Amputação de pênis Escrito por Dr. Lisias Castilho Segundo um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia há alguns anos, cerca de 1000 homens brasileiros têm seus pênis amputados (cortados fora) por ano no Brasil, principalmente no Maranhão e em São Paulo. O número provavelmente é menor do que o real porque nessa pesquisa a Sociedade só se baseou nos informes de urologistas sobre seus pacientes. Deve haver um número grande de cirurgias não notificadas, ainda que a notificação seja obrigatória, como é a notificação de todos os casos de câncer. O que esses homens apresentam para sofrer tamanha mutilação? Câncer de pênis é a resposta para mais de 99% desses casos amputados. O câncer de pênis é de alta frequência no Brasil, no Paraguai e em alguns outros países tropicais e subdesenvolvidos. Quando diagnosticado bem no início, alguns tratamentos podem ser feitos com sucesso, de modo a evitar-se a amputação do pênis. Infelizmente, no Brasil, a maioria dos casos que se apresentam para tratamento têm doença avançada, tornando a amputação inevitável. Como prevenir essa tragédia? Duas medidas relativamente simples, de baixo custo e altamente eficazes. Lavar o pênis todos os dias, tracionando o prepúcio e expondo a glande. Esta é a medida principal – a higiene. Em segundo lugar, evitando a promiscuidade sexual e utilizando preservativo, de modo a evitar-se o contato com o vírus HPV, que é um dos principais causadores de câncer genital, tanto no homem como na mulher. A vacina já existe, mas começou a ser usada só em meninas de 10 a 13 anos no Brasil. Essa vacina tem o potencial de reduzir várias formas de câncer, inclusive o de pênis, mas para isso ela terá que ser oferecida a meninos e meninas, o que deverá acontecer em alguns anos, e cuja repercussão positiva se fará sentir em algumas décadas. Até lá, pelo menos 1000 brasileiros perderão seus pênis por ano. 1/1