editorial Cooperando com a sua especialidade! Esse é o Tema do Biênio da nova diretoria da SBNPE/RJ. Este tema está bastante relacionado com toda a trajetória da nossa sociedade, aqui no Rio de Janeiro, nos últimos anos, pois foi com a cooperação marcante e decisiva de todos vocês é que os novos projetos deram certo e se consolidaram. E muito mais está por vir nestes próximos dois anos. Agora além da cooperação conjunta dos profissionais que se dedicam à terapia nutricional, queremos ampliar nossos horizontes, e participar mais ativamente, no dia a dia das diversas especialidades médicas que estão intimamente relacionadas com a terapia nutricional. Por esse motivo, nosso primeiro boletim do biênio trata de assuntos relacionados à cirurgia geral. Afinal que especialidade médica está mais relacionada à nossa atividade do que aquela dos pacientes cirúrgicos, seja no pré ou no pós-operatório. Até historicamente isso pode ser comprovado, pois no nosso meio os cirurgiões, junto com alguns clínicos abnegados, foram os pioneiros no uso da nutrição parenteral, lá pela década de 70. A cooperação também é uma das mais marcantes características da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN), e este fato reforça mais ainda a escolha do tema do biênio. A EMTN só pode desenvolver plenamente suas atividades através do esforço conjunto de todos os profissionais que a compõem, cada um na sua atividade, mas todos de igual importância no tratamento do paciente. Dentro desta ótica, a diretoria da SBNPE/RJ criou mais um comitê, o de Fonoaudiologia, para se juntar aos já existentes, e ajudar nas atividades científicas da nossa sociedade. A representante do comitê junto à diretoria é a fonoaudióloga Fátima Lago. Em relação ao que está por vir, esse ano teremos a XII Jornada do Capítulo RJ da SBNPE, com o tema “Terapia nutricional: Fundamentos para a prática clínica”, que acontecerá nos dias 04-06 de Novembro, no Centro de Convenções SulAmérica, com diversos convidados nacionais e internacionais, desde já contamos com a sua participação. Armando Porto Carreiro Diretoria SBNPE-RJ VEJA NESTA EDIÇÃO Como otimizar o preparo pré-operatório com Terapia Nutricional Reoperações abdominais programadas e Terapia Nutricional Terapia Nutricional no pósoperatório da cirurgia abdominal V i s i t e n o s s o s i t e : w w w . sbnperj.com.br atualização Como otimizar o preparo pré-operatório com Terapia Nutricional José Eduardo Aguilar-Nascimento Professor Titular do Departamento de Clinica Cirúrgica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Mato Grosso 1. Introdução mostram que, quando bem indicada, a oferta de nutrição pré-operatória, A prevalência da desnutrição em pacientes cirúrgicos é alta, variando de tanto por via enteral quanto parenteral, acompanha-se de vantagens me- 22 a 58% dos casos e parece ocorrer igualmente em países desenvolvidos e em tabólicas com melhora do balanço nitrogenado, balanço hidroeletrolítico desenvolvimento. No Brasil, o estudo IBRANUTRI identificou que quase 50% equilibrado, melhor resposta imunológica e de cicatrização6,7. dos pacientes internados em rede publica de saúde nacional (SUS) encontra-se desnutrida de forma moderada e grave1. Especificamente para uma população 3. Intervenção Nutricional Imediata (INTERNUTI) de pacientes candidatos a intervenção cirúrgica de hérnia e operações sobre o Pré-Operatória aparelho digestivo esta cifra vai para 55% . A prevalência da desnutrição ao Dentro do protocolo ACERTO (www.projetoacerto.com.br), o fluxograma longo das últimas décadas tem se mantido elevada, principalmente em pacientes de INTERNUTI (Intervenção Nutricional Imediata) no paciente cirúrgico portadores de doenças do aparelho digestivo. Portanto, conhecer a importante candidato a operações de médio e grande porte é fundamental (figura 1). Em influência da avaliação nutricional, a fisiopatologia da desnutrição e do jejum hospitais públicos é comum a internação para exames, avaliação geral e decisão prolongado e suas repercussões clínicas, assim como o manejo adequado para sobre operar ou não. Nesse aspecto a INTERNUTI garante uma TN imediata cada paciente tornou-se imprescindível na formação dos cirurgiões. que implicará na redução da internação pré-operatória caso o pacientes tenha 2,3 que ser operado. Iniciar a TN pré-operatória tardiamente por outro lado, 2. Implicações da Desnutrição em Cirurgia atrasará o ato operatório e aumentará a permanência hospitalar do paciente. Correa e Waitzberg mostraram em estudo de coorte envolvendo 709 Pacientes com avaliação subjetiva global B ou C devem receber INTER- pacientes que o risco de complicações foi de 1,6 maior no grupo desnutrido NUTI por 7 a 14 dias antes da operação. A decisão sobre as três modalidades (RR=1.60 (IC=1.20–2.14; P <0.01) e 2,5 maior (RR=2.54 (IC=1.77–3.66; de INTERNUTI dependerá da condição clínica do paciente. A decisão da P<0.01) no grupo com desnutrição moderada e grave . A ESPEN (European equipe deve estar consubstanciada na premente operação que não deve sofrer Soceity for Clinical Nutrition and Metabolism) recomenda atenção para as atrasos. Por isso, a INTERNUTI deve ter precisão cirúrgica e a melhor via seguintes situações para risco nutricional: perda de peso > 10% em 6 meses, deve ser recomendada na primeira abordagem. De modo geral, a prescrição IMC<18,5kg/m², Avaliação Subjetiva Global = C, ou albumina sérica < 3mg/ de dieta oral com suplementação protéica com ou sem imunonutrientes está dL (sem evidencia de disfunção hepática e renal) . recomendada para pacientes com trato gastrintestinal (TGI) integro e apto 4 5 O efeito clínico da terapia nutricional (TN) em cirurgia tem sido re- para receber nutrientes e que não estejam anoréticos. Uma avaliação deve petidamente avaliado por meio de vários estudos clínicos, randomizados, ser feita pelo nutricionista e enfermeiro se o paciente ingere pelo menos controlados e cegos nos últimos 15 anos. Esses estudos consistentemente 70% do que é oferecido. Se o TGI está apto, mas o paciente não consegue Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 2 Figura 1: Fluxograma da INTERNUTI atingir 70% dos objetivos, recomenda-se a terapia nutricional enteral (TNE) 4. Racional para a INTERNUTI através de uma via de acesso por sonda tipo Dobhoff em posição gástrica Vários estudos randomizados e meta-análise mostraram que pacientes ou enteral. A terapia nutricional parenteral (TNP) deve ser a opção única desnutridos se beneficiam de TN pré-operatória por 7-14 dias. Esses benefícios ou associada quando o TGI não está apto ou a TNE é impossível ou não se caracterizam por menor taxa de infecção pós-operatória e redução do tempo atinge objetivos rapidamente. Se for por um período de 7 dias, a TNP pode de internação8-12. Em meta-análise envolvendo 1250 pacientes cirúrgicos, com ser administrada perifericamente. predomínio de câncer gastrintestinal e desnutrição, verificou-se que a TNP Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 3 empregada no período pré-operatório (por 7 a 10 dias) foi capaz de diminuir carboidratos, retorno precoce da alimentação pós-operatória e redução da o risco de complicações em 10%. No entanto se a TNP for usada apenas no hidratação peri-operatória tem sido associada a menor taxa de complicações período pós-operatório, está associada a aumento do risco de complicações pós-operatórias e encurtamento dos dias de internação27. em 10%7. As implicações deste estudo são de apenas indicar TNP em doentes Não obstante a todas essas possibilidades citadas, o que ainda presencia- desnutridos e de preferência no período pré e peri-operatório evitando sua mos em nosso dia-a-dia são pacientes em pré-operatório ficando seis, oito, indicação de rotina no período pós-operatório. A TNP será usada, no pós- doze horas em total jejum pré-operatório. No período anterior a implantação operatório, na vigência de complicações operatórias ou do trauma, que impe- do Projeto Acerto no Hospital Universitário Júlio Muller (FCM-UFMT) o çam a alimentação digestiva, com tempo de jejum superior a cinco dias . tempo preconizado para jejum pré-operatório era de oito horas. Uma audi- 7 Nos últimos 20 anos, estudos randomizados e de meta-análise compara- toria realizada na implantação do protocolo ACERTO mostrou claramente ram a eficiência da TNE em relação a TNP no peri-operatório de pacientes que o tempo de jejum preconizado e prescrito no pré-operatório de cirurgias cirúrgicos . Esses estudos mostraram uma redução da incidência de eletivas era muito maior, chegando a 16 horas! Acreditamos que tal achado complicações infecciosas com a TNE. A TN deve ser implementada no pré- não seja uma exclusividade do serviço de cirurgia do Hospital Universitário operatório preferencialmente por via oral ou enteral em pacientes desnutridos Júlio Muller, mas uma realidade que impera em muitas outras enfermarias candidatos a grandes procedimentos cirúrgicos de cabeça e pescoço, tórax de cirurgia públicas e privadas no Brasil. As principais causas desse jejum e intra-abdominais17-21. Há evidencias de que, tanto pacientes desnutridos22 prolongado são os atrasos na programação cirúrgica, principalmente daquelas quanto não desnutridos se beneficiam com formulações contendo imuno- operações a seguir e aumento do jejum por parte dos pacientes que acham nutrientes no peri-operatório. Nesses pacientes, a TN pré-operatória com que com isso podem melhorar os resultados. 13-16 23 fórmulas imunomoduladoras traz significativos benefícios. Uma vez que existe a possibilidade de uso de líquidos claros até duas horas antes da operação, um conteúdo calórico (carboidrato) associado ao mesmo 5. Jejum Pré-operatório mostra-se benéfico no sentido de reverter a resistência a insulina relacionada ao O jejum noturno pré-operatório foi instituído quando as técnicas anes- trauma cirúrgico. Habitualmente temos usado uma dose de 400ml de bebida tésicas ainda eram rudimentares para prevenir complicações pulmonares enriquecida com maltodextrina (50g) seis horas antes e 200ml duas horas associadas a vômitos e aspirações do conteúdo gástrico. A razão desta rotina antes da operação de um modo bastante seguro28.Ao contrário do que se pode é garantir o esvaziamento gástrico e evitar broncoaspiração no momento imaginar, o índice de náuseas e vômitos no pós-operatório também parece ser da indução anestésica (Síndrome de Mendelson). Entretanto, a oferta de menor em pacientes que fizeram uso de solução de carboidratos duas horas líquidos claros, contendo carboidratos à 12,5%, seis e duas horas antes de antes da operação. Hausel e cols.29 demonstraram menor índice de náuseas intervenções cirúrgicas tem sido bem tolerada pelos doentes em termos de e vômitos com 12 a 24h de pós-operatório em paciente que fizeram uso da bom esvaziamento gástrico, redução da sede e da ansiedade pré-operatória. solução de carboidratos antes de colecistectomia vídeo-laparoscópica. Uma revisão da Cochrane mostrouque essa conduta é bastante segura. Antes da implantação do projeto (rotina de 8 horas de jejum pré-operató- Na abreviação do jejum há diminuição da resistência insulínica o que pode rio), os pacientes permaneceram em média 16 horas de jejum (16 [8-27] horas), atenuar a resposta metabólica ao trauma subseqüente. A oferta de líquidos cerca de duas vezes mais do que o tempo preconizado de oito horas. No período enriquecidos com carboidratos no período pré-operatório imediato não se após a implantação do Projeto Acerto houve uma queda significante do tempo aplica a doentes com gastroparesia ou qualquer dificuldade ou doença que de jejum pré-operatório (p<0,001). Os pacientes passaram a ser operados com prejudique o esvaziamento gástrico um tempo médio de 4 [2-20] horas entre a alimentação com 200ml de solução 24 25,26 . A aplicação de protocolos envolven- do abreviação do jejum pré-operatório para 2h com oferta de bebida com Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 4 contendo carboidrato monossacarídico e a indução anestésica30. Referências 1. Waitzberg DL, Saito H, Planck L, Jamilson GG, Schmid A, Bihari D, Jagannath P, Hwang TL. Immunonutrition (IMN) for prophylaxis of postoperative infection in major surgery. Clinical Nutrition 2003; 22(Suppl 1):S81. 2. Correia MITD, Caiaffa WT, Silva AL, Waitzberg DL. Risk factors for malnutrition in patients undergoing gastrointestinal and hérnia surgery: na analysis of 374 patients. Nutrición Hosp 2001; 16(2):59-64. 3. Waitzberg DL, Caiaffa WT, Correia MITD. Hospital malnutrition: the Brazilian national survey (IBRANUTRI): a study of 4000 patients. Nutrition 2001; 17(7-8):573-80. 4. Correa MITD, Waitzberg DL. The impact of malnutrition on morbidity, mortality, length of hospital stay and costs evaluated through a multivariate model analysis. Clin Nutr 2003; 22(3): 235–239 5. Weimann A, Braga M, Harsanyi L, Laviano A, Ljungqvist O, Soeters P. ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Surgery including organ transplantation. Clin Nutr 2006; 25(2):224-44. 6. Lewis SJ, Egger M, Sylvester PA, Thomas S. Early enteral feeding versus “nil by mouth” after gastrointestinal surgery: systematic review and meta-analysis of controlled trials. BMJ 2001; 323(7316):773-6. 7. Heys SD, Walker LG, Smith I, Eremin O. Enteral Nutrition supplementation with key nutrients in patients with critical illness and cancer: A meta-analysis of randomized controlled clinical trials. Ann Surg 1999; 229(4):467-77. 8. The Veterans Affairs Total Parenteral Nutrition Cooperative Study Group.. Perioperative total parenteral nutrition in surgical patients N Engl J Med 1991; 325(8):525-32. 9. Klein S, Koretz RL. Nutritional support in patients with cancer. What do the data really show? Nutr Clin Pract 1994; 9(3):91. 10.Meijerink WJ, von Meyenfeldt MF, Rouflart MM, Soeters PB. Efficacy of perioperative nutritional support. Lancet 1992; 340(8812):187-8. 11.Senkal M, Zumtobel V, Bauer KH, et al. Outcome and costeffectiveness of perioperative enteral immunonutrition in patients undergoing elective upper gastrointestinal tract surgery: a prospective randomized study. Arch Surg 1999;134(12):1309–16. 12.Bozzetti F, Gavazzi C, Miceli R, Rossi N, Mariani L, Cozzaglio L, et al. Perioperative total parenteral nutrition in malnourished gastrointestinal cancer patients: a randomized clinical trial. JPEN J Parenter Enteral Nutr 2000; 24(1):7-14. 13.Braga M, Gianotti L, Vignali A, Cestari A, Bisagni P, Di Carlo V. Artificial nutrition after abdominal surgery: impact of rout of administration and composition of the diet. Crit Care Med 1998; 26(1):24-30. 14.Heyland DK, Montalvo M, MacDonald S, et al. Total parenteral nutrition in the surgical patient: a metaanalysis. Can J Surg. 2001;44:102–111. 15.Koretz RL, Lipman TO, Klein S. AGA technical review on parenteral nutrition. Gastroenterology. 2001;121: 970–1001. 16.Gianotti L, Braga M, Vignali A, et al. Effect of route of delivery and formulation of postoperative nutritional support in patients undergoing major operations for malignant neoplasms. Arch Surg 1997;132(11):1222–9. 17.Weimann A, Braga M, Harsanyi L, Laviano A, Ljungqvist O, Soeters P. ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Surgery including organ transplantation. Clin Nutr 2006; 25(2):224-44. 18.Snyderman CH, Kachman K, Molseed L, Wagner R, D´Amico F, Bumpous J, Rueger R. Reduced postoperative infections with an immune-enhancing nutritional supplement. Laryngoscope 1999; 109(6):915-21. 19.Braga M, Gianotti L, Nespoli L, Radaelli G, Di Carlo V. Nutritional approach in malnourished surgical patients: a prospective randomized trial. Arch Surg 2002;137:174–80. 20.Tepaske R, Velthuis H, Oudemans-van Straaten HM, et al. Effect of preoperative oral immune-enhancing nutritional supplement on patients at high risk of infection after cardiac surgery: a randomised placebo-controlled trial. Lancet 2001;358(9283):696–701. 21. Braga M, Gianotti L, Vignali A, Carlo VD. Preoperative oral arginine and n-3 fatty acid supplementation improves the immunometabolic host response and outcome after colorectal resection for cancer. Surgery 2002;132(5): 805–14. 22. Xu J, Zhong Y, Jing D, Wu Z. Preoperative enteral immunonutrition improves postoperative outcome in patients with gastrointestinal cancer. World J Surg. 2006;30(7):1284-9. 23.Gianotti L, Braga M, Nespoli L, Radaelli G, Beneduce A, Di Carlo V. A randomized controlled trial of preoperative oral supplementation with a specialized diet in patients with gastrointestinal cancer. Gastroenteroloy 2002; 122(7):1763-70. 24.Brady M, Kinn S, Stuart P. Preoperative fasting for adults to prevent perioperative complications. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(4):CD004423. 25.Ljungqvist O, Nygren J, Thorell A. Insulin resistance and elective surgery. Surgery 2000; 128(5):757-60. 26.Aguilar-Nascimento JE; Bicudo-Salomão A, Caporossi C. Silva RM, Cardoso EA, Santos TP. Acerto pós-operatório: avaliação dos resultados da implantação de um protocolo multidisciplinar de cuidados peri-operatórios em cirurgia geral. Rev Col Brás Cir 2006; 33(3):181-188. 27.Nygren J, Hausel J, Kehlet H, Revhaug A, Lassen K, Dejong C, Andersen J, von Meyenfeldt M, Ljungqvist O, Fearon KC. A comparison in five European Centers of case mix, clinical management and outcomes following either conventional or fasttrack perioperative care in colorectal surgery. Clin Nutr. 2005; 24(3):455-61. 28 Nygren J, Thorell A, Ljungqvist O. Are there any benefits from minimizing fasting and optimization of nutrition and fluid management for patients undergoing day surgery? Curr Opin Anaesthesiol. 2007;20(6):540-4. 29.Hausel J, Nygren J, Thorell A, et al. Randomized clinical trial of the effects of oral preoperative carbohydrates on postoperative nausea and vomiting after laparoscopic cholecystectomy. Br J Surg 2005; 92:415–421 30.Aguilar-Nascimento JE, Bicudo-Salomão A, Caporossi C, Silva RM, Cardoso EA, Santos TP. Enhancing surgical recovery in Central-West Brazil: The ACERTO protocol results. e-SPEN - Eur J Clin Nut. 2008; 3:e1-e6. Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 5 atualização Reoperações abdominais programadas e Terapia Nutricional Dr Pedro Portari Professor Adjunto do Departamento de Cirurgia da Escola de Medicina e Cirurgia da UNIRIO; Coordenador da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle UNIRIO As reoperações abdominais são um grande desafio, tanto para a equipe e nutricionais, e como conseqüência , desenvolvem complicações, tais como cirúrgica, que encontra maiores dificuldades técnicas a cada procedimento, infecções multiresistentes, deiscências de anastomoses, eviscerações, entre ou- como para a equipe clínica, que se vê diante de alterações hemodinâmicas tras, que estão diretamente relacionadas ao estado metabólico-nutricional. graves, infecção e hipermetabolismo. A vantagem da nutrição enteral é evidente. Menor translocação bacteria- As reoperações abdominais programadas são utilizadas em situações mui- na, diminuição de endotoxinas circulantes, manutenção da barreira mucosa to específicas. No trauma abdominal com choque hipovolêmico, pratica-se e da fisiologia intestinal são fatos sobejamente conhecidos, relacionados à o chamado “damage control”, na fase inicial, visando o controle do sangra- presença de nutrientes na luz intestinal. Porém, nos pacientes submetidos a mento. Deixa-se o abdômen aberto e novas cirurgias são programadas para diversas reoperações, devemos questionar a capacidade do intestino de manter a realização dos procedimentos específicos. No caso da sepse abdominal, as sua função absortiva, especialmente se mantidos em peritoneostomia. cirurgias para desbridamento de focos infecciosos são realizadas de acordo No trauma, com choque hipovolêmico, após a ressuscitação volêmica, com a evolução da doença. Nestes casos, o abdômen pode ser fechado após mesmo em peritoneostomia, os pacientes podem se beneficiar de nutrição cada cirurgia, ou ser mantido em peritoniostomia, quando houver sinais enteral precoce, conforme demonstrado nas séries de Dissanaike et al., em de hipertensão intra-abdominal. Este procedimento vem se tornando in- 2008, e de Collier et al., em 2007. Nestes trabalhos houve menor incidên- frequente, devido às dificuldades no controle hidroleletrolítico e na maior cia de pneumonia, menor tempo de peritoneostomia e menores índices de incidência de fístulas gastro-intestinais. fístulas digestivas. Do ponto de vista nutricional , a melhor abordagem é a terapia nutricio- Cothren e Moore publicaram, em 2004, uma série com 32 pacientes nal precoce. Os estados de hipermetabolismo acarretam perdas nutricionais com hipertensão intra-abdominal após trauma fechado tóraco-abdominal. e deficiências imunológicas significativas. Moore, em 1989, demonstrou A nutrição enteral foi adminstrada em 25 destes pacientes. Em 13 deles foi menor incidência de pneumonia em pacientes traumatizados submetidos a iniciada nas primeiras 24 horas após a síntese da parede abdominal. Em cirurgias, quando a nutrição enteral era instituída precocemente. Feliciano et 5 pacientes foi iniciada ainda com o abdômen aberto, e nos 7 restantes a al., em 1991, e Kudsk et al., em 1992, confirmaram esses dados e ressaltaram nutrição enteral só foi iniciada após 4 dias da síntese da parede. Destes ainda a superioridade da nutrição enteral sobre a parenteral em relação às 25 pacientes 23 atingiram as metas nutricionais após 3 dias do início da complicações infecciosas. dieta. Ou seja, a nutrição enteral é bem tolerada em pacientes traumati- Atualmente, está bem estabelecido, que pacientes cirúrgicos são hipermetabólicos, apresentam uma deterioração rápida da suas funções imunológicas Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 6 zados, mesmo naqueles com hipertensão abdominal e consequente edema de alças intestinais. Pacientes sépticos que necessitam de reoperações programadas são um A seguir, algumas considerações, a partir do que se tem disponível em subgrupo especial. Existe uma doença de base por trás da origem da sepse, literatura, que poderiam resumir as recomendações atuais para este grupo muitas vezes uma cirurgia complicada por infecção. Nestes casos devemos de pacientes: levar em consideração a natureza da doença, o estado nutricional prévio, a 1. Início precoce da terapia nutricional nos pacientes hipermetabólicos que gravidade da infecção e o estado imunológico do paciente. Não existe um consenso sobre qual é a melhor estratégia nutricional nestes casos. Diante da impossibilidade de utilização do tubo digestivo, a nutrição parenteral está indicada. Este é um conceito bastante difundido, mas ainda controverso. A ASPEN (Sociedade Americana de Nutrição Pareneral e Enteral), nas suas recomendações sobre terapia nutricional em pacientes sofrerão reoperações programadas; 2. O uso da via enteral dependendo da capacidade fisiológica do trato digestório; 3. A nutrição parenteral em pacientes com desnutrição prévia, ou com evolução de mais de 7 dias de doença; críticos, sugere o uso da nutrição parenteral somente 7 dias após o início 4. Associação de nutrição enteral e parenteral em pacientes que não atingem do quadro. A metanálise de Braunschweig et al.. demonstra que, se não há as metas nutricionais após os primeiros 7 dias de terapia nutricional; desnutrição prévia, a utilização de hidratação venosa oferece menos riscos 5. A utilização de glutamina venosa associada à nutrição na tentativa de para os pacientes, principalmente no que se refere a infecções. No caso de pacientes desnutridos a nutrição parenteral está indicada mais precocemente. Heyland et al.. demonstrou, em uma metanálise, efeito deletério da nutrição parenteral precoce em pacientes eutróficos. Estes resultados se contrapõem ao conceito de nutrição precoce nos pacientes hipermetabólicos, e infelizmente há muito poucos estudos bem desenhados na literatura que pudessem indicar um caminho mais seguro. Entretanto, quando nos deparamos com pacientes cirúrgicos sépticos, que necessitam de reoperações programadas, estamos lidando com pacientes graves, com possível sinais de desnutrição prévia, e certamente com mais de 7 dias de incapacidade de alimentação pela via enteral. É lógico imaginar que nestas circunstâncias, a nutrição parenteral estará bem indicada, sendo necessário o controle adequado da glicemia, da hipervolemia e dos distúrbios eletrolíticos e ácido-base. Outra consideração importante é a utilização da nutrição enteral associada à nutrição parenteral, conhecida como nutrição mista, que hoje ganha espaço no universo da terapia nutricional. Seu racional é de que haveria uma incapacidade de se atingir as necessidades energéticas, protéicas, de vitaminas e micronutrientes com a terapia enteral exclusiva em pacientes hipermeta- estimular o sistema imunológico. 6. Monitorização da glicemia e do balanço hidroeletrolítico 7. Acompanhamento da evolução segura da terapia nutricional, com diagnóstico precoce das complicações associadas. Referências 1 - Moore FA, Moore EE, Jones TN, McCroskey BL, Peterson VM. TEN versus TPN following major abdominal trauma--reduced septic morbidity. J Trauma. 1989 Jul;29(7):916-22; discussion 22-3. 2 - Kudsk KA, Croce MA, Fabian TC, Minard G, Tolley EA, Poret HA, Kuhl MR, Brown RO. Enteral versus parenteral feeding. Effects on septic morbidity after blunt and penetrating abdominal trauma.Ann Surg. 1992 May;215(5):50311; discussion 511-3. 3 - Moore FA, Feliciano DV, Andrassy RJ, McArdle AH, Booth FV, MorgensteinWagner TB, Kellum JM Jr, Welling RE, Moore EE. Early enteral feeding, compared with parenteral, reduces postoperative septic complications. The results of a metaanalysis. Ann Surg. 1992 Aug;216(2):172-83. 4 - Dissanaike S, Pham T, Shalhub S, Warner K, Hennessy L, Moore EE, Maier RV, O’Keefe GE, Cuschieri J.Effect of immediate enteral feeding on trauma patients bólicos, sépticos, obesos e em outras situações específicas. Esta associação with an open abdomen: protection from nosocomial infections.J Am Coll Surg. teria como objetivo atingir as necessidades nutricionais e manter o trofismo 2008 Nov;207(5):690-7. da barreira mucosa intestinal, evitando a cadeia de eventos relacionada à translocação de microrganismos. A associação de nutrientes com ação sobre o sistema imunológico, como a glutamina venosa, na forma de dipeptídio, tem sido bastante estudada. Sua 5 - Collier B, Guillamondegui O, Cotton B, Donahue R, Conrad A, Groh K, Richman J, Vogel T, Miller R, Diaz J Jr. Feeding the open abdomen. JPEN J Parenter Enteral Nutr. 2007 Sep-Oct;31(5):410-5. 6 - Ruben G. J. Visschers, Steven W. M. Olde Damink, Bjorn Winkens,2 Peter B. ação sobre a barreira mucosa e como potente anti-oxidante, poderia auxiliar Soeters,1 and Wim G. van Gemert2 Treatment Strategies in 135 Consecutive Patients a restaurar o balanço nitrogenado. O uso da nutrição parenteral associada à with Enterocutaneous Fistulas World J Surg. 2008 March; 32(3): 445–453. glutamina venosa é segura, porém não há trabalhos conclusivos quando se estuda o hipermetabolismo causado pela sepse. Lin et al., em 2002, demonstrou que o uso de glutamina estimula o sis- 7 - Heyland DK, Dhaliwal R, Drover JW, Gramlich L, Dodek P;Canadian Critical Care Clinical Practice Guidelines Committee.Canadian clinical practice guidelines for nutrition support inmechanically ventilated, critically ill adult patients. JPEN J tema imunológico em pacientes sépticos, porém não interfere na melhora do ParenterEnteral Nutr. 2003;27:355-373. balanço nitrogenado. Heyland, em uma metanálise de 9 artigos comparando 8 - Lin MT, Kung SP, Yeh SL, Lin C, Lin TH, Chen KH, Liaw KY, Lee PH, Chang nutrição parenteral com ou sem glutamina venosa em pacientes graves, pre- KJ, Chen WJ The effect of glutamine-supplemented total parenteral nutrition on dominantemente cirúrgicos, observou um menor índice de infecções e uma nitrogen economy depends on severity of diseases in surgical patients.Clin Nutr. significativa redução da mortalidade no grupo que recebeu a glutamina. 2002 Jun;21(3):213-8. Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 7 atualização Terapia Nutricional no pós-operatório da cirurgia abdominal Maria Isabel T. D. Correia Professora Adjunta do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de Minas Gerais Independentemente, do estado nutricional, a terapia nutricional, prin- oral livre para se proceder com a alta hospitalar. Por outro lado, a dieta livre cipalmente, a nutrição enteral precoce no pós-operatório (PO) é de extrema de imediato não está associada a aumento de complicações como náuseas, relevância. A nutrição enteral, muito mais do que nutrir o doente, objetiva vômitos e fistulas5-8. minimizar a resposta orgânica ao trauma e assim, impactar nos resultados Em pacientes desnutridos a conduta no pós-operatório deverá objetivar pós-operatórios1. Contudo, pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de o estado nutricional. Neste sentido, de acordo com o tipo de procedimento enfermidades abdominais apresentam maior risco de ter estado nutricional cirúrgico, a nutrição parenteral (preferencialmente periférica) poderá ser depauperado2. A obstrução do trato gastrointestinal não é infrequente, assim utilizada em conjunto com a via oral e a nutrição enteral. Justifica-se esta como fenômenos malabsortivos, em concomitância, à presença de anorexia atitude pela premissa de que as necessidades nutricionais não serão comple- induzida pela doença. De sorte que a terapia nutricional pós-operatória em tamente alcançadas com a nutrição enteral até, em média, o terceiro dia pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de enfermidades abdominais PO e, em tempo maior com a via oral. deverá contestar dois pontos: 1. Qual o estado nutricional do doente? 2. Qual a magnitude do trauma (estresse)? A resposta a estes dois quesitos deverá nortear a melhor intervenção nutricional para cada doente. 2 - Qual a magnitude do trauma (estresse)? Este aspecto está associado com o procedimento cirúrgico, contemplando-se o tamanho da agressão e o risco inerente ao tipo de operação, além da presença de comorbidades prévias3. Até recentemente, era também levado em consideração a estimativa de tempo de jejum esperado. Contudo, como 1 - Qual o estado nutricional do doente? anteriormente mencionado, praticamente inexistem justificativas para se Pacientes nutridos não representam risco pós-operatório aumentado, manter o paciente em jejum por tempo superior a 24/48 horas. Logo, quanto associado ao estado nutricional. Assim, de acordo com a magnitude da maior a agressão, mais há a indicação de se iniciar com dieta enteral precoce operação a conduta nutricional poderá ser somente a via oral livre, ou seja, (dentro das primeiras 48 horas após a operação), via cateter nasojejunal ou aquela que o paciente tolerar, no próprio dia da operação ou no primeiro dia jejunostomia, objetivando minimizar a resposta orgânica ao trauma9,10. O pós-operatório. Desafortunadamente, ainda há, no meio cirúrgico, a crença maior papel da nutrição enteral é aumentar o fluxo sanguíneo esplâncnico de que o “íleo pós-operatório” impediria a liberação da dieta via oral e que e com isso, estimular o peristaltismo, evitando estase intestinal e risco esta, quando liberada no pós-operatório, deveria ser de forma escalonada, aumentado de supercrescimento da microbiota residente acompanhado de é dizer: líquidos claros, seguidos por dieta líquida completa, dieta branda e translocação bacteriana. Além disso, a oxigenação tecidual propicia melhor finalmente, dieta livre. Contudo, este é um dos paradigmas que recentemen- cicatrização, em geral10-13. Fórmulas contendo nutrientes específicos como te foi rompido . É consenso que a dieta precoce, em conjunto com outras proteínas do soro do leite, arginina, glutamina e omega-3, entre outros, medidas, minimizam a dismotilidade1,4. Além disso, a dieta escalonada têm sido associadas a melhores resultados quando comparadas a formulas aumenta o tempo de internação, pois aguarda-se que o doente alcance a via convencionais, tanto poliméricas como oligómericas14,15. 3 Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 8 Referências 1. Langelotz C, Spies C, Muller JM, Schwenk W. “Fast-track”-rehabilitation in surgery, a multimodal concept. Acta Chir Belg. 2005;105:555-9. 2. Correia M, Caifa W, Silva A, Waitzberg D. Risk factors for malnutrition in patients undergoing gastroenterological and hernia surgery: an analysis of 374 patients. Nut Hosp. 2001;16:59-64. 3. Correia M, Silva R. The impact of early nutrition on metabolic response and postoperative ileus. Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care. 2004;7:577-83. 4. Fearon KC, Ljungqvist O, Von Meyenfeldt M, Revhaug A, Dejong CH, Lassen K, et al. Enhanced recovery after surgery: a consensus review of clinical care for patients undergoing colonic resection. Clin Nutr. 2005;24:466-77. 5. Behrns KE, Kircher AP, Galanko JA, Brownstein MR, Koruda MJ. Prospective randomized trial of early initiation and hospital discharge on a liquid diet following elective intestinal surgery. J Gastrointest Surg. 2000;4:217-21. 6. Andersen HK, Lewis SJ, Thomas S. Early enteral nutrition within 24h of colorectal surgery versus later commencement of feeding for postoperative complications. Cochrane Database Syst Rev. 2006(4):CD004080. Reunião Mensal: Novo dia e local Para a SBNPE-RJ é muito importante contar com sua presença nas nossas Reuniões Mensais. Este dia permite uma troca de conhecimentos e experiências que enriquece a todos os presentes. Por isso, ANOTE na sua agenda o novo dia e local. Estaremos nos reunindo na penúltima quarta-feira de cada mês no Auditório do Hospital Copa D’Or. 7. Lassen K, Revhaug A. Early oral nutrition after major upper gastrointestinal surgery: why not? Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2006;9:613-7. 8. Lassen K, Soop M, Nygren J, Cox PB, Hendry PO, Spies C, et al. Consensus review of optimal perioperative care in colorectal surgery: Enhanced Recovery After Surgery (ERAS) Group recommendations. Arch Surg. 2009;144:961-9. 9. Enzi G CA, Sergi G et al. . Metabolic and hormonal effects of early nutritional supplementation after surgery in burn patients. Crit Care Med 1990; 18: 719-21. 1990. 10.Fukuzawa J, Terashima H, Ohkohchi N. Early postoperative oral feeding accelerates upper gastrointestinal anastomotic healing in the rat model. World J Surg. 2007;31:1234-9. 11.Helminen H, Raitanen M, Kellosalo J. Immunonutrition in elective gastrointestinal surgery patients. Scand J Surg. 2007;96:46-50. 12.Lopez Hellin J, Baena-Fustegueras JA, Sabin-Urkia P, Schwartz-Riera S, GarciaArumi E. Nutritional modulation of protein metabolism after gastrointestinal surgery. Eur J Clin Nutr. 2008;62:254-62. 13.Mazaki T, Ebisawa K. 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XI Simpósio de Terapia Nutricional do Capítulo RJ – SBNPE “Qualidade e gerenciamento: Você acredita?” Dia 24/07/2010 Auditório do Hospital Quinta D’Or Rua Almirante Baltazar, 435 - São Cristóvão Informações: 2537-0852 Boletim SBNPE RJ Jan/Fev/Mar 10 - pág. 9 Prezado sócio, Atualize seus dados cadastrais em nosso site. Assim, você garante o recebimento regular do Boletim e de nossos comunicados. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL E ENTERAL - CAPÍTULO RIO DE JANEIRO Presidente: Valéria Girard Fabiano Alves Vice-Presidente: Gabriela Addor Secretária: Haroldo Falcão Ramos da Cunha Tesoureiro: Armando Porto Carreiro BOLETIM SBNPE-RJ Programação visual: Mauro Corrêa Filho Editor Científico: Valéria Girard Fabiano Alves Comitê Científico Ricardo Onofre e Ricardo Rosenfeld Comitê de Nutrição Nara Lopes e Isabel Cristina Costa Lopes Comitê de Farmácia Mário Jorge Sobreiro e Maria Inês Benfennatti Comitê de Enfermagem Janaina de Medeiros Tavares e Karla Lopes P. Gomes Comitê de Divulgação Luciana Britto e Sofia Portugal Comitê de Valorização Profissional Márcia Caetano Jandré Comitê de Pediatria Eneida Veiga e Patrícia Padilha Comitê de Fonoaudiologia Fátima Lago Endereço para correspondência: Rua Voluntários da Pátria, 450/sl. 710 - Botafogo CEP: 22270-010 Rio de Janeiro - RJ