UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento ALISSON ROGÉRIO CAETANO DE SIQUEIRA Manejo comportamental em sala de aula para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade: orientação ao professor e implementação de guia de intervenção São Paulo 2015 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento ALISSON ROGÉRIO CAETANO DE SIQUEIRA Manejo comportamental em sala de aula para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade: orientação ao professor e implementação de guia de intervenção Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie para obtenção do titulo de mestre. Orientador: Prof. Dr. Luiz Renato Rodrigues Carreiro Linha de Pesquisa: Estudos do desenvolvimento e seus transtornos nas áreas clínica, cognitiva, comportamental e epidemiológica. São Paulo 2015 S618m Siqueira, Alisson Rogério Caetano de. Manejo comportamental em sala de aula para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade : orientação ao professor e implementação de guia de intervenção / Alisson Rogério Caetano de Siqueira. – 2015. 128 f. : il. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015. Referências bibliográficas: f. 91-97. 1. Análise do comportamento. 2. Manejo comportamental. 3. Distúrbio do déficit de atenção com hiperatividade. 4. Protocolo de observação. 5. Guia de intervenção. I. Título. CDD 616.8589 ALISSON ROGÉRIO CAETANO DE SIQUEIRA Manejo comportamental em sala de aula para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade: orientação ao professor e implementação de guia de intervenção Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie para obtenção do titulo de mestre. Data da Defesa: São Paulo, 03 de Fevereiro de 2015. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Renato Rodrigues Carreiro - Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM ________________________________________________________________ Prof. Dr. Marcos Vinícius de Araújo Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM ________________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Luiza Guedes de Mesquita São Paulo 2015 AGRADECIMENTOS A Deus toda honra e toda glória, e por isso a primazia da minha gratidão. Foi Ele quem, em seus propósitos, planejou e permitiu que esse momento fosse possível e que de maneira soberana está no controle da minha vida. A minha esposa Suely Cristina Araújo Braconi de Siqueira. Mulher a quem admiro e amo. Pelo seu companheirismo, compreensão e lealdade. Virtudes que me motivaram a continuar, mesmo sabendo que a jornada não seria fácil. Juntos, descobrimos que todas as coisas são possíveis, principalmente nossos sonhos. Aos meus amores Alisson Lutero Braconi de Siqueira e Hadassa Melissa Braconi de Siqueira, meus filhos. Minha vida tem sentido e brilho todas as vezes que volto para casa e posso estar com eles. Souberam lidar com a minha ausência quando precisava estar em São Paulo ou recolhido aos meus momentos de estudos. São, os meus filhos, minha alegria de caminhar todo dia. Aos meus pais Amauri (in memorian) e Ervina (in memorian) que me mostraram o valor de estudar. Principalmente a minha mãe, nossa maior incentivadora nos estudos. Aos meus irmãos que são demonstração de superação, e que me incentivaram a procurar sempre o melhor. A minha irmã Cida Siqueira, primeira mestra da família. Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Renato Rodrigues Carreiro, pela confiança prestada e por ser um orientador presente e participativo na construção do saber. A admiração de um aluno ao professor é real quando este apresenta-se como um modelo incentivador. Admiro o Prof. Dr. Luiz Renato pelo sempre buscar o melhor e o aprimoramento. Ao Prof. Dr. Marcos Vinícius de Araújo que permitiu dar continuidade a sua pesquisa de doutorado e com isso ampliar o conhecimento adquirido, e pelas suas colocações pontuais para melhor apresentação desse trabalho. A Profa. Dra. Maria Luiza Guedes de Mesquita pela sua disponibilidade e considerações feitas a este trabalho. A Danielle, secretária do PPG-DD. Demonstração de competência, atenção e compromisso com os professores e alunos. Motivadora singela e prestativa na difícil tarefa de apoiar administrativamente os alunos. A Eliziane de Fátima Melo, estudante de psicologia, que cooperou na coleta de dados e foi fundamental para a tabulação dos dados da pesquisa. A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) por conceder-me a bolsa de estudo na modalidade de Pastor da IPB. Ao Presbitério do Tarumã que me acolheu em sua jurisdição. A Igreja Presbiteriana do Jardim Guaraituba e a Congregação Presbiteriana de Colombo, que souberam compreender e lidar com a minha limitação de tempo. Aos meus comandantes, pares e subordinados do Exército Brasileiro. Ao Cel Magalhães, Maj Lima Gonçalves, Maj Wagner, Cap Vianna e STen Verginio que apoiaram essa empreitada e acreditaram no meu trabalho contribuindo, de alguma forma, para que este evento fosse uma realidade. Aos meus camaradas do Destacamento Logístico. Ao Ten Almeida, Sgt Pires, Sgt Gabilan, Sgt Hugo, Cb Samuel e Cb Luan. As verdadeiras amizades são forjadas no calor do combate. A Direção, Profa. Simone, Profa. Sônia, Prof Adriana, e as docentes, profa. Gisele, profa Andreza, Prof. Sandra e Profa Eleonora do Centro de Educação Integral Curitiba Ano 300, fundamentais para a realização deste trabalho. Aos Pais/responsáveis e as crianças que aceitaram participar desta pesquisa, o meu muito obrigado, pois sem essa participação este trabalho não seria possível. “Rise and Rise Again Until Lambs Become Lions" Filme Robin Hood, 2010 RESUMO O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é descrito pelo DSM-5 como um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou no desenvolvimento. O TDAH deve ter seus sinais observados em pelo menos dois ambientes de convívio da criança (casa e escola principalmente). A prevalência do transtorno é estimada em 5% em crianças. O desenvolvimento escolar da criança é geralmente um dos que mais são prejudicados com o transtorno. O presente trabalho tem como objetivo analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção. Neste trabalho foi realizado o acompanhamento de 64 alunos, entre 6 a 12 anos, estudantes do 2º e 4º ano de um Centro de Educação Integral de Curitiba, constituídas por 4 turmas distribuídas duas em um Grupo Experimental(GE) e duas um Grupo Controle (GC). O perfil comportamental dos participantes foi avaliado utilizando o CBCL/6-18 para pais e o TRF/6-18 para os professores, que foram aplicados antes e após a intervenção, juntamente a um protocolo de observação do professor com comportamentos alvos característicos dos sinais de TDAH. O guia de intervenção foi elaborado em trabalhos anteriores segundo os princípios básicos da Análise do Comportamento, foi implementado junto às turmas por intermédio do professor em um total de 28 semanas. A implementação do guia foi bem aceita pelos professores que realizam o registro semanal em um Checklist sobre sua implementação e participaram de reuniões de acompanhamento e suporte semanal. Foi verificada, pelos professores, a redução da frequência de comportamentos de desatenção e hiperatividade nos alunos em sala de aula, por meio das respostas dos professores ao TRF/618 e ao protocolo de observação, e também relatados pelos pais no preenchimento do CBCL/6-18. Palavras-chave: Análise do Comportamento; Manejo Comportamental; TDAH; Protocolo de Observação; Guia de Intervenção. ABSTRACT The Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) is described by the DSM-5 as a persistent pattern of inattention and / or hyperactivity-impulsivity that interferes with the functioning or development. ADHD have their signals observed in at least two of child living environments (home and school mostly). The disorder’s prevalence is estimated in 5% of children. The children's school development is frequently affected by the disorder. This study aims to analyze the effects of behavioral management procedures in the classroom, in order to reduce behaviors of inattention and hyperactivity, using an intervention guide by the teacher. This work gone along with 64 students, from 6 to 12 years old, students of the 2nd and 4th year of a Center of Entire Education of Curitiba, consisting of 4 classes distributed two in an Experimental Group (EG) and two a Control Group (GC). The behavioral profile was assessed, using the CBCL/6-18 for parents and the TRF/6-18 for teachers that were applied before and after the intervention, along with a teacher's observation protocol with targets characteristic behaviors of the ADHD signs. The intervention guide was developed in previous works according to the basic principles of behavior analysis, was implemented with the classes through the teacher in a total of 28 weeks. The implementation guide was well accepted by the teachers who filled the weekly record in a Checklist on its implementation and participated in weekly support meetings. It was observed by teachers a reduced frequency behavior of inattention and hyperactivity in students in the classroom, through the responses of teachers to TRF/6-18 and the observation protocol, and also reported by parents in filling the CBCL/6-18. Keywords: behavior analysis; behavioral management; ADHD; observation protocol; intervention guide LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Descrição das Escalas de avaliação do CBCL/6-18 e TRF/6-18 .......................... 41 Quadro 2 - Avaliação de pontuação ponderadas (T-score) do CBCL/6-18 e TRF/6-18 .......... 42 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Quantitativo das turmas participantes do CEI ....................................................... 48 Tabela 2 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no grupo experimental...................................... 57 Tabela 3 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no grupo controle ............................................. 57 Tabela 4 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 2º ano experimental ..................................... 58 Tabela 5 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 2º ano controle ............................................ 58 Tabela 6 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 4º ano experimental ..................................... 59 Tabela 7 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 4º ano controle ............................................ 59 Tabela 8 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no grupo experimental ......................................... 61 Tabela 9 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no grupo controle ................................................ 61 Tabela 10 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 do 2º ano experimental ........................................ 62 Tabela 11 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no 2º ano controle ............................................... 62 Tabela 12 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no 4º ano experimental ........................................ 63 Tabela 13 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no 4º ano controle ............................................... 63 Tabela 14 - Porcentagem de redução na comparação dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBC/6-18 e o TRF/6-18 na amostra geral ................................................................................................................... 65 Tabela 15 - Porcentagem de redução na comparação dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBC/6-18 e o TRF/6-18 no 2º ano .............................................................................................................................. 65 Tabela 16 - Porcentagem de redução na comparação dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBC/6-18 e o TRF/6-18 no 4º ano .............................................................................................................................. 66 Tabela 17 - Porcentagem de redução na comparação dos escores totais e percentis entre grupo controle e experimental da Subescalas de Problemas de atenção verificados no TRF/6-18.... 67 Tabela 18 - Porcentagem de redução na comparação dos escores totais e percentis entre grupo controle e experimental do 2 Ano da Subescalas de Problemas de atenção verificados no TRF/6-18 ............................................................................................................................. 68 Tabela 19 - Porcentagem de redução na comparação dos escores totais e percentis entre grupo controle e experimental do 4º Ano da Subescalas de Problemas de Atenção verificados no TRF/6-18 ............................................................................................................................. 68 Tabela 20 - Implementação do treino a partir de um checklist respondido pelo professor 1 ... 72 Tabela 21 - Implementação do treino a partir de um checklist respondido pelo professor 2 ... 73 Tabela 22 - Porcentagem de implementação do Protocolo de Observação na comparação dos professores ........................................................................................................................... 74 Tabela 23 - Porcentagem de redução na comparação da frequência de padrão comportamental no protocolo de observação do professor entre os grupos experimental e controle. ............... 78 Tabela 24 - Porcentagem de redução na comparação da frequência de padrão comportamental no protocolo de observação do professor entre os grupos experimental e controle do 2º ano . 78 Tabela 25 - Porcentagem de redução na comparação da frequência de padrão comportamental no protocolo de observação do professor entre os grupos experimental e controle do 4º ano. 79 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Demonstrativo da amostra do CEI ...................................................................... 50 Gráfico 2 - Condição de período de gestação e parto. ........................................................... 50 Gráfico 3 – Apresentação de doença e uso de medicação. ..................................................... 51 Gráfico 4 - Condição social e familiar da amostra geral........................................................ 52 Gráfico 5 - Condição escolar e relacionamento com a escola ................................................ 53 Gráfico 6 - Percepção dos pais/responsáveis sobre a criança ................................................ 53 Gráfico 7- Implementação do manejo comportamental pelos professores ............................. 75 Gráfico 8- Implementação do controle de estímulos ............................................................. 76 Gráfico 9- Implementação do reforço ................................................................................... 76 Gráfico 10 - Implementação do controle de estímulos pelo reforço (CERf) .......................... 77 Gráfico 11 – Porcentagem da redução da desatenção nos protocolos de observação ............. 80 Gráfico 12 - Porcentagem da redução do facilmente distraído nos protocolos de observação 80 Gráfico 13 - Porcentagem da redução da Inquietação nos protocolos de observação ............. 81 Gráfico 14 - Porcentagem da redução de movimentação nos protocolos de observação ........ 81 Gráfico 15 - Porcentagem da redução da impulsividade nos protocolos de observação ......... 82 LISTA DE SIGLAS AC Teste de Atenção Concentrada ADM Assessment Data Manger 7.2 ASEBA Sistema de Avaliação Baseado em Evidência do Acenbach CBCL/6-18 Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 06 e 18 anos (CBCL-6/18) - Child Behavior Checklist For Ages 6-18. CID-10 Classificação Internacional de Doenças DSM-IV-TR Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais 4ª edição Revisada DSM-5 Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais 5ª edição PPG-DD Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento QIE Quociente Intelectual de Execução QIV Quociente Intelectual Verbal TC Transtorno de Conduta TDAH Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade TDO Transtorno Desafiador Opositivo TRF/6-18 Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 06 e 18 anos (TRF/6-18) – Teacher´s Report Form for Ages 6-18. UPM Universidade Presbiteriana Mackenzie SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 16 2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 18 2.1 Histórico e conceitualização do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade .... 18 2.2 Etiologia ..................................................................................................................... 19 2.3 Critérios diagnósticos ................................................................................................. 21 2.4 Prejuízos associados ao TDAH ................................................................................... 27 2.5 Prevalência ................................................................................................................. 29 2.6 Intervenções nos quadros de TDAH ........................................................................... 30 2.7 O contexto escolar e o TDAH ..................................................................................... 30 3 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 38 3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 38 3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 38 4 MÉTODO ......................................................................................................................... 39 4.1 Participantes ............................................................................................................... 39 4.2 Aspectos éticos ........................................................................................................... 39 4.3 Instrumentos............................................................................................................... 39 4.3.1 Instrumentos para caracterização do perfil comportamental ................................. 39 4.3.2 Guia de Orientação para Manejo Comportamental de Crianças e Adolescentes com sinais de Desatenção e Hiperatividade .......................................................................... 44 4.3.3. Instrumento de Apoio ......................................................................................... 46 4.4 Procedimentos ............................................................................................................ 46 4.4.1 Caracterização do local de pesquisa ..................................................................... 46 4.4.2 Ações para a pesquisa .......................................................................................... 47 4.5 Análise dos Dados ...................................................................................................... 54 5 RESULTADOS ................................................................................................................. 55 5.1 Inventários do comportamento ................................................................................... 55 5.1.1 CBCL/6-18 .......................................................................................................... 56 5.1.2 TRF/6-18 ............................................................................................................. 60 5.1.3 Comparação entre o CBCL/6-18 e o TRF/6-18 .................................................... 64 5.1.4 Subescala de problemas de atenção do TRF/6-18 ................................................. 67 5.2 Implementação do Protocolo ...................................................................................... 68 5.2.1 Orientação ao professor ....................................................................................... 68 5.2.2 Implementação pelo Checklist ............................................................................. 70 5.2.3 Avaliação do Protocolo de Observação ................................................................ 77 6 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 83 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ............................................................... 89 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 91 ANEXOS ............................................................................................................................. 98 Anexo I - Guia de Orientação para Manejo Comportamental de Crianças e Adolescentes com sinais de Desatenção e Hiperatividade .................................................................................. 99 Anexo II - Protoloco de Observação ................................................................................... 110 Anexo III – Checklist ......................................................................................................... 114 Anexo IV - Carta de Informação aos Responsáveis ............................................................ 116 Anexo V - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE ...................................... 123 Anexo VI - Questionário Socioeconômico ......................................................................... 127 16 1 APRESENTAÇÃO De acordo com DSM-5(APA, 2014) o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por prejuízos associados à desatenção, desorganização e/ou hiperatividade e impulsividade. Sua prevalência, ocorrendo em diferentes culturas, está em torno de 5% em crianças e 2,5% em adultos (APA, 2014). O TDAH tende a repercutir na vida da criança e do adolescente levando a prejuízos em múltiplas áreas, como a adaptação ao ambiente acadêmico, relações interpessoais e o desempenho escolar (RICHTERS et al., 1995; MURPHY; BARKLEY, 1996). O TDAH é um transtorno neurobiológico e com componentes genéticos que tem sua identificação principalmente na infância e que tente a acompanhar o individuo por toda a vida (POLANCZYK; ROHDE, 2007). Esse transtorno prejudica o desenvolvimento do autocontrole gerando problemas de atenção, controle do impulso e o nível de atividades. O reflexo do transtorno na criança é o prejuízo na sua capacidade de controlar a atenção e manejar o próprio comportamento (BARKLEY, 2002). A investigação de fatores familiares e psicossociais relacionados ao transtorno (especialmente ao agravamento dos sinais apresentados), também tem sido descrito na literatura. Condemarim e colaboradoes (2006) apresenta a falta de vínculos familiares como um elemento influente no desenvolvimento do Transtorno. Os eventos ocorridos no contexto familiar da criança tendem a ser um fator para o agravamento das características do TDAH. Vasconcelos e colaboradores (2005) caracterizam que crianças que possuem um ambiente familiar com brigas conjugais no passado têm 11 vezes mais risco de terem TDAH. É um fato comum a discussão, entre a escola e a família, quanto às dificuldades produzidas pela relação comportamento e aprendizado da criança. Considerando que alterações no comportamento e na atenção da criança podem causar prejuízos no aprendizado, esforços têm sido levantados para compreender e buscar soluções que minimizem essas dificuldades. Araújo (2012) apresentou um trabalho, a partir da observação de crianças com TDAH, que permitia manejar o comportamento da criança em sala de aula. O objetivo então era de procurar um maior beneficio para criança quanto a sua aprendizagem e sua relação em sala de aula. O agente proposto para esse manejo com a criança foi o professor. 17 Crianças que apresentam sinais de desatenção e hiperatividade podem ter prejuízos acadêmicos em função de características como: deixar de prestar atenção a detalhes ou cometer erros por descuido em atividades escolares; ter dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; não seguir instruções e não terminar seus deveres; ter dificuldade para se organizar; ser facilmente distraído por estímulos alheios ou mesmo abandona sua cadeira em sala de aula ou dar respostas precipitadas antes das perguntas serem concluídas (APA, 2014; ARAÚJO, 2012). Araújo (2012) realizou sua tese de doutorado sobre manejo comportamental pelo professor, no contexto de sala de aula, de alunos identificados com TDAH, através do desenvolvimento, implementação e avaliação de um guia de intervenção. Tal trabalho, baseado na análise do comportamento, teve como objetivo desenvolver um instrumento para ser utilizado por professores do ensino fundamental e médio no trabalho pedagógico com esses alunos. O comportamento inadequado em sala de aula, necessariamente, não é oriundo apenas de um quadro clínico. A sala de aula, por ser um ambiente múltiplo, pode oferecer incentivos para um comportamento inadequado. O trabalho de Araújo (2012) apresenta apenas uma faceta dessa construção de estratégias para uma melhor ação em sala de aula. Dessa forma fomos incentivados a aplicar esta estratégia em um ambiente escolar geral. Assim, o presente trabalho, utiliza o guia de intervenção desenvolvido por Araújo (2012) para aplicá-lo e avaliá-lo agora na classe como um todo e verificar se a sua implementação, eficaz para crianças com diagnóstico de TDAH, como demonstrado anteriormente, também pode ser eficaz na ampliação de comportamentos compatíveis com o aprendizado como, melhorar a atenção, concentração, diminuir a agitação tanto em alunos com queixas de desatenção e hiperatividade quanto com alunos da classe que não tenham esse diagnóstico. O agente de aplicação e intervenção em sala de aula é o professor regente da classe. O modelo do TDAH pode nos ajudar a melhorar procedimentos educacionais, por meio da utilização de estratégias de manejo trazidas pela análise do comportamento. 18 2 INTRODUÇÃO 2.1 Histórico e conceitualização do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade A descrição dos sinais e sintomas do TDAH tem seu primeiro relato em 1775, com o médico Alemão Melchior Adam Weickard. No terceiro capitulo, do seu livro Falta de Atenção – Attention volubilis, Weickard faz uma descrição da doença caracterizando-a como ausência de flacidez das fibras musculares em decorrência da falta de atividades típicas, como alimentação e isolamento social (BARKLEY; PETERS, 2012). Em 1878, o médico escocês Alexandre Crichton escreveu um capítulo sobre distúrbios de atenção, em seu livro “An inquiry into the nature and origin of menta derangement” sobre a natureza dos transtornos mentais. Descreve a atenção com três características: a) o centro da consciência, onde mantém a concentração por estímulos externos ou internos; b) é obtida com esforço e não de forma automática; e 3) necessita da ação voluntária (PALMER; FINGER, 2001). O médico Alemão Heinirich Hoffman em 1865 escreveu poesias sobre as doenças da infância. As informações para suas poesias eram da sua prática clinica. Alguns de seus pacientes eram crianças descritas com sinais de hiperatividade (STEWART, 1970). O médico inglês George Frederick Still (1902) descreveu em três palestras proferidas no Royal College of Physicians, em Londres, 42 crianças com sinais de comportamento hiperativo, agressivo, desafiante e dificuldade de atenção. Descreveu-as como se apresentassem um “Defeito no controle Moral”. A ação deste defeito poderia ser percebida como “(1) defeito da relação cognitiva com o ambiente; (2) defeito da consciência moral; e (3) defeito na vontade inibitória” (STILL, 1902, p. 1011 apud BARKLEY; PETERS, 2012). Os estudos com crianças começaram a relacionar a hiperatividade comportamental à suspeitas de lesão neurológica. Esta relação recebeu termos como “distúrbio orgânico comportamental”, “lesionado cerebral”, “lesão cerebral mínima” e “disfunção cerebral mínima - DCM” (MEYER, 1904; GOLDSTEIN, 1936). Essa compreensão de lesão cerebral foi difundida em 1941 e o quadro de Hiperatividade passou a ser conhecida como “Síndrome de Strauss” (SCHWARTZMAN, 2008). Em 1957 o termo Hiperatividade foi utilizado pela primeira vez, e em 1960 foi mantido para referir-se a crianças com lesão cerebral (LAUFER; DENHOFF, 1957; CHESS et al., 1960). 19 Em 1968 o DSM II apresentou o transtorno como uma reação hipercinética na infância ou adolescência (308.0). A sua descrição é de uma condição de hiperatividade, agitação, distração e déficit de atenção que vem a ocorrer especialmente em crianças pequenas, com diminuição do comportamento na adolescência (APA, 1968). Em 1972, Virginia Douglas apresentou um trabalho a Canadian Psychological Association sugerindo que o prejuízo primário das crianças diagnosticadas com hiperatividade na verdade seria um déficit na manutenção da atenção e do controle do impulso. A partir deste evento houve uma mudança de foco na pesquisa e no diagnóstico. O foco de estudo deixava de ser a hiperatividade e passava a ser desatenção e a impulsividade (SCHWARTZMAN, 2008). A primeira definição de Transtorno de Déficit de Atenção surgiu em 1980 no DSM-III onde o seu ponto central era a dificuldade de concentração e manutenção da atenção (APA, 1980). O TDAH é tido como um problema comportamental crônico da infância (SCHWARTZMAN, 2008). A partir da década de 1990 houve um aumento significativo na identificação de casos de TDAH. Uma metanálise realizada em 74 estudos que investigou os efeitos de uma série de intervenções sobre a cognição, o desenvolvimento social, emocional e físico dos alunos classificados como tendo TDAH, verificou o aumento de publicações sobre o distúrbio entre a década de 1980 e 1990. A pesquisa foi realizada nas bases de dados de Medline, PsucLit e ERIC (PURDIE; HATTIE; CARROLL, 2002). Existe atualmente uma discussão sobre a crescente manifestação de casos. Pode-se atribuir como uma das causas para esse aumento o maior esclarecimento e por isso uma maior frequência de diagnóstico. Considerando que o diagnóstico é essencialmente clínico, a especificação mais detalhada dos sintomas permite uma melhor indicação do quadro (MATOS, 2004). 2.2 Etiologia O TDAH é um transtorno com um grande número de estudos que procuram evidenciar e explicar as suas causas (THAPAR et al., 2013). A discussão sobre as causas do transtorno incidem sobre os fatores biológicos, fatores ambientais e hoje tendem a aprofundar-se nos fatores genéticos. Tarver, Daley e Sayal (2014) a partir de uma revisão na literatura, ressaltam 20 que o TDAH possui uma relação complexa entre interdependentes fatores genéticos e não genéticos (ambientais peri, pré e pós-natais). O TDAH está associado com prejuízos substanciais e prejuízos de longo prazo com alterações em várias áreas do funcionamento humano, as relações familiares e sociais, realização acadêmica, emocional e o funcionamento cognitivo (DUPAUL; STONER, 2007). As formas de tratamento farmacológico e o não farmacológico possuem variações que podem melhorar os sintomas e a funcionalidade da criança. Todavia os resultados muitas vezes não conseguem introduzir repertórios comportamentais adequados em criança com TDAH. Apesar dos grandes avanços na compreensão desse transtorno complexo, é claro que ainda há um longo caminho a percorrer. Em particular, faz-se necessário, que as intervenções não farmacológicas, possam ser mais especificamente orientadas para os prejuízos causados pelos sinais do TDAH e os seus déficits de funcionamento comumente associados, a fim de garantir melhor resultados em longo prazo. O Transtorno possui algumas abordagens explicativas. Barkley (1997a) sugere um déficit no comportamento inibitório. Desta forma o cérebro não consegue operar a função inibidora. Ocorre então a “desinibição comportamental” (BARKLEY, 1997b). Esse evento conduz a pessoa com TDAH a não deixar de reagir a estímulos mais novos, principalmente quando deveria estar fazendo outra coisa (PHELAN, 2005). Os sintomas de TDAH têm sido atribuídos a déficits nas vias fronto-estriatal, que estão na base das funções executivas. As funções executivas são as capacidades que permitem gerar comportamentos voluntários que são ativamente controlados (SLATTERY; GARVEY; SWEDO, 2001). A impulsividade e a desatenção que são comuns no TDAH sugerem déficits no controle voluntário do comportamento. Não é claro se a deficiência existe em toda função executiva ou em funções específicas. Barkley (1997b) propôs um modelo de disfunção executiva no córtex pré-frontal. A inibição de respostas é o déficit principal que pode levar as alterações observadas no TDAH. Sua principal localização no cérebro é córtex pré-frontal e o núcleo caudado. Outros autores propuseram déficits mais generalizados em auto regulação (DOUGLAS, 1999). 21 2.3 Critérios diagnósticos Há dois manuais de uso corrente para critérios diagnósticos na caracterização dos transtornos mentais. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais – DSM, da American Psychiatric Association - APA e o Manual de Classificação Internacional de Doenças – CID, Organização Mundial de Saúde – OMS. 2.3.1 Classificação de acordo com os manuais diagnósticos (DSM e CID) De acordo com a CID, problemas de desatenção e hiperatividade são classificados como um Transtorno Hipercinético. Esse grupo de transtornos é caracterizado por: inicio precoce (usualmente nos primeiros cinco anos de vida); uma combinação de um comportamento hiperativo e pobremente modulado com desatenção marcante e falta de envolvimento persistente nas tarefas e conduta invasiva nas situações e persistência no tempo dessas características de comportamento (OMS, 1993). As características funcionais desse transtorno são a falta de perseverança nas atividades que exigem um envolvimento cognitivo, e uma tendência a passar de uma atividade a outra sem acabar nenhuma, associadas a uma atividade global desorganizada, mal coordenada e excessiva. A frequência do transtorno é usualmente o período dos anos escolares. As crianças são frequentemente imprudentes e impulsivas, propensas a acidentes e incorrem em problemas disciplinares por infrações não premeditadas de regras. As crianças tendem a ter relações com os adultos marcadas por uma ausência de inibição social, com falta de cautela e reserva normais. Tentem a ser impopulares com as outras crianças e podem se tornar isoladas socialmente. Estes transtornos se acompanham frequentemente de um déficit cognitivo e de um retardo específico do desenvolvimento da motricidade e da linguagem. As complicações secundárias incluem um comportamento antissocial e uma perda de autoestima. As características fundamentais para o diagnóstico são a atenção comprometida e a hiperatividade. Na atenção comprometida tem-se a interrupção de tarefas prematuramente e por deixa-las inacabadas, a frequente mudança de atividade, possivelmente pela falta de interesse por distração. Na hiperatividade ocorre à inquietação excessiva, principalmente onde 22 se necessita de calma relativa. O padrão dessa inquietação deve ser a comparação com o esperado para aquela situação (OMS, 1993). Por outro lado, com a mudança do foco de pesquisa em 1972, deixando de buscar as causas do transtorno apenas na hiperatividade e agora passando a ter uma direção mais centrada na desatenção e impulsividade, houve mudanças conceituais para o diagnóstico de acordo com o DSM. A APA responsável pela edição do DSM necessitou reformulá-lo. O DSM-II ( APA, 1968) apresenta a classe dos Transtornos de comportamentos da infância e adolescência - (308) e a subclasse - Reação hipercinética na infância ou adolescência (308.0). A descrição do transtorno é de uma doença caracterizada por hiperatividade, agitação, distração e déficit de atenção, especialmente em crianças pequenas, com diminuição do comportamento na adolescência. O DSM-III ( APA, 1980) em seu capítulo sobre Transtornos geralmente evidentes pela primeira vez na infância ou adolescência difere-se do DSM-II, apresentando o item Transtorno de Déficit de Atenção (TDA) em substituição a Reação Hipercinética da Infância. O nome dado ao Transtorno se dar pela presença proeminente, no diagnóstico das crianças, da dificuldade de manter a atenção, mesmo que apresente uma atividade motora excessiva. Por esta razão o TDA foi classificado em dois subtipos: Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDA/H) e o Transtorno de Déficit de Atenção sem Hiperatividade (TDA/SH). A classificação do DSM-III-R (APA, 1987) é semelhante a do DSM-III. Todavia apresenta o TDA como um transtorno de comportamento perturbador. O distúrbio é caracterizado por um comportamento que é socialmente disruptivo e que é muitas vezes mais angustiante para os outros do que para a pessoa com o transtorno. O TDA também pode agregar o Transtorno Desafiador Opositivo (TDO) e o Transtorno de Conduta. O DSM IV-TR ( APA, 2002) classifica o TDAH dentre os transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez na infância ou na adolescência. Descreve o TDAH como um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais frequente e severo do que aquele tipicamente observado em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento. Os sintomas devem estar presentes em pelo menos dois contextos (em casa e na escola ou trabalho). As evidências de interferência no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional devem ser claras no processo do desenvolvimento. Os elementos que integram esse distúrbio são a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade. Os critérios de diagnóstico do transtorno 23 classificam-no como: tipo predominantemente desatento, tipo predominantemente hiperativoimpulsivo e tipo combinado. O DSM-5 publicado nos Estados Unidos em 2013 ( APA, 2013) e traduzido para o português em 2014 (APA, 2014), apresenta o TDAH como um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. A desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentada, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade e ou nível de desenvolvimento. Na infância, o TDAH frequentemente se sobrepõe a transtornos em geral considerados “de externalização”, tais como o transtorno de oposição desafiante e o transtorno de conduta. O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional (APA, 2014). A desatenção pode manifestar-se em situações escolares, profissionais ou sociais. A caracterização dos sintomas dar-se pela falta de atenção que podem gerar erros pela falta de cuidado. A manutenção desta atenção fica comprometida e afeta a persistência em tarefas até o seu término podendo gerar mudança de tarefa inacabada para outra. A sua atenção muda de foco constantemente, sem gerenciamento de conclusão. Há uma impressão de que atenção está em outro ambiente, dificultando a compreensão do que é dito. Tarefas que exigem um esforço mental prolongado, dedicação, organização ou concentração são evitadas, e quando vivenciadas são desagradáveis e acentuadamente aversivas. Esta evitação deve ocorrer por dificuldades da pessoa com a atenção, e não devido a uma atitude oposicional primária, embora uma oposição secundária possa também ocorrer ( APA, 2014). A desatenção produz na pessoa uma dificuldade de atender solicitações ou instruções e não consegue completar o trabalho escolar, tarefas domésticas ou outros deveres. A organização de tarefas e atividades é dificultosa. Os hábitos de trabalho frequentemente são desorganizados e os materiais necessários para a realização da tarefa com frequência são espalhados, perdidos ou manuseados com descuido e danificados. O indivíduo se distraí facilmente por estímulos irrelevantes. Habitualmente interrompe tarefas em andamento para dar atenção a ruídos ou eventos triviais que em geral são facilmente ignorados por outros. 24 Apresentam um frequentemente esquecimento de coisas nas atividades diárias. Nas situações sociais, a desatenção pode manifestar-se por frequentes mudanças de assunto, falta de atenção ao que os outros dizem, distração durante as conversas e falta de atenção a detalhes ou regras em jogos ou atividades ( APA, 2014). A hiperatividade é compreendida a partir da manifestação de inquietação ou remexerse na cadeira, por não permanecer sentado quando deveria, por correr ou subir excessivamente em coisas quando isto é inapropriado, por dificuldade em brincar ou ficar em silêncio em atividades de lazer, por frequentemente parecer estar "a todo vapor" ou "cheio de gás" ou por falar em excesso. Existe uma variação em decorrência da idade e do nível de desenvolvimento do indivíduo. Em crianças pré-escolares é observado um comportamento diferente de crianças na mesma faixa etária. Estão constantemente irrequietos e envolvidos com tudo à sua volta, andam para lá e para cá, movem-se rapidamente, sobem ou escalam móveis, correm pela casa e têm dificuldades em participar de atividades sedentárias em grupo. As crianças em idade escolar exibem comportamentos similares, mas em geral com menor frequência ou intensidade do que bebês e pré-escolares. Elas têm dificuldade para permanecer sentadas, levantam-se com frequência e se remexem ou sentam-se na beira da cadeira, como que prontas para se levantarem. Elas manuseiam objetos inquietamente, batem com as mãos e balançam pernas e braços excessivamente. Com frequência se levantam da mesa durante as refeições, enquanto assistem televisão ou enquanto fazem os deveres de casa; falam em excesso e podem fazer ruídos demasiados durante atividades tranquilas. Em adolescentes e adultos, os sintomas de hiperatividade assumem a forma de sensações de inquietação e dificuldade para envolver-se em atividades tranquilas e sedentárias ( APA, 2014). A impulsividade manifesta-se como impaciência, dificuldade para protelar respostas, responder precipitadamente, antes de as perguntas terem sido completadas, dificuldade para aguardar sua vez e interrupção frequente ou intrusão nos assuntos de outros, ao ponto de causar dificuldades em contextos sociais, escolares ou profissionais. Há também a queixar de dificuldade para se expressar adequadamente. É comum a pronuncia de comentários inoportunos, interferência inapropriada no discurso do outro e conversa de terceiro, agarram objetos de outros, pegam coisas que não deveriam tocar e fazem palhaçadas. A impulsividade pode levar a acidentes e ao envolvimento em atividades potencialmente perigosas, sem consideração quanto às possíveis consequências. As manifestações comportamentais geralmente aparecem em múltiplos contextos, incluindo a própria casa, a escola, o trabalho ou 25 situações sociais. Os sintomas tipicamente pioram em situações que exigem atenção ou esforço mental constante ou que não possuem um apelo ou novidade intrínsecos. Os sintomas são mais prováveis em situações de grupo (APA, 2014). A classificação do DSM-5 não apresenta mudança quanto à quantidade de sintomas característicos necessários para o diagnóstico, mantendo assim o padrão comportamental do DSM IV-TR. A condição continua de seis ou mais sintomas relacionados que persistam por mais de seis meses em grau que é inconsistente com o nível de desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmico-profissionais. Mas apresenta algumas alterações principalmente quanto à frequência dos sintomas em relação ao DSM IVTR. A classificação do DSM-5 (APA, 2014) apresenta o critério de diagnóstico do TDAH nas seguintes condições: a. apresentação predominantemente desatento - Este subtipo deve ser usado se seis (ou mais) sintomas de desatenção (mas menos de seis sintomas de hiperatividadeimpulsividade) persistem há pelo menos 6 meses. A hiperatividade pode ainda ser uma característica clínica importante em muitos casos, enquanto outros são puramente desatenção. (1) frequentemente não presta atenção a detalhes ou comete erros por omissão em atividades escolares, de trabalho ou outras atividades (2) frequentemente tem dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas (3) frequentemente parece não ouvir quando lhe dirigem as palavras (4) frequentemente não segue as instruções e não termina seus deveres escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido ao comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções) (5) frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (6) frequentemente evita, demonstra ojeriza ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares e deveres de casa) 26 (7) frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex., brinquedos, tarefas escolares, lápis, livros ou materiais) (8) com frequência é facilmente distraído por estímulos alheios á tarefa (9) com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias (APA, 2002, p. 118) b. apresentação predominantemente hiperativo-impulsivo - Este subtipo deve ser usado se seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade (mas menos de seis sintomas de desatenção) persistem há pelo menos 6 meses. A desatenção pode, com frequência, ser um aspecto clínico significativo nesses casos. (1) frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira (2) frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (3) frequentemente corre ou sobe em demasia, em situações em que isso é inapropriado (4) com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente (5) com frequência “não para”, agindo como se estivesse com “o motor ligado” (6) frequentemente fala demais (7) frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (8) frequentemente tem dificuldade para aguardar a sua vez (9) frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex. mete-se em conversas, jogos ou atividades, etc) c. apresentação combinado - Este subtipo deve ser usado se seis (ou mais) sintomas de desatenção e seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-impulsividade persistem há pelo 27 menos 6 meses. A maioria das crianças e adolescentes com o transtorno tem o Tipo Combinado. Outra classificação é feita pela apresentação do quadro sintomático atual, podendo ser (APA, 2014): a. Leve – são presentes poucos sintomas, se algum, além daqueles necessários para fazer o diagnóstico, e os sintomas não resultam mais do que pequenos prejuízos no funcionamento social ou profissional. b. Moderado – Os sintomas ou prejuízos funcional presentes estão entre o quadro "leve" e o "grave". c. Grave - Muitos sintomas em excesso daqueles necessários para fazer o diagnóstico e, ou a presença de vários sintomas que são particularmente graves, ou os sintomas resultam em prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional. 2.4 Prejuízos associados ao TDAH Os estímulos são os elementos bases que nos fazem perceber o mundo. A compreensão desses estímulos de forma mais precisa só são possíveis por meio da centralização de foco. Esta centralização nós denominamos de atenção. A atenção é uma atividade dos mecanismos neuronais que focam um estímulo. As crianças que não apresentam o TDAH também podem ter prejuízos na atenção pelo simples fato de não saberem lidar com o estímulo (WAGNER, 2003). Uma criança com TDAH tende a ter dificuldades no manejo atencional, seja para não se distrair seja para manter-se concentrado por um longo tempo. A criança desprende um esforço significativo para manter-se concentrada em uma tarefa. Todavia esta dificuldade não é possível de ser compreendida por ela. Algumas crianças com TDAH conseguem manter por um determinado tempo uma atenção focada quando a situação apresenta-se como nova, quando existe um alto valor de interesse por parte da criança, ou a situação pode produzir certa intimidação ou mesmo a condição de ficar a sós com um adulto. Esta situação pode levar alguns a sentirem-se confusos com a real condição da criança (PHELAN, 2005). 28 A desatenção da criança esta associado às distrações. A distração é a condição de facilidade que a criança tem de poder desviar-se da tarefa a qual esta desenvolvendo por causa de qualquer outro estímulo (PHELAN, 2005). Alguns estímulos são irrelevantes diante da tarefa central, mas conseguem desconcentrar, principalmente as crianças pequenas, pela condição conseguir de manter o foco (LEWIS, 1995). A desatenção, também, tende a gerar fatores característicos na criança como a desorganização. A impulsividade tem como característica a condição de agir sem pensar. Na linguagem popular a impulsividade é praticar uma ação levado pelas informações que lhe vem na cabeça de forma espontânea e tempestiva. É uma dificuldade na manutenção do autocontrole. Na infância a impulsividade produz prejuízos a qual a criança não se consegue calcular ou prever as consequências de suas ações (PHELAN, 2005). Na condição escolar, a impulsividade leva a criança a ter práticas que atrapalham a administração da classe pelo professor. A criança com o transtorno tende a ter esse impulso aumentado. Com isso a criança tende a ter uma fala compreendida por ela como normal, todavia em momentos inadequados. Essas falas tendem a ser engraçadas e frequentes, produzindo uma desconcentração de toda a turma (PHELAN, 2005). A criança começa a ser identificada como um agente de distração na turma. A condição de impulsividade está normalmente atrelada à impaciência como uma condição disfuncional. A criança não consegue perceber ou aguardar o seu tempo. A sua resposta a esta impaciência pode expressar-se por uma condição de agitação. Agitação esta que ganha características de inconsequência, logo, ações sem predição de juízo. Além das dificuldades relacionas à desatenção e à impulsividade, dificuldades de controle motor também podem causar prejuízos em crianças com TDAH. Por exemplo, elas não conseguem ficar paradas por muito tempo. Abandonam suas cadeiras em sala de aula, escalam em demasia, colocando-se inclusive em situações de perigo real. Outra condição muito importante está no rendimento escolar. É comum crianças com TDAH não acompanharem o rendimento da sala, obterem baixas notas em avaliações e ao final do ano podem vir a repetir de série (DUPAUL et al., 2001; LOE; FELDMAN, 2007). Este fator tende a se agravar na adolescência onde o rendimento desejado não é alcançado (FRAZIER et al., 2007). 29 As crianças com sinais de hiperatividade tende a produzir a dispersão da atenção dos outros alunos, dificultando assim a transmissão da informação pelo professor. Normalmente este evento leva a necessidade de um auxiliar na sala de aula com o foco na criança com comportamento indesejado. Produzindo assim um maior esforço da escola, uma exposição da criança, devido a necessidade de um acompanhamento exclusivo e um desgaste por parte professor, que em sua maioria das vezes não sabe lidar com crianças com esse comportamento. Quando essa criança recebe um acompanhamento mais aproximado e interventivo, tende a apresentar melhores resultados (BARKLEY, 2002). 2.5 Prevalência A prevalência do TDAH apresenta muitas discordâncias e discrepâncias. O DSM IVTR (2002) estima entre 3 a 7% em crianças em idade escolar. O DSM-5 (APA, 2014, p. 61) apresenta 5% em crianças e 2,5% em adultos. Avaliando as últimas duas décadas percebe-se uma notada dificuldade de conciliação na informação de propensão do TDAH em meninos e meninas. Todavia caracteriza-se a diretriz que o transtorno é mais comum em meninos (OMS, 1993). (SMITH; STRICK, 2001) apresentam as mesmas condições para ambos os sexos. O DSM IV-TR (APA, 2002) já considera que meninos possuem de 2:1 a 9:1 maior propensão que as meninas. Segundo Schwartzman (2008) a condição é três vezes maior em meninos do que em meninas. O DSM5 (APA, 2014) apresenta propensão de 2:1 para os meninos. Rossi (2008) relacionando a compreensão de identificação de TDAH entre pais e professores, apresenta maior incidência em meninos do que em meninas. Polanczyk e colaboradores (2014), analisando dados de duas metanálises que abrangeram os anos de 1978 a 2010, constatou que houve uma manutenção na taxa de prevalência do TDAH. Todavia, houve um aumento do número de diagnósticos. Nos Estados Unidos entre 2003 a 2007, verificou-se um aumento no número de crianças com diagnóstico de TDAH de 7,8% para 9,5%. É importante salientar que os dados de diagnósticos nem sempre atendem a uma normatização. Essa é uma razão para a variação percentual desses dados em diferentes localizações geográficas. 30 2.6 Intervenções nos quadros de TDAH O TDAH é um transtorno associado a alterações neurobiológico de início precoce, com expressão clinica heterogênea e complexa (com características de desatenção e hiperatividade/impulsividade) que tem sido associada com uma ampla gama de prejuízos para as pessoas nessa condição (KOTTE et al., 2013). Em função dessa heterogeneidade, muitos procedimentos de intervenção têm sido propostos. Modelos de intervenção medicamentosa são muito frequentes na literatura e resultados positivos têm sido descritos. Além das intervenções medicamentosas, intervenções não medicamentosas têm sido descritas na literatura sobre o tema (SONUGA-BARKE et al., 2013). Sonuga-Barke e colaboradores (2013) sugerem, por meio de uma meta-análise sobre tratamentos não farmacológicos, que intervenções com dietas alimentares, principalmente com suplementos de ácidos graxos livres e a não ingestão de comidas industrializadas produzem pequenas reduções nos sinais de TDAH. Todavia podem ser de utilização para pessoas com restrições alimentares. Também apresenta condições positivas de aplicação para as intervenções comportamentais, neurofeedback e treino cognitivo na redução do TDAH. Dentre as intervenções comportamentais, técnicas baseadas na análise aplicada do comportamento têm sido descritas como procedimentos que apresentam resultados eficazes, e que podem ou não ser associadas a outras formas de intervenção (DUPAUL; STONER, 2007; BARKLEY et al., 2008). 2.7 O contexto escolar e o TDAH O TDAH é um distúrbio característico na infância e que pode se prolongar a vida adulta (BARKLEY, 1997a). Sua caracterização é feita pela apresentação de condições que estão fora do habitual para a idade da criança ou do adulto. Isso começa a ficar evidente quando passamos a observar a criança em múltiplos ambientes, como a casa e a escola (APA, 2014). A escola é um ambiente diversificado. O encontro de crianças em um ambiente diversificado e identificações próprias como a cultura, criação familiar, recursos financeiros, 31 oportunidades diferentes e um ambiente enriquecido com estímulos, são aumentadores de ações que propõem a hiperatividade, a desatenção e a impulsividade. As ocorrências dessas ações não determina o quadro de TDAH. Podem ser compreendidas como comuns pelo momento e ambiente, não quer dizer que são apropriadas (DUPAUL; STONER, 2007). Todavia, o contexto da sala de aula é um ambiente que pode ser utilizado para o manejo comportamental dessas ocorrências. Isso significa que, o trabalho com os estímulos e com as ações das crianças podem reduzir determinados comportamentos não apropriados. Isso passa a ser mais significativo e perceptível em crianças com TDAH, pois estas não percebem a sua dificuldade em manter o seu autocontrole e não respondem aos controles comuns do ambiente (BARKLEY, 1997a). Desta forma, intervenções nesse contexto controlam a organização e disposição da sala de aula. Consideram os níveis redução de ruído, a disposição dos assentos onde ocorrem as condições formais e informais de aprendizado, o tom de voz do professor, a disposição indicativa de avisos que apresentam regras (SKINNER, 1978). Uma condição que deve ser sempre trabalhada é a utilização de pausas frequentes entre as tarefas (PURDIE et al., 2002). Uma criança já sofre naturalmente o desgaste pelo esforço para manter a concentração ou o foco da ação. A criança com TDAH tem uma dificuldade aumentada. Com isso tende a abandonar o foco de forma mais rápida. É comum, em crianças com TDAH, dificuldades acadêmicas que podem levar ao abandono dos estudos, ou a repetência, somadas a dificuldade de relacionamentos e a aceitação pelo grupo (PASTURA; MATTOS; ARAUJO, 2005). Como toda sala de aula é um ambiente social, o desenvolvimento da criança nesse contexto não se apresenta apenas pela evolução cognitiva, mas também, por uma condição de relacionar-se no ambiente de interação social, interagindo de maneira positiva. Manter a criança dentro de uma condição de semelhança comportamental, aos seus pares, permitirá a ela ter mais ganhos positivos do que a reação adversa da turma e do professor. Como a hiperatividade infantil é descrita como a dificuldade de manter o padrão de comportamento aceitável para a idade, todas às vezes que o comportamento indesejado sofre uma intervenção de controle, permite a criança obter ganhos positivos (DUPAUL; STONER, 2007). 32 O aprendizado da criança em sala de aula requer uma concentração objetiva. Quando a atenção da criança não está focada no seu objeto de estudo produz a dispersão. Quando este comportamento é monitorado e aplicadamente sofre uma intervenção pontual produz um beneficio notável para a criança (ROSE, 2004). 2.8 A Análise do Comportamento e sua contribuição para a compreensão do TDAH O DSM-5 ao apresentar as condições de diagnóstico o coloca condicionado a dois ou mais ambientes, normalmente a casa e a escola. O fato observável passa a ser responsável pelo diagnóstico. Como toda observação cientifica requer um rigor, nada mais contundente do que o conceito behaviorismo de Jonh B. Watson (1879-1958) onde postulava que a psicologia deveria ser descrita como uma ciência do comportamento (BAUM, 2006), logo, estudar o comportamento objetivamente observável. B. F. Skinner (1904-1990), conhecido como o pai do behaviorismo radical, trabalhou na construção dos conceitos sobre o comportamento definindo-o como possível de ser observado e previsto, logo, determinado. A ciência a ser estudada passou a ser denominado de Análise do Comportamento. Desta forma, desenvolveu princípios básicos para a aprendizagem e trabalhou na elaboração de métodos objetivos para mensurar e observar o comportamento humano (LATTAL, 2005). A análise do comportamento, conceitualmente, apresenta termos para identificar as ações. Começamos pela apresentação do comportamento operante, ou seja, um agente no ambiente (TODOROV, 2002). Na sala de aula temos dois operantes bem definidos, o professor e o aluno. Compreendendo o comportamento como uma manifestação do organismo dentro de um ambiente, que é tudo aquilo que é externo ao comportamento, podemos ver claramente a sala de aula (MATTOS, 1997, p.66). O comportamento operante atua sobre as consequências do comportamento que retroagem sobre o organismo. O reforço aumenta a probabilidade do comportamento ocorrer de novo sem alterar a sua apresentação (SKINNER, 2003). O reforço visando a consequência é uma estratégia eficaz na manutenção do comportamento em sala de aula. O professor ao elogiar um aluno ao término de uma tarefa, ao agradecer pelo aluno ter guardado os livros na estante, está atuando de forma diretiva no comportamento. 33 O reforço pode ser positivo ou negativo (HOLLAND; SKINNER, 1975). O reforço positivo ocorre quando um estímulo é apresentado aumentando assim a probabilidade de um comportamento vir a acontecer. Isso é observável quando o professor parabeniza o aluno quando conclui uma tarefa com sucesso. O reforço negativo ocorre quando um estímulo é retirado para manter o comportamento. O aluno vai ao quadro para fazer um exercício de matemática, e professora pede para ele deixar o caderno que está na sua mão fique sobre a cadeira. Outros conceitos são o de punição e extinção. Ambos atuam de forma que venham a diminuir a probabilidade do comportamento vir a ocorrer. A punição é apresentada também como positiva e negativa. Todavia, ambas, são compreendidas como controle aversivo, pois diminuem a frequência de um comportamento especifico (MARTIN; PEAR, 2009). Como estamos trabalhando o conceito na infância, é importante salientar o processo de aprendizagem. Nesta fase o processo aversivo é inibidor e pode gerar consequências não eficazes no desenvolvimento da criança. Dentro da sala de aula isso ocorre quando uma criança tem dúvidas sobre um assunto e o professor grita com ela. Essa criança pode não mais perguntar ao professor e ficar com suas dúvidas. O comportamento é gerenciado pelo seu contexto. O contexto é entendido pela Análise do comportamento como estímulo. O ato de mudar o comportamento pelo estímulo é o controle. O controle nada mais é do que a frequência da mudança do comportamento (BAUM, 2006). A compreensão de que um estímulo elicia um comportamento, conduz-nos a busca de sua prevenção e manejo. Consequentemente isso só é possível a partir do controle destes estímulos (NEVES et al., 1999). Manejar antecedentes e as consequências, de um comportamento, procurando a probabilidade deste vir a ocorrer são compreendidos como contingência (SOUZA, 2001). A sala de aula é um ambiente rico em estímulos. Uma criança ao adentrar uma sala de aula consegue perceber inúmeros estímulos. Ela consegue observar se há algo diferente nas paredes, como uma decoração ou um aviso, tipo horário de entrar e sair. A criança consegue fazer uma leitura do ambiente e fazer as ligações de informações favoráveis as suas intenções. O posicionamento das cadeiras, a distância da mesa do professor para a porta, a distância da sua cadeira para a porta, onde estão sentados os seus colegas mais próximos e os não tão bem quistos. Essas informações todas são importantes para a probabilidade de ação. 34 Em análise do comportamento contingência é a interação organismo-ambiente (TODOROV, 1985). A maioria das contingências não é controlada precisamente. Imaginemos a condição diminuta que um professor tem de observar eficientemente o comportamento de 30 alunos em sala de aula. Levar em consideração o ambiente é considerar a interação do organismo com este. Desta forma podemos então prever um comportamento através da probabilidade. Fica menos difícil para o professor verificar a condição de um comportamento vir a acontecer quando este observa os indicativos de ação do comportamento no aluno. O professor passa uma tarefa e um minuto depois o aluno começa a bater com o lápis na mão. Esse indicativo levanta a probabilidade de que este aluno não está entendo a tarefa e se nada for feito ela poderá começar a fazer barulho, chamar o colega do lado ou levantar da cadeira. Quando se vislumbra a probabilidade de um comportamento vir a ocorrer utiliza-se o reforço. O reforço pode ser positivo quando produz uma consequência que interessa ao organismo ou negativo quando se remove um estímulo aversivo (SKINNER, 2007). Quando o objetivo é reduzir essa probabilidade da ocorrência do comportamento pode-se aplicar a extinção, que é ausência do reforço positivo, a punição positiva, que se refere à apresentação de uma consequência aversiva contingente ao comportamento, e a punição negativa, que diz respeito à retirada de reforçadores positivos (CATANIA, 1999). A compreensão do reforço e da punição é feita em relação às circunstâncias. O reforçador não funciona como reforçador o tempo todo. Se sua aparição for continua pode produzir saturação. Por isso é necessário que o comportamento adquira propriedades discriminativas. Isso é possível considerando três aspectos: a ocasião na qual ocorreu a resposta, a própria resposta e as consequências reforçadoras. O estímulo discriminativo passa a ser a condição suficiente para a ocorrência de uma resposta (TODOROV, 1985). Discriminação pode ser entendida como a mudança de comportamento com a mudança de estímulo. Esta mudança só é possível pela compreensão da história. Toda discriminação tem uma história (BAUM, 2006). Skinner (1957:1978) apresenta o comportamento verbal como responsável pela transmissão de informações. O professor em sala de aula é quem faz de forma continua esse papel. É comum que a maior parte do comportamento verbal dependa do reforço social e condicional. A fala não está solta, desprendida de ações que façam o aluno perceber que ele é quisto, valorizado, compreendido. A manutenção do comportamento verbal é realizada por 35 reforço intermitente. Esse comportamento é compreendido como controlado por regras, pois no comportamento verbal, é necessária a presença de um falante, o professor, e um ouvinte, o aluno, para termos um episódio verbal. As regras são mantidas pela linguagem identificada naquele que observa (CATANIA, 1999). É o professor quem tem claras condições de realizar a ação. Quando falamos de comportamento controlado por regras estamos indicando que ele esta sobre um estímulo de regra que nada mais é do que um tipo de estímulo discriminativo. O professor já estabeleceu alguns padrões que são compreendidos. O simples fato de falar baixo quando todos estão conversando no momento de dar um aviso a classe. O comportamento controlado por regras, como qualquer comportamento, é modelado por contingências (BAUM, 2006). Skinner analisou e definiu conceitualmente algumas regras: a ordem é a descrição de um ato que implica em consequências aversivas. Estamos falando da condição de um ato resposta de desobediência a não realização do ato como foi descrito. Essa regra tende a gerar um conflito em sala de aula quando não realizada. O professor tende a emanar a ordem de fazer a atividade e em contra partida já informa a consequência da não obediência; o aviso/instrução é o emissor não possui a condição de organizar as consequências aversivas. O professor informa aos alunos que após a tarefa de matemática, os livros devem ser guardados no armário; o conselho tem como foco um comportamento especifico. Na mesma condição anterior, o aluno que não guarda o livro e consequente interfere na realização da próxima atividade que é lúdica, no chão da sala com as carteiras afastadas. O conselho gera consequências que são positivamente reforçadoras, mas que não foram idealizadas pelo emissor. Conforma-se com a definição da regra. E a orientação descreve um comportamento a ser executado. Expõe ou implica em consequências. São descrições abrangentes que englobam ordens, avisos e conselho (BAUM, 2006). As regras facilitam a aquisição de novos comportamentos, principalmente quando as contingências são complexas. Constatou-se também que as regras podem produzir na sensibilidade comportamental das contingências. O comportamento sensível é aquele que muda sistematicamente diante de mudanças nas contingências de reforço (MEYER, 2005). O controle por regras envolve normalmente duas contingências. Uma a curto, denominada de contingencia primeira, que se localiza próximo do reforço por regras, e outra em longo prazo, denominada de contingencia última, que é a primeira razão da regra. Skinner 36 fez a distinção entre os comportamentos modelados por contingências e comportamentos governados por regras ou comportamentos governados verbalmente (MEYER, 2005). Compreende-se o comportamento modelado por contingências como modelado e mantido diretamente por consequências relativamente imediatas. O comportamento governado por regras depende do comportamento verbal de outra pessoa que descreve uma contingência. A vantagem estabelecida na construção dos enunciados de regras é poder substituir o processo da modelagem de uma resposta (MEYER, 2005). A análise do comportamento não está desassociada da educação. Embora isto tenha sido observado no decorrer dos anos. A utilização de outras teorias psicológicas produziram um certo afastamento da mesma dos currículos dos professores. Diante da condição de que os conceitos básico foram colocados em segundo plano, faz-se necessário uma maior e ampla divulgação da análise do comportamento em sua aplicabilidade na escola (HUBNER et al., 2004). A educação em seu nível mais amplo sofreu um impacto muito grande com o passar da década de 60 do século XX, devido às conjunturas mundiais. Todavia as ações educacionais perderam um pouco da capacidade de direcionar o comportamento do aluno, pela simples figura da intelectualização. O prejuízo desta ação foi percebida na construção da personalidade dessas crianças, principalmente na autonomia funcional. A concepção de aprendizagem, na relação com o meio ambiente, nos permite caminhar na direção dos acertos compreendendo o ambiente que nos cerca(HUBNER; MARINOTTI, 2004) . O conceito básico nessa grande condição estrutural da educação é o planejamento, que está diretamente relacionado com a Análise do Comportamento (SKINNER, 1972). O comportamento está sempre dentro de um contexto, logo pode ser modelado nas suas contingências. O planejar da sala de aula não está relacionado apenas a construção de arquivo para futuras inspeções, mas sim a um estrutura de aplicação dentro da sala de aula. Onde o planejamento transformasse em uma vivência prática e produza resultados perceptíveis no comportamento observável do aluno (PEREIRA; MARINOTTI; LUNA, 2004). A associação de reforços positivos e reforços negativos com fim de manter um comportamento recebem o nome de coerção. Diante dessa situação temos o elemento controlador e aquele que é coagido. Na assimetria de ações o controlador é reforçado positivamente e o coagido é reforçado negativamente, retirando deste a sua liberdade. 37 Diante da condição de interação entre dois indivíduos podemos declarar a existência de uma relação. A interação pode ocorrer pela combinação de um episódio verbal com um episódio de coerção que são classificados como sociais. Nesta relação de interação social ocorre o reforço mútuo. Os conceitos discutidos e trabalhados neste capítulo serão essenciais para a compreensão da discussão que segue nos próximos capítulos. 38 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção. 3.2 Objetivos Específicos Verificar os indicadores comportamentais de desatenção e hiperatividade dos participantes por meio do relato de pais e professores; Treinar e orientar o professor na aplicação da intervenção com o guia para manejo comportamental; Verificar a frequência de implementação dos procedimentos de intervenção e identificar as principais dificuldades relatadas pelos professores; Avaliar os resultados da intervenção com o guia de manejo comportamental 39 4 MÉTODO 4.1 Participantes Tomaram parte nesse estudo 78 alunos com idade entre 6 e 12 anos, meninos e meninas cursando o segundo e o quarto ano do ensino fundamental I de um Centro de Educação Integral (CEI) da Prefeitura de Curitiba/PR. Participaram também os responsáveis legais por esses alunos e seus professores regentes da classe. Foram escolhidas duas classes de segundo ano e duas classes de quarto ano. Em uma das classes, de cada ano, foi implementado o guia de intervenção. A outra classe foi utilizada como grupo controle. Como critérios de inclusão, apenas a concordância dos pais em que os filhos participantes da pesquisa e como critério de exclusão o relato de deficiência intelectual ou da presença de diagnóstico de outros transtornos do neurodesenvolvimento como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Os pais/responsáveis que não devolveram as solicitações de participação ou não autorizaram a participação de seu responsabilizado na pesquisa, foram informados que a pesquisa ocorreria em ambiente de sala de aula abrangendo todos os alunos, mas que os seus responsabilizados não teriam os seus dados coletados e nem analisados. 4.2 Aspectos éticos Todos os procedimentos metodológicos aqui descritos foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Processo nº 1169/09/2009 e CAAE nº 0067.0.272.000-09). 4.3 Instrumentos 4.3.1 Instrumentos para caracterização do perfil comportamental Os instrumentos de avaliação comportamental têm por objetivo delinear um perfil dos comportamentos frequentemente emitidos pela criança, adolescentes e adultos em suas relações sociais, atividades diárias e problemas emocionais. 40 O Sistema de Avaliação Baseado em Evidência de Achenbach – ASEBA (ACHENBACH; RESCORLA, 2010; 2001) é um sistema integrado de avaliação composto por um conjunto de escalas construídas por Thomas M. Achenbach na década de 1960 para averiguar a competência social e problemas de comportamento ocorridos com as crianças e adolescentes nos últimos seis meses (PESCE, 2009). Os instrumentos utilizados neste estudo são o Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes 6-18 (CBCL/6-18), preenchido por pai/mãe/responsável e Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes 6-18 (TRF/6-18), preenchido por professor (BORDIN et al., 2013). O ASEBA tem sido objeto de estudo desde 1991 pelo Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP e Instituto de Psiquiatria da UNIFESP. Na busca da validação dos inventários ASEBA foram realizados vários estudos em vários países. Os inventários CBCL/6-18 e TRF/6-18 foram validados e adaptados para a cultural brasileira. Rocha (2012) apresenta uma necessidade de conhecimento de estudos anteriores para a condição de confiança para a aplicação dos inventários devido ao contexto cultural, isto para poder-se apropriar de uma análise qualitativa mais substancial (ACHENBACH; RESCORLA, 2010; 2001). Os inventários CBCL/6-18 e o TRF/6-18 são divididos em duas partes. Na primeira parte do inventário existe uma diferença entre eles. No CBCL/6-18 está o Perfil da Escala Total de Competências. No TRF/6-18 está o Perfil da Escala do Funcionamento Adaptativo. Ambos expõem a competência social e escolar da criança e/ou adolescente ao serem comparados a outros da mesma faixa etária. Algumas perguntas classificam o indivíduo, qualificando-o “abaixo da média”, “na média” ou “acima da média” (ACHENBACH; RESCORLA, 2010; 2001). A segunda parte do inventário possui um procedimento comum para ambos. Nela o pai/mãe/responsável ou professor preenche questões atribuindo respostas pensadas nos últimos seis meses. O respondente deve marcar as perguntas com 0 (zero) se o mesmo não é verdadeira, 1 (um) se é um pouco verdadeira ou algumas vezes verdadeira, e 2 (dois) se é muito verdadeira ou frequentemente verdadeira (ACHENBACH; RESCORLA, 2010; 2001). O tempo necessário para completar os formulários em idade escolar ASEBA varia de acordo com o nível de escolaridade do informante (compreensão das questões) e da gravidade dos problemas de saúde mental infantil (quanto maior o número de sintomas leva mais tempo 41 para preencher o formulário). Em geral a respondente leva entre 10 a 20 minutos para concluir suas observações referente o comportamento da criança ou adolescente (BORDIN et al., 2013). As respostas dos instrumentos fornecem medidas padronizadas para identificar problemas emocionais, comportamentais e de competências. Os escores obtidos permitem identificar três perfis comportamentais: Escala Total de Competências ou Escala do Funcionamento Adaptativo, Escalas das Síndromes e Escalas Orientadas pelo DSM (ACHENBACH; RESCORLA, 2010; 2001). Quadro 1 - Descrição das Escalas de avaliação do CBCL/6-18 e TRF/6-18 Inventário Escala Descrição CBCL/6-18 Competências Competência em Atividade, Competência Social e Competência Escolar. Funcionamento Adaptativo Envolve escores referentes à percepção do professor ao desempenho acadêmico do aluno, empenho nas atividades, o quanto ela consegue aprender e o quão feliz ela se sente. Síndromes Envolve os Problemas de Comportamento Internalizantes: Ansiedade/Depressão, Isolamento/ Depressão, Queixas Somáticas. Problemas de comportamento Externalizantes: Violação de Regras e Comportamento Agressivo. Problemas Totais: Problemas de comportamento Internalizantes e Externalizantes, Problemas de Sociabilidade, Problemas de Pensamento e Problemas de Atenção. Orientadas pelo DSM Envolve Problemas Afetivos, Problema de Ansiedade, Problemas Somáticos, Problemas de Déficit de Atenção e Hiperatividade, Problemas de Oposição e Desafio e Problemas de Conduta. Outras Envolve Ritmo Cognitivo Lento, Problemas ObsessivoCompulsivo, Problemas de Estresse Pós-Traumático. TRF/6-18 CBCL/6-18 TRF/6-18 A avaliação das pontuações brutas do CBCL/6-18 e TRF/6-18 são realizadas a partir da conversão dos os dados são convertidos para pontuações ponderadas (escores T). O escore T é distribuído em três faixas, que variam entre ausência de problemas (normalidade), problemas limítrofes e problemas considerados clínicos. Sua avaliação pode ser realizada nos seguintes parâmetros (ACHENBACH e RESCORLA, 2010; 2001): 42 Quadro 2 - Avaliação de pontuação ponderadas (T-score) do CBCL/6-18 e TRF/6-18 Escala Síndromes Orientadas pelo DSM Competências Faixa Escore Normal > 65 Limítrofe 65 a 69 Clinica ≥ 70 Normal ≥ 35 Limítrofe 30 a 35 Clinica > 30 Os inventários foram analisados e registrados no programa de computador Assessment Data Manager 7.2 (ADM) - software de pontuação versão sete. Este programa permite a comparação das respostas dos diferentes informantes e a correlação das respostas dos dois inventários. Os dados geram perfis comportamentais que podem ser comparados com escores de amostras normativas, em função de idade e sexo (ACHENBACH; RESCORLA, 2010; 2001). O programa permite o usuário visualizar e imprimir a competência social e os perfis de comportamento para os dois instrumentos separadamente. O programa fornece também gráficos da comparação entre os dois informantes (BORDIN et al., 2013). Os instrumentos procuram aprofundar-se na compreensão da competência social, no funcionamento adaptativo e no perfil comportamental da criança. Os pais (CBCL/6-18) e professores (TRF/6-18) podem fornecer informações sobre repetência e a condição da criança ou adolescente ser assistido em classe especial ou escola especial. Os professores (TRF/6-18) podem fornecer informações sobre seu contato com a criança ou adolescente no contexto escolar antes de responderem informações sobre o aluno. Perguntas sobre o número de meses em que estão em contato com o aluno, bem como o tempo de convivência em que passa em sala de aula e também perguntas específicas sobre o funcionamento adaptativo (BORDIN et al., 2013). Quanto ao perfil comportamental, no CBCL/6-18 os pais/responsáveis podem avaliar alguns comportamentos que predominam no ambiente familiar, como, por exemplo, desobediência em casa ou se dorme menos do que a maioria das crianças ou adolescentes. No TRF/6-18 os professores podem avaliar os comportamentos específicos para o ambiente 43 escolar, como, por exemplo, se o aluno perturba outros alunos, se quebra as regras, se tem dificuldade de aprendizagem e se dorme durante a aula (BORDIN et al., 2013). 4.3.1.1 Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 06 e 18 anos (CBCL-6/18) - Child Behavior Checklist For Ages 6-18. O CBCL/6-18 é um dos inventários de comportamento mais mencionados na literatura mundial, foi traduzido para mais de 30 idiomas devido ao seu rigor metodológico com que foi elaborado e por seu valor em pesquisa e utilidade na prática clínica (PESCE, 2009). O inventário é dividido em perguntas abertas e perguntas fechadas. A primeira parte é composta por sete questões abertas com o intuito de investigar doenças, deficiências, desempenho escolar e relatos das preocupações dos pais sobre seus filhos. O pai/mãe/responsável é convidado a preencher o inventário de acordo com seu ponto de vista sobre o comportamento de seu filho(a). As questões referem-se à competência social, contém três escalas a serem analisadas: primeiro se refere à escala de atividade, avalia a quantidade e qualidade da participação da criança em esportes, hobbies, atividades, jogos, tarefas e afazeres. A segunda se refere à escala social, avalia a integração e participação da criança em grupos sociais. E a terceira se refere à escala escolar, avalia o desempenho escolar da criança, incluindo situação de recuperação ou repetência e a presença ou ausência de problemas escolares. A segunda parte é comporta por 113 perguntas fechadas, na qual o pai/mãe/responsável encontrará uma lista de afirmações que descrevem crianças e adolescentes e será convidado a identificar problemas de comportamento (ACHENBACH; RESCORLA, 2010; 2001). Ao aplicar o CBCL/6-18 a uma amostra heterogênea, incluindo baixa escolaridade dos pais/responsáveis, os inventários devem ser administrados por entrevistadores treinados e uma cópia do formulário deve ser dada ao entrevistado para que ele/ela possa seguir as perguntas feitas. Auto relato é um método adequado para os informantes que tenham concluído a educação básica. O CBCL/6-18 deve ser respondido pelos pais biológicos ou responsáveis, ou cuidadores que conhecem bem a criança ou adolescente, de preferência que tenham convivido com ele pelo menos nos últimos seis meses (BORDIN et al., 2013). 44 4.3.1.2 Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 06 e 18 anos (TRF/6-18) - Teacher’s Report Form for Ages 6-18. O TRF6/18 é respondido pelo professor. Esse inventário possui os mesmos itens do CBCL/6-18 referentes às escalas das síndromes de problemas de comportamento, escala total de competências e escalas orientadas pelo DSM. Porém, inclui escala do funcionamento adaptativo específico para o contexto escolar. Essa escala avalia o desempenho acadêmico e as características adaptativas do comportamento do aluno a partir do relato do professor (ACHENBACH e RESCORLA, 2010; 2001). Ao administrar o TRF/6-18 no Brasil, o método mais utilizado é a auto administração já que os professores de todas as regiões brasileiras já completaram o primeiro grau. Os entrevistados devem conhecer bem a criança e ou adolescente, de preferência ter contato próximo com o aluno pelo menos nos últimos dois meses (BORDIN et al., 2013). 4.3.2 Guia de Orientação para Manejo Comportamental de Crianças e Adolescentes com sinais de Desatenção e Hiperatividade (ARAÚJO, 2012) (ANEXO 1); O Guia de orientação para manejo comportamental de crianças e adolescentes com sinais de desatenção e hiperatividade foi produzido por Araújo (2012) e apresentado como tese de doutorado no programa de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O guia tem por objetivo desenvolver, implementar e avaliar o efeito de procedimentos de manejo comportamental no processo de aprendizagem de alunos caracterizados com TDAH. A elaboração do guia tem sua base teórica na Análise do Comportamento com estratégia de controle de estímulos e reforçadores. Sua construção e implementação foi realizada com um grupo de oito crianças com diagnóstico de TDAH, divididos em grupo experimental e grupo controle O resultado apresentou que a aplicação do Guia se mostrou viável e eficaz no manejo de diversos comportamentos relacionados à desatenção e à hiperatividade, assim como de outros problemas de comportamento comumente associados ao TDAH. 45 A implementação do guia seguiu alguns procedimentos importantes. O primeiro é o preenchimento do Protoloco de Observação (PO) pelo professor (ANEXO 2). O PO foi elaborado por Araújo (2012) a partir de padrões comportamentais típicos de crianças e adolescentes com TDAH, conforme a descrição de características clinica do DSM- IV TR (APA, 2002) e a Escala de Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade: Versão de Professores (BENCZIK, 2011). Os princípios básicos da análise do comportamento foram utilizados para desenhar a topografia dos comportamentos em sala e agrupá-los. Isso foi possível através da observação direta dos alunos realizada por Araújo (2012). No caso específico desse trabalho, o PO foi preenchido para cada aluno da sala de aula. Seu preenchimento foi realizado em quatro momentos: No inicio da implementação das estratégias de intervenção; na última semana antes do recesso/férias escolares; duas semanas após o retorno recesso/férias escolares para verificar se houve variação do comportamento neste intervalo; e na última semana implementação das estratégias de intervenção. O segundo passo foi o treinamento e a orientação do professor quanto à operacionalização e estratégias de intervenção do guia. A construção da proposta de intervenção tem sua formação de acordo com o corpo teórico da análise aplicada do comportamento, especialmente baseadas nas técnicas de reforço e modelagem. São estabelecidas 16 ações agrupadas em quatro estratégias: Controle de Estímulos (CE) Predomínio do controle do comportamento pelos estímulos antecedentes; Reforço (Rf) Predomínio do controle do comportamento pelo uso de reforçadores positivos para comportamentos adequados e Controle de estímulos por reforçamento (CERf) - Predomínio do controle do comportamento mediante manejo de antecedentes e reforçadores positivos para comportamento adequados. O acompanhamento dessas estratégias de intervenção foi realizado através de um Checklist (ANEXO 3). O Checklist foi preenchido pelo professor semanalmente e descreve o seu desenvolvimento de implementação das ações junto à sala de aula. O checklist possui as 16 ações/operacionalização que devem ser implementadas, onde o professor caracteriza a sua frequência de utilização como: nunca ou raramente; algumas vezes; e muitas vezes. O terceiro passo foi o acompanhamento do professor por meio de conversas semanais. Esse momento, que durava cerca de 45 minutos, permitia com que o professor tirasse suas dúvidas, compartilhasse suas ações de implementação em sala de aula e fosse, por 46 vezes, um apoio psicológico ao professor. No primeiro mês a conversa foi semanal e na sequência quinzenalmente. Esse acompanhamento ao professor forneceu dados qualitativos da implementação do guia. 4.3.3. Instrumento de Apoio 4.3.3.1 Carta de Informação aos Responsáveis (ANEXO 4) Carta informativa, entregue aos pais/responsáveis, descrevendo as intenções da pesquisa, os procedimentos que seriam tomados, os testes que seriam aplicados, as condições éticas estabelecidas e convidando a participar do projeto. Esta carta foi entregue a todos os pais que tinham alunos que estudavam nas turmas selecionadas para a pesquisa. 4.3.3.2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (ANEXO 5) O TCLE foi entregue apenas aos pais/responsáveis que apresentaram retorno favorável a participação da pesquisa. Nele estavam transcritos a ordem e desenvolvimento a pesquisa bem como a atribuição ao pesquisador das questões éticas da pesquisa. 4.3.3.3 Questionário Socioeconômico (ANEXO 6) O questionário teve por objetivo investigar a constituição familiar, antecedentes pessoais e familiares, classificação socioeconômica, histórico da gestação e parto, antecedentes escolares, uso de medicação e tratamentos já realizados. Ele também teve como objetivo verificar o conhecimento dos pais/responsáveis sobre a presença de sinais de desatenção e hiperatividade em seus filhos. 4.4 Procedimentos 4.4.1 Caracterização do local de pesquisa A cidade de Curitiba foi reconhecida no Brasil na década de 80 e 90 pela sua condição de organização, desenvolvimento humano e investimento em infraestrutura básica. Segundo o 47 IBGE (IBGE, 2014) em seu censo de 2012, a cidade de Curitiba registrou 234.215 matriculas no ensino fundamental I. A cidade de Curitiba possui 215 instituições municipais de ensino fundamental (PARANÁ, 2014). Destas 36 são escolas de tempo integral denominada de Centro de Educação Integrada (CEI). No último IDEB a rede municipal de ensino obteve média de 5, 9 quando sua meta proposta pelo ministério da educação era de 5,7. Analisando os índices de 2005 (4,7) até 2013 observamos um crescimento de 25%. Todavia a meta a ser alcançada para 2021 é de 6,7. A escola participante da pesquisa possui índice IDEB crescente de 2005 (5,2) a 2013 (6,0). Todavia encontra-se abaixo da meta estabelecida que em 2005 foi de 5,3 e em 2013 foi de 6,2. A meta estabelecida para 2021 é de 7,1. (INEP, 2014) Os CEI são escolas com infraestruturas especificas. Planejadas para acolher em média 500 alunos em tempo integral. Os alunos ficam na escola das 08:00h às 17:00h. O quadro horário dos alunos no CEI são divididos por turno e contra turno. Os alunos cursam as disciplinas do currículo escolar no turno e no contra turno participam de atividades lúdicas, de reforço escolar, educação física e musical. As escolas são preparadas para dispor de um conforto mínimo as crianças. Os CEI possuem refeitório, onde são realizadas três refeições, quadra poliesportiva, bibliotecas, denominadas de farol do saber, salas de aula e prédio anexo onde ficam as atividades do contra turno (CURITIBA, 2014). Os CEI são compostos por uma direção, administração, apoio pedagógico, corpo docente, corpo de apoio. Os alunos são observados continuamente por uma equipe de inspetores que atuam fora da sala de aula. 4.4.2 Ações para a pesquisa Foi realizado um contato com a direção do CEI para verificar a disponibilidade da Escola em participar da pesquisa. A direção após ouvir a descrição da pesquisa mostrou-se interessada em virtude de muitos fatores, entre eles a falta de treinamentos e cursos de qualificação para o cuidado e trabalho com crianças com dificuldades na Escola. Com o parecer favorável da direção do CEI foram mantidos contatos com a Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura Municipal de Curitiba (SME), para que autorizasse a realização da Pesquisa. A SME através da sua divisão de pesquisa prontificou-se em liberar a 48 autorização condicionando apenas que ao término da pesquisa, a dissertação fosse entregue em mídia para que fosse disponibilizada para pesquisa na biblioteca da SME. O projeto de pesquisa foi anexado como um adendo à pesquisa “Manejo comportamental pelo professor no contexto de sala de aula de alunos identificados com TDAH: desenvolvimento, implementação e avaliação de guia de intervenção” (ARAÚJO, 2012), através de carta enviada ao Comitê de Ética em Pesquisa da UPM a qual o projeto havia sido submetido. Assim, todos os procedimentos metodológicos aqui descritos foram submetidos e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie (Processo nº 1169/09/2009 e CAAE nº 0067.0.272.000-09). A direção do CEI foi comunicada da autorização da SME e da concordância do Comitê de Ética da UPM. Foi marcada uma reunião com a equipe técnica do CEI, onde estavam presentes a diretora, a vice-diretora, a coordenadora, as três professoras do 2º ano, as duas professoras do 4º ano e as psicopedagogas responsáveis pelas turmas. Foi explanado o projeto, as condições de execução e as condições éticas da pesquisa. Após a explanação a diretora apresentou o parecer favorável da SME e da direção, e solicitou que os interessados em participar da pesquisa se apresentassem. Todas as professoras do 2º e 4º ano aceitaram participar da pesquisa. Diante das condições de que havia quatro turmas, de cada ano, para participar da pesquisa foi realizado um sorteio onde foram sorteadas as turmas participantes e a sua condição na pesquisa. O sorteio revelou uma turma do 2º ano e o do 4º para o Grupo Controle (GC) e outra turma do 2º ano e do 4º ano para o Grupo Experimental (GE). Os alunos participantes foram divididos em dois grupos: experimental (GE) e controle (GC). Cada grupo era composto por uma turma de 2º ano e uma de 4º ano. Tabela 1 - Quantitativo das turmas participantes do CEI Experimental Controle Turma 2º ano 4º ano 2º ano 4º ano Alunos 30 35 30 29 Total Total 65 59 124 Participantes 13 20 16 15 64 Total 33 31 64 Perdas 04 04 02 04 14 49 Os pais dos alunos foram convidados para uma reunião no CEI, na primeira semana de aula do ano letivo, que faz parte do calendário da escola. Foi apresentada a pesquisa e entregue, aos pais/responsáveis presentes, a carta explicativa da pesquisa e os seus procedimentos. No anexo da carta foi entregue uma solicitação de participação, que deveria ser devolvida ao professor por intermédio do aluno. Aos pais/responsáveis não presentes a reunião, foi enviada a mesma carta e o anexo por intermédio dos alunos. Aos pais/responsáveis que devolveram a autorização foram lhe enviadas o TCLE e o CBCL/6-18, e solicitado à devolução com data marcada. Os professores receberam, na primeira semana do ano letivo, orientações sobre os procedimentos da pesquisa e suas devidas participações. Foi apresentado aos professores o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) que foi devidamente assinado. Na primeira semana do segundo mês do ano letivo receberam treinamento e o preencheram o TRF/6-18 para todos os alunos pertencentes a sua turma e o qual os seus pais/responsáveis havia autorizado participação na pesquisa. O CBCL/6-18 e TRF/6-18 foram reaplicados após vinte e quatro semanas de implementação do manejo comportamental Os PO foram preenchidos pelos professores em quatro momentos. Na primeira e 28ª semana de intervenção. Foram preenchidas também na 12ª e 14ª semana de intervenção, em virtude do período recesso da copa do mundo e das férias de meio de ano. Os professores do GE receberam sessões de conversa de 45 min, durante as semanas de intervenção. No primeiro mês o acompanhamento foi semanal. Nos meses seguintes passaram a ser quinzenais. Nestes encontros foram realizadas momentos de conversa para suporte e verificação da utilização das estratégias contidas no guia de manejo comportamental. A amostra escolhida continha 124 alunos. Destes, dois pais/responsáveis não autorizaram a participação na pesquisa. 78 pais/responsáveis que devolveram o primeiro CBCL/6-18. No decorrer da pesquisa houve 14 perdas amostrais, sendo 10 por transferência de escola, 01 por mudança de sala, 01 por solicitação da mãe, 03 por não devolverem o 2º CBCL/6-18. 50 Amostra dos alunos de 2º e 4º ano 40% 49% Participantes Perdas Não participantes 11% Gráfico 1 - Demonstrativo da amostra do CEI Os pais/responsáveis dos 78 alunos que começaram a pesquisa responderam ao Questionário socioeconômico (anexo VI). Os gráficos a seguir, apresentam os dados coletados no questionário socioeconômico. Embora não seja objeto principal da pesquisa, essas informações nos ajudam a elucidar questões pertinentes a condição circuncidante de cada participante. O período de gestação apresenta uma condição de maior incidência do tempo esperado que é de 9 meses. Todavia a condição de prematuridade esta presente em 10,12% da amostra. Outro fator importante percebido foi o fato da maioria dos partos serem cesáreos (51,3%). Período de Gestação 100 90 80 70 60 % 50 40 30 20 10 0 Condição do Parto 60,0 85,9 51,3 50,0 43,6 40,0 % 30,0 20,0 3,8 7 6,4 8 9 1,3 10,0 10 0,0 Meses Gráfico 2 - Condição de período de gestação e parto. 3,8 Normal Cesáreo Fórceps 51 Observando o desenvolvimento das crianças foi verificado que 12,8% da amostra apresentaram ou apresentam alguma doença considera como grave ou que acompanha a criança durante o seu desenvolvimento. Dentro da amostra observou-se uma correspondência com o número de crianças que usam algum tipo de medicação de uso continuo (11,5%). Diagnóstico de Doença 90,0 % Uso de medicação continua 90,0 83,3 80,0 80,0 70,0 70,0 60,0 60,0 50,0 % 40,0 30,0 83,3 50,0 40,0 30,0 20,0 12,8 10,0 20,0 11,5 10,0 0,0 0,0 Não Sim Não Sim Gráfico 3 – Apresentação de doença e uso de medicação. O ambiente familiar é abordado na literatura como um dos elementos que podem ser favoráveis ou desfavoráveis a condição de TDAH. Neste estudo foi observado que a condição de renda familiar de no máximo 2 salários mínimos foi apresentada em 51,3% da amostra. Quando a análise é relação dos pais obtêm a condição de 50% dos pais vivem uma relação a dois e que 37,2% das crianças vivem apenas com a mãe. 52 Renda familiar 50 45 40 35 30 % 25 20 15 10 5 0 Situação dos pais 37,2 40,0 42,3 35,0 35,9 30,8 30,0 25,0 19,2 % 20,0 15,0 10,3 9,0 10,3 10,0 5,0 1 2 3-5 0,0 >5 Casados Salário A criança mora Quem passa mais tempo com a criança 60,0 50,0 Vivem Separados Outros Juntos 60,0 50,0 53,8 50,0 37,2 40,0 40,0 % 30,0 % 30,0 20,0 26,9 20,0 10,0 3,8 1,3 5,1 0,0 10,0 6,4 3,8 5,1 0,0 Pais Pai Mãe Avós Outros Pais Pai Mãe Avós Outros Gráfico 4 - Condição social e familiar da amostra geral A relação dos pais/responsáveis com a escola foi apresentada como uma atividade exercida em 60,3% pela mãe, considerando que 16,7% da amostra é realizada pelos pais. Como a escola possui uma condição onde a reprovação ou retenção do aluno na série só é possível após o caso ser avaliado, devido as condições estabelecidas pela SME, temos que 6,4% da amostra já receberam o parecer favorável a retenção. 53 Quem comparece a escola Repetência escolar 70,0 100,0 60,3 90,0 60,0 80,0 50,0 70,0 40,0 60,0 30,0 % 50,0 40,0 % 20,0 89,7 16,7 30,0 11,5 10,0 3,8 3,8 0,0 Pais Pai Mãe Avós Outros 20,0 6,4 10,0 0,0 Não Sim Gráfico 5 - Condição escolar e relacionamento com a escola O conhecimento a respeito das condições físicas, mentais, saúde e social da criança são fundamentais para traçar-se uma orientação sobre como trabalhar com os pais a respeito de seus filhos. Aos pais da amostra foram perguntados se percebiam ou tinham um posicionamento a respeito do comportamento dos seus filhos/responsáveis quanto a condição de hiperatividade e de desatenção. 35,9% dos pais acreditam ou tem dúvidas da condição de desatenção de seus filhos, enquanto que quanto 43,6% apresentação a mesma relação quanto a condição de hiperatividade. Desatento 70,0 Hiperativo 60,0 64,1 60,0 55,1 50,0 50,0 40,0 30,8 40,0 % 30,0 % 30,0 24,4 20,0 20,0 11,5 10,0 12,8 10,0 0,0 0,0 Não Sim Talvez Gráfico 6 - Percepção dos pais/responsáveis sobre a criança Não Sim Talvez 54 Os dados apresentados não são o centro da discussão deste trabalho. Todavia uma atenção a eles, em comparação ao conjunto da pesquisa, pode apresentar indicativos que nos levem a conhecer razões, causas e efeitos na intensificação de sinais de desatenção e hiperatividade, quando verificado o contexto social da amostra. 4.5 Análise dos Dados Os dados foram analisados comparando-se os instrumentos na situação de préavaliação (antes da implementação a ser realizada) com os dados da avaliação pós intervenção. Foram comparadas as médias dos índices do CBCL e do TRF antes e após a intervenção para cada aluno de ambos os grupos experimental e controle. Foi verificada também, para esses índices, a frequência de redução para cada participante e assim estabelecer uma medida da eficácia da implementação do guia de intervenção. Os dados dos encontros para suporte ao professor para implementação do guia de intervenção foram descritos de modo qualitativo. 55 5 RESULTADOS Os resultados serão apresentados obedecendo a sequência de ações. Primeiramente serão apresentados os resultados das avaliações pré-intervenção em comparação com os pósintervenção dos inventários de comportamento (CBCL/6-18 e TRF/6-18) utilizando a Escala de Síndromes dos inventários. Serão ainda apresentados os resultados comparativos dos níveis de atenção e hiperatividade da sub escala de problemas de atenção do TRF. Em sequência, serão descritos os resultados do treino e utilização do guia pelo professor, por meio da análise do checklist. Após isso serão apresentados os resultados da implementação do guia, por meio da apresentação das quatro verificações realizadas pelo professor usando o protocolo de avaliação. É importante relembrar a distribuição da amostra. São duas turmas de segundo ano e duas de quarto ano, divididas em grupo experimental (GE) e grupo controle (GC). As turmas do grupo experimental foram as que tiveram suas professoras treinadas a partir das orientações apresentadas no Guia. A apresentação dos resultados trará sempre os grupos como experimental e controle, e as turmas em separadas. 5.1 Inventários do comportamento Os inventários CBCL/6-18 e TRF/6-18 possuem uma escala denominada de Síndrome de Problemas de Comportamento. Esta escala apresenta sete classes: Ansiedade/Depressão (AD), Isolamento/Depressão (ID), Queixas Somáticas (QS), Problemas de Sociabilidade (PS), Problemas com o Pensamento (PP), Problemas de Atenção (PA), Violação de Regras (VR)e Comportamento Agressivo (CA). O CBCL/6-18 e TRF/6-18 foram aplicados e reaplicados em um intervalo de 24 semanas de intervenção e/ou 28 semanas de tempo corrido (7 meses). Devido a condição de pré e pós intervenção, os itens foram avaliados segundo a sua apresentação quanto ao aumento (A), manutenção (M) e Redução (R) dos percentual dos índices de cada item da escala de síndrome. 56 5.1.1 CBCL/6-18 Os grupos foram comparados entre si na condição de pré e pós intervenção. O GE apresentou uma condição de índices de redução mais expressivos, em relação ao índice de aumento, nas escalas de Ansiedade e Depressão (AD), Queixas Somáticas (QS), Problemas de Sociabilidade (PS), Problemas com Pensamento (PP), Problemas de Atenção (PA) e Comportamento Agressivo (CA). Em ID o índice maior foi de aumento, enquanto que PP e VR a manutenção dos comportamentos foram mais indicada (Tabela 2). No GC a apresentação de maior índice de redução, em relação ao índice de aumento, nas escalas de Ansiedade e Depressão (AD), Isolamento e Depressão (ID), Queixas Somáticas (QS), Problemas de Sociabilidade (PS), Problemas com Pensamento (PP), Problemas de Atenção (PA), Violação de Regras (VR) e Comportamento Agressivo (CA). Todavia a manutenção dos índices apresentou-se maior em ID, QS, PP, VR e CA (Tabela 3). Quando a comparação é feita entre turmas, apresenta-se que o 2º ano GE apresentou uma condição de índices de redução mais expressivos, em relação ao índice de aumento, em AD, ID, QS, PP e PA. Em VR o índice maior foi de aumento, enquanto que CA houve igualdade entre o índice de aumento e redução (Tabela 4). No 2º ano GC a apresentação de maior índice de redução, em relação ao índice de aumento, ocorreu em AD, PA, VR e CA. Em QS o índice maior foi de aumento, enquanto que em ID, PS e PP houve igualdade entre o índice de aumento e redução. Todavia em ID, QS, PP, VR e CA o índice maior foi de manutenção (Tabela 5). Comparando os dados do 4º ano GE apresentou uma condição de índices maiores de redução, em relação ao índice de aumento, em AD, QS, OS, PP, PA, VR e CA. Em ID o índice maior foi de aumento, enquanto que em ID, PP, VR e CA o índice maior foi de manutenção (Tabela 6). No 4º ano GC a apresentação de maior índice de redução, em relação ao índice de aumento, ocorreu em ID, QS, OS e PA. Em ID, VR e CA o índice maior foi de aumento, enquanto que em QS, PP e VR o índice maior foi de manutenção (Tabela 7). 57 Qtd % Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 2 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no grupo experimental A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R 9 10 17 13 12 11 1 15 20 7 10 19 7 14 15 11 8 17 10 14 12 9 12 15 25 28 47 36 33 31 3 42 56 19 28 53 19 39 42 31 22 47 28 39 33 25 33 42 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução Comportamen to Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 3 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no grupo controle A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R Qtd 8 7 13 7 13 8 8 10 10 10 5 13 6 13 9 6 6 16 5 15 8 7 11 10 % 29 25 46 25 46 29 29 36 36 36 18 46 21 46 32 21 21 57 18 54 29 25 39 36 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução 58 Qtd % Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidad e Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 4 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 2º ano experimental A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R 5 2 9 6 3 7 2 5 9 4 1 11 3 4 9 4 1 11 7 3 6 7 2 7 31 13 56 38 19 44 13 31 56 25 6 69 19 25 56 25 6 69 44 19 38 44 13 44 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 5 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 2º ano controle A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R Qtd 1 5 7 2 9 2 5 5 3 5 3 5 4 5 4 2 4 7 1 7 5 1 7 5 % 8 38 54 15 69 15 38 38 23 38 23 38 31 38 31 15 31 54 8 54 38 8 54 38 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução 59 Qtd % Comportamen to Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 6 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 4º ano experimental A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R 4 7 9 7 9 4 0 9 11 3 8 9 4 9 7 6 6 8 3 10 7 2 9 9 20 35 45 35 45 20 0 45 55 15 40 45 20 45 35 30 30 40 15 50 35 10 45 45 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução Qtd % Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 7 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBCL/6-18 no 4º ano controle A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R 7 3 5 5 4 6 4 6 5 6 2 7 3 7 5 3 3 9 4 8 3 6 4 5 47 20 33 33 27 40 27 40 33 40 13 47 20 47 33 20 20 60 27 53 20 40 27 33 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução 60 5.1.2 TRF/6-18 Os grupos foram comparados entre si na condição de pré e pós intervenção. O GE apresentou uma condição de índices maiores de redução, em relação ao índice de aumento, em AD, ID, QS, PS, PP, PA, VR e CA. Em QS, PS, PP, PA e VR a manutenção dos comportamento foi mais indicada (Tabela 8). No GC a apresentação de maior índice de redução, em relação ao índice de aumento, ocorreu em AD, ID, QS, PS, PA e VR. Em PP o índice maior foi de aumento, enquanto que a manutenção dos índices apresentou-se maior em ID, QS, PP, PA, VR e CA (Tabela 9). Quando a comparação é feita entre turmas, apresenta-se que o 2º ano GE apresentou uma condição de índices maiores de redução, em relação ao índice de aumento, em AD, ID, QS, PS, PA, VR e CA. Em ID, QS e PP a manutenção dos índices apresentou-se maior (Tabela 10). No 2º ano GC a apresentação de maior índice de redução, em relação ao índice de aumento, ocorreu em AD, PS e PA. Em PP, VR e CA o índice maior foi de aumento, enquanto que em ID e QS houve igualdade entre o índice de aumento e redução. Todavia em AD, ID, QS, PS, PP, PA, VR e CA o índice maior foi de manutenção (Tabela 11). Comparando os dados, o 4º ano GE apresentou uma condição de índices maiores de redução, em relação ao índice de aumento, em AD, ID, QS, PS, PA, VR e CA. Em PP o índice maior foi de aumento, enquanto que em QS, PS, PP e PA o índice maior foi de manutenção (Tabela 12). No 4º ano GC a apresentação de maior índice de redução, em relação ao índice de aumento, ocorreu em AD, ID, QS, PS, PA, VR e CA. Em PP o índice maior foi de aumento, enquanto que em ID, QS, PP, PA, VR e CA o índice maior foi de manutenção (Tabela 13). Qtd % Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala 61 Tabela 8 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no grupo experimental A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R 5 4 27 3 14 19 2 26 8 2 20 14 2 29 5 4 16 16 2 11 23 2 13 21 14 11 75 8 39 53 6 72 22 6 56 39 6 81 14 11 44 44 6 31 64 6 36 58 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução Comportamen to Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 9 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no grupo controle A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R Qtd 2 11 15 2 20 6 2 23 3 1 12 15 2 26 0 2 19 7 3 21 4 4 20 4 % 7 39 54 7 71 21 7 82 11 4 43 54 7 93 0 7 68 25 11 75 14 14 71 14 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução 62 Qtd % Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 10 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 do 2º ano experimental A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R 1 3 12 1 7 8 1 10 5 0 5 11 0 12 4 0 6 10 0 2 14 0 5 11 6 19 75 6 44 50 6 63 31 0 31 69 0 75 25 0 38 63 0 13 88 0 31 69 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução Comportamen to Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 11 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no 2º ano controle A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R Qtd 1 10 2 1 11 1 1 11 1 0 11 2 1 12 0 1 7 5 1 12 0 3 9 1 % 8 77 15 8 85 8 8 85 8 0 85 15 8 92 0 8 54 38 8 92 0 23 69 8 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução 63 Qtd % Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 12 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no 4º ano experimental A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R 4 1 15 2 6 12 1 16 3 2 15 3 2 17 1 4 10 6 2 8 10 2 8 10 20 5 75 10 30 60 5 80 15 10 75 15 10 85 5 20 50 30 10 40 50 10 40 50 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (D): Redução Comportamen to Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Amostra Escala Tabela 13 - Porcentagem dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no TRF/6-18 no 4º ano controle A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R A M R Qtd 1 0 14 1 9 5 1 12 2 1 0 14 1 14 0 1 11 3 2 9 4 1 11 3 % 7 0 93 7 60 33 7 80 13 7 0 93 7 93 0 7 73 20 13 60 27 7 73 20 Legenda: Comparação entre o pré o pós (A): aumento; (M): Manutenção e (R): Redução 64 5.1.3 Comparação entre o CBCL/6-18 e o TRF/6-18 Os grupos foram comparados GE e GC na condição de pré e pós intervenção para verificação de maior redução entre os inventários. Observando a amostra geral foi verificado que o GE obteve maior redução em todos os itens, exceto no TRF do PS e no CBCL do PA. Comparando os inventários observou-se que no GE o TRF teve maior redução nos itens, exceto no ID, VR e CA. O GC teve maior redução no CBCL, exceto no AD e PS (Tabela 14). Quando a comparação é feita entre turmas, apresenta-se que o 2º ano GE apresentou maior redução em todos os itens em relação ao 2º GC, exceto no CBCL do VR onde houve uma semelhança de redução. Observando o GC o maior índice de redução ocorreu no TRF, exceto no PS onde houve uma semelhança de redução, e no QS, PP e PA onde apresentaram maior redução no CBCL (Tabela 15). Comparando os dados, o 4º ano GE apresentou uma redução em todos os itens do que do 4º GC, exceto no CBCL do ID, PS, PA e no TRF do AD, PS. Quando observado por turma, no 4º GC houve equivalência de redução nos itens, no CBCL reduziu no QS, PS, PP, PA e no TRF reduziu os itens AD, PS e VR (Tabela 16). 65 Exper Controle Comportame nto Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Escala participante Tabela 14 - Porcentagem de redução na comparação dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBC/6-18 e o TRF/6-18 na amostra geral CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF 47 46 75 54 31 29 53 21 56 36 22 11 53 46 39 54 42 32 14 0 47 57 44 25 33 29 64 14 42 36 58 14 Exper Controle Comportamen to Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão Escala participante Tabela 15 - Porcentagem de redução na comparação dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBC/6-18 e o TRF/6-18 no 2º ano CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF 56 54 75 15 44 15 50 8 56 23 31 8 69 31 69 15 56 31 25 0 69 54 63 38 38 38 88 0 44 38 69 8 66 Exper Controle Comportamento Agressivo Violação de Regras Problemas de Atenção Problemas com o Pensamento Problemas de Sociabilidade Queixas Somáticas Isolamento/ Depressão Ansiedade/ Depressão participante Escala Tabela 16 - Porcentagem de redução na comparação dos escores ponderados (T) das Escalas/Síndromes de Problemas de Comportamento verificados no CBC/6-18 e o TRF/6-18 no 4º ano CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF CBCL TRF 45 33 75 93 20 40 60 33 55 33 15 13 45 47 15 93 35 33 5 0 40 60 30 20 35 20 50 27 45 27 50 20 67 5.1.4 Subescala de problemas de atenção do TRF/6-18 A subescala de problemas possui uma subclassificação com 26 comportamentos. 14 comportamentos pertencem categoria de desatenção e 12 pertencem a categoria de hiperatividade e impulsividade. A obtenção dos valores que são transformados em porcentagem de redução são obtidos pela total de escores bruto e seu percentil. Comparando os GE e GC foi verificado que houve maior redução no índice de desatenção (44,4%) e de hiperatividade e impulsividade (38,9%) no GE (Tabela 17). Quando a comparação é entre os 2º GE e o 2º GC constatou-se houve maior redução no índice de desatenção (50%) e de hiperatividade e impulsividade (37,5%) no 2º GE (Tabela 18). E por último, quando comparados o 4º GE e o 4º GC verifica-se que houve maior redução no 4º GE (40%), enquanto que na Hiperatividade e Impulsividade os escores foram iguais (40%), mas o percentil de redução do 4º GC foi maior (40%) (Tabela 19). Grupo Subescala Tabela 17 - Porcentagem de redução na comparação dos escores totais e percentis entre grupo controle e experimental da Subescalas de Problemas de atenção verificados no TRF/6-18 Controle Exper. Desatenção Hiperatividade/ impulsividade Escore total Percentil Escore total Percentil 28,6 44,4 25,0 44,44 28,6 38,9 28,6 30,56 68 Grupo Subescala Tabela 18 - Porcentagem de redução na comparação dos escores totais e percentis entre grupo controle e experimental do 2 Ano da Subescalas de Problemas de atenção verificados no TRF/6-18 Controle Exper. Desatenção Hiperatividade/ impulsividade Escore total Percentil Escore total Percentil 23,1 50,0 23,08 50,0 15,4 37,5 15,38 37,5 Grupo Subescala Tabela 19 - Porcentagem de redução na comparação dos escores totais e percentis entre grupo controle e experimental do 4º Ano da Subescalas de Problemas de Atenção verificados no TRF/6-18 Controle Exper. Desatenção Hiperatividade/ impulsividade Escore total Percentil Escore total Percentil 33,3 40,0 26,7 40,0 40,0 40,0 40,0 25,0 5.2 Implementação do Protocolo 5.2.1 Orientação ao professor Os momentos de conversa com o professor foram marcados pela cordialidade e participação. Os encontros inicialmente foram realizados semanalmente. Com o passar dos dois primeiros meses começaram a ser quinzenalmente. Os dias escolhidos para a conversa de orientação ocorreram sempre às quintas-feiras pela parte da tarde, durante o horário disponível do professor. O tempo máximo da conversa era de 45 minutos. 69 5.2.1.1 Professor 1 – 2º GE O primeiro encontro de conversa foi marcado por muitas dúvidas. As colocações do professor demonstravam uma certa resistência natural ao modelo comportamental em virtude da sua linha pedagógica. No primeiro dialogo o professor apresentou sua visão sobre o trabalho que estava sendo apresentado. Colocou-se favorável a sua participação e disposto a seguir na caminhada. A partir do segundo encontro foi apresentado o guia de manejo de forma clara. De forma gradual foram sendo introduzidos os conceitos da análise do comportamento. O professor apresentava uma relação de conhecimento do assunto em pauta, mas não apresentava pouco relação de aplicabilidade. Durante os encontros o professor demonstrava interesse em conhecer melhor as técnicas que cercavam o guia bem como relacionar-se com as diferentes situações que vivenciava em sala de aula. O momento de encontro passou então a ser um tempo de suporte psicológico. Por diversos vezes os encontros deixavam um pouco a condição do guia de manejo e tratavam da relação afetiva professor/aluno. No decorrer dos encontros a descrição de progresso na sala de aula, principalmente com os alunos, que o professor caracterizava como difíceis, passou a ser positiva. Por diversas vezes o professor emocionou-se ao relatar o progresso desses alunos. Nos últimos encontros o professor o professor demonstrava uma certa expectativa em poder conversar sobre a sua classe. 5.2.1.2 Professor 2 – 4º GC O professor apresentou-se muito interessado em participar. Muito eloquente, com uma fala firme e uma resposta bem apresentada, o professor apresentou-se produzindo boas expectativas no pesquisador. Todavia no primeiro encontro já verificado uma certa dificuldade do professor com os itens do ckecklist. A dificuldade foi apresentada na mensuração do controle do humor do professor. Foi percebido uma resistência do professor a um programa diferente do que o ele fazia. Todavia ele apresentou-se favorável a nova tecnologia. 70 Foram gastas algumas conversas para mostrar e convencer o professor do beneficio para ele da implementação do guia em sua sala de aula. Por muitas vezes o professor apresentou a sua dificuldade com alguns alunos, mas de uma forma muito imediata apresentava uma solução, plausível aos seus olhos, para solucionar os problemas. As técnica apresentadas possuíam momentamente um bom feedback. Todavia quando da apresentação do checklist haviam discrepâncias na implementação. Após um mês de conversa, o diálogo começou a ficar confiável e o professor passou a demonstrar interesse de conhecer e aprender o manejo. Todavia com o passar do terceiro mês o professor começou a ter dificuldade de manter o encontro. Ficando até um mês sem ter encontros. A ausência sempre tinham justificavas que referiam-se a condição de alguma atividade extra escola ou uma liberação para tratar de assuntos particulares. No segundo semestre as sessões passaram a ser mensais por motivos alheios a vontade do pesquisar. Procurando sempre encontrar um tempo disponível do professor, foram buscados encontros semanais na expectativa de encontrar esse tempo do professor. Os momentos que foram disponíveis pelo professor, foram trabalhos de forma aplicada o lidar com a sala de aula. O professor interagia muito bem. Demonstrava atenção às explanações, mas não fazia perguntas sobre o assunto. Aproveita o tempo para elaborar o seu lidar com a sala de aula e alguns alunos em particular. Parte do tempo das conversas foram utilizadas para procurar de alguma forma equalizar as suas questões internalizastes e o nível de estresses indicados por seu comportamento. Os momentos de conversa com o professor foram marcados pela cordialidade e participação. Os encontros inicialmente foram realizados semanalmente. Com o passar dos dois primeiros meses começaram a ser quinzenalmente. Os dias escolhidos para a conversa de orientação ocorreram sempre às quintas-feiras pela parte da tarde, durante o horário disponível do professor. O tempo máximo da conversa era de 45 minutos. 5.2.2 Implementação pelo Checklist O checklist é um elemento integrante do protocolo de manejo comportamental, onde as ações implementadas pelo professor podem ser averiguadas a partir de uma visualização de anotações semanais. Os professores do GE preencheram semanalmente o checklist totalizando 71 28 checagens. É importante lembrar que a semana 13 encerra as atividades do 1º semestre escolar, sendo seguida pelo recesso da copa do mundo e do recesso de férias escolares totalizando 4 semanas. Após esse intervalo, reiniciam-se as atividades de implementação com a semana 14 e encerrando as atividades na semana 28. O checklist é integrado por 16 estratégias de manejo divdidas em 3 grupos. O grupo do controle de estímulos (CE) com 12 estratégias, o grupo de reforçamento (Rf) com 3 estratégias e o grupo de controle de estímulos por reforçamento (CERf) com 1 estratégia. Todas as estratégias recebiam uma mensuração de implementação, sendo 0(zero) não foi implementado, 1(um) algumas vez e 2(dois) muitas vezes. A verificação semanal de implementação produzia uma média de implementação. O professor 1 (Tabela 20), quanto a média de implementação apresentou um inicio com 66% de implementação. Essa média sofreu variações superiores chegando a condição de 100% de implementação na semana 13. Na semana 14 a média de implementação reduziu para 84% e voltou a subir para 100% de implementação até a semana 18 onde estabilizou em 97% e manteve assim até a semana 28. A média geral de implementação alcançou 92%. Nos itens relacionados ao checklist, o CE iniciou com 58% e apresentou crescimento com variações até a semana 13 onde alcançou implementação de 100%. Na semana 14 apresentou redução para 79% mas na semana seguinte chegou a 100% de implementação até a semana 18 onde apresentou 96% que manteve até a semana 28. A média do CE de implementação alcançou 92%. Quanto ao Rf, iniciou com 83% e apresentou crescimento com variações nos 100% até a semana 13. Na semana 14 manteve os 100% de implementação até a semana 28. A média do Rf de implementação alcançou 92%. Quanto ao CERf a implementação foi de 100% em todas as semanas. O professor 2 (Tabela 21), quanto a média de implementação apresentou um inicio com 72% de implementação. Essa média sofreu variações chegando a condição de 50% de implementação na semana 8. Na semana 9 caiu para 38% de implementação quando começou a subir alcançando 63% na semana 13. Na semana 14 registrou implementação de 63% elevando-se para 81% e mantendo-se até semana 18 quando chegou a média mais alta de 84%. Na semana 19 reduziu para 63% e manteve-se até a semana 28. A média geral de implementação alcançou 67%. 72 Tabela 20 - Implementação do treino a partir de um checklist respondido pelo professor 1 Checklist: (0) Não foi implementada: Estratégia não utilizada nas aulas; (1) Algumas vezes: estratégia utilizada apenas em algumas aulas ou dias e (2) Muitas vezes: Estratégia incorporada diariamente nas aulas Semana CE Rf Rf CE Estratégias 1. Estabelecer regras com os alunos. 2. Comunicar o tempo no decorrer da aula. 3. Ressaltar informações importantes. 4. Sentar o aluno perto do professor. 5. Desenvolver autonomia. 6. Fracionar a carga de trabalho total. 7. Utilizar atividades e textos com destaque. 8. Diversificar o material utilizado. 9. Mesclar atividades de baixa e alta atratividade. 10. Comunicar-se com os pais. 11. Manter o bom humor e não se desgastar por pouco. 12. Estimular o autocontrole e percepção. 13. Evidenciar aspectos positivos do comportamento do aluno. 14. Usar o retorno imediato. 15. Aumentar frequência das consequências. 16. Aproximar-se mais ao comunicar-se. MÉDIA Média 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 2 1 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9 2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9 1 1 1 1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,8 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0 1 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0 0 1 1 0 2 2 2 2 2 2 1 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7 1 2 0 1 2 0 2 2 2 2 1 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7 1 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,3 1 2 2 2 1 1 1 2 2 2 1 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,8 0 1 2 1 1 1 1 2 2 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0 1,3 1,7 1,6 1,6 1,9 1,7 1,6 1,9 1,9 1,8 1,6 1,8 2,0 1,7 2,0 2,0 2,0 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,8 2,0 2,00 Legenda: (CE): Predomínio do controle do comportamento pelos estímulos antecedentes; (Rf): Predomínio do controle do comportamento pelo uso de reforçadores positivos para comportamentos adequados e (CERf): Predomínio do controle do comportamento mediante manejo de antecedentes e reforçadores positivos para comportamento adequados. 73 Tabela 21 - Implementação do treino a partir de um checklist respondido pelo professor 2 Checklist: (0) Não foi implementada: Estratégia não utilizada nas aulas; (1) Algumas vezes: estratégia utilizada apenas em algumas aulas ou dias e (2) Muitas vezes: Estratégia incorporada diariamente nas aulas CE Rf Rf CE Semana Estratégias 1. Estabelecer regras com os alunos. 2. Comunicar o tempo no decorrer da aula. 3. Ressaltar informações importantes. 4. Sentar o aluno perto do professor. 5. Desenvolver autonomia. 6. Fracionar a carga de trabalho total. 7. Utilizar atividades e textos com destaque. 8. Diversificar o material utilizado. 9. Mesclar atividades de baixa e alta atratividade. 10. Comunicar-se com os pais. 11. Manter o bom humor e não se desgastar por pouco. 12. Estimular o autocontrole e percepção. 13. Evidenciar aspectos positivos do comportamento do aluno. 14. Usar o retorno imediato. 15. Aumentar frequência das consequências. 16. Aproximar-se mais ao comunicar-se. MÉDIA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Média 1 2 2 2 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,0 2 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,9 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,4 2 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,4 2 2 2 2 2 2 0 0 0 2 2 2 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,3 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,5 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,0 1 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,1 2 2 2 2 2 2 1 1 0 1 1 1 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7 2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,3 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,6 2 2 2 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9 1,4 1,6 1,6 1,6 1,5 1,4 1,0 1,0 0,8 1,3 1,3 1,4 1,3 1,3 1,6 1,6 1,6 1,7 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,2 1,6 1,9 Legenda: (CE): Predomínio do controle do comportamento pelos estímulos antecedentes; (Rf): Predomínio do controle do comportamento pelo uso de reforçadores positivos para comportamentos adequados e (CERf): Predomínio do controle do comportamento mediante manejo de antecedentes e reforçadores positivos para comportamento adequados. 74 Tabela 22 - Porcentagem de implementação do Protocolo de Observação na comparação dos professores Semana Estratégias Prof 1 CE Prof 2 Prof 1 Rf Prof 2 Prof 1 CERf Prof 2 Prof 1 Total Prof 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Média 58 79 79 71 92 79 79 96 96 83 75 88 100 79 100 100 100 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 90 71 83 83 83 67 67 42 42 33 63 63 63 54 54 75 75 75 79 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 61 83 100 83 100 100 100 83 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 98 67 67 67 67 100 83 83 83 50 67 67 83 83 83 100 100 100 100 83 83 83 83 83 83 83 83 83 83 82 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 50 50 50 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 66 84 81 78 94 84 81 97 97 88 81 91 100 84 100 100 100 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 92 72 81 81 81 75 72 50 50 38 66 66 69 63 63 81 81 81 84 63 63 63 63 63 63 63 63 63 63 67 75 Nos itens relacionados ao checklist (Tabela 22), o CE iniciou com 71% e apresentou crescimento até a semana 4 com 83% (Gráfico 7). Na semana 5 reduziu para 67% e continuou em declínio até a semana 9 quando alcançou a menor média de 33%. Na semana 10 elevou-se a 63% e chegou na semana 13 com 54%. Na semana 14 manteve os 54% elevando-se a 79% até a semana 18. Na semana 19 reduziu para 54% e manteve até a semana 28. A média do CE de implementação alcançou 61%. Quanto ao Rf (Gráfico 8), iniciou com 67% e apresentou manutenção até a semana 5 quando chegou a 100%. Reduziu a 83% na semana 6 e na semana 9 alcançou seu menor índice de 50%. Na semana 13 chegou a 83%. Na semana manteve 83% elevando-se a 100% na semana 18 e reduzindo a 83% na semana 19 mantendo o indíce até a semana 28. A média do Rf de implementação alcançou 82%. Quanto ao CERf (Gráfico 10)a implementação foi de 100% em todas as semanas, com variação na semana 7, 8 e 9 de 50% (gráfico ). % Implementação do Manejo Comportamental 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Prof 1 Prof 2 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 Semana Gráfico 7- Implementação do manejo comportamental pelos professores 76 Implementação do Controle de Estimulos 100 90 80 70 % 60 50 Prof 1 40 Prof 2 30 20 10 0 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 Semana Gráfico 8- Implementação do controle de estímulos % Implementação do Reforço 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Prof 1 Prof 2 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 Semana Gráfico 9- Implementação do reforço 77 % Implementação do Controle de Estímulo por Reforço 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Prof 1 Prof 2 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 Semana Gráfico 10 - Implementação do controle de estímulos pelo reforço (CERf) 5.2.3 Avaliação do Protocolo de Observação O protocolo de observação é um protocolo preenchido pelo professor para cada aluno, onde são observados 16 itens, nomeados de “A” a “P”, agrupados em 5 grupos de comportamentos: Desatenção (DES), Facilmente Distraído (FAC), Inquietação (INQ), Movimentação (MOV) e Impulsividade (IMP). O PO foi preenchido pelo professor em quatro momentos diferentes. Na primeira e última semana de intervenção e na semana 13 antes do período de recesso escolar e na semana 15 de intervenção. O PO foi preenchido por todos os professores. Os grupos GC e GE foram comparados entre si para verificação da redução da frequência padrão dos comportamentos, considerando o primeiro e o último PO. Foram também verificadas a linha de redução dos comportamentos a partir da apresentação de todos os PO. Comparando os PO do GE e o GC verificou-se que em todos os itens houve maior redução no GE exceto no item D/FAC, L/MOV, O/IMP e P/IMP (Tabela 23). Quando a comparação é entre o 2º GE e o 2º GC obteve-se maior redução no GE em todos os itens exceto em D/FAC, L/MOV e O/IMP (Tabela 24). Na comparação entre o 4º GE e o 4º GC obteve-se maior redução no GE em todos os itens exceto em D/FAC, G/FAC, O/IMP. Nos itens H/INQ e K/MOV os grupos obtiveram redução zero (Tabela 25). Grupo G - Perder coisas H - Mexer-se e contorcer-se na cadeira I - Mexer mãos e pés J - Mudar de postura K - Falar em demasia L - Levantar da carteira M - Andar ou correr na sala ou para fora da sala N - Ter dificuldade em aguardar sua vez O - Falar sem ser estimulado P - Interromper outras falas Experimental F - Demorar a iniciar tarefas escolares Controle E - Ultrapassar o tempo estabelecido para concluir tarefas Comportamentos D - Envolver-se em eventos alheios às atividades em sala Padrão comportamental C - Deixar de responder quando perguntado D - Envolver-se em eventos alheios às atividades em sala E - Ultrapassar o tempo estabelecido para concluir tarefas F - Demorar a iniciar tarefas escolares G - Perder coisas H - Mexer-se e contorcer-se na cadeira I - Mexer mãos e pés J - Mudar de postura K - Falar em demasia L - Levantar da carteira M - Andar ou correr na sala ou para fora da sala N - Ter dificuldade em aguardar sua vez O - Falar sem ser estimulado P - Interromper outras falas Experimental B - Desviar o olhar do caderno Controle C - Deixar de responder quando perguntado Grupo B - Desviar o olhar do caderno Comportamentos A - Desviar o olhar do professor durante a explicação Padrão comportamental A - Desviar o olhar do professor durante a explicação 78 Tabela 23 - Porcentagem de redução na comparação da frequência de padrão comportamental no protocolo de observação do professor entre os grupos experimental e controle. DESATENÇÃO DESATENÇÃO FACILMENTE DISTRAÍDO FACILMENTE DISTRAÍDO INQUIETAÇÃO INQUIETAÇÃO MOVIMENTAÇÃO MOVIMENTAÇÃO IMPULSIVIDADE 7,1 47,2 14,3 41,7 10,7 36,1 50,0 30,6 3,6 22,2 0,0 19,4 3,6 2,8 10,7 11,1 0,0 16,7 7,1 8,3 25,0 33,3 14,3 13,9 10,3 16,7 14,3 19,4 32,1 19,4 17,9 16,7 Tabela 24 - Porcentagem de redução na comparação da frequência de padrão comportamental no protocolo de observação do professor entre os grupos experimental e controle do 2º ano IMPULSIVIDADE 0,0 37,5 15,4 43,8 7,7 50,0 38,5 37,5 7,7 25,0 0,0 12,5 0,0 6,3 23,1 25,0 0,0 25,0 15,4 18,8 30,8 37,5 30,8 12,5 15,4 18,8 23,1 37,5 46,2 37,5 23,1 25,0 Grupo E - Ultrapassar o tempo estabelecido para concluir tarefas F - Demorar a iniciar tarefas escolares G - Perder coisas H - Mexer-se e contorcer-se na cadeira I - Mexer mãos e pés J - Mudar de postura K - Falar em demasia L - Levantar da carteira M - Andar ou correr na sala ou para fora da sala N - Ter dificuldade em aguardar sua vez O - Falar sem ser estimulado P - Interromper outras falas Experimental D - Envolver-se em eventos alheios às atividades em sala Controle C - Deixar de responder quando perguntado Comportamentos B - Desviar o olhar do caderno Padrão comportamental A - Desviar o olhar do professor durante a explicação 79 Tabela 25 - Porcentagem de redução na comparação da frequência de padrão comportamental no protocolo de observação do professor entre os grupos experimental e controle do 4º ano. DESATENÇÃO FACILMENTE DISTRAÍDO INQUIETAÇÃO MOVIMENTAÇÃO IMPULSIVIDADE 13,3 55,0 13,3 40,0 13,3 25,0 60,0 25,0 0,0 20,0 0,0 25,0 6,7 0,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0 0,0 20,0 30,0 0,0 15,0 6,7 15,0 6,7 5,0 20,0 5,0 13,3 10,0 80 Verificando a redução da desatenção na linha do tempo dos quatro PO uma queda acentuada nos GE no 2º PO (em média 20%), com uma elevação no 3º PO (em média 10%) e sua manutenção no 4º PO. No GC o índice é estável com pequena variação no 3º PO (Gráfico 10). % Desatenção 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 GE GC GE 2 GC 2 GE 4 GC 4 1 2 3 4 Protocolo de Observação Gráfico 11 – Porcentagem da redução da desatenção nos protocolos de observação No grupo Facilmente Distraído a linha do tempo apresenta um declínio no 2º e 3º PO dos GE com um aumento acentuado no 4º PO aproximando dos índices do 1º PO. O GC segue uma condição estável com pouca variação. O 2º GC manteve-se estável e 4º GC manteve-se estável com declínio acentuado no 4º PO (Gráfico 11). Facilmente Distraido 35 30 GE 20 GC 15 GE 2 10 GC 2 5 GE 4 0 GC 4 % 25 1 2 3 4 Protocolo de Observação Gráfico 12 - Porcentagem da redução do facilmente distraído nos protocolos de observação 81 No grupo Inquietação a linha do tempo apresenta um declínio no 2º e 3º PO dos GE com um aumento acentuado no 4º PO acima do nível do 1º PO. Os GC seguiram uma condição estável com pouca variação no 4º PO. (Gráfico 12). Inquietação 30 25 GE % 20 GC 15 GE 2 10 GC 2 5 GE 4 GC 4 0 1 2 3 4 Protocolo de Observação Gráfico 13 - Porcentagem da redução da Inquietação nos protocolos de observação No grupo Movimentação a linha do tempo apresenta nos GE um declínio no significativo (média de 15%) no 2º com um aumento gradual até o 4º PO chegando próximo dos índices do 1º PO. Os GC seguiram uma condição estável até o 2º PO seguidos de um declínio no 4º PO à metade da sua condição no 1º PO. (Gráfico 13). Movimentação 40 35 30 GE % 25 GC 20 GE 2 15 GC 2 10 5 GE 4 0 GC 4 1 2 3 4 Protocolo de Observação Gráfico 14 - Porcentagem da redução de movimentação nos protocolos de observação 82 No grupo Impulsividade a linha do tempo apresenta nos GE um declínio no significativo (média de 20%) no 2º com um leve manutenção no 3º PO. O 2º GE manteve estável, enquanto os GE teve uma subida (média de 10%) e o 4º GE subiu levemente (média de 5%). Os GC seguiram uma condição estável até o 2º PO. O 2º GE teve um declínio acentuado (média 15%) seguida pelo GC (média 10%) e o 4º GC no 4º PO (Gráfico 14). Impulsividade 40 35 30 GE % 25 GC 20 GE 2 15 GC 2 10 GE 4 5 GC 4 0 1 2 3 4 Protocolo de Observação Gráfico 15 - Porcentagem da redução da impulsividade nos protocolos de observação 83 6 DISCUSSÃO É importante começar essa etapa do trabalho considerando algumas coisas. A hiperatividade, a impulsividade e a desatenção são elementos integrantes do diagnóstico do TDAH (APA, 2014). Todavia, esses elementos precisam apresentar-se em maior frequência quando comparados a outras crianças em mesma fase de desenvolvimento (BARKLEY, 1997a). Visualizando desta forma, podemos conceber que é possível ter sinais de hiperatividade, a impulsividade e de desatenção sem necessariamente ter TDAH (WAGNER, 2003). Nenhum lugar é mais propicio para essa observação do que a sala de aula. Onde os sinais ficam claros no comportamento do aluno, facilitando a comparação entre outros as crianças e adolescentes (GUREASKO-MOORE et al., 2006). Todavia os comportamentos citados, também, podem ser apresentados nos alunos que não possuem e não serão diagnosticados com TDAH. O ambiente escolar e principalmente a sala de aula, são propícios a apresentação de comportamentos incompatíveis com o aprendizado (PAIVA; LOURENÇO, 2011). A sala de aula, de forma evidente, apresenta inúmeros estímulos para que o aluno seja levado a um comportamento inadequado. Podemos enumera-los de forma simples: ausência ou excesso de estímulos visuais nas paredes; excesso de alunos na sala; proximidade entre as carteiras; ventilação da sala; relação do aluno com o professor; ausência ou excesso de atividades e outras. Quando a verificação é a escola podemos ter uma melhor percepção do quadro de sinais de hiperatividade, impulsividade e a desatenção no intervalo das aulas e no recreio (PHELAN, 2005). São acidentes, discussões, formação de grupos, isolamentos e outros. Tudo isso só vem a ratificar que os sinais de hiperatividade, impulsividade e a desatenção só são identificados como TDAH, quando atenderem as exigências diagnósticas do DSM-5 (APA, 2014) Diante disto o presente trabalho vem a apresentar uma aplicação de um modelo de intervenção comportamental, realizado pelo professor, em um ambiente de sala de aula, com alunos com diagnóstico de TDAH (ARAÚJO, 2012), em um ambiente de sala de aula convencional com alunos regularmente matriculados. O trabalho realizado por Araújo (2012) focava a relação do TDAH com o ambiente escolar e o comportamento do aluno. Este trabalho focou a intervenção comportamental realizada pelo professor para que os sinais de 84 hiperatividade, impulsividade e a desatenção, viessem a reduzir com o objetivo de melhor qualitativamente o ambiente escolar. Rossi (2008) apresentou um programa que tinha como objetivo verificar a relação de conhecimento do professor sobre o transtorno e a sua ação em beneficio dos alunos. Fica evidente no trabalho que é perceptível o dano que sofre a criança com TDAH em sala de aula. Todavia é importante salientar que uma intervenção bem sucedida em alunos com sinais de TDAH, em um ambiente escolar, pode produzir efeito benéfico nas outras crianças. Esta é uma das razões do presente estudo. Este trabalho apresenta uma modelo comportamental de manejo. Alguns teóricos (DUPAUL; STONER, 2007; BARKLEY; ANASTOPOULOS; ROBIN; LOVETT; SMITH; et al., 2008) apresentam em seus manejos com o TDAH estruturas comportamentais. Isso passa a nos mostrar que a Análise do comportamento não só é viável, como eficaz no tratamento do TDAH. Em vista deste trabalho, a Análise do comportamento foi a estrutura base na elaboração das estratégias de intervenção (ARAÚJO, 2012). Ao verificarmos que os princípios básicos foram utilizados: reforço, controle de estímulos e controle de estímulos por reforço, percebemos a solidez da teoria comportamental (BENVENUTI; NETO, 2014). Um fator muito importante em qualquer implementação comportamental é ação de comprometimento do agente implementador. Isso é compreendido, quando analisamos o tempo e a forma da implementação, considerando que é necessário ter uma condição ativa e voluntária (PFIFFNER et al., 2008). A literatura está repleta de abordagens (PHELAN, 2005; DUPAUL; STONER, 2007; BARKLEY; ANASTOPOULOS; ROBIN; LOVETT; SMITH; et al., 2008; MUSZKAT et al., 2012; RIBEIRO, 2014) que procuram elaborar estratégias para lograr êxito no manejo com o TDAH. Como a pesquisa foi realizada em um ambiente público, onde os professores participantes são concursados e de forma voluntária, e que escolheram lecionar no CEI, se prontificaram a participar do trabalho, essa variável foi minimizada. A intervenção comportamental implementada no presente trabalho foi executado pelo professor. Barkley (2002) aponta a necessidade de o agente interventor possuir um conhecimento adequado sobre o TDAH. Os professores participantes foram instruídos no instrumento de manejo. Araújo (2012) elaborou uma cartilha (anexo I) que clarividência os conceitos básicos sobre o TDAH, e os comportamentos inadequados, bem como os conceitos 85 e ações da análise do comportamento necessário para a implementação. Diante desse fato, é importante salientar que o treino e o ganho desse novo repertório por parte do professor qualifica a implementação. A qualidade das informações prestadas pelos professores do grupo experimental, no momento de conversa semanal, não pontuava a individualidade dos alunos, mas evidenciava a condição pessoal, profissional e técnica de cada professor. Nesse aspecto é possível perceber que a implementação de manejo foca o aluno, utilizando como meio de intervenção o professor. Nesse ponto fica evidente nos resultados, que o professor, interfere diretamente no manejo. Isso fica fácil de perceber quando observando o professor do 4º ano experimental, por razões não identificadas no trabalho, deixa de implementar as ações e com isso os comportamentos inadequados voltam a aparecer de forma acentuada na turma. É importante salientar a condição individual do professor, principalmente os que compõem o grupo controle. Observa-se uma redução dos comportamentos inadequados. Essa redução não pode ser desqualificada. Pelo contrário, deve ser compreendido como um esforço do professor, diante das suas próprias condições de galgar resultados que demonstrem eficácia da sua docência. Esse esforço deve ser valorizado quando da implementação de um manejo. São atos motivacionais como estes que são fatores de sucesso para uma ação de intervenção (PFIFFNER et al., 2008). O trabalho apresentado faz uma comparação entre o grupo experimental e grupo controle em função de uma intervenção realizada pelo professor. Observa-se uma redução dos comportamentos referentes à desatenção e à hiperatividade dentro de uma sala de aula. Essa redução é mais acentuada no grupo experimental do que no grupo controle. Já era de se esperar uma redução em os grupos. Esse fato é esperado na condição de que os professores são treinados e motivados a alçarem o objetivo de aprovação de todos os alunos ao final do ano letivo. Com isso o uso da experiência em sala de aula e de recursos pedagógicos proporcionam esses resultados (ROSSI, 2008). Todavia fica evidente a eficácia do manejo comportamental implementado pelo professor. O fato da redução ser, em média duas vezes, mais que no grupo controle. Os comportamentos indesejados passam a ser monitoradas e dentro de um processo de contingências, trabalhos de forma aplicada (DUPAUL et al., 2012). É importante fazer referência ao fato de à compreensão dessa redução dos comportamentos indesejados é 86 observada a partir da evolução individual de cada aluno frente ao manejo implementado pelo professor. O aluno não vive apenas o ambiente escolar. Essa é uma razão pela qual o DSM-5 prevê o diagnóstico de TDAH, se o comportamento for apresentado em vários ambientes (APA, 2014). Sendo assim o CBCL/6-16, apresenta indicativos de que a relação do ambiente escolar influência a mudança do comportamento dos alunos em seus ambientes domiciliares. A relação pré e pós-intervenção apresentaram uma condição, no grupo experimental, onde ocorreu mais redução de comportamentos inadequados do que aumento. Este fato veio a ocorrer com todos os grupos. Mas fica evidenciado que a redução é maior no grupo experimental. Essa extensão da condição de redução de comportamentos ultrapassando o contexto escolar aponta para a generalização realizada pelo aluno (CATANIA, 1999). Em referência ao TRF/6-18 foi verificado que o grupo experimental obteve uma redução muito superior ao do grupo controle. Os inventários ASEBA são de considerados precisos e qualificados, quando dos seus resultados, pelo fato de utilizarem múltiplos informantes (RIBEIRO, 2013). O TRF/6-18 apresentada uma condição de respostas apresentadas pelo professor diante da evidência do comportamento apresentado pelo aluno. Não podemos deixar de emitir a condição do tempo. Os alunos foram observados e receberam a implementação por 28 semanas. O fator tempo de implementação influencia diretamente no resultado do comportamento do aluno (PFIFFNER et al., 2008). É importante considerar que o CBCL/6-18 e o TRF/6-16 são rastreadores eficazes de comportamentos (BORDIN et al., 2013). Todavia salienta-se que existe uma diferença percentual maior de redução de comportamentos disruptivos no TRF/6-18 do que no CBCL/618. Essa mesma condição foi observada por Araújo (2012) quando implementava o guia de manejo com crianças com TDAH. Considerar que o professor lida com comportamentos mais específicos e sua observação é mais diretiva, nos leva a traçar uma direção onde o professor tem uma observação mas pontual (BARKLEY, 2002). Logo, qualquer mudança no comportamento é fácil de ser observada. Esse evento foi perceptível quando da topografia dos comportamentos em sala de aula realizado por Araújo (ARAÚJO, 2012), para a construção do protocolo de manejo comportamental. Os grupos controle e experimental apresentaram, também, aumento em alguns comportamentos. Considerando o grupo controle as variações são tidas como esperadas, pelo 87 já apresentado. Referindo-nos ao grupo experimental precisamos observações algumas razões. A primeira delas é a motivação do professor. Observando o professor do 4º ano, onde os aumentos de comportamentos foram mais incidentes, verifica-se um espaçamento na aplicação de implementação do manejo. Com isso pode-se apresentar a ausência de implementação aumento a possibilidade de comportamento vir a aparecer. Esse fator é explicado pela análise do comportamento pelo reforço (GUREASKO-MOORE et al., 2006). Mas quando o comportamento é mantido só pelo reforçamento, tende-se a apresentar uma condição de comodidade e o comportamento indesejado voltar a apresentar-se (SKINNER, 1972, 2006). Uma segunda razão é período de férias. Nesse tempo o aluno fica sem o contato com o agente de implementação. No seu retorno as aulas é verificado se o aluno realmente manteve o repertório adquirido. Neste caso o aluno precisa de forma gradual um contato progressivo com o reforçamento e as regras do ambiente de sala de aula. Um terceiro motivo é o prolongamento das ações de reforço, produzindo possivelmente um desgaste na implementação. O fim do ano chegando, produz uma condição de encerramento e mudança, com isso o aluno sente-se mais a vontade para pratica dos diversos comportamento. Em contrapartida o professor já está cansado, e visualizando o término do ano letivo, sem contar com a acomodação natural produzida pela chegada do fim de ano. A sala de aula é um ambiente que proporciona uma infinidade de experiência. O professor se depara com a condição de trabalhar com as contingências dos alunos em sala de aula (DUPAUL; STONER, 2007). O conceito de contingência deve ser muito bem elaborado e praticado pelo professor. Treinar o professor deve também ser uma construção de competência para a contingência (HUBNER et al., 2004). A análise do checklist deixa evidente o fato que, se o professor não manter o controle as contingências em sala de aula, não terá sucesso na implementação do manejo. Essa é razão constatada na avaliação do prof 2 – 4º GE. Não houve um declinio percentual significativo e em alguns comportamentos ocorreram aumentos dos comportamentos indesejados (Tabela 25). Quando verificado a implementação percebe-se que houve redução na porcentagem de implementação (gráfico 6). Enumeras são as técnicas que abordam a construção de estratégias em contingências (PHELAN, 2005; DUPAUL; STONER, 2007; BARKLEY; ANASTOPOULOS; ROBIN; LOVETT; CONNOR; et al., 2008). Com isso fica evidente ressalta a importância do 88 treinamento do professor para manejar e implementar comportamentos compatíveis com o aprendizado em contexto de sala de aula. Vislumbrando a incorporação da autonomia dos alunas no desenvolvimento do comportamento de estudar. O DSM-5 e o CID- 10 deixam claros que o quadro de TDAH pode prejudicar o desenvolvimento e convívio da criança, no meio em que estiverem (CID-10, 1993; APA, 2014). Inversamente proporcional, ocorre com os benefícios adquiridos por esta criança. O meio onde ela está ganha em qualidade. Assim acontece no ambiente escolar. Quando a implementação é realizado, os benefícios são obtidos por todos relacionados na implementação. O ganho não é igual para todos. Fica evidente um maior ganho naqueles que mais foram focados ou que melhor se relacionaram com a implementação (ARAÚJO, 2012) , Desta forma a implementação do guia beneficiou todos os alunos em sala de aula independente de um diagnóstico de TDAH. Um comportamento, para ser mantido, precisa de um processo de associação de estímulos discriminativos que são mantidos na implementação do professor. Estes estímulos estruturam principalmente as regras do comportamento verbal e da movimentação comportamental do professor em sala de aula em relação ao aluno (SKINNER, 2003). Quando Araújo (2012) elaborou as estratégias de implementação, objetivava uma habituação dos procedimentos na relação professor aluno. Esses comportamentos passam a ser mantidos, segundo a análise do comportamento, pelo reforçamento. Semelhante trabalho foi realizado por Rossi (2008) numa perspectiva psicopedagógica. Essa discussão nos traz a construção de um modelo educacional que tem sido colocado de lado, na aplicação da educação no Brasil. Esse trabalho não visa discutir o processo político da educação, mas apresenta uma faceta da formação e acompanhamento do professor em sala de aula. Quando das conversas de suporte ao professor ficou evidenciado que os professores desconhecem a análise do comportamento. Possuem um conhecimento sucinto das técnicas, mas não possuem uma efetivação de aplicabilidade. Gastam muito tempo na busca da intelectualização e, em muitos momentos, não conseguem manter o domínio da sala de aula (HUBNER et al., 2004). 89 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção. A utilização do guia de manejo comportamental elaborado por Araújo (2012) foi uma proposta de verificar a sua aplicabilidade, dentro de um ambiente de sala de aula secular, com escolares sem o diagnóstico clinico de TDAH. Ficou demonstrável que o professor tem função chave nas ações comportamentais em sala de aula. Que a analise do comportamento tem sua contribuição para educação de forma eficiente. Que a mesma, precisa ser conhecida e projetada na educação com implementações funcionais como o manejo elaborado por Araújo (ARAÚJO, 2012). Com isso fica evidente que o manejo comportamental em sala de aula, implementado pelo professor, é eficaz na redução de comportamentos de hiperatividade, impulsividade e desatenção. O manejo em sala de aula com crianças em ambiente escolar é viável. Considerando seus custos, o tempo e o suporte de implementação, apresenta-se viável e de fácil aplicação. Todavia é importante salientar que este trabalho foi aplicado em uma escola com condições diferenciadas, por se tratar de uma escola de tempo integral e com um grau de recurso que possivelmente outras escolas possam não ter. Mas, este não é um condicionante na sua implementação. Esta pesquisa produziu e coletou uma quantidade de material considerável que precisa ser analisada. O CBCL/6-16 e o TRF/6-16 foram analisados apenas na sua escala de síndrome. A escolha da escala de síndromes foi feita pensando na quantidade de comportamentos que poderiam ser observados e com isso mensurados, possibilitando então a verificação do quesito redução. Faltam ainda, serem analisadas as outras escalas, bem como analisar, dentro desses inventários, como o guia de manejo melhora as competências acadêmicas e sociais. Bem como qualificar evidencias dentro do protocolo de manejo que nos permitam ratifica-lo como também aperfeiçoá-lo em sua condição investigativa e de aplicabilidade. Outro quesito muito importante que não foi o foco deste trabalho, mas que produziu uma condição de influência nos resultados é o suporte psicológico necessário no 90 acompanhamento dos professores. Embora se tenha uma política educacional elaborada conforme a Lei de diretrizes e bases da educação, as escolas possuem um núcleo técnico focado na direção, no pedagogo ou psicopedagogo e no professor. Com isso, evidencia-se a necessidade da presença de um psicólogo na escola como suporte ao desenvolvimento de atividades necessárias a melhora do processo de ensino e aprendizagem. 91 REFERÊNCIAS ACHENBACH, T. M.; RESCORLA, L. A. Manual for the ASEBA school-age forms & profile. ,2001. Burlington, VT: University of Vermont, Department of Psychiatry. ACHENBACH, T. M.; RESCORLA, L. A. Mental Health practitioners’ guide the Achebach System of Empirically Basead Assessment (ASEBA). 7th ed. Burlington, VT: University of Vermont, Research Center for Children, Youth & Families, 2010. APA - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and stastistical manual of mental disorders - second edition - DSM II. Washington: APA, 1968. APA - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and stastistical manual of mental disorders - third edition - DSM III. Washington: APA, 1980. APA - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. 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Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie) 100 Guia de Orientações para Manejo Comportamental de Crianças e Adolescentes com Sinais de Desatenção e Hiperatividade Apresentação Este Guia de orientações é fruto da Tese de Doutorado de Marcos Vinícius de Araújo, sob a orientação do Professor Dr. Luiz Renato Rodrigues Carreiro e da Professora Dra. Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira. Esse Projeto tem por objetivo desenvolver, implementar e avaliar o efeito de procedimentos de manejo comportamental no processo de aprendizagem de alunos caracterizados com TDAH. Para isso, tornou-se necessário, a partir do contato com as escolas e de observações sistemáticas em sala de aula, propor um conjunto de orientações que permitam ao professor manejar o comportamento dessas crianças e adolescentes a partir da atuação docente. As orientações contidas neste Guia visam sugerir estratégias de manejo comportamental que possibilitem ao professor experimentar procedimentos que busquem adequar o comportamento da criança a condições que possibilitem a melhora de sua aprendizagem em longo prazo. 101 Estas orientações não têm por objetivo ensinar rigidamente aquilo que o professor deve fazer em sala de aula. O que se pretende com este Guia é fornecer ao professor possibilidades de atuação em relação ao aluno em sala de aula, visando contribuir com a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. O que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é definido de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-IV TR (APA, 2002) como um padrão hiperatividade, persistente mais frequente de e desatenção grave do e/ou que o normalmente observado em indivíduos da mesma faixa etária. Deve haver claras evidências de um comprometimento importante no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. Cerca de 3 a 5% de crianças em idade escolar podem ter TDAH, gerando grande preocupação entre os professores e pais. São crianças que necessitam de maior apoio no processo de aprendizagem. 102 Quais são as características de crianças com TDAH? As crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar um conjunto de diferentes sinais que caracterizam seu comportamento, tendo formas distintas de acordo com o predomínio de cada um deles (com predomínio de desatenção ou de hiperatividade/ impulsividade ou tipo combinado). Como exemplos essas pessoas podem ser caracterizadas com desatenção quando: Frequentemente deixam de prestar atenção a detalhes ou cometem erros por descuido em, por exemplo, atividades escolares; Com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; Com frequência parecem não escutar quando lhe dirigem a palavra; Com frequência não seguem instruções e não terminam seus deveres escolares ou tarefas domésticas; Com frequência têm dificuldade para organizar tarefas e atividades; Com frequência evitam ou relutam em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa); Com frequência perdem coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex. tarefas escolares, lápis ou livros); São facilmente distraídos por estímulos alheios à tarefa; Com frequência apresentam esquecimento em atividades diárias. Já em relação à hiperatividade e impulsividade podem ser caracterizadas quando: Frequentemente agitam as mãos ou os pés ou se remexem na cadeira; Frequentemente abandonam sua cadeira em sala de aula quando se espera que permaneçam sentados; Frequentemente correm ou escalam em demasia, em situações nas quais isto é inapropriado; 103 Com frequência têm dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer; Estão frequentemente “a mil” ou muitas vezes agem como se estivesse “a todo vapor”; Frequentemente falam em demasia; Frequentemente dão respostas precipitadas antes das perguntas terem sido concluídas; Com frequência têm dificuldade de aguardar sua vez; Frequentemente interrompem ou se metem em assuntos de outros sem serem solicitados. Quais são as preocupações da escola em relação ao TDAH? A maior queixa dos professores é de que as crianças com TDAH não conseguem ficar sentadas quietas, prestar atenção, terminar os trabalhos ou escutar com atenção. Esses comportamentos associam-se, muitas vezes, a uma diminuição no desempenho escolar. Muitas dessas crianças, também podem ser excluídas socialmente, já que em muitos casos apresentam, por exemplo, dificuldade de aprender as regras de um jogo ou esperar a sua vez. Algumas são impulsivas verbalmente e não consideram os efeitos de suas palavras. Essa rejeição social, associada a um baixo desempenho autoestima. escolar, podem ocasionar uma baixa 104 O TDAH não necessariamente prejudica a capacidade intelectual das crianças, mas torna difícil a atenção prolongada para que se conclua determinada tarefa. Como resultado desse conjunto de fatores, de modo geral, muitas crianças com TDAH podem apresentar um desempenho escolar desfavorável que, se não detectado a tempo, pode causar grandes lacunas acadêmicas que prejudicarão as séries posteriores. Ao se pensar em dificuldade de aprendizagem é necessário pensar em termos de multicausalidade. Isso significa que se devem levar em conta características específicas da própria pessoa, questões familiares como incentivo, participação dos pais, características específicas da escola, práticas pedagógicas, espaço físico, projeto político pedagógico, formação do professor, equipe técnica de apoio, entre outros. 105 . PROPOSTA DE INTERVENÇÃO DE MANEJO COMPORTAMENTAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SINAIS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 1- Estabelecer regras com os alunos. Ao estabelecer regras, certificar-se de que elas sejam aceitas coletivamente, pois elas devem ser utilizadas como estabelecedoras de limites e relembradas constantemente. 2- Comunicar o tempo no decorrer da aula e das atividades solicitadas. Deixar claro o tempo que será disponibilizado e informar sistematicamente o seu decorrer. 3- Ressaltar informações importantes. Colocar lembretes, dicas, sugestões em locais acessíveis ao aluno. Utilizar cartazes, lousa, recados no caderno ou agenda, lista de atividades diárias, etc. 4- Sentar a criança perto do professor. Trazer o aluno para localizações mais próximas do professor dentro da sala de aula. Requisitar a atenção do aluno constantemente (trazê-lo todo o tempo para atividade). 5- Desenvolver auto-organização e autonomia. Auxiliar o aluno a organizar suas atividades de estudo em sala e em casa, através de 106 orientações verbais e escritas, exemplificando como ele poderá fazer o solicitado. 6- Fracionar a carga de trabalho total. Solicitar atividades de modo direto, objetivo, dividindo as tarefas em execuções mais curtas. Fracionar os exercícios e atividades com reforço de instruções entre eles. 7- Utilizar atividades e texto com destaque. Destacar as partes mais importantes de uma atividade, ou questão de prova, texto, para que o aluno possa direcionar a atenção para elas. 8- Diversificar o material utilizado. Utilizar materiais diferentes, reciclados, papel colorido, revistas, jornais. 9- Mesclar atividades de baixa e alta atratividade. Intercalar atividades necessárias que sejam potencialmente menos atrativas com atividades mais atrativas, visando manter o nível de interesse do aluno no decorrer do período de aulas. 10- Estimular o autocontrole e autopercepção. Atribuir atividades para as quais o próprio aluno possa ser responsável e que o auxilie a perceber como foi o seu desempenho e as relações de dependência entre atividades diferentes. 11- Comunicar-se com os pais. Estabelecer parcerias eficazes com a família, fornecendo informações a ela de seu trabalho, buscando ações sinérgicas de comunicação constante. 12- Manter o bom humor e não se desgastar por pouco. Concentrar seus esforços nas atividades ou tarefas importantes em longo prazo, como aprendizado escolar, relação com os outros alunos e professores. Defina o que é relevante para o processo educacional e foque seus esforços nessas atividades. 107 13- Evidenciar aspectos positivos do seu comportamento. Utilizar atividades motivadoras que renovem constantemente o interesse do aluno. Aumentar os elogios, aprovação e apreciação de modo mais curto quando algo for realizado adequadamente. 14- Usar o retorno imediato após comportamentos. Agir rapidamente após um comportamento, propiciando imediato retorno positivo ou negativo. Mantenha a calma e não altere o tom de voz. 15- Aumentar a frequência das consequências após comportamentos. Proporcionar mais retorno e consequências mais frequentes para comportamentos realizados pelos alunos. 16- Aproximar-se mais ao se comunicar com a criança. Ir até o aluno, tocá-lo na mão, braço ou ombro, olhá-lo nos olhos, dizer brevemente o que quer comunicar e encorajá-lo a repetir o que acabou de dizer. Desse modo, o professor ao por em prática as ações sugeridas poderá levar à diminuição na frequência de comportamentos de desatenção e hiperatividade e assim ocasionará melhor aproveitamento do aluno em sala de aula. REFRÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APA - American Psychiatric Association. DSM – IV – TR. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Trad. Cláudia Dornelles. 4. Ed. Ver. Porto Alegre: 108 Artmed, 2002. ARAUJO, Alexandra Prufer de Queiroz Campos. Avaliação e manejo da criança com dificuldade escolar e distúrbio de atenção. Journal of Pediatrics. v.78, n. 1, p. 104-110, 2002. ARAÚJO, M. V.; SERACENI, M. F. F.; MARIANI, M. C.; LIMA, S. F. B.; TEIXEIRA, M. C. T. V.; CARREIRO, L. R. R. A observação como procedimento de avaliação direta de comportamentos de desatenção e hiperatividade no ambiente escolar. Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, v.11, n.1, p. 68-77, 2011. BARKLEY, Russell A.; MURPHY, Kevin R. 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Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie) 111 Protocolo de Observação Aluno __________________________________________ Série: ___ano Professor ________________________________________ Data: ____/____/2014 Padrão comportamental Comportamentos A - Desviar o olhar do professor durante a explicação DESATENÇÃO B - Desviar o olhar do caderno C - Deixar de responder quando perguntado D - Envolver-se em eventos alheios às atividades em sala FACILMENTE DISTRAÍDO E - Ultrapassar o tempo estabelecido para concluir tarefas F - Demorar a iniciar tarefas escolares G - Perder coisas H - Mexer-se e contorcer-se na cadeira I - Mexer mãos e pés INQUIETAÇÃO J - Mudar de postura K - Falar em demasia L - Levantar da carteira MOVIMENTAÇÃO M - Andar ou correr na sala ou para fora da sala N - Ter dificuldade em aguardar sua vez IMPULSIVIDADE O - Falar sem ser estimulado P - Interromper outras falas Nunca ou raramente Frequência Algumas vezes Muitas vezes 112 Descrição topográfica e operacionalização dos comportamentos compatíveis com os padrões comportamentais descritos para o TDAH Padrão comportamental Comportamentos DESATENÇÃO A - Desviar o olhar do professor durante a explicação B - Desviar o olhar do caderno FACILMENTE DISTRAÍDO C - Deixar de responder quando perguntado D - Envolver-se em eventos alheios às atividades em sala E - Ultrapassar o tempo estabelecido para concluir tarefas F - Demorar a iniciar tarefas escolares G - Perder coisas INQUIETAÇÃO H - Mexer-se e contorcer-se na cadeira I - Mexer mãos e pés J - Mudar de postura K - Falar em demasia Caracterização dos comportamentos e exemplos Qualquer atividade realizada pelo aluno durante uma explicação que caracterize um desvio do olhar do professor durante sua realização. Ex.: Deitar na carteira, andar pela sala, mexer na bolsa, conversar com o colega. Qualquer atividade realizada pelo aluno em substituição a olhar para o caderno, durante a execução de uma tarefa em que isso é necessário. Ex.: Deitar na carteira, andar pela sala, mexer na bolsa, conversar com o colega. Qualquer atividade realizada quando a professora se dirige ao aluno, mas ele não responde quando perguntado. Ex.: Deitar na carteira, andar pela sala, mexer na bolsa, conversar com o(s) colega(s), apenas calar-se. Qualquer atividade realizada pelo aluno diferente da solicitado pelo professor. Ex.: Mexer na bolsa quando deveria realizar um exercício; conversar com o(s) colega(s), ao invés de ler o texto; andar pela sala, ao invés de fazer contas. Não concluir as tarefas em tempo estipulado. Ex.: Quando a professora corrige um exercício em sala e fica explícito que o aluno não o finalizou. Demorar a realizar uma tarefa quando a professora pede para que os alunos a executem. Normalmente esse comportamento está associado a outros que impedem a realização das tarefas, como deitar na carteira, andar pela sala, mexer na bolsa, conversar com o colega. Não encontrar o material quando o necessita para realização de uma atividade. Ex.: perder lápis e borracha, lápis de cor, necessários para realização da tarefa. Qualquer movimento do tronco, cabeça ou pescoço do aluno durante a realização de uma explanação ou atividade escolar. Ex.: Remexer o tronco, pescoço ou cabeça. Qualquer movimento do aluno durante a realização de uma explanação ou atividade escolar, que seja focado no remexer de pés e mãos. Ex.: Balançar os pés ou movimentar excessivamente as mãos. Qualquer movimento do aluno durante a realização de uma explanação ou atividade escolar que faça com que ele se vire na cadeira. Ex.: Virar para conversar com o(s) colega(s) de trás. Falar em situações nas quais se espera que permaneça em silêncio. Ex.: Fala durante a explicação do professor, fala durante a realização de tarefas individuais, fala MOVIMENTAÇÃO 113 L - Levantar da carteira M - Andar ou correr na sala ou para fora da sala IMPULSIVIDADE N - Ter dificuldade em aguardar sua vez O - Falar sem ser estimulado P - Interromper outras falas quando outros estão falando. Levantar-se da carteira em situações nas quais se espera que permaneça sentado. Ex.: Levantar da carteira durante a explicação do professor, durante a realização de tarefas. Andar ou correr pela sala ou para fora dela em situações nas quais se espera que permaneça sentado. Ex.: Andar pela sala durante a explicação do professor, durante a realização de tarefas; pedir constantemente para ir ao banheiro ou beber água. Dificuldade para aguardar sua vez quando vários alunos são solicitados para a realização de alguma atividade. Ex.: O aluno não aguarda ser chamado quando o professor distribui material para a sala de aula, não aguarda sua vez quando vários colegas são solicitados para realizar uma atividade na lousa. Fala sem ser perguntado ou autorizado, ou sem ser o momento adequado. Ex.: Responder à pergunta da professora, quando esta foi dirigida a outro aluno, introduzir assuntos não pertinentes durante a explicação. Intromete-se em uma conversa sem ser solicitado ou autorizado. Ex.: Interromper a explicação do professor, a pergunta do colega, o assunto de outra conversa entre os colegas. 114 Anexo III – Checklist (ARAÚJO, M. V. DE. Manejo Comportamental pelo professor no contexto de sala de aula de alunos identificados com TDAH: Desenvolvimento, implementação e avaliaçao de guia de intervençao. São Paulo: 2012. Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie) 115 Checklist utilizado pelo professor Nunca ou raramente: Estratégia nunca ou raramente utilizada nas aulas. Algumas vezes: Estratégia utilizada apenas em algumas aulas ou dias. Muitas vezes: Estratégia utilizada diariamente nas aulas. Utilização ESTRATÉGIAS Frequência Justificativa Estabelecer regras com os alunos. Ao estabelecer regras, certificar-se de ( ) Nunca ou raramente que elas sejam aceitas coletivamente, pois elas devem ser utilizadas como ( ) Algumas vezes estabelecedoras de limites e relembradas constantemente. ( ) Muitas vezes Comunicar o tempo no decorrer da aula e das atividades solicitadas. ( ) Nunca ou raramente Deixar claro o tempo que será disponibilizado e informar sistematicamente ( ) Algumas vezes o seu decorrer. ( ) Muitas vezes Ressaltar informações importantes. Colocar lembretes, dicas e sugestões ( ) Nunca ou raramente em locais acessíveis à criança ou adolescente, através de cartazes, lembretes ( ) Algumas vezes na lousa, recados no caderno ou agenda, etc. ( ) Muitas vezes Sentar o aluno perto do professor. Trazer o aluno para localizações mais ( ) Nunca ou raramente próximas do professor dentro da sala de aula, isto é, sentá-lo em uma ( ) Algumas vezes carteira próxima à mesa do professor. ( ) Muitas vezes Desenvolver auto-organização e autonomia. Auxiliar o aluno a organizar ( ) Nunca ou raramente suas atividades de estudo em sala e em casa, através de orientações verbais ( ) Algumas vezes e escritas, exemplificando como ele poderá fazer o solicitado. ( ) Muitas vezes Fracionar a carga de trabalho total. Solicitar atividades de modo direto, ( ) Nunca ou raramente objetivo, dividindo as tarefas em execuções mais curtas. Fracionar os ( ) Algumas vezes exercícios e atividades com reforço de instruções entre eles. ( ) Muitas vezes Utilizar atividades e texto com destaque. Destacar as partes mais ( ) Nunca ou raramente importantes de uma atividade, ou questão de prova, texto, para que o ( ) Algumas vezes aluno possa direcionar a atenção para elas. ( ) Muitas vezes Diversificar o material utilizado. Utilizar materiais diferentes, reciclados, ( ) Nunca ou raramente papel colorido, revistas, jornais. ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes Mesclar atividades de baixa atratividade com as de alta. Intercalar ( ) Nunca ou raramente atividades necessárias que sejam potencialmente menos atrativas com ( ) Algumas vezes atividades mais atrativas, visando manter o nível de interesse do aluno no ( ) Muitas vezes decorrer do período de aulas. Comunicar-se com os pais. Estabelecer parcerias eficazes com a família, ( ) Nunca ou raramente fornecendo informações a ela de seu trabalho buscando ações sinérgicas de ( ) Algumas vezes comunicação constante. ( ) Muitas vezes Manter o bom humor e não se desgastar por pouco. Concentrar seus esforços nas atividades ou tarefas importantes em longo prazo, como ( ) Nunca ou raramente aprendizado escolar, relação com os outros alunos e professores. Defina o ( ) Algumas vezes que é relevante para o processo educacional e foque seus esforços nessas ( ) Muitas vezes atividades. Estimular o autocontrole e autopercepção. Atribuir atividades para as ( ) Nunca ou raramente quais o próprio aluno possa ser responsável e que o auxilie a perceber ( ) Algumas vezes como foi o seu desempenho e as relações de dependência entre atividades ( ) Muitas vezes diferentes. Evidenciar aspectos positivos do comportamento do aluno. Utilizar ( ) Nunca ou raramente atividades motivadoras que renovem constantemente o interesse do aluno. ( ) Algumas vezes Aumentar os elogios, aprovação e apreciação de modo mais curto quando ( ) Muitas vezes algo for realizado adequadamente. Usar o retorno imediato após comportamentos. Agir rapidamente após ( ) Nunca ou raramente um comportamento, propiciando imediato retorno positivo ou negativo. ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes Aumentar a frequência das consequências após comportamentos. ( ) Nunca ou raramente Proporcionar mais retorno e consequências mais frequentes para ( ) Algumas vezes comportamentos realizados pelos alunos. ( ) Muitas vezes Aproximar-se mais ao se comunicar com a criança. Ir até o aluno, tocá-la ( ) Nunca ou raramente na mão, braço ou ombro, olhá-la nos olhos, dizer brevemente o que quer ( ) Algumas vezes comunicar e encorajar a criança a repetir o que acabou de dizer. ( ) Muitas vezes 116 Anexo IV - Carta de Informação aos Responsáveis 117 CARTA INFORMATIVA DE PESQUISA Sr/Sra Pais ou Responsáveis Sou Psicólogo e mestrando do Programa de Pós Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento (PPG-DD) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Desde 2013 mantemos contato com a direção da Escola Municipal CEI Curitiba Ano 300 (CEI 300), onde seu filho/a está matriculado, com um intuito de realizarmos uma parceria de pesquisa com o objetivo de atender a uma necessidade educacional que é a atenção e o comportamento da criança em sala de aula. Neste ano de 2014, após solicitarmos autorização da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SME) e da direção do CEI 300, gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa: MANEJO COMPORTAMENTAL EM SALA DE AULA PARA REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR E IMPLEMENTAÇÃ DE MANEJO, que se propõe a Analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção, em estudantes do ensino fundamental I. O procedimento de nossa pesquisa será feito da seguinte maneira: a) Os pais ou responsáveis deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando a participação da criança na pesquisa; b) Os pais ou responsáveis preencherão o inventario de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6-18 (CBCL/6-18), que fornece informações sobre a criança; c) Os Professores preencherão o Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6 a 18 anos (TRF/6-18), somente das crianças a qual os pais assinaram o TCLE, que fornece informações da criança em sala de aula. Esse inventário será preenchido duas vezes. No inicio (abril/14) e no final (setembro/14) da pesquisa. d) As crianças que forem identificadas com sinais de desatenção e/ou hiperatividade, pelo CBCL e TRF, serão submetidas a Escala de Inteligência Wechsler para crianças – WISC III e o professor preencherá a Escala de Transtorno de Atenção e/ou Hiperatividade: versão de professores (BENCZIK). O WISC III será aplicado por um psicólogo treinado. O WISC III será aplicado em data e hora marcados fora do horário escolar. e) O manejo comportamental, objetivo desta pesquisa, será desempenhado pelo professor durante 24 semanas. O professor será treinado pelo pesquisador e receberá acompanhamento semanal. Nesta pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e o contato interpessoal não oferecem riscos mínimos aos participantes. Todavia havendo necessidade de apoio psicológico o pesquisador compromete-se em fazê-lo e havendo necessidade encaminha-lo para atendimento especializado. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a 118 identificação do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Desde já agradecemos a sua colaboração. Curitiba, 12 de fevereiro de 2014. _______________________________ Alisson Rogério Caetano de Siqueira Pesquisador Responsável Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Telefone para contato: (41) 9637-9831 E-mail para contato: [email protected] 119 CARTA INFORMATIVA DE PESQUISA Sra Professora Sou Psicólogo e mestrando do Programa de Pós Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento (PPG-DD) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Desde 2013 mantemos contato com a direção da Escola Municipal CEI Curitiba Ano 300 (CEI 300), onde a senhora trabalha, com um intuito de realizarmos uma parceria de pesquisa com o objetivo de atender a uma necessidade educacional que é a atenção e o comportamento da criança em sala de aula. Neste ano de 2014, após solicitarmos autorização da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SME) e da direção do CEI 300, gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa: MANEJO COMPORTAMENTAL EM SALA DE AULA PARA REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR E IMPLEMENTAÇÃ DE MANEJO, que se propõe a Analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção, em estudantes do ensino fundamental I. O procedimento de nossa pesquisa será feito da seguinte maneira: a) Os pais ou responsáveis deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando a participação da criança na pesquisa; b) Os pais ou responsáveis preencherão o inventario de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6-18 (CBCL/6-18), que fornece informações sobre a criança; c) Os professores deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando a participação na pesquisa; d) Serão selecionadas duas turmas do 2° ano e duas turmas do 4° ano. Os professores, que aceitarem participar através do TCLE, serão sorteados para comporem o grupo de pesquisa experimental e o grupo de pesquisa controles. e) Os Professores preencherão o Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6 a 18 anos (TRF/6-18), somente das crianças a qual os pais assinaram o TCLE, que fornece informações da criança em sala de aula. Esse inventário será preenchido duas vezes. No inicio (abril/14) e no final (setembro/14) da pesquisa. f) As crianças que forem identificadas com sinais de desatenção e/ou hiperatividade, pelo CBCL e TRF, serão submetidas a Escala de Inteligência Wechsler para crianças – WISC III e o professor preencherá a Escala de Transtorno de Atenção e/ou Hiperatividade: versão de professores (BENCZIK). O WISC III será aplicado por um psicólogo treinado. O WISC III será aplicado em data e hora marcados fora do horário escolar. e) O manejo comportamental, objetivo desta pesquisa, será desempenhado pelo professor do grupo experimental durante 24 semanas. O professor será treinado pelo pesquisador e receberá acompanhamento semanal. Nesta pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e o contato interpessoal não oferecem riscos mínimos aos participantes. Todavia havendo necessidade de apoio psicológico o pesquisador compromete-se em fazê-lo e havendo necessidade a encaminhará para atendimento especializado. 120 Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Desde já agradecemos a sua colaboração. Curitiba, 12 de fevereiro de 2014. ______________________________ Alisson Rogério Caetano de Siqueira Pesquisador Responsável Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Telefone para contato: (41) 9637-9831 E-mail para contato: [email protected] 121 CARTA INFORMATIVA DE PESQUISA Sra Diretora Sou Psicólogo e mestrando do Programa de Pós Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento (PPG-DD) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Desde 2013 mantemos contato com a direção da Escola Municipal CEI Curitiba Ano 300 (CEI 300), onde a senhora é a diretora, com um intuito de realizarmos uma parceria de pesquisa com o objetivo de atender a uma necessidade educacional que é a atenção e o comportamento da criança em sala de aula. Neste ano de 2014, após solicitarmos autorização da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba (SME) e da direção do CEI 300, gostaríamos de convidá-la a participar do projeto de pesquisa: MANEJO COMPORTAMENTAL EM SALA DE AULA PARA REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR E IMPLEMENTAÇÃ DE MANEJO, que se propõe a Analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção, em estudantes do ensino fundamental I. O procedimento de nossa pesquisa será feito da seguinte maneira: a) Os pais ou responsáveis deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando a participação da criança na pesquisa; b) Os pais ou responsáveis preencherão o inventario de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6-18 (CBCL/6-18), que fornece informações sobre a criança; c) Os professores deverão assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) autorizando a participação na pesquisa; d) Serão selecionadas duas turmas do 2° ano e duas turmas do 4° ano. Os professores, que aceitarem participar através do TCLE, serão sorteados para comporem o grupo de pesquisa experimental e o grupo de pesquisa controles. e) Os Professores preencherão o Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6 a 18 anos (TRF/6-18), somente das crianças a qual os pais assinaram o TCLE, que fornece informações da criança em sala de aula. Esse inventário será preenchido duas vezes. No inicio (abril/14) e no final (setembro/14) da pesquisa. f) As crianças que forem identificadas com sinais de desatenção e/ou hiperatividade, pelo CBCL e TRF, serão submetidas a Escala de Inteligência Wechsler para crianças – WISC III e o professor preencherá a Escala de Transtorno de Atenção e/ou Hiperatividade: versão de professores (BENCZIK). O WISC III será aplicado por um psicólogo treinado. O WISC III será aplicado em data e hora marcados fora do horário escolar. e) O manejo comportamental, objetivo desta pesquisa, será desempenhado pelo professor do grupo experimental durante 24 semanas. O professor será treinado pelo pesquisador e receberá acompanhamento semanal. Nesta pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e o contato interpessoal não oferecem riscos mínimos aos participantes. Todavia havendo necessidade de apoio psicológico o pesquisador compromete-se em fazê-lo e havendo necessidade a encaminhará para atendimento especializado. 122 Após realização da pesquisa e divulgação do seu resultado, sendo favorável, o pesquisador compromete-se em expandir o conhecimento com todos os docentes da escola CEI 300. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Desde já agradecemos a sua colaboração. Curitiba, 12 de fevereiro de 2014. ______________________________ Alisson Rogério Caetano de Siqueira Pesquisador Responsável Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Telefone para contato: (41) 9637-9831 E-mail para contato: [email protected] 123 Anexo V - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE 124 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PAIS ou RESPONSÁVEIS pelo Sujeito de Pesquisa Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa MANEJO COMPORTAMENTAL EM SALA DE AULA PARA REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR E IMPLEMENTAÇÃ DE MANEJO, que se propõe a Analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção, em estudantes do ensino fundamental I. Os dados para o estudo serão coletados através do preenchimento pelos pais ou responsáveis do inventario de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6-18 (CBCL/6-18), do preenchimento pelo professor do Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6 a 18 anos (TRF/6-18), da aplicação da Escala de Inteligência Wechsler para crianças – WISC III, da aplicação da Escala de Transtorno de Atenção e/ou Hiperatividade: versão de professores (BENCZIK), do preenchimento do protocolo de observação pelo professor do aluno em sala de aula, do preenchimento do Checklist de estratégias utilizadas pelo professor em sala de aula. Os instrumentos de avaliação serão aplicados pelo Pesquisador Responsável e tanto os instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal não oferecem riscos mínimos aos participantes. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar-me da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo. Nome do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:___________________________________ Assinatura do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:_______________________________ Declaro que expliquei ao Responsável pelo Sujeito de Pesquisa os procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas. Curitiba, ___de___________________ de 2014. ______________________________ Alisson Rogério Caetano de Siqueira Pesquisador Responsável __________________________________ Profº Drº Luiz Renato Rodrigues Carreiro Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Telefone para contato: (41) 9637-9831 E-mail para contato: [email protected] 125 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Professor do Sujeito de Pesquisa Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa MANEJO COMPORTAMENTAL EM SALA DE AULA PARA REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR E IMPLEMENTAÇÃ DE MANEJO, que se propõe a Analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção, em estudantes do ensino fundamental I. Os dados para o estudo serão coletados através do preenchimento pelos pais ou responsáveis do inventario de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6-18 (CBCL/6-18), do preenchimento pelo professor do Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6 a 18 anos (TRF/6-18), da aplicação da Escala de Inteligência Wechsler para crianças – WISC III, da aplicação da Escala de Transtorno de Atenção e/ou Hiperatividade: versão de professores (BENCZIK), do preenchimento do protocolo de observação pelo professor do aluno em sala de aula, do preenchimento do Checklist de estratégias utilizadas pelo professor em sala de aula. Os instrumentos de avaliação serão aplicados pelo Pesquisador Responsável e tanto os instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal não oferecem riscos mínimos aos participantes. Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar-me da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo. Nome do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:___________________________________ Assinatura do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:_______________________________ Declaro que expliquei ao Responsável pelo Sujeito de Pesquisa os procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas. Curitiba, ___de___________________ de 2014. ______________________________ Alisson Rogério Caetano de Siqueira Pesquisador Responsável __________________________________ Profº Drº Luiz Renato Rodrigues Carreiro Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Telefone para contato: (41) 9637-9831 E-mail para contato: [email protected] 126 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - INSTITUIÇÃO Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa MANEJO COMPORTAMENTAL EM SALA DE AULA PARA REDUÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE: ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR E IMPLEMENTAÇÃ DE MANEJO, que se propõe a Analisar os efeitos de procedimentos de manejo comportamental em sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade, através de orientação ao professor e implementação de um guia de intervenção, em estudantes do ensino fundamental I. Os dados para o estudo serão coletados através do preenchimento pelos pais ou responsáveis do inventario de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6-18 (CBCL/6-18), do preenchimento pelo professor do Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes entre 6 a 18 anos (TRF/6-18), da aplicação da Escala de Inteligência Wechsler para crianças – WISC III, da aplicação da Escala de Transtorno de Atenção e/ou Hiperatividade: versão de professores (BENCZIK), do preenchimento do protocolo de observação pelo professor do aluno em sala de aula, do preenchimento do Checklist de estratégias utilizadas pelo professor em sala de aula. Os instrumentos de avaliação serão aplicados pelo Pesquisador Responsável e tanto os instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal não oferecem riscos mínimos aos participantes. Em qualquer etapa do estudo os participantes e a Instituição terão acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terão o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso a Instituição tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Assim, considerando-se o exposto, solicitamos o consentimento desta Instituição para o contato com os Sujeitos de Pesquisa. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação da Instituição e dos Sujeitos de Pesquisa é voluntária, e que, a qualquer momento ambos tem o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e de retirar-se da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo. Nome do Representante Legal da Instituição:______________________________________ Assinatura do Representante Legal da Instituição:__________________________________ Declaro que expliquei ao Responsável pela Instituição os procedimentos a serem realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas. Curitiba, ___de___________________ de 2014. ______________________________ Alisson Rogério Caetano de Siqueira Pesquisador Responsável __________________________________ Profº Drº Luiz Renato Rodrigues Carreiro Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Telefone para contato: (41) 9637-9831 E-mail para contato: [email protected] 127 Anexo VI - Questionário Socioeconômico 128 QUESTIONÁRIO SÓCIO-ECONÔMICO I- DADOS DA CRIANÇA 1. Pessoais Nome:_________________________________________________________________ Idade:______anos Sexo: ( ) Masc ( ) Fem 2. Nascimento a. Nasceu com quantos meses? ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9 ( ) mais b. O parto foi? ( ) Normal ( ) Cesáreo ( ) Forceps c. A gravidez era de risco? ( ) Não ( ) Sim. Qual motivo _______________________ ___________________________________________________________________________ 3. Já foi diagnosticado com alguma doença? ( ) Não ( ) Sim. Qual ___________________________________________________________________________ 4. Faz uso de medicação? ( ) Não ( ) Sim. Qual ___________________________________________________________________________ II- DADOS FAMILIARES 1. Renda familiar (soma do salário de todos os que moram na casa, em reais) ( ) até R$ 724,00 ( ) entre R$ 1448,00 e R$ 3.620,00 ( ) entre R$ 724,00 e R$ 1448,00 ( ) mais de R$ 3.620,00 2. Os pais da criança estão: ( ) Casados ( ) Vivem juntos ( ) Separados ( ) Outro_______ 3. A criança mora com? ( ) Pai e Mãe ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Avô ou Avó ( ) Outro______ 4. Quem passa mais tempo com a criança? ( ) Pai e Mãe ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Avô ou Avó ( ) Outro______ 5. Qual a profissão da pessoa que passa mais tempo com a criança? __________________________________________________________________________ III- DADOS ESCOLARES 1. A criança estudou qual ano em escola particular? ( ) Nenhum ( ) 1° ano ( ) 2° ano ( ) 3° ano 2. A criança já repetiu algum ano? ( ) Não 3. Quando tem reunião na escola quem normalmente comparece? ( ) Pai e Mãe ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Avô ou Avó ( ) Sim. Qual______ ( ) Outro _______ IV- OPINIÃO DO RESPONSAVEL 1. Você acha a criança desatenta? ( ) Não ( ) Sim. Por que? ( ) Talvez. Por que? ___________________________________________________________________________ 2. Você acha a criança agitada, hiperativa? ( ) Não ( ) Sim. Por que? ( ) Talvez. Por que? ___________________________________________________________________________ Curitiba-PR, ____ de fevereiro de 2014. Nome: _____________________________________________________________________ Relação com a criança: ( ) Pai ( ) Mãe ( ) Avô ou Avó ( ) Outro _________