EDITORIAL SUMÁRIO EXPEDIENTES Publicações das FACULDADES OSWALDO CRUZ Diretor-Geral Superintendente: Carlos Eduardo Quirino Simões de Amorim Setor Externo e Conjuntura Tema: A crise dos PIGS e seus impactos na Economia Brasileira Sumário Além da análise de conjuntura econômica, o boletim também apresentará uma entrevista com um professor do Curso de Ciências Econômicas da FOC com o intuito de elucidar questões de interesse comum dos graduandos acerca de assuntos diversos no âmbito do contexto econômico atual. Editorial Tema: Políticas macroeconômicas adotadas no Governo Dilma Setor Público Tema: BNDES e a COPA de 2014 Preços e Salários Tema: Política de reajuste do Salário mínimo Tema: Commodities Brasileiras em 2011 Diretoria FAEC Prof. Diro Nishida Assitente de Diretoria FAEC Profa. Maria Angélica Barone Nível de Atividade e Emprego Tema: Nível de Atividade na Indústria Automobilística Coordenadores do Curso de Economia Prof. Guilherme Vieira Neves Prof. Clóvis Freitas Costa Bem-Estar econômico Tema: Educação Tema: Novas formas de consumo: O papel da nova Classe C para um consumo consciente Revisão Profa. Isa Iára Campos Salles Entrevista e Ensinando Tema: Entrevista com Odilon Guedes Coordenador Responsável pela Carta Conjuntura Econômica Prof. Sandro Cano Conselho Editorial Camila Ianez França Aldo Ligia Araujo Thiago Tadeu Jornalista Responsável: Ricardo Mirão Carta de Conjuntura - Pag 01 Boletim de Conjuntura Econômica O Boletim de Conjuntura Econômica, elaborado pelos alunos do quarto ano do Curso de Graduação em Ciências Econômicas da Faculdade Oswaldo Cruz – FOC-, em sua segunda edição, analisa a desempenho das políticas macroeconômicas implementadas na economia brasileira ao longo do ano de 2011, procurando avaliar seus efeitos sobre o bem-estar econômico, preços e salários, o nível de atividade e emprego, a política monetária, o setor externo e sua conjuntura e, o setor público. Camila Ianez França Aldo Ligia Araujo Thiago Tadeu Ao analisar as medidas macroeconômicas adotadas até o presente momento pela Presidente Dilma Rousseff, pode-se dizer que há uma melhor coordenação e harmonização das políticas monetária, cambial e fiscal, além da expansão do leque de instrumentos utilizados na condução dessas políticas, se comparado às políticas econômicas de seu antecessor. Quando o assunto é política monetária, observa-se uma maior flexibilidade quanto ao regime de metas de inflação, com alongamento do horizonte temporal da meta de inflação, ou seja, com aumento do prazo para a convergência ao centro da meta. No governo Dilma, a taxa básica de juros não tem sido o único instrumento para conter a demanda agregada; o Banco Central (BC), presidido por Alexandre Tombini, também adotou medidas macroprudenciais de controle do crédito, que podem auxiliar no combate à inflação, uma vez que o controle sobre a oferta de crédito afeta o consumo e desacelera a atividade econômica. Editorial Editorial Políticas macroeconômicas adotadas no Governo Dilma Entre as medidas macroprudenciais adotadas, pode-se citar a elevação de 15% para 20% dos recolhimentos compulsórios sobre depósito a prazo, elevação de 8% para 12% do adicional do compulsório sobre depósitos à vista e a prazo e de 11% para 16,5% do capital mínimo para operações de crédito a pessoas físicas com prazo superior a 24 meses, além do aumento de 1,5% para 3,0% da alíquota de IOF sobre as operações de empréstimo. A adoção destas medidas se deu devido à forte ampliação do crédito a pessoas físicas, principalmente de financiamentos para aquisição de veículos e empréstimos consignados, com alongamento de prazo e redução de juros, o que gerava um risco de instabilidade associado ao endividamento das famílias e ao descasamento de prazo das operações ativas e passivas do sistema bancário. A política fiscal do governo Dilma vem apresentando um bom desempenho, com um resultado fiscal de R$ 66,9 bilhões nos sete primeiros meses deste ano; porém, esse bom desempenho foi proporcionado por uma altíssima arrecadação, uma vez que as despesas do Tesouro continuam em ascensão. Um dado preocupante é que a elevação das despesas do Tesouro não pode ser atribuída aos encargos com pessoal e previdência, uma vez que a política fiscal tem se beneficiado da inflação e da fórmula de reajuste das aposentadorias com dois anos de defasagem, que geraram um reajuste real próximo de zero em 2011. Carta de Conjuntura - Pag 03 Carta de Conjuntura - Pag 02 A última medida no âmbito cambial adotada pelo Governo se deu em julho, quando o dólar chegou a fechar abaixo de R$1,54, com o anúncio de uma medida provisória de desestímulo às operações especulativas com derivativos cambiais, que instituiu a cobrança de IOF de 1% sobre as posições líquidas vendidas em derivativos cambiais acima de US$10 milhões (que pode atingir o teto de 25%). A medida provisória foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 5 de outubro e autoriza o CMN a definir regras específicas para as negociações no mercado de derivativos e a tributar essas operações com o imposto. Quanto à política fiscal, esta voltou a ganhar destaque na política macroeconômica, já que o controle das contas públicas pode aliviar as pressões sobre a política monetária. No que se refere à política cambial, ocorreram importantes alterações na gestão do regime de flutuação suja no governo Dilma, com adoção de uma estratégia mais abrangente na gestão dos fluxos de capitais e das transações cambiais. Além disso, há uma maior coordenação entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda em relação à política cambial e macroeconômica no geral, uma ampliação dos instrumentos utilizados para atingir as metas cambiais e uma mudança quanto aos objetivos macroeconômicos dessa política. Para deter o movimento de apreciação cambial foi adotada uma série de medidas. Em janeiro, o Banco Central anunciou a criação de um depósito compulsório (em reais) de 60% do valor das posições vendidas em câmbio e assumidas pelos Bancos que excederem o menor dos seguintes valores: US$ 3 bilhões ou o patrimônio de referência, que é a medida de capital utilizada para verificar o cumprimento dos limites operacionais das instituições financeiras. No mesmo mês, o BC retomou os leilões de swaps reversos e criou o leilão de dólares com entrega efetiva. No início de abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu a obrigatoriedade de realização de operação de câmbio simultâneo na renovação de empréstimos externos (por meio de crédito bancário ou emissão de títulos), o que bloqueou uma das maneiras de evasão do pagamento da nova alíquota de IOF para captações externas. Logo, no que tange à política cambial, o BC e o Ministério da Fazenda, coordenadamente, utilizaram não somente os instrumentos de controle de capitais stricto sensu (cobrança de IOF), mas também mecanismos de regulação financeira prudencial e medidas com foco nas transações do mercado de derivativos. A eficácia dessas políticas, contudo, irá depender da correlação de forças entre a autoridade monetária e os agentes privados no mercado de câmbio. Entre janeiro e julho, a meta da taxa Selic foi gradualmente elevada, sem grandes choques de juros. Em agosto, o Copom decidiu pela redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, embora o IPCA em 12 meses esteja bem acima do centro da meta de inflação, o que surpreendeu o mercado. Em outubro, o Copom manteve a política de redução, com uma queda de mais 0,5 ponto percentual. O BC justificou a redução da taxa devido à piora do cenário externo, com agravamento da crise das economias avançadas, o que poderá impactar o país pela via do comércio exterior e dos fluxos de investimento estrangeiro e à desaceleração do crescimento da economia brasileira. A crescente apreciação cambial do real se tornou mais uma preocupação para o Governo, haja vista que essa apreciação reduz a competitividade externa dos produtos brasileiros, o que prejudica a indústria nacional. Para conter essa deterioração da indústria brasileira, o nível da taxa de câmbio se tornou uma meta adicional da política cambial, juntamente com o acúmulo de reservas e redução da volatilidade do preço da moeda estrangeira. Em março, após a cotação do dólar chegar a R$1,64, o Ministério da Fazenda elevou para 6% a alíquota de IOF sobre as captações externas de até 360 dias e, em abril, essa medida foi estendida às captações externas com prazo de até 720 dias. Cabe ressaltar que, já no final de 2010, o Ministério da Fazenda havia elevado a alíquota de IOF de 2% para 4% sobre as aplicações de investidores estrangeiros em títulos de renda fixa e, posteriormente, aumentou para 6% essa alíquota. Em agosto, o Projeto de Lei de Orçamento Anual foi enviado ao Congresso Nacional. A projeção é que as receitas do Governo cresçam 12,8% em 2012 e as despesas continuem crescendo, agora um crescimento de 15,9% em relação a 2011. Os gastos com pessoal do Executivo deveriam cair para 4,15%, porém isso vai contra os contornos políticos do atual governo. Além disso, a emissão de títulos deverá aumentar em 31%, algo que não foi explicado. Como se pode depreender deste Projeto, há uma grande incerteza quanto ao futuro da política fiscal. Mediante as políticas econômicas adotadas, podemos identificar que as taxas de desemprego continuaram a cair;porém, em alguns setores como Comércio e Construção Civil houve queda no crescimento de empregos formais, explicado pela restrição ao crédito. Referente à política monetária, nas reuniões do Comitê de Políticas Monetárias (COPOM) dos dias 30 e 31 de agosto e 18 e 19 de outubro, decidiu – se pela diminuição de 0,5% da taxa de juros em respectivas reuniões, desta forma levando a Taxa SELIC ao patamar de 11,50%. Explicado pela diminuição da Taxa de Juros e por outros fatores externos, o Câmbio vem se desvalorizando; em agosto a taxa de câmbio estava na casa de R$ 1,56, hoje está por volta de R$ 1,78. A grande preocupação para este quarto semestre do Governo Dilma se refere à inflação, que está muito próxima do teto da meta e a preocupação em relação à volatilidade do câmbio. Jorge Henrique Lucas Dias Lucas Gonçalves Paulo Henrique Em consequência da crise financeira mundial de 2008, decorrente da bolha imobiliária americana, que se alastrou pelo mundo todo,várias políticas econômicas expansionistas foram implementadas. Especificamente Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (PIGS)aumentaram fortemente o seu endividamento e agora se encontram em posições econômico-financeiras delicadas, com destaque para a Grécia,que vem atravessando uma forte crise fiscal, ou seja, o governo gastou muito além do que podia, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia à mercê deste alarmante endividamento. O mesmo se caracteriza pelo considerável aumento nos gastos públicos, principalmente pelo aumento dos salários que praticamente dobraram. O preço das commodities - principais bens que o país exporta -pode vir a cair, prejudicando assim o saldo comercial (exportações - importações) da balança brasileira.Além disso, a volatilidade no câmbio continua e o real vemse desvalorizando, o que dá mais competitividade aos produtos brasileiros no exterior; porém, uma das principais dificuldades é a de se exportar, pois os países europeus podem entrar em recessão. Setor Externo e Conjuntura Setor Externo e Conjuntura A crise dos PIGS e seus impactos na Economia Brasileira Houve rumores de que a Grécia poderia decretar calote, e, caso isso ocorra, causará perdas bilionárias a bancos europeus e isso contagiaria imediatamente os países do velho continente. Assim, Portugal, Espanha e Itália seriam obrigados a reestruturar suas dívidas, podendo causar uma corrida bancária na Europa e grandes bancos poderiam quebrar; o crédito internacional travaria, podendo acarretar numa nova recessão norte-americana com desvalorização do dólar. Essa incerteza sobre os rumos da economia que se instalou no mundo, principalmente na Europa, pode impactar de forma considerável a economia brasileira. No curto prazo,já houve impactos negativos na Bolsa, pois o aumento do risco fez com que houvesse uma saída de capital especulativo do Brasil. Carta de Conjuntura - Pag 05 Carta de Conjuntura - Pag 04 http://veja.abril.com.br/infograficos/crise-europeia/ acessado em 29/11/11 Esse cenário vem provocando uma crise na confiança do mercado financeiro mundial. Temendo um calote dos PIGS, principalmente da Grécia, os investidores estrangeiros vêm fugindo da zona do euro para se refugiar no dólar e em títulos do Tesouro americano. A percepção de risco global pode atingir o mercado de crédito doméstico, assim como em 2008, com juros mais altos para o consumidor.Posteriormente, os investimentos seriam refreados e o desemprego subiria. Diante do acima exposto, pode-se dizer que a crise na Europa cria incertezas, mas a economia brasileira pode vir a crescer de forma moderada, com expectativas de 3,5 e 3,6 em 2011 e 2012, respectivamente. O governo vem tomando medidas de contençãoda valorização do câmbio desde outubro de 2009. Neste ano, o governo anunciou medidas para regular o mercado de derivativos cambiais no país: exigiu que os contratos de balcão fossem registrados nas câmaras de compensação para ter validade jurídica e tributou com IOF - que pode chegar a 25% - a variação das posições vendidas em moeda estrangeira, a fim de diminuir seus efeitos na indústria interna e manter nível satisfatório de exportações. Para equilibrar a dívida pública, o governo anunciou em agosto o aumento do superávit primário (de R$ 117 para R$ 127 bilhões), buscando diminuir seus gastos, além de redução de impostos e da taxa de juros, fazendo, assim, um mix entre política fiscal e monetária. Além disso, acredita que manter o nível de emprego é fator primordial para tentar manter o crescimento por volta dos 3 % neste ano.A Presidente afirmou que incentivará investimentos na produção e na geração de empregos e renda. Conter a inflação, sendo que a mesma já está em patamares próximos ao teto da meta, e medidas como a redução da taxa básica de juros (Selic), podendo aumentar ainda mais a pressão sobre os preços, se tornou neste momento um grande desafio. Camila de Jesus Débora Ribeiro Katty Dayana Em 30 de outubro de 2007, a FIFA escolheu o Brasil como sede para a Copa de 2014. A princípio, era um total de 18 cidades candidatas a receberem os jogos da Copa, porém apenas 12 foram definidas como sede dos jogos: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE) e Salvador (BA). Mesmo com esta conquista, que deixou a população do Brasil muito feliz e empolgada com tal evento, é aparente as necessidades do país de crescer em infraestrutura, além dos investimentos de empresas privadas e de órgãos públicos -como o BNDES -, que também precisou desembolsar valores para a realização de várias obras que já estão em andamento e outras que ainda nem começaram. A maior parte das obras é o governo quem financia através de projetos de apoio à Copa do Mundo de 2014. Diversas áreas, como por exemplo, estádios, portos, infraestrutura e turismo, entre outros setores. Além dos financiamentos acima, o Governo Federal repassará ao BNDES o custo de urbanização e toda a infraestrutura necessária para o evento e, ao governo, fica a responsabilidade de investir em portos, aeroportos e paisagismo. Setor Público Setor Público BNDES e a COPA de 2014 No caso dos aeroportos de Brasília, Viracopos e Guarulhos, o governo decidiu por uma concessão pelo período de trinta anos e a justificativa é a imediata necessidade de investimentos neste setor. O leilão será realizado em 22 de dezembro de 2011. A Infraero ainda manterá 49% de participação na administração dos aeroportos e a participação de empresas estrangeiras só será autorizada, se estas estiverem associadas a empresas nacionais. No Estado do Rio de Janeiro, o BNDES apoia também projetos de reciclagem (coleta seletiva) e inclusão social com o intuito de estimular este tipo de ação iniciado com a Copa. Todos os projetos contarão com itens de sustentabilidade, conservação, eficiência energética e utilização de recursos naturais que deverão ser cumpridos mediante aprovação de entidade de Qualidade Ambiental credenciada pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). (Integralmente retirado do site planalto.gov.br) O maior desafio para o governo brasileiro será estruturar o país para sediar um evento grandioso como a Copa do Mundo. As condições atuais do país deixam a desejar e com a velocidade em que as obras andam é até um pouco difícil de acreditar que o país, até 2014, terá condições de sediar a Copa. Estádios Aeroportos Todas as 12 arenas iniciaram obras. Nove delas estarão concluídas até final de 2012 e as restantes estarão prontas até o final de 2013, a tempo, portanto, de sediar os jogos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ofereceu linha de financiamento para os estádios, com valor limitado a R$ 400 milhões. Já foram assinados contratos que totalizam R$ 2,3 bilhões. Todas as arenas terão certificação. Os investimentos, realizados integralmente pelo governo federal, chegam a R$ 6,5 bilhões, em 13 aeroportos nas cidades-sede. Em oito aeroportos, as obras já se iniciaram. Uma delas, em Viracopos (SP), já foi concluída. Carta de Conjuntura - Pag 07 Carta de Conjuntura - Pag 06 Todos os projetos devem ser contratados até 12/2011 e beneficia tanto órgãos públicos como entidades privadas. Estes são apenas alguns dos financiamentos que foram realizados pelo Setor Público através do BNDES referentes aos estádios onde serão realizados os jogos para a Copa, além de todos os outros investimentos que serão realizados em transportes, hotéis, comércio, entre outros. Em 14 de setembro de 2011, foi publicado um quadro no site do Planalto com o roteiro a seguir e as áreas que serão atendidas com as obras: Mobilidade urbana As obras de mobilidade urbana são parte importante do legado que ficará para os brasileiros depois da Copa. Por isso, o governo federal, em conjunto com governos estaduais e municipais, selecionou 49 obras, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para ofertar recursos às cidades-sede, que são responsáveis pela execução. Hoje, cinco cidades já iniciaram obras. Portos São sete obras de execução rápida, que visam essencialmente à construção de terminais turísticos modernos e adequados à demanda crescente de cruzeiros no litoral brasileiro. Em quatro cidades, o edital de licitação já foi publicado. Todas as obras serão concluídas em 2013, com investimentos de R$ 898,9 milhões. Ações Estão em funcionamento nove câmaras temáticas, que reúnem institucionais os diversos níveis de governo com os responsáveis das cidades-sede para proposição de políticas públicas e soluções técnicas que garantam legado para o País e as cidades. Das 11 garantias federais oferecidas à Fifa para a realização da Copa no Brasil, seis já foram atendidas. O projeto da Lei Geral da Copa, que trata de outros temas que constam das garantias, será enviado ainda esta semana ao Congresso Nacional. Assim, será concluída a etapa de honrar com as garantias que o País ofereceu à realização do evento. Duas legislações importantes já estão em vigor – o Regime Diferenciado de Contratação e a Lei 12.350, que trata de isenção fiscal e direitos alfandegários. Mecanismos de A sociedade brasileira dispõe de ferramentas para acompanhar transparência a execução orçamentária e andamento das obras da Copa. O Portal da Transparência, da Controladoria–Geral da União (CGU), se constitui, com colaboração direta do governo federal e cidades-sede, em fonte para informação e acompanhamento da população. Ariane de Andrade Douglas Pinheiro Felipe D’urso Tiago Gonçaves A política permanente de valorização do salário mínino, implantada desde 2007 e que vigora até 2023, tem como objetivo corrigir a perda do poder de compra dos agentes econômicos e proporcionar o aumento da renda, gerando,a princípio, efeitos positivos na economia brasileira, bem como ocasionando aumento no consumo e elevação do Produto Interno Bruto (PIB). O instrumento utilizado para o reajuste considera o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a variação real do PIB de dois anos antes.Para o ano de 2012, a previsão de reajuste do salário mínimo é de 13,62% equivalente a R$ 619,21, em função da estimativa do Banco Central do Brasil (BACEN), para uma variação de 5,7% do INPC e 7,49% no PIB de 2010. Os impactos do reajuste previsto para 2012 na economia Frente aojá citado reajuste no salário mínimo, o impacto nas classes C,D e E representa um aumento do consumo não apenas em produtos novos(eletrodomésticos, eletrônicos, celulares, etc.), como também permite às famílias investirem em educação, saúde, alimentação e cultura. Em contrapartida, a expectativa de 4% de crescimento do PIB para o ano de 2012será menor que o aumento real do salário mínimo 8% - já descontada a inflação prevista de 5% para o mesmo período-. Esse fator pode ocasionar a indexação dos preços com o aumento do salário mínimo, uma vez que aelevação dos custos com a mãodeobratende a ser repassada para o preço final. Preços e Salários Preços e Salários Política de reajuste do Salário mínimo Outro fator importantesobre a atividade econômica é o preço dos serviços que são extremamente sensíveis às flutuações no salário mínimo. Este sim, pode ser o “grande vilão” das projeções econômicas, pois sua flutuação será sentida imediatamente nos indicadores inflacionários.Segundo odiretor do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco, Octavio de Barros, o grande desenvolvimento da inflação está atrelada aos preços do setor de serviços e essa inflação não está correlacionada com as economias internacionais. Portanto, a projeção do banco é de que a alta de preços nesse segmento feche este ano em 9% e encerre 2012 em 8,2%. Analisando o contexto econômico nacional para 2012, temos um grande viés de Medidas Macropudenciais Ortodoxas e Política Fiscal Contracionista, que provavelmente serão acionadas para conter os impactos causados pelo maior poder de consumo das classes menos favorecidas. Esse será um grande empecilho para o Banco Central do Brasil, que relatou em seu ultimo relatório trimestral de inflação que pretende atingir o centro da meta apenas em 2012. A concretização dessaspolíticas poderá causar problemas de liquidez na economia brasileira, afetando o crescimento dospróximos anos. • Impactos na Previdência Social A indagação que provoca as expectativas com os preços (inflação inercial) é: se considerarmos uma possível indexação por parte dos setores de produção e de serviços, como deve ser a postura do BACEN em relação ao controle da inflação? Os reajustes do salário mínimo exercem influência nas contas previdenciárias, haja vista que aumenta as despesas com benefícios. Dados do DIEESE apontam que o peso relativo da massa de benefícios equivalentes a um salário mínimo é de 46,5% e envolve 69% do total de beneficiários. Impactos na Inflação De acordo com projeção do Banco Central, o aumento da taxa de reajuste do salário mínimo irá provocar uma tendência de expansão das despesas com velocidade maior do que a observada para o crescimento das receitas do Regime Geral da Previdência Social. Os gastos com benefícios previdenciários irão atingir 313,9 bilhões em 2012 (mantida a hipótese de um aumento no salário mínimo para 619,21), ao passo que a arrecadação líquida poderá alcançar 266,3 bilhões. Essa projeção é resultado, em grande parte, do aumento da massa salarial observada nos últimos anos, influenciado pelo cenário de crescimento da atividade econômica no país, implicando aumento nas contratações de trabalhadores com carteira assinada. Os agentes,diante de um incremento em sua renda, tendem a consumir mais e aumentar o interesse em tomar crédito para consumos de longo prazo. O governo, por sua vez, a partir do incremento dos gastos gerado do aumento do salário mínimo, tende a adotar políticas contracionistas, visando ao cumprimento das metas orçamentárias e diminuição do impacto sobre os investimentos realizados, tais como obras para a Saúde e infraestrutura, por exemplo. Todas estas tratativas governamentais contribuem para que as expectativas inflacionárias sejam menores, porém a postura governamental não se apoia historicamente nesta premissa básica, o que pode contribuir para que os agentes tenham motivação para “proteções inflacionarias”, herança de períodos inflacionários anteriores. A posição do governo em relação às políticas de controle da inflação ultimamente demonstraram nova postura ao conhecido paradigma de se utilizar a taxa básica de juros como único instrumento de combate à pressão inflacionária; no caso, a nova postura com relação a restrições ponderadas ao crédito, bem como a novas políticas fiscais. A conduta adotada pelo governo pode ser crucial para que o impacto inflacionário do aumento do salário mínimo seja menor, haja vista que o salário não é o único fator determinante dos custos sobre a produção. Carta de Conjuntura - Pag 09 Dentro das análises acerca dos impactos do aumento do salário mínimo na inflação, o discurso se torna de certa maneira previsível, porque o salário mínimo, como um preço da economia, tem impacto direto na inflação como qualquer outro bem negociável. Esta premissa, segundo alguns analistas, pode obter outras vieses a partir de uma nova postura do governo nos controles para atingir o centro da meta inflacionária determinada para o ano de 2012, que no caso é de 4,5%. Carta de Conjuntura - Pag 08 A produção nacional que dita o ritmo da oferta de produtos para certa demanda, bem como a política de preços ao consumidor (muitas vezes atrelada à indexação) são fortes fatores determinantes na inflação do período; logo, qualquer impacto nestes fatores irá em paralelo iniciar o processo de pressão inflacionária. O salário, como dito antes, não se apresenta como único fator impactante nos indicadores da produção nacional e na política de preços.Sendo assim,a inflação pode ser influenciada por diversas vertentes, tais como: o crescimento econômico do período;a pressão por deficiências de oferta e capacidade ociosa da indústria, entre outras. Jairo dos Santos Jeferson da Silva Ligia Araujo Marcel Silva No mês de agosto deste ano, os produtos agropecuários subiram 1,47%, comparado ao mês julho que apresentou deflação de 0,84%. A elevação deve-se em maior parte à soja em grãos e por suínos e aves. As matérias-primas brutas tiveram elevação de 1,51% em agosto, após redução de 1% apresentada no mês anterior. Em reunião das Nações Unidas, em Havana, Cuba, em 1948, para criação da Organização Internacional do Comércio, definiu-se como commodities todo o produto das atividades agrícola, florestal e pesqueira, e todo mineral, produzidos naturalmente ou que fosse negociado em quantidades significativas nos mercados mundiais. Apesar de expressiva elevação, os analistas avaliam em uma análise de 12 meses o desempenho dos produtos agropecuários. Ocorreu um recuo de 29,68% em fevereiro para 18,76% em agosto. Com base nas dificuldades nos países desenvolvidos, a expectativa é de estabilidade ou crescimento moderado. Considera-se a volatilidade nos preços externos de commodities, mas não se espera grandes choques, comparando ao ano de 2010, quando os preços se elevaram. A fim de incorporar novas mercadorias, ao longo dos anos essa definição foi modificada, englobando basicamente os bens não duráveis ou bens intermediários, por exemplo: soja, milho, trigo, energia elétrica, cobre e suco de laranja. De maneira geral, as commodities são negociadas por grandes multinacionais ou estatais e com grandes flutuações nos preços – a demanda e oferta das matérias primas e alimentos são inelásticas. No caso dos alimentos, a demanda é inelástica, porque os indivíduos tendem a satisfazer primeiro suas necessidades alimentares antes de comprar outros bens; nas matérias-primas, isso ocorre porque a substituição por outros produtos, pelo menos no curto prazo, é relativamente difícil. As ofertas seriam inelásticas, entre outros motivos, pela rigidez na produção e pelos altos investimentos necessários à sua expansão. Preços e Salários Preços e Salários Commodities Brasileiras em 2011 A oferta das commodities depende das possíveis alterações que possam ocorrer no país produtor, por exemplo, mudanças climáticas desfavoráveis ou crescimento com altas taxas de um país grande e importador. A primeira causaria uma diminuição da oferta dos produtos e a segunda aumentaria a demanda por matérias-primas e alimentos nos mercados mundiais, com altos preços. Isto posto é possível afirmar que os países que dependem desses produtos passam por grandes variações em suas receitas com exportações. O Brasil, infelizmente, ainda é refém das commodities, mais precisamente das agrícolas, que consideramos como commodities primárias. Carta de Conjuntura - Pag 11 Carta de Conjuntura - Pag 10 A expansão dos mercados asiáticos gerou oportunidades para os países exportadores de commodities, como o Brasil; as incertezas nos mercados e a ameaça de recessão na Europa e EUA estão forçando a diminuição da demanda e preços de bens não duráveis. Sendo assim, no caso do Brasil, tudo dependerá em grande parte da China, historicamente considerada grande consumidora das commodities brasileiras, e que, devido a reformas econômicas estruturais, desacelerou seu ritmo de crescimento, mas ainda prevê modestos 9,4% de crescimento para 2011. Nesse cenário, o gráfico abaixo mostra que os preços internacionais das commodities em geral (menos petróleo) apresentam elevação desde 2008. Os fatores climáticos e os períodos de safra e entressafra determinarão o comportamento do IGP-M até o final de 2011, que em agosto deste ano já eram suficientes para motivarem as oscilações nos preços das matérias-primas; porém, é necessário cautela, uma vez que as matérias-primas sofrem maior pressão no segundo semestre. Na segunda semana de outubro de 2011, indicadores chineses de exportações e importações preocuparam os investidores com uma possível desaceleração da economia somada ao estoque de metais; mas, para os analistas, os fundamentos de oferta e demanda permanecem ganhando. Contudo, a previsão é de pressão sobre as commodities, que não foge à normalidade, porém a economia brasileira em geral sempre deve estar atenta a todas as alterações que possam ocorrer nesse mercado, pois é um dos principais produtos exportados pelo Brasil e tem grande significância no produto interno bruto brasileiro. Desde sua criação, em 1956, a indústria automobilística tem uma grande representatividade na economia do país, sendo responsável atualmente por 22,5% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial e por aproximadamente 5% do PIBtotal brasileiro. Esse setor vem crescendo de forma muito acelerada, principalmente nos últimos anos, quando a produção total subiu de 2,3 milhões de veículos em 2005 para mais de 3,3 milhões em 2010, atingindo a sexta posição na produção mundial de veículos. O Brasil é atualmente o quinto maior mercado de automóveis do mundo e ainda tem muito para se expandir. Dados da ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que o Brasil possui cerca de seis habitantes por veículo, enquanto outros países com o mercado mais desenvolvido possuem menos de 1,5 habitantes por veículo. Com o crescimento constante da economia e a ascensão das classes com menor renda, o mercado brasileiro tende cada vez maisa atingir o nível desses países. Porém, para conseguir esse desenvolvimento, a indústria brasileira tem de resolver muitos problemas que se tornaram mais evidentes devido às crises ocorridas recentemente e a valorização do real perante outras moedas mundiais. O automóvel brasileiro é um dos mais caros do mundo e isso se deve principalmente ao alto nível de impostos aplicados no país: IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços),PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social)representam juntos aproximadamente 30% do valor do veiculo, e ainda temos de levar em conta o custo dos impostos na matériaprima e na mão de obra, o que acaba elevando consideravelmente o nível de impostos cobrado. Esse alto custo brasileiro está gerando uma nova barreira ao crescimento do setor, pois com a valorização do real os veículos importados estão cada vez mais baratos no mercado interno e já ganharam uma boa parte do mercado brasileiro. Desde 1990, quando ocorreu a abertura da economia e foram retomadas as importações, a concorrência estrangeira vem ganhando espaço no mercado brasileiro.Em 1991, ano seguinte ao da abertura da economia, os veículos importados representavam 2,7% da demanda interna, já em 2010 eles representaram 19,7 %. Ao analisarmos dados da ANFAVEA, é possível constatar que de janeiro a agosto de 2011 foram licenciados aproximadamente 1,8 milhões de veículos nacionais (2,2% a mais que no mesmo período do ano anterior) e cerca de 531 mil veículos importados (35% a mais que no mesmo período do ano anterior), ou seja, os importados crescem em um ritmo muito mais acelerado e já representam 22,4% da demanda brasileira. Em 2006, a balança comercial do setor automotivo atingiu seu maior nível, fechando o ano com um superávit de 9,6 bilhões de dólares. A partir de então, o saldo da balança comercial desse setor vem decaindo gradativamente devido ao aumento das importações e a queda das exportações; como consequência, o ano de 2010 fechou com um déficit comercial de 6 bilhões de dólares. Novos dados, divulgados recentemente, mostram que o estoque de veículos em setembro desse ano era de 378,9 mil veículos, o que equivale a 36 dias de vendas. Para tentar reduzir esse estoque elevado, grande parte das montadoras optaram por dar férias coletivas a seus funcionários, o que reduziu a produção em 19,7 % em relação a agosto e 6,2%, se comparado com igual mês do ano anterior. Outro reflexo desse elevado nível de estoque diz respeito à geração de empregos, pois o setor apresentou uma queda de cerca de 40% na criação de empregos entre agosto de 2010 e igual período deste ano. Em agosto do ano passado, foram gerados 5.606 empregos. Este ano, o mês terminou com 3.366 postos de trabalho criados. Nível de Atividade e Emprego Felipe de Medeiros Edmar Silva Alex Oliveira Vinicius Duarte Neste contexto de forte valorização do real, queda das vendas e aumento das importações, o governo brasileiro optou por medidas protecionistas, buscando dar mais força para a indústria automobilística. Em agosto deste ano, o governo propôs um novo plano de incentivos e exonerações para o setor automotivo e uma dessas medidas foi a prorrogação da redução do IPI sobre os veículos nacionais por mais 12 meses. Em setembro, buscando dar mais força para os produtores nacionais, o governo anunciou uma nova medida de incentivo, aumentando a alíquota de IPI em 30 pontos percentuais para veículos que tenham menos de 65% de conteúdo nacional. Antes, o tributo variava de 7% a 25% e, com a medida para fortalecer a indústria local, passou para 37% a 55%. Essas medidas protecionistas não foram bem vistas internacionalmente, muitos dos países que exportam para o Brasil se mostraram insatisfeitos. Porém, o maior prejudicado com esse aumento da tributação é o consumidor brasileiro que acaba pagando mais caro tanto nos importados, que sofreram o aumento de impostos, como nos nacionais, que se aproveitam dessas medidas para reajustar os preços, aumentando assim seu lucro. Alguns críticos argumentam que em vez de fazer o consumidor pagar pela falta de competitividade da indústria brasileira, o governo poderia utilizar outras medidas que estimulassem a concorrência e o desenvolvimento sem favorecer apenas os interesses das grandes montadoras. A ANFAVEA prevê que o mercado brasileiro de veículos tende a crescer continuamente nos próximos anos;todavia, a indústria brasileira poderá perder sua representatividade nesse mercado, caso não se torne mais competitiva internacionalmente, não dependendo mais do protecionismo governamentale, sim, através de melhorias e inovações nos meios de produção, buscando assim reduzir seus custos e aumentar sua produtividade. Carta de Conjuntura - Pag 13 Carta de Conjuntura - Pag 12 Nível de Atividade e Emprego Nível de Atividade na Indústria Automobilística Fonte: Anfavea Aline Certo Loraine Carvalho Valquiria Alves A Educação tem melhorado a cada ano. O ENEM é um indicador consolidado da melhoria na Educação brasileira. Em 2010, o desempenho nas provas foi melhor e também houve aumento no número de alunos que fizeram a prova. A média foi de 511 pontos, dez a mais que no ano anterior. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, em 2011 esse número deverá ser ainda maior, já que as campanhas e incentivos educacionais foram maiores neste ano. Estudos comprovam que, para cada ano de estudo, há aumento no salário do estudante. Cada vez mais as instituições de ensino estão se adequando a este mercado que cresce significativamente. Segundo Haddad, o foco para a Educação, a partir de 2011 até 2020, é a valorização do Magistério. Outro ponto de destaque é a qualidade da mesma, pois a meta do IDEB1 para 2011 é bem ambiciosa e, no quadro abaixo, podemos verificar as metas até o ano de 2021: Fonte: PNE – Plano Nacional de Educação Outro programa de destaque do governo é o FUNDEB2 . O Fundo repassa uma porcentagem de determinados impostos recolhidos pelo Estado à Educação e também há complemento da União, quando não se atinge o valor mínimo por aluno. O FUNDEB ajudou a aumentar o número de matrículas nas escolas. As parcerias são fundamentais e vistas com bons olhos pela sociedade. Elas transformam a escola em um lugar mais agradável, eficiente e atraente para alunos, professores e pais. A criação de um ambiente favorável ao ensino está menos ligada a grandes investimentos na estrutura física das escolas e mais ao acompanhamento do dia a dia da sala de aula. Bem-estar econômico Bem-estar econômico Educação Mas a Educação também tem um cenário preocupante: apesar do aumento no número de matrículas, isso não significa que o a qualidade melhorou. O governo definiu 5 metas específicas simples, que tem até 07 de setembro de 2022 para serem alcançadas. As metas são: toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno com aprendizado adequado à sua série; todo jovem com Ensino Médio concluído até os 19 anos; investimento em Educação ampliado e bem gerido. . Segundo Priscila Cruz, do programa Todos pela Educação, a Educação de qualidade tem de ser garantida nos anos iniciais do aluno na escola, pois é complicado reverter este cenário no futuro. Um ponto de extrema importância é a qualificação dos professores. Um estudo recente da UNESCO3 retrata bem a realidade vivida pelo professor. A profissão está em decadência, pois não há reconhecimento por parte de alunos, do governo, etc... O salário é um ponto que desagrada a maioria desses profissionais e a recuperação de sua dignidade e da credibilidade do ofício passaria por uma reconfiguração de sua identidade profissional, envolvendo o fortalecimento de suas lutas por melhores salários e condições dignas de trabalho, destacando-se uma formação de qualidade. A formação de qualidade é um ciclo que abrange a experiência do docente como aluno (Educação de Base), como aluno-mestre (Graduação), como estagiário (Práticas de Supervisão), como iniciante (Primeiros anos da profissão) e como titular (Formação Continuada). Carta de Conjuntura - Pag 15 Carta de Conjuntura - Pag 14 1. 2. 3. 4. 5. No Brasil, a Educação ainda precisa ser tratada como prioridade máxima do governo, pois para o desenvolvimento econômico essa variável é fundamental, uma vez que através de investimentos em Educação, desde a base até o Superior, é primordial para se elevar a qualidade dos indicadores econômicos de um país. A Educação diretamente ligada ao capital humano serviu de base para vários países se desenvolverem economicamente e superarem crises econômicas internas, bem como aumentarem seu poder concorrencial no mercado externo; através do capital humano, o pais alcança inovação tecnológica, aumenta o salário real, uma vez que as pessoas capacitadas precisam ganhar mais, melhora a qualidade e a produtividade das indústrias internas, o que favorece o PIB e toda a economia, pois diminui o número de desemprego. Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. 3 O Perfil dos Professores Brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que almejam. maio, 2004. 1 2 Ligia Araujo Loraine Carvalho Thiago Tadeu No último triênio, o número de brasileiros pertencentes à nova classe média ultrapassou os 45 milhões, se tornando a maior classe do país. As jornalistas Renata Agostini e Carolina Meyer apresentaram à revista Exame (ed. 978, nº19) uma perspectiva de como andam se posicionando esses brasileiros, frente aos aspectos de inclusão digital. Com a melhoria na renda e maior acesso aos veículos de comunicação, alguns indicadores demonstram que houve mudança no perfil de conduta do público em questão. A exemplo disso, ilustra-se o quadro a seguir: UTILIZAÇÃO Pesquisa E-mail Educação Redes Sociais / Messenger 2009 2006 87% 76% 71% 69% 74% 60% n/a 35% Pesquisa apresentada à revista Exame e coletados os dados pelo sistema de múltipla escolha da FGV. O comportamento desses agentes transmite não somente comunicação pulverizada, bem como sua participação no ramo de negócios e muitas pessoas complementam suas rendas por meio da internet.A carioca Simone Reis, que vende lingerie da Victoria’s Secret pela rede, comenta na matéria que consegue extrair dessa atividade o dobro de renda que conquista como ajudante de cozinha em um restaurante. O caso da Simone é em parte resultado da distribuição de acesso que este público detém. Ao analisar sua composição, chega-se ao resultado de que 40% da classe média brasileira possui acesso à internet e, desses, 43% o fazem de sua residência, enquanto em seu trabalho, apenas 22% ficam on-line. Bem-estar econômico Bem-estar econômico Novas formas de consumo: O papel da nova Classe C para um consumo consciente Grandes empresas como Bradesco, GoldFarb, TAM, Kraft Foods, Natura, etc. já perceberam o tamanho do mercado potencial em rede que a classe média representa. Essas são algumas de uma série de companhias que investiram em campanhas on-line e conseguiram prospectar novos clientes, e a um custo por mídia, muito menor se comparado à televisão. Esse cenário apresenta um aumento crescente no consumo da nova Classe C, classe essa que é a dominante no consumo dos bens duráveis, não-duráveis, alimentos e recursos naturais, consumo esse que acontece também através de meios eletrônicos, pois com a globalização em massa e a facilidade de acesso à internet até alimentos perecíveis podem ser adquiridos via internet. Carta de Conjuntura - Pag 17 Carta de Conjuntura - Pag 16 O consumo da nova classe ainda é tímido e representa 7% do e-commerce, contudo curiosamente a média de gastos é muito próxima da média de mercado, R$ 321 comparado a R$ 361, respectivamente. Para complementar esses números, outro fator a ser analisado se mostra abaixo: Nesse sentido, é importante mencionar que esse consumo deve acontecer de forma sustentável, onde além das empresas e produtores se adequarem às questões de preservação ambiental, os indivíduos também devem protagonizar o consumo consciente. Sabendo que as áreas destinadas à produção de alimentos estão cada vez mais escassas, os produtores devem produzir de forma eficiente, a fim de otimizar os recursos naturais. Atualmente, existem campanhas de conscientização do consumo, onde a nova Classe C busca por produtos e serviços que maximizem seu bem-estar e as empresas, a fim de atender a essa demanda, devem se adequar e oferecer produtos ecologicamente corretos, que de forma transparente transmitam aos consumidores o bem-estar esperado por estar consumindo de forma consciente. Sendo assim, o aumento do consumo da nova Classe C pode servir para aumentar a sustentabilidade do país e direcionar o crescimento econômico brasileiro em todos os aspectos possíveis para uma melhoriaem alguns dos indicadores de desenvolvimento econômico através de melhoria na qualidade de vida e no bem-estar da população. Camila Ianez Ramiro Gonçalves Stela Cristina Vitor Eiji Odilon Guedes Pinto Junior é economista, Mestre em economia pela PUC/SP. Atualmente, é professor de Economia Brasileira Contemporânea das Faculdades Oswaldo Cruz e membro do CORECON-SP. Ele já foi Presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo, ex-Vereador e ex-Sub-Prefeito em São Paulo. Nesta entrevista, Odilon Guedes aborda temas sobre a conjuntura econômica atual do Brasil, chamando a atençãopara as questões da redução da taxa básica de juros, a inflaçãoe o superávit primário brasileiro. Também discute assuntos relacionados ao Governo Dilma e ao Presidente do Banco Central do Brasil, Alexamdre Tombini. Na penúltima reunião do COPOM, este foi contra as expectativas do mercado financeiro e reduziu a taxa de juros em 0,5% e, nessa última reunião, ele manteve essa política de redução. O que o Sr. está achando desse corte na taxa de juros? R: Eu acho positivo, acho que o COPOM deveria baixar até mais a taxa de juros, porque a taxa de juros real do Brasil é a mais alta do mundo - a taxa real de juros é a taxa SELIC menos a inflação, mesmo a inflação aumentando um pouco. Nós ainda temos uma taxa de juros altíssima, a taxa de juros real americana hoje é negativa e com a taxa de juros elevada você aumenta a dívida pública, você dificulta os investimentos. Como ela é muito elevada, atrai dólares para o Brasil e a nossa moeda acaba se valorizando muito e com isso diminuemas exportações e aumentam as importações. Existe um problema gravíssimo hoje, que é a desindustrialização do país e é um problema real que está acontecendo. Então, acho que a redução da taxa de juros está no caminho certo, mas penso que poderia ser mais acelerado ainda. Em sua opinião, o que o governo deve fazer para controlar a inflação e, ao mesmo tempo, fazer o país crescer? Entrevista e Ensinando Entrevista e Ensinando Entrevista Odilon Guedes R: Se você baixar mais 2 pontos percentuais da taxa de juros real, o Brasil ainda vai continuar com a maior taxa de juros real do mundo. O capitalista quer lucro, mesmo que você baixe, ele vai ficar num nível a mais e também vai prejudicar o país. Se você tiver uma saída de capital, isso até tem um lado benéfico, vai fazer uma desvalorização do real que vai trazer um incentivo da produção interna, da exportação, porque a nossa moeda vai valer menos, nós vamos ter mais competitividade no exterior e você vai diminuir as importações e vai poder produzir internamente o que você vem importando. Então, acho que não tem esse tipo de questão. R: Veja que interessante. Quem foi eleito à Presidência do Brasil? Dilma, então é ela que tem de discutir isso, o Tombini é o Presidente do BC, é uma inversão isso aí. O BC tem de ter independência do ponto de vista de não ser usado para fazer uma políticapartidária de mesquinharia. Ele (Tombini) deve estar a serviço do Brasil. Por exemplo, se aumenta a taxa de juros, está causando desemprego e quem tem legitimidade é o Presidente da República. Não é que o governo tem de ficar se metendo no BC o tempo inteiro, mas acho que você tem de ter uma visão mais clara disso. Quem foi eleito é a Dilma e é ela que tem legitimidade para definir a políticaeconômica do Brasil. O BC tem de estar a serviço do povo brasileiro, que deu um mandato à Dilma. Inclusive eu acho que ele (Tombini) tem uma relação mais afinada com o atual governo do que o Meireles tinha com o Lula, que acabava fazendo um tipo de política extremamente prejudicial ao país, do ponto de vista da taxa de juros e a questão da desindustrialização avançou muito no governo dele. R: Acho que deve diminuir o superávitprimário. O superávit primário é arrecadação menos gastos, sem computar os juros. E o que estão fazendo os EUA?Os EUA estão com um déficit enorme, a dívida americana aumentou brutalmente e na Europa também... Estes países estão gastando,pois precisam sair da crise. O Brasil é um país que precisa construir tudo. Nesta semana, saiu um artigo: mais de 50% do Brasilnão tem saneamento básico! Por exemplo, você não tem ferrovias no Brasil;em qualquer país no mundo do tamanho do Brasil, precisa ter ferrovias e não ficar fazendo superávitprimário. E volta a questão dos juros também. Lógico! Então, se você baixar a taxa de juros, você não precisa fazer um superávitprimáriotão grande, porque você vai diminuir o gasto com os juros. Carta de Conjuntura - Pag 19 Carta de Conjuntura - Pag 18 Com a taxa de juros menor, não poderia gerar uma fuga de capitais? Também seria prejudicial ao país? O Presidente do Banco Cetral, Alexandre Tombini, está usando a estratégia correta para fazer o país crescer? Porque ele está de certa forma alongando a meta da inflação para 2012. O governo assumiu um compromisso de superávit primário de 3,1% do PIB nos próximos anos. Isso é o suficiente na sua visão? O governo justificou esse corte devido à recessão que está ocorrendo na Europa. Mas com a redução da taxa de juros, como ficará a inflação, que já ultrapassa os 6,5% da meta? Não é perigoso ela crescer ainda mais? R: Os jornais de hoje (24/10/2011) apresentam que o BC projeta uma queda da inflação para 2012. Agora o problema é o seguinte: você ter 1% ou 2% de inflação (lógico que eu não sou contra o aumento da inflação), mas você não pode submeter todo o conjunto da economia, mantendo a inflação de 6,5%, 7,5%. A Argentina está com uma inflação bem mais elevada do que a nossa e nãoapresenta tantos problemas. Prova disso é quea Cristina Kirchner ganhou a eleição porque a vida do povo melhorou, mesmo com a inflação um pouco mais alta. Eu sou de uma geração que teve uma inflação brutal, que era ruim, mas o país continuava crescendo fundamentalmente. Então é o seguinte: tem de estar preocupado, mas nãovocê submeter o crescimento econômico e a geração de emprego só para diminuir a inflação. R: Se você primeiro controlar o crédito nas áreas em que você pode ter aumento de demanda, um carro hoje, 70 meses, você diminui para 40 meses e diminui brutalmente o consumo ou outros bens de consumo. Por exemplo, no caso da alimentação, se estiver havendo problema, a produção de alimentos responde rapidamente aos incentivos que se produz a dois ou três meses em outros produtos. Então, o governo deve incentivar bens de consumo popular que são menos elaborados e abrir linhas de crédito, etc.. Agora, outras áreas que podem ter inflação, devem ter o crédito controlado. Se aumentar a taxa de juros, aumenta a dívida pública, vai atrair mais dólares para o país e isso vai desindustrializar o país ainda mais. Um economista tem de olhar todas essas variáveis, isso é fundamental, e não só focar na inflação, inflação... Qual sua avaliação do governo Dilma? R: É a continuidade do governo Lula: políticas sociais, bolsa família... continuidade piorada. Já no início deste governo houve o corte de 50 bilhões de reais em orçamento e houve aumento da taxa de juros que deveria diminuir no começo do governo.. Osaláriomínimo cresceu muito pouco, houve todo um debate e parece que eles queriam mais. Então, é um governo conservador igual ao do Lula, que no fundo, no essencial, na estratégiapolítica, é igual ao do Fernando Henrique. Hoje, o saláriomínimo melhorou, porque era ruim no governo Fernando Henrique. Eu acho que a expectativa do povo brasileiro é tão baixa que qualquer aumento de saláriomínimo é bem-vindo. Nós precisamos ter informação e referência. O maior saláriomínimo do Brasil foi com Juscelino, hoje seria de R$1.700. Meio saláriomínimo no Juscelino era mais do que hoje. O povo brasileiro tem a expectativa muito baixa;saiu uma pesquisa: um sujeito em SP, para marcar Entrevista e Ensinando Entrevista e Ensinando uma consulta, depois um exame e depois para marcar uma operação, leva 10 meses, a pessoa morre ou fica sofrendo.Um cidadão ter um Bolsa Família ou ficar mais de 2 horas no ônibus, uma escola pública de baixo nível...... é inadmissível. O Brasil precisa ter um padrão de vida muito melhor e o Brasil tem condições, é um país riquíssimo, precisa ter um alto padrão de vida e isso é o mínimo que a gente precisa. Eu conheço muito a periferia e não háônibus, precisava haver ônibus, área verde, metrô para todo lado, é isso. O governo não faz isso, porque é alta a taxa de juros, porque quer superávitprimário! Está permitindo a desindustrialização do Brasil, que é um desastre!Recentemente, fui aum encontro com depoimentos de alguns empresários, que você chora com o que está acontecendo com a indústria de bens de capital no Brasil. Esta indústria está desaparecendo. Então o que acontece, enquanto entra dólar a gente pode importar tudo, mas vamos supor daqui a 10 ou 15 anos... se der uma crise cambial... para o país! Porque não vamos ter dinheiro para comprar mais nada, inclusive há alguns analistas que estão dizendo que quanto mais demorar essa crise, é pior para o Brasil. Entretanto, o Governo Dilma, em minha opinião, é um governo conservador que não mexe nas manutenções estruturais. Vocês que serão economistas no final deste ano devem pensar estrategicamente no crescimento do país. Do ponto de vista estratégico, o Brasil tem baixíssimo desenvolvimento em pesquisa. Saiu recentemente os dados de institutos internacionais, e os EUA (acho que 2008 e 2009) registraram mais de 50 mil patentes e o Brasil nem 400 ! A Coréia do Sul 7.000 ! Então, vocês que são jovens, precisam melhorar a vida para a juventude brasileira e não esperar daqui a 50 anos. Portanto, minha opinião é essa: O que é um Fundo de Investimento? É uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros. Diz-se que é constituído sob a forma de condomínio, pois realmente pode ser comparado a um condomínio, onde cada um dos investidores é um “morador” desse prédio e dono de uma cota (“apartamento”). Ao comprar cotas de um determinado Fundo, o cotista está aceitando suas regras de funcionamento e passa a ter os mesmos direitos dos demais cotistas, independentemente da quantidade de cotas que cada um possui. Por que aplicar em um Fundo de Investimento? Os Fundos de Investimento têm um poder de negociação maior do que os investidores isoladamente. Além disso, ao aplicar em um Fundo de Investimento, os recursos financeiros são administrados por profissionais especializados na análise das alternativas de investimento, que buscam a melhor relação risco/retorno para o seu capital. Qual o valor mínimo para aplicação? Não existe um valor mínimo determinado por lei. Cada Fundo poderá ter um valor mínimo de aplicação, que deve ser informado no regulamento e no prospecto do fundo. Como investir em um Fundo? O primeiro passo é escolher o Fundo que mais atenda a seus objetivos. Depois disso, para fazer a primeira aplicação, você deve procurar informações de quais os procedimentos que a instituição financeira escolhida determina para iniciar suas aplicações. É possível garantir rentabilidade em Fundos? Não. O investidor deve tomar conhecimento de que a “rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”. Logo, investimentos em Fundos são considerados investimentos em renda variável. Posso resgatar minha aplicação em Fundos a qualquer momento? Isso dependerá do tipo de Fundo em que você aplicar. Se você aplicar em um Fundo aberto, poderá resgatar suas cotas a qualquer momento. Já nos Fundos fechados, as cotas só podem ser resgatadas ao término do prazo de duração do mesmo; e, nos Fundos com carência, há um período mínimo de permanência dos recursos do cliente no mesmo. Havendo resgate durante o período de carência, o cliente perde o rendimento proporcionado nesse período. Essas informações quanto ao tipo de investimento devem constar do regulamento. Carta de Conjuntura - Pag 21 Carta de Conjuntura - Pag 20 Tenho de pagar alguma taxa ao aplicar em Fundos? Sim, eles geralmente cobram uma taxa de administração. Essa taxa é fixa, podendo variar muito de instituição para instituição e de produto para produto. Alguns também cobram uma taxa de performance, que é uma taxa cobrada sobre a parcela da rentabilidade do Fundo de Investimento que exceder a variação de um determinado índice previamente estabelecido, portanto é uma taxa variável. O regulamento é que deverá estabelecer se haverá cobrança ou não da taxa de performance. Quais as opções de Fundos para investidores mais conservadores? Se você for um investidor mais avesso ao risco, poderá optar pelos Fundos de curto prazo, referenciado e de renda fixa, que aplicam seus recursos, respectivamente, em títulos públicos federais ou privados pré-fixados ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, títulos públicos ou títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja classificado na categoria baixo risco de crédito e ativos de renda fixa. Quais as opções de Fundos para investidores mais agressivos? Para investidores que têm uma propensão maior ao risco, as opções são os Fundos de ações cambiais, de dívida externa e multimercado, que aplicam, respectivamente, em ações, ativos relacionados ao câmbio, títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União e, no caso do multimercado, a carteira pode ser composta por diferentes tipos de ativos. Geralmente, há cobrança de taxa de performance nesses Fundos.