Relatório Mensal

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Relatório Mensal
Fevereiro de 2015
Cenário Internacional:
EUA
Nos Estados Unidos, permanece um forte ritmo de criação de vagas no mercado de
trabalho, logo, acreditamos que isto resultará num aumento mais forte dos salários, o que
garantirá que a inflação gradualmente se acelere para a meta do Fed. Yellen, porém, em
seu último discurso, afirmou que a política monetária altamente acomodatícia permanece
apropriada, sinalizando que antes da elevação do juros, o Fed mudará a diretriz em seus
comunicados, e que, não necessariamente, subirá os juros no momento seguinte a
alteração do comunicado.
Zona do Euro
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 0,6% em
janeiro ante igual mês do ano passado, registrando o maior recuo desde julho de 2009,
segundo dados divulgado pela Eurostat (agência de estatísticas da União Europeia). Em
toda a UE, formada por 28 países, o CPI teve queda anual de 0,5% em janeiro, a maior
registrada na série histórica, iniciada em 1997. O resultado amplia as chances da região
entrar em deflação.
Em janeiro, 23 países da UE mostraram declínio anual nos preços ao consumidor, ante 16
nações em dezembro e apenas quatro em novembro. Nos últimos meses, tanto a inflação
da UE quanto a da zona do euro tem sido muito influenciada pela queda nos custos de
energia, em meio à tendência de desvalorização do petróleo.
Grécia
Perto do final do mês, a Grécia acertou com seus credores internacionais a extensão de
quatro meses para o programa de resgate de 240 bilhões de euros. Em troca, o governo,
liderado pelo partido esquerdista Syriza, prometeu uma série de reformas orçamentais até
o final de abril.
Suécia
O Banco Central da Suécia reduziu sua principal taxa de juros, a taxa de recompra, para
terreno negativo pela primeira vez na história e anunciou um programa de compra de
bônus do governo, juntando-se a outras autoridades monetárias que tentam combater a
inflação baixa.
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Cenário Internacional:
Ucrânia
O Banco Central da Ucrânia decidiu elevar sua taxa básica de juros a 19,5%, de 14,0%
anteriormente, e suspendeu leilões cambiais, permitindo que o mercado defina a taxa de
câmbio e dando mais um passo no sentido de garantir a futura livre flutuação da moeda
local, a grívnia.
*em tempo: No dia 03 de Março 2015 o Banco Central da Ucrânia elevou a taxa básica do
juros a 30%, de 19,5%.
Turquia
O Banco Central da Turquia cortou a taxa de juros de recompra de uma semana, que é a
taxa de referência da política monetária no país. A taxa passou de 7,75% para 7,50%. O BC
turco também reduziu a taxa para a tomada de empréstimos overnight, de 7,5% para
7,25%, e para a concessão de empréstimos, de 11,25% para 10,75%. Já a taxa overnight
para a concessão de empréstimos a primary dealers foi cortada a 10,25%, de 10,75%.
Rússia
A Moody's, seguindo os passos da Standard & Poor’s, também, retirou o grau de
investimento da Rússia. A agência de classificação de risco rebaixou a nota de risco de
crédito soberano de longo prazo da Rússia para Ba1, de Baa3, enquanto o rating da dívida
de curto prazo foi cortado para Not Prime, de Prime-3. A perspectiva é negativa.
Austrália
O Banco Central Australiano (Reserve Bank of Australia, RBA) anunciou uma redução de
0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros da economia do país, para 2,25% ao ano,
depois de 18 meses sem nenhuma alteração.
China
No início do mês, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou uma série
de cortes nas taxas de depósitos compulsórios do país, em decisão que libera centenas de
bilhões de yuans para o sistema financeiro em meio a preocupações sobre o impacto do
fluxo de capital para fora do país. O PBoC disse que cortará os compulsórios em 50 pontosbase, com uma redução de 0,5 ponto porcentual extra para certas instituições financeiras
de menor porte. O Banco de Desenvolvimento Agrícola, por sua vez, terá um corte de 4
pontos porcentuais.
No último dia de fevereiro o Banco do Povo da China anunciou a redução na taxa de juros
de concessão de empréstimo de um ano em 0,25 ponto porcentual, para 5,35%, de 5,60%
anteriormente. A taxa de depósito de um ano também foi reduzida em 0,25 ponto
porcentual, de 2,75% para 2,50%. Essa foi a resposta para um novo sinal da preocupação
com a desaceleração do crescimento.
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Cenário Interno:
Brasil
O resultado primário do setor público consolidado de janeiro apresentou-se bem acima do
previsto, e, além disso, tivemos o anúncio de novas medidas fiscais, entre elas: o governo
publicou no Diário Oficial da União a Medida Provisória 669/15 para dar continuidade aos
ajustes ficais, ao revisar as regras da desoneração da folha de pagamento de setores
produtivos. A partir de junho, as empresas passarão a recolher 4,5% e 2,5% do
faturamento em substituição ao recolhimento sobre a contribuição previdenciária e não
mais 2% e 1% dentro do pacote de desoneração da folha de pagamento. Em algumas
situações, no entanto, a alíquota permanecerá em 2% até o encerramento dos projetos.
Entendemos isso como uma sinalização forte que a equipe econômica está comprometida
em atingir a meta fiscal.
* em tempo: No dia 03 de Março 2015, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), determinou a devolução à Presidência da República da Medida Provisória que reduz o
benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos com o comprometimento em
atingir a meta fiscal. No mesmo dia, a noite, a presidente assinou um projeto de lei com
urgência constitucional que retoma os termos da MP 669/15.
Petrobrás
Mesmo com a saída de Graça Foster e outros diretores e a chegada do Aldemar Bendine e
outros diretores, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating de crédito
corporativo da Petrobras em dois graus, de Baa3 para Ba2, além de cortar todas as outras
notas da empresa. Com o resultado, a Petrobras perde o grau de investimento da agência.
Segundo a Moody's, o rebaixamento reflete maior preocupação com as investigações de
corrupção, assim como pressões de liquidez que podem acontecer em razão do atraso na
entrega do balanço auditado. A agência ainda acredita que a Petrobras terá dificuldade em
reduzir significativamente sua elevada dívida nos próximos anos.
Bolsa de Valores
A pesquisa industrial mensal (PIM), divulgada pelo IBGE, apresentou que o volume
produzido em dezembro recuou 2,8% M/M, bem mais que as expectativas, que eram de
2,1% de queda, e, além disso, o resultado do mês anterior foi revisado para baixo,
passando de -0,7% para -1,1%. Com posse desses números, a produção industrial
acumulou queda de 3,2% no ano passado, o que não era visto desde o ano de 2008,
quando houve a forte queda provocada pela crise financeira dos EUA.
Apesar dos dados acima, o Ibovespa, para o mês de Fevereiro 2015, apresentou um
retorno positivo de 9,97%, tendo como principal destaque a entrada de R$ 4,5 bilhões via
fluxo líquido de capital estrangeiro. Mantemos a nossa expectativa de enfraquecimento,
porém, com a valorização do dólar o preço das ações caem ainda mais, o que pode gerar
novos ingressos de capital estrangeiro.
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Cenário Interno:
Câmbio
Já no final de janeiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo não
deixaria o câmbio artificialmente valorizado e com a falta de dados positivos internamente,
a aversão ao risco aumentou, permitindo uma valorização do dólar em relação ao real de
8,1%. Também, não podemos deixar de comentar, que, na nossa visão, aumentou a
perspectiva da elevação dos juros americanos, para o início do 2º semestre de 2015.
Juros / Inflação
Durante grande parte do mês de Fevereiro 2015, o mercado foi ampliando gradativamente
o prêmio pedido na curva de juros longa, pois, com a elevação constante do dólar, o
mercado enxerga que teremos uma inflação ainda maior no futuro próximo. Já perto do
final do mês foi divulgado pelo IBGE a Pesquisa Mensal do Emprego (PME), que
apresentou aumento da taxa de desemprego bem acima do esperado. A taxa subiu de
4,3% em dezembro para 5,3%, enquanto o esperado era 4,5%. Nesse período, houve
significativo aumento do número de desocupados, em 237 mil, o que ocorreu por conta de
demissões ocorridas em janeiro, ao mesmo tempo que elevou-se o número de pessoas
que voltaram a procurar emprego. Enquanto isso, o rendimento real habitual cresceu
apenas 0,2% M/M em janeiro. Os números dessa PME apontam para um cenário mais
evidente de perda de força do mercado de trabalho neste início de ano, o que vem em
decorrência da atividade econômica mais fraca e o cenário de incertezas, logo, juntamente
com as novas Medidas do Governo o prêmio pedido na curva longa diminuiu um pouco.
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