Relatório Mensal

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Relatório Mensal
Dezembro de 2015
Cenário Internacional:
EUA
O Federal Reserve elevou a taxa dos Fed Funds para a faixa entre 0,25% e 0,50%. A decisão
foi unânime, com 10 votos a favor. Os juros básicos dos EUA estavam entre 0% e 0,25%
desde o fim de 2008 e a elevação foi a primeira implementada pelo banco central norteamericano desde 2006.
A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) disse que a elevação na
taxa de juros reflete "a confiança do Fed de que a economia continuará a se fortalecer" e
"marca o fim de um período extraordinário de sete anos o qual a taxa dos Fed Funds foi
mantida perto de zero para apoiar a recuperação da economia da pior crise financeira e da
pior recessão desde a Grande Depressão".
Yellen ponderou a decisão do Fed ao afirmar que "alguma fraqueza no mercado de
trabalho ainda permanece" e que por isso ainda "há espaço para mais melhora no
mercado de trabalho". Em meio a este cenário, Yellen destaca que as altas futuras
dependerão de como economia irá se comportar. Ainda assim, a visão geral é que as
"condições da atividade econômica dos EUA continuarão melhorando", uma vez que "os
riscos oriundos da economia global diminuíram".
Zona do Euro
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou um novo pacote de estímulo à economia da Zona
do Euro. Dentre as medidas, os destaques foram a redução da taxa de juros sobre os
depósitos bancários, de -0,2% para -0,3%, e a ampliação do prazo para o programa de
compras de ativo para março de 2017, inicialmente previsto para setembro de 2016. A
motivação explicada foi a percepção de que a inflação deve demorar um prazo mais longo
para a convergência à meta de 2%. De fato, conforme antecipado, as projeções de inflação
para os próximos dois anos foram revisadas pra baixo: de 1,1% para 1,0% em 2016 e de
1,7% para 1,6% em 2017.
Reino Unido
O Banco da Inglaterra (BoE) decidiu manter a taxa básica de juros na mínima histórica de
0,5% e o programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras após reunião de política
monetária. Em sua avaliação os preços baixos do petróleo e o fraco avanço dos salários
vão manter a inflação britânica contida por mais algum tempo.
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Cenário Internacional:
China
A China vem orientando o yuan ao menor nível em mais de quatro anos, por meio de uma
taxa de referência diária, num momento em que enfrenta saídas de capital e a
desaceleração de sua economia, ao mesmo tempo em que busca flexibilizar o controle
sobre a taxa de câmbio. Os investidores têm apostado que o yuan se enfraquecerá, uma
vez que Pequim vem atuando para impulsionar o crescimento econômico, que é
prejudicado por uma moeda local relativamente forte. Desde a desvalorização do yuan em
agosto, de cerca de 2%, o governo chinês vem cedendo a pressões para permitir que a
divisa seja cada vez mais determinada pelas forças do mercado.
O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) publicou um documento afirmando
que uma cesta de moeda faz mais sentido para o yuan. Ao mesmo tempo, o Sistema de
Comércio Cambial da China, uma divisão do PBoC, divulgou a composição da cesta com as
moedas estrangeiras: Dólar 26,4%; Euro 21,4% e Iene 14,7%. Apesar de a ideia de uma
cesta de moedas já ter sido discutida antes, a sua divulgação com moedas e pesos
específicos ocorre pela primeira vez.
Japão
O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) anunciou medidas suplementares ao atual
programa de relaxamento quantitativo, comprometendo-se a aumentar sua exposição a
bônus do governo de mais longo prazo e a fundos de ações domésticos.
Após concluir reunião de política monetária, o BoJ informou que vai ampliar o vencimento
médio dos JGBs - como são conhecidos os bônus do governo - que compra do intervalo de
7 a 10 anos para a faixa de 7 a 12 anos, a partir de janeiro. O BC japonês, no entanto,
decidiu manter a meta anual de seu programa de compra de ativos em cerca de 80 trilhões
de ienes (US$ 650 bilhões). O BoJ também decidiu estabelecer um novo programa de
compra de ETFs (fundos de índices), com valor anual de 300 bilhões de ienes e que terá
início em abril de 2016. Desde o fim de 2014, o BC do Japão já vem comprando ETFs a um
ritmo de 3 trilhões de ienes anualmente. As compras adicionais de ETFs vão focar ações de
empresas que estão "fazendo investimentos em capital físico e humano de forma
proativa", explicou o BoJ.
Grécia
A Grécia e seus credores internacionais chegaram a um acordo sobre o novo conjunto de
reformas econômicas que o governo deve implementar para receber a próxima parte dos 1
bilhão de euros em ajuda financeira. "Nós chegamos a um acordo nessa fase", declarou o
ministro de Economia da Grécia, George Stathakis, após a última rodada de negociações.
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Cenário Internacional:
México
O Banco Central do México elevou a sua taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual,
para 3,25%. De acordo com a instituição, a decisão ocorreu em resposta à decisão do
Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de elevar a taxa de juros. A medida tem o
objetivo de evitar uma maior depreciação do peso mexicano, que carrega risco de inflação.
Venezuela
Eleições na Venezuela, a oposição venezuelana obteve, por larga margem, o controle da
Assembleia Nacional na última eleição legislativa, em uma grande derrota do partido
socialista que comanda o país há 17 anos.
Mesmo com a maioria legislativa, argumenta a Moody´s, a capacidade da oposição para
aprovar novas leis poderá ser limitada por meio de outras instituições públicas controladas
pelo governo. "Haverá poucos, se houver, ajustes nas políticas econômicas a curto e médio
prazo, tendo em vista os custos políticos que eles carregam dentro de um contexto de
crescente descontentamento popular", afirma a agência.
Chile
O Banco Central do Chile elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, para
3,50%, um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ter aumentado a taxa
de juros. Muitos economistas esperavam que o banco central manteria a taxa de juros,
após a inflação ter diminuído para perto de sua meta em novembro. "Os dirigentes
reafirmam seu compromisso para administrar a política monetária com flexibilidade, de
uma maneira com que a inflação projetada chegue a 3%", divulgou a instituição em
comunicado.
África do Sul
As agências de classificação de risco S&P, Moody’s e Fitch revisaram o rating da África do
Sul deixando o país ainda no grau de investimento, mas apenas uma nota acima da
classificação de grau especulativo. O rebaixamento reflete principalmente o
enfraquecimento do desempenho do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e das
estimativas de potencial crescimento da África do Sul.
Nova Zelândia
Com a inflação estacionada em 0,4%, bem abaixo da meta do banco de 1,0% a 3,0%. O
Banco Central da Nova Zelândia resolveu cortar as taxas de juros pela quarta vez neste ano,
e, assim, tentar impulsionar a economia.
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Cenário Interno:
Governo
O vice-presidente da República, Michel Temer, enviou uma carta à presidente Dilma
Rousseff na qual relata uma série de episódios que demonstrariam, nas palavras dele, a
"absoluta desconfiança" que sempre existiu em relação a ele e ao PMDB por parte da
petista. "Sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em
relação a mim e ao PMDB", disse. O texto agrava a crise política no momento em que a
presidente sofre um processo de impeachment. Para o Palácio do Planalto, o gesto é mais
um passo do vice em direção ao rompimento com o governo.
Ministério da Fazenda
Joaquim Levy deixa o cargo de Ministro da Fazenda. Nelson Barbosa, até então, Ministro
do Planejamento assume a pasta.
Em sua primeira entrevista, como novo titular da Fazenda. Disse que irá "aperfeiçoar a
política econômica" para promover uma "retomada mais rápida do crescimento da
economia". "Podem ficar tranquilos que, com o tempo necessário, vamos resolver todos
os problemas", afirmou o ministro, que evitou comparar a gestão Levy com a linha que
pretende adotar no comando da economia. "Prefiro falar só sobre o meu nome",
desconversou. Sobre a declaração do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, de que é a
presidente Dilma Rousseff quem "banca" a política econômica e que cabe ao ministro
executá-la, Barbosa interpreta com naturalidade: "No governo democrático, a presidente
dá as diretrizes.“
Rating
A agência de classificação de rating Fitch rebaixou o rating do Brasil de BBB- para BB+ (grau
especulativo), com perspectiva negativa. De acordo com a agência, a recessão no País é
maior que o anteriormente antecipado. Além disso, o corte na nota reflete
acontecimentos fiscais adversos e o aumento na incerteza política, que pode minar a
capacidade do governo de efetivamente implementar medidas fiscais para estabilizar o
crescente peso da dívida
Mercado de Trabalho
Desemprego mantém alta em novembro. Sem ajuste sazonal, a taxa de desemprego
recuou de 7,9% em outubro para 7,5% em novembro. Contudo, com ajuste sazonal, a taxa
deu um novo salto, de 7,9% para 8,2%. A população desocupada manteve crescimento
forte, de 4,2% M/M (após 4,7% em outubro) e deve manter a tendência de alta nos
próximos meses. Já a população ocupada ficou praticamente estável.
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Cenário Interno:
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) elevou de 7,0% para 7,5% a Taxa de juros de Longo
Prazo (TJLP) para o 1º trimestre de 2016. É o quinto aumento consecutivo da taxa pelo
CMN. A taxa é calculada através da meta de inflação, que foi fixada em 4,5% a.a. entre
2016 e 2017 com intervalo de toleraria de 2 pontos percentuais para 2016 e de 1,5 ponto
porcentual para 2017. Outro indicador usado para calcular é o prêmio de risco, que o CMN
decidiu elevar em 0,5 ponto porcentual, visando a evolução média dos índices que
refletem o risco Brasil em mercados internacionais.
Compulsório
O Banco Central anunciou mudanças para o recolhimento de compulsórios sobre depósito
à vista, poupança e depósito a prazo. São quatro medidas, das quais três têm impacto
financeiro nulo. Pelos cálculos da instituição, a única medida que proporciona efeito de R$
390 milhões (0,5% do total recolhido atualmente) é na alteração do valor de dedução de
recolhimento de R$ 44 milhões para R$ 70 milhões sobre depósito à vista. Desta forma
uma instituição financeira que hipoteticamente teria R$ 71 milhões passa a recolher
apenas R$ 1 milhão. A última vez que houve mudança nessa regra foi em 2003. Segundo o
BC, tratava-se de uma demanda antiga do mercado, que necessitava de atualização e o
impacto financeiro é avaliado como irrisório.
O objetivo da medida, de acordo com a autoridade monetária, é reduzir os custos de
controle tanto para o BC quanto para as instituições financeiras.
Meta Fiscal
O plenário do Congresso aprovou o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de
2016, no qual consta a redução da meta fiscal de 0,7% para 0,5% do PIB, sem deduções.
Pesquisas de Avaliação do Governo
Segundo o IBOPE/CNI, a porcentagem da população que considera do governo da
presidente Dilma Rousseff ruim ou péssimo oscilou de 69% para 70% de setembro para
dezembro, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope sob encomenda da Confederação
Nacional da Indústria (CNI). A parcela dos entrevistados que avalia a atual gestão como
ótima ou boa também oscilou de 10% para 9%. Já os que consideram o governo regular
oscilaram de 21% para 20%.
No último dia 19 de dezembro o Datafolha divulgou sua última pesquisa de avaliação do
Governo. Depois de atingir o pico de 71% em agosto, a desaprovação ao Governo Dilma
recuou duas pesquisas seguidas e voltou ao patamar de 65%. Em tendência oposta, a Taxa
de aprovação que atingiu um piso de 8% em Agosto oscilou positivamente para 12% nesta
última pesquisa.
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Cenário Interno:
Petrobrás
A Petrobras anunciou no início do mês, reajustes no preço do gás de cozinha (o gás
liquefeito de petróleo, ou GLP) de uso industrial, informou o Sindicato Nacional das
Empresas Distribuidoras de Gás (Sindigas). Segundo a entidade, os preços poderão ficar de
2,5% a 5%, conforme comunicado enviado pela estatal às empresas distribuidoras.
Ibovespa
Neste mês de dezembro/15, o Ibovespa atingiu a mínima desde o ano de 2009. O índice
fechou com forte queda de 3,92% aos 43.350 pontos. As incertezas políticas seguem no
radar dos investidores, que devem se manter atentos ao fluxo de notícias. Nas últimas
semanas, as companhias listadas sofreram a revisão para baixo das notas de classificação
das agências de risco Moody’s e Fitch. Logo, as empresas brasileiras continuam
enfrentando uma “intensa tempestade”, pois haverá dificuldade cada vez mais em obter
créditos.
Ibovespa - Dezembro/2015
45.120,36
-3,92%
30/11/2015
01/12/2015
02/12/2015
03/12/2015
04/12/2015
05/12/2015
06/12/2015
07/12/2015
08/12/2015
09/12/2015
10/12/2015
11/12/2015
12/12/2015
13/12/2015
14/12/2015
15/12/2015
16/12/2015
17/12/2015
18/12/2015
19/12/2015
20/12/2015
21/12/2015
22/12/2015
23/12/2015
24/12/2015
25/12/2015
26/12/2015
27/12/2015
28/12/2015
29/12/2015
30/12/2015
31/12/2015
43.349,96
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Cenário Interno:
Câmbio
Em relação ao Real, a moeda norte-americana teve uma forte valorização neste mês de
dezembro/15. As cotações seguem um viés positivo, com alta de 2,42%. Os mais recentes
eventos no campo político reforçaram as incertezas relacionadas ao ambiente interno e
continuam a trazer volatilidade aos mercados, onde se incluem os desafios fiscais para o
próximo ano. O Banco Central (BC) continua realizando alguns leilões de linha e a rolagem
dos contratos swap.
Dólar BRL/USD - Dezembro/2015
R$ 3,96
2,42%
31/12/2015
30/12/2015
29/12/2015
28/12/2015
27/12/2015
26/12/2015
25/12/2015
24/12/2015
23/12/2015
22/12/2015
21/12/2015
20/12/2015
19/12/2015
18/12/2015
17/12/2015
16/12/2015
15/12/2015
14/12/2015
13/12/2015
12/12/2015
11/12/2015
10/12/2015
09/12/2015
08/12/2015
07/12/2015
06/12/2015
05/12/2015
04/12/2015
03/12/2015
02/12/2015
01/12/2015
30/11/2015
R$ 3,87
Juros / Inflação
Nossa expectativa é de que o governo eleve a taxa SELIC nas próximas reuniões, com o
objetivo de conter a alta da inflação. Esse movimento tende a ampliar o desemprego e
reduzir ainda mais a atividade econômica no Brasil.
Meta SELIC
14,25% a.a.
11,00%
Referências Bibliográficas:
Broadcast, Agência Estado, Valor Econômico, Bloomberg, InfoMoney
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