1 cidadania para qualidade de vida na terceira idade

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CIDADANIA PARA QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE: UM ESTUDO
NO CENTRO DE CONVIVÊNCIA EM TOBIAS BARRETO/SE
GT10 PRÁTICAS INVESTIGATIVAS NO ENSINO SUPERIOR
Gênica Louise Teles dos Santos¹
Soane Maria Santos Menezes Trindade Silva²
RESUMO
O envelhecimento populacional vem crescendo cada vez mais, sendo este caracterizado como um
fenômeno mundial, que requer respostas urgentes tanto da sociedade como do poder público. A
pesquisa tem como objetivo geral analisar a viabilização dos direitos de cidadania para a melhoria da
qualidade de vida dos idosos, bem como a atuação do Serviço social frente a essa causa, e como
objetivos específicos: Identificar as possibilidades de viabilização de ações de cidadania e qualidade
de vida e descrever o perfil socioeconômico dos idosos que frequentam o Centro, sendo essa análise
voltada para os idosos do Centro de Convivência Fonte de Experiência e Sabedoria.
Palavras-chave: Cidadania. Políticas Públicas. Qualidade de Vida.
ABSTRACT
The aging population is growing increasingly being characterized as a global phenomenon that
requires urgent responses of both the society as the government. The research aims at analyzing the
feasibility of citizenship rights and improving the quality of life of the elderly, as well as the role of
social service to forward this cause, and specific objectives: Identify the possibilities of enabling
actions of citizenship and quality life and describe the socioeconomic profile of older people who
attend the center, and this analysis focused on the elderly living Center Source of Experience and
Wisdom.
Keywords: Citizenship. PublicPolicy. Quality of Life.
INTRODUÇÃO
A cidadania e a qualidade de vida na terceira idade necessitam serem salientados entre
os estudiosos, para que o grande contingente de idosos que existem e que irão existir nos
¹. Assistente Social pela Faculdade José Augusto Vieira – Fjav [email protected]
². Mestranda em Educação pela Universidade Tiradentes – UNIT. Assistente Social - Professora da
Faculdade José Augusto Vieira – FJAV Lagarto–SE. [email protected].
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próximos anos sejam incluídos socialmente, tendo sua cidadania efetivada e como
consequência uma melhoria na qualidade de vida através de ações para esse fim. Os estudos
mostram que o Brasil ocupará a posição de sexta nação com o maior número de idosos. O
Brasil está envelhecendo, segundo (BERZINS, 2003) as projeções apontam para o ano de
2050 uma população idosa que deverá superar a população menor de 14 anos. Segundo dados
do IBGE a expectativa de vida em 2007 era de 72,7 anos. E no ano de 2010 de acordo com o
mesmo a expectativa de vida aumentou para 73,2. Diante do contexto histórico em que
vivemos, faz-se necessário um olhar mais atento sobre o segmento idoso, para que esta
expectativa de vida continue a crescer.
Dessa maneira e a partir desse fenômeno que vem acontecendo não só no Brasil, mas
no mundo inteiro, é que se fazem necessários a inclusão e a valorização do idoso. Assim,
torna-se segundo Mendes e Belline (2004), um desafio que requer respostas urgentes da
sociedade, principalmente dos profissionais que trabalham com o público idoso.
Portanto essa pesquisa tem como objetivo geral analisar a viabilização dos direitos de
cidadania para a melhoria da qualidade de vida dos idosos, bem como a atuação do Serviço
social frente a essa causa. Sendo essa análise voltada para o Centro dos idosos, Fonte de
Experiência e Sabedoria Tobias Barreto – SE. A problemática da pesquisa foi identificar quais
as possibilidades de viabilização de ações de cidadania para a qualidade de vida no Centro de
Convivência?
Para isso foram desenvolvidos os seguintes objetivos específicos: Identificar as
possibilidades de viabilização de ações de cidadania para a qualidade de vida e descrever o
perfil socioeconômico dos idosos que frequentam o Centro de Convivência Fonte de
Experiência e Sabedoria. Aplicando como metodologia para conhecer o universo pesquisado a
pesquisa bibliográfica e documental e como técnica de pesquisa de campo a entrevista. Assim,
inspira-se no Estudo de Caso e segue a orientação das abordagens qualitativas, que segundo
Minayo (2009) é um tipo de pesquisa que possui três etapas: 1ª fase exploratória; a 2ª trabalho
de campo já mencionado acima, e 3ª analise e tratamento do material empírico e documental,
sendo que este último não foi utilizado nessa pesquisa. A pesquisa qualitativa permiti que o
pesquisador descubra os códigos sociais a partir das falas, símbolos e observações.
Seu delineamento contempla a abordagem a sujeitos protagonistas da experiência em
análise (idosos) – que foram abordados mediante entrevistas, ao lado da permanente revisão
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da literatura centrada no marco teórico da pesquisa.Adotou-se a entrevista, visando o sujeito
relatar suas experiências. Nesse sentido, a entrevista, funciona como aprendizagem, a partir da
reconstituição da trajetória pessoal do sujeito, no processo do relato de experiências.
Será através de ações que incluam o idoso nos aspectos da saúde, trabalho, educação e
lazer, ou seja, no exercício da sua cidadania que haverá uma melhoria nas condições de vida
dessas pessoas. E considerando que o Centro de Convivência “Fonte de Experiência e
Sabedoria” pode ser mais que um espaço de lazer, podendo-se transformar em um espaço de
ações que abarquem a efetivação dos direitos previstos nos marcos legais que serão
apresentados posteriormente neste trabalho.
Deste modo a pesquisa em pauta tem grande relevância, pois vem mostrar quais as
ações que contribuem para inclusão e como as políticas públicas atendem às necessidades da
demanda existente no município, e com isso mostrar o que precisa ser feito por meio do
poder público, da família e da sociedade para a inclusão social e bem estar desses cidadãos
que serão maioria em nossa sociedade nos próximos anos, pois são os estudos e pesquisas
realizadas que contribuem para as alternativas e mudança nos contextos sociais.
CIDADANIA NA TERCEIRA IDADE: CONQUISTAS DE DIREITOS
A cidadania é um processo histórico que se modifica em cada período, a depender do
seu contexto. Segundo Couto (2006), os direitos civis e políticos são exercidos pelo homem
individualmente e têm como princípio opor-se à presença do Estado para o seu exercício, os
direitos sociais são exercidos pelo homem por meio da intervenção do Estado que é quem
deve provê-los. Os direitos sociais foi o último a ser conquistado surgiu em meio à situação
de desigualdade causada pelo sistema capitalista que explora o trabalhador, que além de ser
mal remunerado vivia no começo da era industrial numa condição indigna e insalubre, como
também este direito abarca os desempregados que não tem meios para sustentar a família.
Este surgiu através das manifestações dos trabalhadores.
Foram muitas as barreiras para a construção do direito à cidadania, e os movimentos
sociais tiveram grande influência, por suas grandes conquistas democráticas ultrapassando a
noção de cidadania apenas como o direito de votar e ser votado, sendo incutida nos cidadãos a
ideia de direitos no seu sentido completo com os direitos políticos, sociais e civis. Os
movimentos sociais progressistas segundo Gohn (2007) atuam segundo uma agenda
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emancipatória, realizam diagnósticos sobre a realidade social e constroem propostas. Atuando
em redes, articulam ações coletivas que agem como resistência a exclusão e lutam pela
inclusão social.
No que profere aos direitos conquistados para terceira idade um dos avanços
relevantes foi a inclusão dos direitos da pessoa idosa na constituição, o qual será mencionado
mais adiante, pois esse contingente populacional cada vez mais merece um olhar mais atento
da sociedade. Assim os estudos voltados para essa temática estão sendo relevantes e
fortemente discutidos na medida em que esclarecem sobre os aspectos biológico, psicológico
e social.
Mas, quando se pode considerar que uma população é envelhecida? Nesse sentido,
Berzins afirma que “É aceito entre os estudiosos que uma população seja considerada
envelhecida quando a proporção da população acima de 65 anos oscile entre 8 e 10% da
população total” (BERZINS 2003, p.22). A organização das Nações Unidas (1985) considera
como idosa a população de 60 anos e mais, porque é em torno dessa idade que se acentuam as
transformações biológicas típicas da terceira fase da vida.
O aumento crescente da expectativa de vida a qual eleva o envelhecimento
populacional tem como causas a queda na taxa de fecundidade, devido à incorporação da
mulher no mercado trabalho e da queda na taxa de mortalidade. A evolução da ciência
também tem grande contribuição, como: o surgimento da geriatria ramo da medicina que trata
as doenças que podem acometer os idosos e outro motivo foi à melhoria da política pública de
saúde.
Assim, faz–se necessário que este aumento da população idosa seja acompanhado de
melhorias na qualidade de vida desta, seja dentro do seio familiar, perante a sociedade e
através do poder público, onde haja uma preparação no sentido de acolher este público sem
preconceito e sem discriminação e com ações que visem à inclusão social. Diante da
contribuição que estes idosos trouxeram e trazem para a nossa cultura e transmissão de
valores entre as gerações é que se reafirma a necessidade de mudanças concretas e imediatas.
Segundo Costa (2007, p.35), “O envelhecimento corresponde ao período em que geralmente
as pessoas podem se sentir desvalorizadas, porque a sociedade privilegia a juventude em
detrimento da velhice”.
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De acordo com Silva (2008 p 158), “a noção de velhice como etapa diferenciada da
vida surgiu no período de transição entre os séculos XIX e XX [...].” A preocupação com tal
definição é recente, sendo que a pioneira foi a Alemanha. Foi nesse país que se iniciou um
estudo especializado sobre a velhice, mas precisamente em 1939. A velhice nas primeiras
interpretações era diretamente ligada à morte, fazendo da fase da velhice algo ruim,
provocando tristeza, isolamento social e a não aceitação desta fase da vida.
Existem alguns signos atrelados à velhice, por exemplo, senescência que está ligado ao
envelhecimento biológico, e a senilidade ao envelhecimento acompanhado de doença. É
perceptível que o que mais dificulta a vida dos idosos são os preconceitos, onde as pessoas
julgam que alguém é incapaz por não mais trabalhar, por estar aposentado, ou por causa das
doenças que os acometem, mas essas doenças é algo que pode ser evitado através de uma vida
mais salutar. Todos esses fatores negativos causam um medo em envelhecer por estar ciente
da discriminação que irá sofrer.
Portanto, “O surgimento da categoria terceira idade é considerado, pela literatura
especializada, uma das maiores transformações por que passou a historia da velhice [...]”
(SILVA 2008 p 161) antes entendida como decadência física e invalidez, momento de
descanso e quietude no qual imperavam a solidão e o isolamento afetivo, passa a significar o
momento do lazer, propício à realização pessoal que ficou incompleta na juventude, à criação
de novos hábitos, hobbies e habilidades e ao cultivo de laços afetivos e amorosos alternativos
à família, conforme apresentado por Silva (2008).
Assim a velha designação, não é mais adequada para nomear esses jovens senhores e
seu novo estilo de vida. Surge desse modo a denominação idoso, mais respeitosa,
ultrapassando o termo velho, pejorativo utilizado para designar, sobretudo os velhos pobres.
A partir da década de 60, o termo velho começa a desaparecer da redação dos documentos
oficiais franceses.
Como contribuição para um novo olhar sobre o envelhecimento surge a “gerontologia
que estuda do processo do envelhecimento, com base nos conhecimentos oriundos das
ciências biológicas, psicocomportamentais e sociais” (SANTOS 2003 p 77). Esta não só
corrobora como passa a estimular a adoção do novo estilo de vida da terceira idade,
divulgando os benefícios que seriam decorrentes do engajamento dos sujeitos nesse novo
modo de envelhecer (SILVA, 2008).
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Para esse novo estilo de entender a fase do envelhecimento, Côrte, Mercadante e
Arcurí (2006) ilustram a denominação de idoso como um tipo de indivíduo, um segmento
social por ele representado. Ao mesmo tempo em que o crescimento da população idosa é
uma conquista, torna-se também um desafio, e faz - se necessário que estes sejam mais
assistidos através das políticas públicas tendo os direitos de cidadania garantidos e é nesse
momento que aparece o grande desafio, pois sendo o Brasil um país extremamente desigual
corre-se o risco de haver uma exclusão social desse segmento. Embora tenha havido grandes
conquistas sociais.
A cidadania na terceira idade se consolidou devido à preocupação com o fenômeno do
envelhecimento, desse modo foram realizados, conforme Rosa Mendes e Ramos Desaulniers
(2002), no fim da década de 70 e durante a de 80, vários seminários regionais e nacionais para
o estudo do envelhecimento, criando - se, em 1987, a Associação Nacional de Gerontologia.
Através dos movimentos da sociedade brasileira foram sendo definidas as políticas
sociais e implantados programas em benefício da terceira idade nas três esferas de governo.
Sendo uma das conquistas talvez a mais importante, a promulgação da constituição de 1988
que em seu artigo 230 determina: “A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar
as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e
bem estar e garantido – lhe o direito à vida” (Brasil, 1988).
Ainda segundo Rosa Mendes e Ramos Desaulniers (2002), entre os marcos legais é
importante citar a Lei Orgânica da Assistência Social que tem como um dos objetivos em seu
artigo 2º, inciso I a proteção à família, à maternidade, à infância à adolescência e a velhice e
no inciso V- garantia de 1(um) salário mínimo de beneficio mensal a pessoa portadora de
deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção ou de
tê -la provida por sua família. Também, de acordo Camarano e Pasinato (2004), foi a partir
dessa Lei que foram estabelecidos programas e projetos de atenção ao idoso em coresponsabilidade nas três esferas de governo. Outro marco foi à criação da Política Nacional
do Idoso em 1994, pela Lei nº 8.842 (Brasil, 1994) regulamentada dois anos apos pelo decreto
1.948 (Brasil, 1996). Esta além de garantir direitos sociais, define condições para promoção
da autonomia e participação social.
É valido destacar alguns dos direitos garantidos por outra conquista que foi o estatuto
do Idoso como no artigo 21 que “Determina que o Poder público crie oportunidade de acesso
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do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados”, Lemos e Zagaglia (2004). No artigo 50 de que trata esta lei,
no inciso VII oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas, destaca - se as
modalidades não asilares como os centros de convivência que devem ter uma infra - estrutura
que permita a frequência dos idosos e de suas famílias. Usufruindo das programações que
visem promover a sociabilidade, o desenvolvimento de habilidades, a informação,
atualização, atividades educacionais artísticas, esportivas e de lazer, entre outras Lemos e
Zabaglia (2004).
Foi um longo caminho para construção da legislação para amparar e garantir a
cidadania da pessoa idosa. E a sociedade organizada em movimentos, na pressão sobre os
parlamentos e pela incorporação da democracia participativa, teve grande contribuição
mostrando que o poder da democracia torna- se mais forte quando os sujeitos se unem em um
único objetivo para transformar determinadas realidades. Desse modo para que possa haver
um progresso da qualidade de vida e na inclusão social dos idosos se faz necessário uma
ampliação das políticas públicas voltadas para o público em questão.
TERCEIRA IDADE E AS POLÍTICAS PÚBLICASNO BRASIL
Para salientar a origem da proteção social no Brasil, bem como as direcionadas aos
idosos, Camarano e Pasinato (2004), comentam que as origens do sistema de proteção social
no Brasil remontam o período colonial. Vale ressaltar que as políticas públicas brasileiras são
resultado e influência da pressão popular, como já apresentado nesse trabalho.
Em relação às políticas voltadas para os idosos, a primeira se deu com a criação da
sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em 1961. A segunda constituiu-se na
iniciativa do Serviço Social do Comércio (SESC) na cidade de São Paulo, essa ação
revolucionou o trabalho de assistência social ao idoso, culminando em uma política
direcionada a esse público.
A primeira iniciativa do Governo Federal na assistência aos idosos incidiu em 1974
com ações preventivas realizadas em centros sociais do Instituto Nacional de Aposentadorias
e Pensões (INPS) e da sociedade civil. Outra ação foi à criação de benefícios não
contributivos: as aposentadorias para os trabalhadores rurais e a Renda Mensal VitalíciaRMV.
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Ansiliero e Costanzi (2009), explicam que é considerado idoso com proteção social
aquele que, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - PNAD
recebe beneficio de pensão ou aposentadoria, ou continua trabalhando com contribuição para
a previdência. Desse modo houve um aumento da população idosa socialmente protegida
através dos mecanismos acima citados e através de qualquer outro regime da previdência ou
da assistência social que passou de aproximadamente 74,0% em 1992, para 80,7% em 2007.
Contudo, apesar desse aumento na América Latina, prevalece um baixo grau de
proteção social dos idosos, sendo que o Brasil possui um dos níveis mais elevados da região.
Essa baixa cobertura reflete na incapacidade de modelo de desenvolvimento dos países de
construir um sistema de proteção social abrangente e adequado. Considerando todas as fontes
em 2007, 56,87 milhões de pessoas viviam em situação de pobreza, esse número chegou a
79,10 milhões quando excluídos todos os rendimentos oriundos da previdência.
Em relação à previdência é relevante sua contribuição para diminuição da pobreza
principalmente entre os idosos, mas apesar do seu caráter universal, é contributiva e nem
todos têm condições para contribuir, desse modo somente a assistência por meio do BPC não
atende ás necessidades de todos, pois seus critérios de seleção são rígidos. Com relação à
saúde do idoso foi estabelecido:
No plano de atenção a saúde em 1999 o Ministério da Saúde (MS) elaborou
a Política Nacional de Saúde do Idoso (Portaria 1.395/GM do MS). Esta
apresenta dois eixos norteadores: medidas preventivas com especial destaque
para a promoção da saúde e atendimento multidisciplinar específico para
esse contingente. (CAMARANO E PASINATO, 2004 p. 269)
Essa criação é de suma importância para uma melhoria no padrão de vida da
população idosa, pois esse público merece ter bem estar e nada melhor que prevenir as
doenças que acometem os idosos, promoção é outro fator relevante já que a saúde no país
enfrenta dificuldade na absorção das demandas existentes, o que para o segmento em questão,
em que o tempo é precioso nada mais justo que uma política voltada para estes. Portanto a
criação de política como essa é um avanço significativo na política de saúde voltada para o
público idoso, porém é preciso superar as práticas tradicionais, buscando inovações na área da
saúde e dando uma prioridade maior ao segmento em questão.
Com relação à política pública de Educação, existem programas atualmente que visam
oportunizar os idosos que não tiveram oportunidades no passado de se inserir no sistema
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educacional, como também há espaços para a continuidade dos estudos através das
Universidades Abertas para a Terceira idade que, de acordo com Nunes (2000), no ano de
1977 os técnicos do SESC fundaram a primeira escola aberta para a terceira idade. Esta é
considerada o embrião dos programas de Universidade de Terceira Idade do modo como estão
hoje constituídos. No sentido de permitir aos idosos manter-se atualizados e em interação com
pessoas que motivem estes a prosseguirem na busca pelo conhecimento. Essas iniciativas
acadêmicas articuladas com eventos excursões e palestras, atendendo as necessidades do
próprio grupo onde são passada as informações sobre os cuidados com a saúde, alimentação,
bem – estar e atividades físicas buscando melhoria na qualidade de vida.
É sabido que a educação é um direito fundamental, mas que infelizmente segundo
Scortegagna e Oliveira (2010), ainda não existe nenhuma política que referencie a educação
para a terceira idade exclusivamente. Nas legislações educacionais o idoso é visto como
adulto sem levar em consideração suas necessidades específicas. Apesar da inclusão do idoso
na Educação de Jovens e Adultos – EJA percebe-se que caracterizá-lo como adulto faz
submergir todas as suas peculiaridades, além das diferenças conceituais.
Do mesmo modo sabe-se que será somente por meio da educação que os sujeitos serão
capazes de entender o modelo de sociedade em que estão inseridos, como também terão as
condições necessárias para buscar mudanças na realidade social por meio da participação
política e consciente.
QUALIDADE DE VIDANA TERCEIRA IDADE E CONTRIBUIÇÕES DO SERVIÇO
SOCIAL
Constata - se que a qualidade de vida envolve diferentes aspectos da vida, como
também é variável, pois se modifica com o passar do tempo, quanto mais a sociedade evolui
as coisas se modificam, como os avanços na área da saúde, educação, lazer, transporte, dentre
outros, como também depende muito da forma como o individuo age frente aos obstáculos da
vida cotidiana, ou seja, trata-se de uma satisfação particular.
A partir dos anos 80, considerou-se a qualidade de vida envolvia diferentes
perspectivas entre elas a biológica, psicológica, cultural, e econômica, sendo um conceito de
multidimensionalidade e subjetividade, onde cada indivíduo avalia de forma pessoal. Em
2005, Arnaldo Ribeiro (apud Leal, 2008) referiu - se que qualidade de vida é um termo que
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surgiu como conceito de condições de vida no trabalho, como um conjunto de aspectos de
bem estar, saúde e segurança física, mental e social.
No que diz respeito a qualidade de vida na terceira idade esta é complexa, assim como
em outras etapas da vida, sendo uma consequência de uma série de fatores que juntos podem
proporcionar uma boa qualidade de vida. A transformação por que passa a sociedade tanto
pode trazer benefícios como malefícios. Na atual sociedade, regida pelo sistema capitalista,
sendo este extremamente desigual e competitivo, existe uma tendência à exclusão social de
quem já não têm condições físicas para competir com uma mão de obra cada vez mais
qualificada. No caso em questão, os idosos são substituídos pelos jovens, pois para este
sistema os idosos são considerados improdutivos, e estes que em razão da aposentadoria
deixam o trabalho, sofrem as repercussões na vida social, é o que relata Marx (apud Costa,
2007 p 60), que: “Pode - se afirmar que o homem, no mundo capitalista, esta representado
pelo trabalho”. Dessa forma além da perda de sua representação perde-se o contato com os
amigos, o que acaba causando um isolamento social que muitas vezes leva a uma depressão.
Segundo Neri (1993), a avaliação que o idoso faz de sua situação atual é outro
mediador importante de sua satisfação na vida, na maneira como este irá se comportar diante
da extensão de sua perspectiva de tempo futuro, de como valoriza seu passado, e de como faz
uso de suas possibilidades atuais. Essa satisfação pode ser proporcionada também através do
controle pessoal.
Do ponto de vista médico ou de saúde pública, a noção de envelhecimento satisfatório
consiste na otimização da expectativa de vida e na minimização da morbidade física,
psicológica e social, Fries (Apud Neri, 1993). Mas estas questões não podem ser vistas como
de responsabilidade individual, demandam políticas sociais que devem impactar os sistemas
de saúde e educação.
Portanto além dos governantes os profissionais que trabalham com esse segmento
devem lutar por ações que visem à melhoria da qualidade de vida em todo o seu curso. O
assistente social é relevante frente a essa demanda, pois tem em seu código de ética como um
dos princípios empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o
direito a diversidade, a participação de grupos socialmente discriminados e a discussão das
diferenças. Como também a defesa intransigente dos direitos.
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De acordo com (ZABAGLIA e LEMOS 2004 p. 11a14) na década de 60 e 70, os
assistentes sociais estavam presentes nos programas de asilamento e centros de convivência.
Nas décadas seguintes nas universidades abertas para terceira idade nos conselhos de idosos e
nos programas de saúde do idoso, o assistente social tem estado em evidência. Conforme
(NUNES Apud ZABAGLIA e LEMOS 2004 p. 13), o trabalho pioneiro do SESC com grupos
de convivência de idosos buscam dar significado mais positivo à velhice buscando trabalhar a
auto – estima o prazer em envelhecer por meio da realização de atividades como dança teatro,
atualização de conhecimentos entre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A PARTIR DAS REPRESENTAÇÕES DOS SUJEITOS
A pesquisa foi realizada no Centro de Convivência Fonte de Experiência e Sabedoria
da rede de Assistência Social do município de Tobias Barreto/SE no ano de 2010, onde a
partir da pesquisa bibliográfica realizada para a construção desse trabalho, percebeu-se que o
envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, o qual esta ocorrendo de forma
acelerada. Desse modo, essa questão merece que toda a sociedade, incluindo o poder público,
tenha um olhar mais atento, de modo que as nações se preparem de forma eficaz para atender
as necessidades dos idosos que irão ser maior parte da população. O Brasil como já
mencionado neste trabalho será a sexta nação com o maior número de idosos do mundo.
Juntamente com a pesquisa de campo realizada e de acordo com a problemática
apresentada no trabalho em questão, percebeu-se que existem possibilidades de ações de
cidadania e qualidade de vida neste espaço, sendo que estas estão definidas na realização de
palestras realizadas pelas assistentes sociais do Centro de Referência de Assistência Social –
CRAS I e II, onde são esclarecidos sobre os direitos dos idosos, e atualidades, como também
na mediação para a carteira do passe livre para transportes interestadual e para o Beneficio de
Prestação Continuada BPC, viagens de lazer, comemorações de datas festivas atividades
físicas por um profissional da área, jogos, e a convivência com os amigos. Dos 10 idosos
entrevistados todos expressaram felicidade e satisfação com as atividades realizadas no
Centro.
Assim, no perfil sócio-econômico dos idosos foi constatado que os mesmos são, em
sua maioria, analfabetos, e os que são alfabetizados, apenas sabem assinar o nome, sendo este
um grande problema já que durante as entrevistas percebeu-se um insuficiente conhecimento
dos mesmos sobre seus direitos e de como a participação em espaços de decisões pode
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contribuir para ampliação da sua cidadania, bem como do que significa as políticas públicas,
embora tenha sido expressado que as mesmas (políticas públicas) atendem as suas
necessidades, sendo este atendimento restrito a pequenas ações. A baixa escolaridade faz com
que os idosos sejam alienados com relação ao sistema sócio-econômico em que estão
inseridos, sendo esse um problema de grande proporção, já que os mesmos não têm condições
para lutarem pela ampliação da sua cidadania.
No que diz respeito à situação econômica, mostra-se razoável já que 90% têm casa
própria e de alvenaria, e todos são aposentados, pensionistas, ou beneficiários do Beneficio de
Prestação Continuada - BPC. Em alguns casos os idosos são responsáveis pelas despesas do
lar, pois os filhos retornaram para casa com os netos.
A dificuldade percebida a partir dos relatos dos idosos foi com relação à participação
da família nas ações realizadas no Centro, pois os mesmos expressaram não ter a permissão
de levarem seus familiares, a não ser de forma esporádica: em comemoração a aniversário,
sendo que a participação da família é de suma importância para o desenvolvimento social do
idoso e no fortalecimento dos laços familiares. Outra lacuna presente na realidade da
instituição foi em relação à promoção da participação nos espaços de decisão por meio do
Assistente Social, esta não está sendo promovida e incentivada, já que a maioria dos
entrevistados expressou nunca ter participado.
Portanto, esta pesquisa foi de suma importância para entender como o envelhecimento
esta sendo tratado, e como as necessidades desse segmento vêm sendo sanada através das
políticas públicas na instituição de acolhimento ao idoso, no sentido de promover sua inclusão
social, bem como entender a percepção dos idosos com relação a sua inclusão social.
É muito importante, porque agente diverte, conversa, faz física, porque em
casa dá tristeza, depressão. Aqui é tudo especial, dá festa, passeio, alegria”.
(I.A.E)
Eu acho importante, é uma diversão, agente não fica só em casa triste, gosto
das assistentes sócias, é muito bom, eu adoro!. (I.M.J)
E também a carteirinha do idoso, as palestras é muito bom agente sabe das
coisas.(I.E.B)
As físicas agente fica com saúde né, passa as dores, as conversas com os
amigos tudo isso ajuda. (I.A.E)
Melhorou a minha saúde, porque eu só vivia no hospital, vivia depressiva,
desorientada, eu me sinto muito feliz aqui.(I.M.E)
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A partir desse resultado percebeu-se que existem possibilidades de ações de cidadania
e qualidade de vida neste espaço sendo que estas estão definidas na realização de palestras
realizadas pelas assistentes sociais, onde são esclarecidos sobre os direitos dos idosos,
atualidades, como também na mediação para a carteira do passe livre para transportes
interestadual e para o Beneficio de Prestação Continuada BPC, viagens de lazer,
comemorações de datas festivas, bem como pelas atividades físicas orientadas por um
profissional da área.
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