DISFUNÇÃO ERÉTIL Disfunção erétil (DE) é o termo médico que descreve a incapacidade de iniciar ou de manter o pênis ereto de forma adequada para a atividade sexual. Essa condição é um problema frequente nos homens e piora progressivamente com o aumento da idade. No Brasil e em vários países do mundo, cerca de metade dos homens acima de 40 anos tem algum grau de DE. A DE pode causar diminuição da autoestima, ansiedade, depressão e estresse. Além disso, pode comprometer a qualidade dos relacionamentos íntimos. No entanto, atualmente existem muitos tratamentos seguros e eficazes à disposição dos homens. A DE pode ser um sinal doenças mais graves, como problemas cardíacos, hipertensão arterial e diabetes. Diagnosticar e tratar a doença que causa a DE pode melhorar o bem-estar geral do paciente, bem como ajudar a restaurar sua saúde sexual. Os fatores de risco mais comuns para a DE são: • Idade acima de 50 anos • Diabetes • Pressão arterial elevada • Aumento do colesterol • Fumo • Doença Cardiovascular Alguns hábitos adquiridos e cultivados ao longo da vida podem levar à degeneração do tecido erétil e levar ao desenvolvimento da DE. Alguns exemplos são o consumo de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas. Além disso, dietas ricas em alimentos gordurosos, particularmente se forem consumidos ao longo de muitos anos, também podem comprometer a saúde dos vasos sanguíneos, prejudicando a ereção. A falta de exercício, o sedentarismo e a obesidade também colaboram para o estabelecimento da DE. Modificar esses fatores de risco pode contribuir para a melhoria da saúde, em geral, ou até mesmo curar alguns indivíduos com a forma leve da doença. Atividade sexual requer a mente e o corpo trabalhando juntos e em harmonia. Problemas psicológicos ou emocionais podem causar ou agravar a DE. Entre eles, está a depressão, os conflitos de relacionamento, estresse em casa ou no trabalho ou ansiedade sobre o desempenho sexual. Níveis anormalmente baixos de testosterona (hormônio masculino) no sangue também podem causar a DE, embora este não seja um achado tão comum. Alguns sintomas de queda do nível da testosterona são: baixo desejo sexual, indisposição, distúrbios do humor, perda de força muscular e depressão. Um simples exame de sangue pode determinar se o nível de testosterona está adequado ou não. Certas doenças ou traumas físicos podem levar à interrupção do envio de sinais nervosos do cérebro ou da medula espinhal para outras partes do corpo. Esses sinais, por sua vez, podem não atingir o pênis durante o estímulo sexual, provocando a DE. Certas doenças, lesões ou cirurgias na região pélvica, como operações para tumores de próstata, cólon, bexiga ou reto, também podem danificar os nervos do pênis. Tratamentos por meio de radioterapia aplicada na região pélvica também podem provocar o mesmo efeito. Alguns medicamentos utilizados para o tratamento de pressão alta e diabetes podem também levar à DE. Nesses casos, a saída é a adequação da dose ou a mudança da medicação com a supervisão do médico assistente. 1 A DE é confirmada por um urologista e, para a maioria dos pacientes, o diagnóstico requer uma história médica, exame físico e exames laboratoriais. A história médica precisa ser detalhada e inclui, entre outros itens, detalhes da sua vida sexual, histórico de doenças prévias, uso de medicamentos, hábitos e estilo de vida, cirurgias e doenças atuais em tratamento. No exame físico o médico verificará sinais de problemas com os sistemas circulatório, nervoso e endócrino. Isso inclui verificar sua pressão arterial, estado do pênis e testículos. Além disso, o paciente pode precisar ser submetido a um exame de toque retal para avaliar a próstata. Esses testes não são dolorosos e podem fornecer informações valiosas sobre a causa da DE. A escolha dos testes e tratamento depende dos objetivos do indivíduo. Se a ereção retorna ao normal com tratamentos simples, como medicação oral, e se o paciente estiver satisfeito, podem não ser necessários mais exames ou demais procedimentos médicos. Se a resposta inicial ao tratamento é inadequada, ou o paciente ainda não estiver satisfeito, então novas medidas devem ser tomadas. Em geral, quando opções de tratamento mais invasivo são escolhidas, tornam-se necessários testes mais complexos. Para os casos em que a resposta ao tratamento oral não estiver sendo eficaz normalmente se recomenda um estudo mais aprofundado da anatomia vascular do pênis. Uma das formas mais eficazes e não invasivas de se avaliar o tecido erétil do pênis é por meio da ultrassonografia peniana. Esse teste serve para avaliar as artérias e veias penianas, além dos corpos cavernosos. Os corpos cavernosos são estruturas de tecido vascular localizado dentro do pênis, que se enchem de sangue durante o estímulo sexual e são os responsáveis diretos pela rigidez do pênis durante uma ereção. A ultrassonografia pode ser aliada a um teste de ereção fármaco-induzida (ereção artificial provocada por medicamentos) para se avaliar com mais detalhes o tecido dos corpos cavernosos durante o momento da rigidez plena. Esse exame pode ser importante para se avaliar a necessidade de se usar medicamentos injetáveis ou para a indicação de uma cirurgia de colocação de prótese peniana. TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL A primeira linha de tratamento para a DE sem complicações é o uso de medicações orais conhecidas como inibidores da fosfodiesterase5 (PDE-5). Entre essas medicações estão: • citrato de sildenafila, • vardenafila, • tadalafila, • lodenafila. Esses medicamentos são geralmente eficazes, e quase 80% dos homens obtêm alguma melhora. Embora alguns estudos tenham demonstrado que esses medicamentos podem ser usados por doentes cardíacos, homens que utilizam nitratos não devem tomá-los. Para os homens que não respondem à medicação oral existem outras opções. Uma delas é o uso de medicações intracavernosas, como prostaglandina, papaverina e fentolamina. O urologista ensina o paciente a injetar o medicamento no próprio pênis. A aplicação é feita momentos antes da relação e as taxas de sucesso são elevadas. O efeito adverso mais comun do uso das drogas injetáveis é a sensação de ardor no pênis. Com exceção das cirurgias, todos os tratamentos são de efeito temporário e destinados ao uso sob demanda, ou seja, utilizados antes do encontro. É importante o acompanhamento com seu médico para relatar os resultados da terapia. Se os objetivos do paciente não forem alcançados, ou se a sua ereção não é de qualidade ou duração suficiente, ele deve explorar outras alternativas. 2 Para os casos em que os tratamentos anteriormente citados não surgiram efeito, ou em casos de falta de adaptação à autoinjeção, o tratamento cirúrgico é indicado. Trata-se do implante de uma prótese peniana, um dispositivo colocado dentro do pênis que permite uma ereção. Existem vários modelos disponíveis com diversos materiais e mecanismos de funcionamento. Um tipo mais simples de implante usa dois cilindros flexíveis que são inseridos dentro do pênis. Para ter uma ereção o seu usuário dobra o pênis para cima em uma posição ereta no momento do ato sexual. Outro modelo é inflável, também usa dois cilindros sendo que estes se enchem de líquido no momento da ereção, após o acionamento de uma bomba escondida na bolsa testicular do paciente. Esse acionamento feito pelo próprio paciente deixa o pênis bem rígido. Existem alguns riscos envolvidos nesta cirurgia, como infecção e possibilidade de defeito no funcionamento da prótese, porém a maioria dos homens está satisfeita com os resultados. O Urocentro de São Paulo conta com uma completa equipe de médicos urologistas e uma unidade de reabilitação, especializados no diagnóstico e tratamento de pacientes com esta condição. Fontes: Sociedade Brasileira de Urologia e Associação Americana de Urologia. 3