A PEDAGOGIA SOCIAL NO PROGRAMA PARANÁ ALFABETIZADO GROKORRISKI Carlos Ricardo Eixo Temático: Currículo cultura e saberes Agência Financiadora: Não contou com financiamento Resumo Este trabalho objetiva discutir possíveis interfaces entre o Programa Paraná Alfabetizado do Governo do Estado do Paraná e o conceito de Pedagogia Social. A discussão a respeito de uma pedagogia social é recente. O desenvolvimento de conceitos sobre a Pedagogia Social entre pesquisadores começa a tomar corpo apresentando como característica quanto ao caráter político e também dos aspectos curriculares envolvidos nos cursos de Pedagogia e licenciatura, bem como nas práticas educativas. A metodologia deste trabalho é qualitativa. Este trabalho é teórico e foram analisadas produções acadêmicas sobre Pedagogia Social e o Programa Paraná Alfabetizado. A alfabetização de jovens e adultos, bem como o programa Paraná alfabetizado, apresenta a possibilidade de identificarmos características da pedagogia social. A alfabetização de Jovens e Adultos é em sua essência uma ação política, uma vez que ao proporcionar aos sujeitos a possibilidade de contato com o mundo da escrita, possibilita também o exercício da cidadania. Os sujeitos alfabetizados são, além de leitores e escritores, aqueles que buscam a emancipação, a autonomia, a liberdade. A realização de ações que visem a alfabetização está atrelada às discussões a respeito de uma Pedagogia Social, que ultrapassa a abordagem de uma pedagogia tradicional. A pedagogia tradicional, muitas vezes preocupada apenas com as estruturas didáticas e metodológicas, relega a um segundo plano o ato político da alfabetização expressando uma falsa neutralidade. Neste sentido, é preciso pensar em Políticas Públicas e currículos que respeitem saberes e a diversidade cultural, econômica e histórias de vida dos alunos. Palavras-chave: Pedagogia Social. Paraná Alfabetizado. Alfabetização de Jovens e Adultos. Introdução Entre os problemas educacionais brasileiros apresenta-se a questão do analfabetismo. Muitas têm sido as ações para sanear a divida com aqueles que, ou deixaram de freqüentar os bancos escolares ou não tiveram acesso aos sistemas de ensino. As discussões a respeito de uma Educação de Jovens e Adultos estão muito próximas das perspectivas de uma Pedagogia Social. Com o objetivo de discutir este tema, o presente texto aborda alguns conceitos da Pedagogia Social, bem como alguns dados do Programa 2878 Paraná Alfabetizado, na tentativa de identificar nesta ação política elementos da referida pedagogia. Para construção deste trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica, os artigos foram discutidos na disciplina Tópicos Especiais em Política de Atendimento à Infância e Adolescência: A Pedagogia Social; do programa de pós-graduação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (2009) Os dados sobre o Programa Paraná Alfabetizado foram coletados junto a Coordenação do Programa no Núcleo Regional de Ponta Grossa. A Educação de Jovens e Adultos A Alfabetização de Jovens e Adultos A educação de Jovens e Adultos está garantida na LDBn (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Detaca-se o artigo 37: “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” (BRASIL, LDBn 9394/96) A própria legislação reconhece que uma parcela da população permanece excluída da educação chamada formal. Esta população apresenta níveis diferenciados de alfabetização. Para que se identifique o sujeito da alfabetização desta realidade Ribeiro ( 2008, p. 1) estabelece alguma definições: a) Analfabetismo: condição daquele que não consegue realizar tarefas simples, como a leitura de palavras ou frases, mesmo que consiga ler números familiares, como preços; b) Alfabetismo nível rudimentar: condição daquele que localiza informações simples em textos curtos e familires, realiza operações simples e medidas simples. c) Alfabetismo nível básico: são os funcionalmente alfabetizados, lêem textos de média extensão, resolvem problemas envolvendo operações; apresentam, no entanto, dificuldades em problemas mais complexos; d) Alfabetismo nível pleno: condição dos que possuem habilidades sem restrições para compreender e interpretar dados complexos. 2879 A classificação acima é de caráter técnico. Embora seja útil, o problema do analfabetismo ultrapassa a capacidade de decodificação de códigos lingüísticos. O analfabetismo está associado à questões sócio políticas, neste sentido o analfabeto não é apenas aquele que não lê, mas aquele que não se constitui como cidadão. O domínio da leitura e da escrita é um aparato instrumental que permite a apropriação do mundo, neste sentido é relevante a contribuição de Oliveira: A escrita, sistema simbólico que tem um papel mediador na relação entre sujeito e objeto de conhecimento, é um artefato cultural que funciona como suporte para certas ações psicológicas, isto é, como instrumento que possibilita a ampliação da capacidade humana de registro, transmissão e recuperação de idéias conceitos e informações. A escrita seria uma espécie de ferramenta externa, que estende a potencialidade do ser humano para fora do seu corpo: da mesma forma que ampliamos o alcance do braço com o uso de uma vara, com a escrita ampliamos nossa capacidade de registro, de memória e de comunicação. (OLIVEIRA, 2006, p. 63) Para Gadotti, 2005, “O analfabetismo é a expressão da pobreza, consequência inevitável de uma estrutura social injusta. Seria ingênuo combatê-lo sem combater suas causas. O analfabetismo não é uma questão pedagógica, mas uma questão essencialmente política”. A contribuição do autor nos transporta para uma discussão que transcende uma pedagogia tradicional. Ao afirmar que o analfabetismo não é um problema pedagógico o autor aponta o reducionismo dos que atribuem reduz os insucessos da educação ao âmbito da sala de aula. Os problemas educacionais, entre eles o analfabetismo, não podem ser separados das relações sociais como um todo. Todavia a Pedagogia tem avançado neste campo. O aparecimento do termo Pedagogia Social demonstra uma visão mais holística de educação e uma preocupação em repensar as práticas educativas existentes dos professores com seus alunos. O histórico das discussões sobre a Educação de Jovens e Adultos demonstra que educadores desenvolveram conceitos, estratégias, políticas públicas, diretrizes de ação a partir do contexto histórico e social em que o problema se apresentou. Gadotti, (2005) nos apresenta as Conferencia Internacionais sobre EJA (Educação de Jovens e Adultos) e em cada uma delas é possível perceber que o debate esteve sempre atrelado ao contexto histórico e social. A I Conferência Internacional sobre EJA aconteceu na 2880 Dinamarca em 1949, nela se constatou que o sujeito a ser alfabetizado era o aluno, que vitimado pela guerra, deixara a escola. Além disso, neste momento ocorreu uma preocupação moral visto que a escola não havia conseguido evitar a barbárie da guerra. É interessante observar que há uma preocupação que vai além de ensinar a traçar letras. A alfabetização traz em seu bojo o objetivo de contribuir com a defesa dos direitos humanos e de uma cultura de paz e de conscientização. Em 1963, a II Conferência Internacional sobre EJA, foi realizada em Montreal. Neste contexto, o debate toma outros rumos, a saber, a educação permanente e a educação de base ou comunitária; A III Conferência Internacional foi em Tókio, 1972, procurou discutir o retorno dos analfabetos à educação formal; A IV Conferência Internacional sobre EJA aconteceu em Paris, 1985, trouxe, segundo Gadotti, uma pluralidade de conceitos, entre eles a alfabetização de adultos, pósalfabetização, educação rural, familiar, da mulher, em saúde, cooperativa, vocacional e técnica. Aqui é possível observar a tomada de consciência da complexidade e da importância política, social e cultural da educação de jovens e adultos, com destaque à alfabetização. A Conferência Mundial sobre Educação para Todos, 1990, na Tailândia, entendeu que a alfabetização não pode separar-se da pós-alfabetização, ou das necessidades básicas de aprendizagem. No contexto latino-americano e brasileiro a alfabetização de jovens e adultos teve influência, a partir dos anos 50, de uma linha denominada Educação Libertadora. Nos anos 70, Paulo Freire desenvolve uma experiência inédita de alfabetização de adultos, estabeleciam-se os princípios da educação popular de caráter informal. Paralelo e oposto à visão de Freire educador, o Governo institui o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização A alfabetização proposta por Paulo Freire contribuiu com o desenvolvimentos de alguns conceitos relacionados a alfabetização de adultos: Educação de Adultos; Educação Popular; Educação não-formal; Educação comunitária; Educação de classe e Educação pública. Os temas suscitados pela alfabetização de adultos estão ligados a uma discussão, ainda recentes nos meios acadêmicos: a Pedagogia Social que apresenta relação estreita com a Educação Popular no Brasil. Fávero (2006), ao analisar as práticas educativas dos Movimentos de Educação de Base (1961/1966) e a trajetória da Educação Popular no Brasil realizada por Paulo Freire e 2881 demais educadores, o autor discute a importância das análises do instrumental didático (currículos e livros) e práticas educativas realizadas com a alfabetização de jovens e adultos: Ao propor uma análise da prática educativa do MEB, em sua primeira fase (1961/1966), tomo o seguinte ponto de partida: a ideologia não se explicita somente no discurso, explicita-se sobretudo na prática. Como é bastante explorado, normalmente o discurso encobre, mascara a prática. (FÁVERO, 2006, p. 7) Neste livro o autor apresenta e analisa o livro “Viver é lutar“, os manuais que o acompanhavam, os materiais produzidos na Radiocartilha, dentre outros instrumentos utilizados no Programa de Alfabetização elaborado por Paulo Freire e sua equipe no MEB (1961/1966). Para Fávero (2006, p. 175): “A organização didática de uma ação educativa não pode deixar de situar-se em três planos: conscientizar, motivar atitudes e propiciar instrumentos de ação”. Estas considerações se assemelham os princípios da Pedagogia Social no Brasil e do Programa Paraná Alfabetizado escolhido para análise neste trabalho. A Pedagogia Social Alfabetização de Jovens e Adultos Segundo Machado (2008, p.102) a Pedagogia Social está presente nas questões assumidas por educadores e filósofos, de Platão à Pestalozzi, desde o mundo clássico até o século XIX. Para a autora Paulo Freire é o representante nacional da Pedagogia Social. Para Gohn, (2006, p. 5) a alfabetização na perspectiva da Pedagogia Social é essencialmente um ato político. A Pedagogia Social apresenta as seguintes funções e características: e) Educação como ato político; f) Educação para Justiça social; g) Educação para Direitos (humanos, sociais, políticos, cuturais etc.); 2882 h) Educação para Liberdade; i) Educação para Igualdade; j) Educação para Democracia; k) Educação contra discriminação; l) Educação pelo exercício da cultura, e para a manifestação das diferenças culturais. Segundo Graciani (2006, p. 2) “A pedagogia social caracteriza-se, como um projeto radical de transformação política e social”. A alfabetização não pode ser reduzida à mera instrumentalização de leitura e escrita, ela é, acima de tudo, o meio pelo qual se possibilita que os sujeitos aprendam a ler e interpretar o mundo, tornando-se sujeitos emancipados, cidadãos. Cabe aqui, perguntar de que é a responsabilidade de oferecer acesso à alfabetização. Segundo Gadotti, atualmente duas perspectivas são comuns em relação ao papel da oferta de programas de alfabetização de adultos: a maniqueísta que não admite o Estado como parceiro na educação popular e a Integracionista que propõe a colaboração entre vários setores da sociedade: Estado, igrejas, iniciativa privada e sociedade civil. Mesmo com posicionamentos políticos claros, e com argumentos convincentes, não é possível isentar o Estado tal responsabilidade. Segundo Höfling (2001, p. 6) a neoliberal isenta o Estado da função de alfabetizar e para Peroni (2006, p.13) o Neoliberalismo se opõe a uma visão denominada Terceira Via que dá ao Estado a função de garantir os direitos sociais coletivos. Se a alfabetização é um ato político, assim também, a discussão a respeito das ações e políticas pública para a alfabetização deve estar atrelada a uma discussão política. Este aspecto implica pensar também nas estratégias de ensino aprendizagem e práticas educativas como ações políticas: que respeitem os direitos dos jovens e adultos que retornam às escolas; que utilizem metodologias adequadas às realidades dos alunos e valorizem suas histórias de vida e saberes. O Programa Paraná Alfabetizado Um exemplo de política pública de alfabetização, formatado com características da Pedagogia Social, pode ser percebido no Programa Paraná Alfabetizado. 2883 O Programa Paraná Alfabetizado é uma ação do governo do Estado do Paraná, coordenado pela Secretaria de Estado da Educação, desenvolvido em parceria com o MEC/SECAD/ Programa Brasil Alfabetizado, Associação dos Municípios do Paraná (AMP), União dos Dirigentes Municipais de Educação no Paraná (UNDIME-PR), Prefeituras Municipais e demais organizações governamentais e da sociedade civil. Os objetivos do Programa são os seguintes: Universalizar a alfabetização aos jovens, adultos e idosos paranaenses não alfabetizados com 15 anos ou mais, na perspectiva da superação do analfabetismo, garantindo o acesso à leitura e à escrita como direito à educação básica e como instrumentos de cidadania, tendo como princípios o respeito à sua diversidade sociocultural e suas expressões de educação e cultura popular; Possibilitar condições para a continuidade da escolarização aos egressos alfabetizados desenvolvendo ações conjuntas com as Secretarias Municipais de Educação para a garantia da EJA Fase I do ensino fundamental, considerando os locais onde residem e trabalham, seus diversos tempos e realidades; Constituir acervo literário voltado à população jovem, adulta e idosa em processo de alfabetização, através de livros públicos produzidos com autoria dos educadores e educandos; Articular as ações governamentais buscando garantir à população em processo de alfabetização o acesso às demais políticas, benefícios e serviços sociais públicos, propiciando a superação das diversas situações de exclusão em que se encontra a população não alfabetizada; (Paraná, 2009) É importante destacar que o Programa Paraná Alfabetizado está relacionado à Pedagogia Social ao eleger esta modalidade de educação como direito e instrumento da cidadania, ao mesmo tempo em que enfatiza o respeito à diversidade sociocultural, as expressões populares e a garantia do acesso às demais políticas e serviços sociais públicos superando a exclusão. O Programa considera a alfabetização como “resgate da dívida social brasileira aos que não tiveram acesso à educação escolar e como possibilidade de continuidade da escolarização” (Paraná, 2009) Para o Programa uma pessoa é alfabetizada (alfabetização inicial) quando: “lê, compreende e produz textos simples, de diferentes tipos e finalidades”; Além disso quando “participa de debates sobre diferentes assuntos de interesse da comunidade, ampliando sua possibilidade de articulação da língua falada; expressa criticamente sua reflexão (oral, escrita, interpretativa) acerca da realidade em que vive”; (Ibidem) O Programa acontece no seguinte formato: a) O período previsto para o processo de alfabetização é de 8 meses; 2884 b) A carga horária total de alfabetização corresponde a 320 horas, sendo desenvolvida em 10 horas semanais, através de planejamento pedagógico de temas geradores definido pelo conjunto dos alfabetizandos e alfabetizadores, considerando as dinâmicas específicas e locais de trabalho e disponibilidade; c) As turmas de alfabetização deverão ser constituídas permanentemente ao longo do ano, através de chamamentos públicos de alfabetizadores e alfabetizandos, contando com o incentivo e participação de todos os segmentos da sociedade paranaense; d) As turmas de alfabetização podem ser localizadas nas escolas estaduais ou municipais, em centros comunitários, sedes dos sindicatos, das igrejas, dentre outros espaços físicos alternativos. O Programa teve sua primeira edição, em 2004, foi realizada em 225 municípios, sendo atendidos 24.624 alfabetizandos jovens, adultos e idosos, através de 1.275 turmas de alfabetização; A segunda edição, em 2005, atingiu 340 municípios, sendo atendidos 46.966 mil alfabetizandos jovens,adultos e idosos, através de 2.576 turmas de alfabetização; (PARANÁ, 2009, p. 1). Números no Paraná. Num mundo hegemonicamente letrado, há a existência ainda de 880 milhões de pessoas jovens e adultas analfabetas, dos quais 2/3 são mulheres (UNESCO, 2000); O Brasil é o 73º país em analfabetismo no mundo; Segundo o IBGE (2000), na região sul do país a média de analfabetismo é de 7,7% (uma das melhores do país), sendo o Paraná o estado com maior índice (9,5%), comparado com Santa Catarina (6,3%) e Rio Grande do Sul (6,7%); O Estado do Paraná ocupa a 7ª posição de analfabetismo entre os 24 Estados brasileiros, possuindo atualmente cerca de 540 mil pessoas com 15 anos ou mais na situação de analfabetismo absoluto, correspondendo a 7,1% da população paranaense com 15 anos ou mais (PNAD, 2005). No ano de 2000, 649 mil jovens, adultos e idosos se auto-declaram não alfabetizados, correspondendo a 9,5% da população paranaense com 15 anos ou mais (IBGE, 2000); No Paraná, 1/4 da população com 15 anos ou mais, se enquadra nos índices de analfabetismo funcional (inferior a 4 séries concluídas), ou seja, 25,4%. Cerca de 70% da população brasileira e paranaense não alfabetizada com 15 anos ou mais é constituída por mulheres. 2885 Como é possível verificar, o Programa Paraná Alfabetizado representa um grande passo em relação às políticas públicas e processos de inclusão social de jovens e adultos. É preciso analisar também as estratégias utilizadas pelos professores nestes programas, a construção coletiva, dialógica e a troca de saberes entre professores e alunos. Considerações Finais A partir das discussões algumas considerações podem ser apontadas. A primeira questão é tomar o analfabetismo como problema sociopolítico, fruto das relações sociais, de fatos históricos, dos ordenamentos sociais. A segunda é diferenciar uma Pedagogia “pura” de uma Pedagogia Social, que vê a educação nas suas relações sociais e políticas, e afirma que a alfabetização é um ato essencialmente político. Por fim observar o papel do Estado na alfabetização. O Programa Paraná Alfabetizado apresenta as características da Pedagogia Social. O acesso ao universo da escrita é condição básica para o exercício da cidadania. Considerando os reflexos da história da educação brasileira julga-se expressivo a questão do analfabetismo entre a população brasileira. Outra questão se refere ao currículo. As Ações que visam ao saneamento de tal problema pode ser observado em várias frentes, dos quais podemos enumerar: movimentos de educação de base, ongs, igrejas e governos em várias esferas. É importante observar que a promoção destas ações se dão motivadas pelos mais variados interesses. Neste contexto, a reflexão e investigação por parte da comunidade acadêmica e dos agentes interessados deve ser uma possibilidade de ações que norteiam a implementação de práticas curriculares para uma alfabetização de jovens e adultos. Neste sentido, a Pedagogia Social pode ser um importante instrumento no auxílio para o debate da alfabetização nas classes populares de modo específico jovens e adultos A discussão de práticas curriculares, ações educativas, ações políticas e pedagógicas para uma alfabetização de jovens e adultos está atrelada à discussão da educação popular. Debater e construir um currículo para a alfabetização de jovens e adultos implica em realizar uma ação política que considera o contexto socioeconômico em que estão inseridos os 2886 sujeitos. A ação pedagógica neste meio social visa não apenas a instrumentalização técnica de leitura e da escrita, mas sobretudo na emancipação de jovens e adultos. Os programas subsidiados pelo poder público, neste trabalho o programa Paraná Alfabetizado, deve receber um aporte teórico que questione a própria ação no sentido de possibilitar que práticas educativas considerem os princípios da Pedagogia Social. A ação educativa não é um ato neutro em relação às questões políticas. REFERÊNCIAS BRASIL, Congresso Nacional. Lei nº. 9394/96. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 20 de dezembro de 1996. FÁVERO, Osmar. Uma pedagogia da participação popular: análise da prática educativa do MEB – Movimento de Educação de Base (1961/1966). Campinas: Ed. Associados, 2006. GADOTTI, M. Educação de Jovens e Adultos Correntes e Tendências, in: GADOTTI, M. & ROMÃO, J.E. (orgs) Educação de Jovens e Adultos: Teoria Prática e Proposta. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2005. GOHN, Maria da Gloria. 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