercial de
Organismos Geneticamente Modificados – OGMs, no país
por
mais
dois
anos,
suspendendo
até
os
testes
experimentais.
No Brasil uma Medida Provisória editada pelo
atual governo permitiu a comercialização da safra recém
colhida, permanecendo, entretanto, a proibição do cultivo
desses produtos.
Mas quem na realidade ganhará com a produção
dos transgênicos?, sinceramente ainda é muito cedo para
dizer, exatamente, quem se beneficiará dos produtos dessa
nova tecnologia, se as Multinacionais Agroquímicas ou as
Empresas de Ciência de Vida. Há um argumento muito forte
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de que esses produtos aumentam a produtividade e que
seriam ideais para os pequenos agricultores dos países em
desenvolvimento. Por outro lado essas corporações químicas
estão patenteando genes usados na produção desses novos
organismos, com isso, no futuro as sementes só estariam
disponíveis para aqueles que efetuassem os pagamentos dos
chamados “royalties anuais”. As Empresas de Ciência da
Vida estão cientes de que
as patentes dessas sementes
trarão grande lucros e o que é mais grave, um controle sobre
a produção mundial de alimentos.
O problema aí está, e esta Casa já está sendo
chamada para emitir o seu parecer. É preciso buscar
fundamentos que não se encontrem calcados apenas em
lucro mas, que visem uma vida saudável para o meioambiente e para aqueles que o habita.
Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado.
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