Sistema de ablação por radiofreqüência no tratamento cirúrgico da fibrilação atrial Brasília – DF Fevereiro/2009 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Ciência e Tecnologia Parecer Técnico-Científico: Sistema de ablação por radiofreqüência no tratamento cirúrgico da fibrilação atrial Brasília – DF Fevereiro/2009 2009 Ministério da Saúde. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. Este estudo foi financiado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT/MS) e não expressa decisão formal do Ministério da Saúde para fins de incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS). Informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Departamento de Ciência e Tecnologia Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, 8° andar, sala 852 CEP: 70058-900, Brasília – DF Tel.: (61) 3315-3633 E-mail: [email protected] [email protected] Home Page: http://www.saude.gov.br/rebrats Elaboração: Revisão Técnica: Carisi Anne Polanczyk (UFRGS) Antônio Luiz Pinho Ribeiro (UFMG) Luis Eduardo Rohde (UFRGS) Mariana Vargas Furtado (UFRGS) RESUMO Intensidade das recomendações: A e B Tecnologia: Caneta de ablação por radiofreqüência Indicação: Tratamento da fibrilação atrial (FA) crônica em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca concomitante Caracterização da tecnologia: A ablação por radiofreqüência produz lesões por abrasão através de uma caneta unipolar, ou bipolar, irrigada com solução salina. A irrigação minimiza a destruição dos tecidos e possibilita incisões mais precisas e profundas. A energia por radiofreqüência é liberada por um gerador. Durante o procedimento de ablação, outra cirurgia cardíaca concomitante é realizada, como por exemplo, a troca de válvulas. O racional para uso desta técnica seria o potencial em reduzir as complicações e o tempo cirúrgico quando comparada à técnica cirúrgica tradicional de Maze III. Pergunta: O tratamento da FA por ablação com radiofreqüência concomitante à outra cirurgia cardíaca é efetivo? É equivalente, em termos de eficácia e de segurança, à cirurgia tradicional de Maze III? Busca e análise de evidências científicas: Foram localizadas uma meta-análise e uma revisão sistemática, que incluíram apenas estudos observacionais, 4 ensaios clínicos randomizados e 3 estudos de coorte comparativos. Resumo dos resultados dos estudos selecionados: os ensaios clínicos randomizados e estudos de coorte mostram taxas de ritmo sinusal após ablação por radiofreqüência que variam de 44 a 93% em 6 e 12 meses de segmento. Quando a radiofreqüência foi comparada com a técnica de Maze III parece não haver diferença em manter o ritmo sinusal, apesar de alguns estudos mostrarem dados conflitantes. Assim como, as taxas de complicações pós-operatórias parecem ser semelhantes. Entretanto, alguns estudos sugerem menor risco de sangramento e redução do tempo cirúrgico com o emprego de radiofreqüência quando comparada à técnica tradicional de Maze III. Os estudos realizados não possuem poder suficiente para avaliar se o emprego da radiofreqüência é capaz de prevenir as complicações maiores da FA crônica, como morte ou ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC). iii Recomendações: ( ) Intervenção altamente recomendada - evidência conclusiva quanto aos benefícios (X) Intervenção recomendada com ressalvas - evidências sugerem benefício, mas mais estudos são necessários ( ) Intervenção não recomendada - evidências são conclusivas quanto à ausência de efeito ou dano da intervenção ( ) Intervenção não recomendada - evidências sugerem ausência de efeito ou dano da intervenção, mas mais estudos são necessários ( ) Intervenção não recomendada - estudos não disponíveis iv SUMÁRIO Contexto.............................................................................................................................6 Questões a serem respondidas...........................................................................................7 Introdução..........................................................................................................................8 Epidemiologia e condição clínica...........................................................................8 Descrição da tecnologia..........................................................................................8 Alternativas terapêuticas........................................................................................10 Bases de dados e estratégia de busca...............................................................................12 Critérios de seleção e exclusão dos artigos.....................................................................13 Avaliação da qualidade da evidência...............................................................................14 Resultados........................................................................................................................15 Apresentação dos resultados dos estudos...............................................................15 Interpretação dos resultados...................................................................................17 Recomendações...............................................................................................................19 Gerais.....................................................................................................................19 Comparação com recomendações de outras agências............................................19 Implicações para estudos futuros...........................................................................20 Referências bibliográficas...............................................................................................21 Anexo 1............................................................................................................................23 v 1. Contexto Enfoque: Tratamento Este Parecer Técnico-Científico (PTC) foi elaborado pelo grupo de especialistas (Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Hospital de Clínicas de Porto Alegre), atualmente membros do Instituto (INCT) para Avaliação de Tecnologia em Saúde do CNPq, sob forma de contrato com a Área de Avaliação de Tecnologias em Saúde DECIT/SCTIE/MS, em parceria com a OPAS. Seu objetivo foi avaliar as evidências científicas disponíveis atualmente acerca da eficácia e segurança da tecnologia em questão, visando ao bem comum e à eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS). Este PTC tem a finalidade de subsidiar a tomada de decisão do Ministério da Saúde e dos demais gestores do SUS, e não expressa a decisão formal do Ministério da Saúde para fins de incorporação. 6 2. Questões a serem respondidas O tratamento da fibrilação atrial por ablação com radiofreqüência concomitante à outra cirurgia cardíaca é efetivo, permitindo a manutenção do ritmo sinusal e a prevenção das complicações da fibrilação atrial (FA) crônica pós-operatória? O tratamento por radiofreqüência é equivalente, em termos de eficácia e de segurança, ao tratamento convencional pela cirurgia de Cox-Maze III? Quadro 1: Pergunta estruturada para elaboração do PTC População Intervenção (tecnologia) Comparação Parâmetros Desfechos (resultados em saúde) Pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com FA Ablação por radiofrequência Alternativas terapêuticas de manejo da FA Eficácia, efetividade e segurança Taxa de ritmo sinusal (normal) e complicações 7 3. Introdução 3.1 Epidemiologia e Condição Clínica A fibrilação atrial (FA) é a arritmia sustentada mais comum em adultos, afetando milhões de pessoas em todo mundo, com aumento da sua incidência com o incremento da idade, com prevalência de 6% em pessoas acima de 75 anos. Está associada com diversas patologias cardíacas, incluindo doenças valvulares, insuficiência cardíaca, hipertensão e cardiopatia isquêmica. Encontra-se associada, também, a outras patologias não cardíacas como doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças da tireóide e abuso de álcool. Pacientes com FA apresentam risco aumentado de embolismo, devido à contração não efetiva do átrio, o que aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e morte. O risco de evento isquêmico cerebral em pacientes com FA não valvular é de 5% ao ano, 2 a 7 vezes maior que em pacientes em ritmo sinusal. De um modo geral, a mortalidade também é duas vezes mais elevada neste grupo, sendo uma patologia com altos custos ambulatoriais e hospitalares. Usualmente, o gatilho da FA é um foco desencadeado em uma ou mais veias pulmonares, com subseqüente desorganização da condução através do átrio, resultando em múltiplos circuitos de reentrada. 1,2 Em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, a FA está presente em até 50% dos casos antes de cirurgia de válvula mitral e em 1 a 6% antes da revascularização miocárdica ou da troca aórtica. Estes pacientes são, em geral, mais idosos, mais sintomáticos, com pior função ventricular em relação aos pacientes submetidos aos mesmos procedimentos e sem FA. A presença de FA prévia à cirurgia é um marcador independente de morbidade e mortalidade no pós-operatório, tanto de cirurgia de doença valvar mitral, aórtica e de revascularização miocárdica. 3-9 Pelos riscos associados com esta arritmia, cada vez mais tem sido considerada a possibilidade de restauração do ritmo cardíaco durante o procedimento cirúrgico. 3.2 Descrição da tecnologia O procedimento clássico cirúrgico para tratamento da fibrilação atrial, chamado de Maze III, produz lesões intra-atriais transmurais, através de incisões e sutura com o objetivo de isolar os focos de fibrilação. A ablação por radiofreqüência surgiu como alternativa cirúrgica por ser menos complexa, pois produz lesões nos mesmos sítios da técnica original sem a necessidade de incisões10. (Figura 1) 8 Figura 1. Representação dos átrios direito e esquerdos incisados. As linhas pontilhadas correspondem às linhas de ablação. Reproduzida da publicação de Abreu Filho 11 (sem autorização para publicação). A ablação por radiofreqüência produz lesões por abrasão através de uma caneta unipolar, ou bipolar, irrigada com solução salina a uma velocidade de fluxo em torno de 300 ml/h (Figura 2). A irrigação minimiza a destruição dos tecidos e possibilita incisões mais precisas e profundas. A energia por radiofreqüência é liberada por um gerador no qual os parâmetros de potência são definidos (geralmente utilizada potência entre 20 e 30W) e a impedância medida. A temperatura para aplicação da energia é préselecionada em 60 ˚C.10,11 Figura 2. Canetas unipolar e bipolar e gerador As canetas unipolares irradiam energia por uma única fonte, não sendo capazes de indicar quando a ablação resulta em uma lesão transmural, não havendo estudos de dose-resposta, ou seja, o quanto de energia deve ser aplicada, o que pode resultar em danos cardíacos colaterais e/ou extra-cardíacos ocasionais. Por outro lado, as canetas bipolares não possuem está limitação, pois a energia é liberada entre dois pólos semelhante a um sistema tipo pinça, de clampeamento, provocando lesões focais e relativamente discretas. A energia é restrita a zona da pinça, reduzindo a possibilidade 9 de danos cardíacos colaterais e extra-cardíacos. A limitação da caneta bipolar é justamente o fato de que apenas é possível realizar a ablação de um tecido que possa ser pinçado pelas duas hastes da caneta, o que limita os sítios de ablação. Com a caneta bipolar não é possível realizar a ablação completa dos sítios do átrio direito e esquerdo propostos pela técnica de Maze III, necessitando de utilização conjunta de uma caneta unipolar para completar o procedimento. 12 (Quadro 2) O procedimento cirúrgico consiste na exposição do coração, através da esternotomia tradicional. As veias cavas e a aorta ascendente são canuladas para instituição de circulação extracorpórea, ambos os átrios são incisados e linhas de ablação são realizadas em diferentes sítios. Durante o procedimento de ablação, outra cirurgia cardíaca concomitante é realizada, como por exemplo, a troca de válvulas. 11 Quadro 2. Tipos de canetas de ablação com registro na ANVISA. Nome Empresa Caneta de Ablação Cirúrgica Cardioblate Medtronic Comercial Ltda Medtronic Dispositivo de Ablação Cirúrgica de Medtronic Comercial Ltda Radiofrequencia Cardioblate 3.3 Alternativas terapêuticas O tratamento de pacientes com FA envolve 3 objetivos: o controle da freqüência cardíaca, a prevenção de tromboembolismo e a correção do ritmo. A estratégia de manejo adotada vai depender de diversos fatores: (1) o tipo e duração da FA, (2) a gravidade dos sintomas, (3) a presença de doença cardiovascular associada, (4) a idade do paciente e (5) condições médicas concomitante. A correção do ritmo consiste em cardioverter quimicamente e/ou eletricamente o paciente, ou seja, restaurar o ritmo sinusal. Entretanto, tanto a cardioversão química (com medicamentos como amiodarona e propafenona) quanto à cardioversão elétrica, apresentam taxas de cura relativamente baixas, com efetividade em torno de 50% após 1 ano. A terapêutica de controle da freqüência cardíaca é realizada com uso de drogas como beta-bloqueadores e bloqueadores do canal de cálcio, associada à terapia de anti-coagulação para prevenir ou minimizar o risco de AVC. Entretanto, a anticoagulação está associada a risco de eventos hemorrágicos graves. 1,13 10 Nos últimos 20 anos, procedimentos cirúrgicos com diversas técnicas vêm sendo desenvolvidos e estudados como alternativa terapêutica àqueles pacientes que não respondem ao tratamento farmacológico nem a cardioversão elétrica. A cirurgia clássica de Maze III, desenvolvida por Cox em 1987, está baseada na eletrofisiologia da FA e consiste na realização de múltiplas lesões cirúrgicas através de incisões no átrio esquerdo e direito com o objetivo de isolar e interromper os circuitos de reentrada da FA. Todas as incisões são então suturadas para a formação de “cicatrizes”, bloqueando os impulsos elétricos através do átrio, atingindo taxas de sucesso em restaurar o ritmo sinusal em torno de 90% dos casos. Por ser um procedimento invasivo, é geralmente realizado concomitante à outra cirurgia cardíaca, sendo a mais comum a cirurgia de válvula mitral. Entretanto, é considerado um procedimento complexo, com aumento considerável do tempo cirúrgico e maior necessidade de implante de marcapasso14. Como conseqüência, a cirurgia de Maze III não foi universalmente adotada como tratamento cirúrgico da FA. Fontes de energia como radiofreqüência, microondas e crioablação foram então desenvolvidas como alternativa à técnica cirúrgica de “cortar e costurar” de Maze, utilizando os mesmos princípios de ablação, produzindo lesões em sítios similares à técnica clássica, mas teoricamente com tempo cirúrgico reduzido, maior facilidade na realização do procedimento e menor incidência de complicações10. 11 4. Bases de dados e estratégia de busca 4.1 Bases de dados: MEDLINE, com a ferramenta de busca do PubMed; Cochrane Libary: registro de ensaios clínicos e de revisões sistemáticas LILACS 4.2 Palavras-chaves: (atrial fibrillation surgery) AND (radiofrequency ablation) busca com unitermos isolados (atrial fibrillation; surgery; Maze procedure; ablation) não retornou mais estudos sobre o tema. 12 5. Critérios de seleção e exclusão de artigos Os resumos foram analisados e, se preenchessem os critérios de inclusão, os artigos em texto integral eram obtidos. Uma leitura crítica de cada um dos estudos foi realizada com o objetivo de identificar vieses que pudessem comprometer a validade interna dos estudos. Na ausência de vieses graves que invalidassem os estudos, esses foram incluídos na revisão e seus eventuais vieses e limitações descritos individualmente. 5.1 Delineamento dos estudos incluídos: Foi realizada busca, nas bases de dados mencionadas, de revisões sistemáticas, meta-ánalises e ensaios clínicos que respondessem os objetivos desta revisão. Na ausência da melhor evidência disponível, estudos de coorte comparativos formam incluídos. Estudos de série de casos, sem grupo controle, e estudos de caso controle foram excluídos, por se tratarem de estudos de menor poder. Assim como, não foram incluídos ensaios clínicos randomizados que compararam diferentes tipos de técnica cirúrgica (biatrial, apenas em átrio esquerdo, apenas isolamento de veias pulmonares) utilizando ablação por radiofreqüência, por não ser este o objetivo desta revisão. 5.2 Desfechos avaliados Foram incluídos estudos que avaliaram a eficácia da ablação por radiofreqüência concomitante a outro procedimento cirúrgico, traduzida pela taxa de ritmo sinusal alcançada após o procedimento e redução das complicações maiores decorrentes da FA crônica. Assim como, estudos que avaliaram a segurança do procedimento, comparando as taxas de complicações com a técnica padrão de Maze III. 5.3 Período pesquisado Todos estudos até janeiro de 2009. 5.4 População Pacientes adultos com FA crônica, sem reversão para ritmo sinusal com tratamento medicamentoso e/ou cardioversão elétrica, que fossem submetidos à cirurgia cardíaca concomitante. 13 6. Avaliação da qualidade da evidência Os estudos foram classificados conforme a Classificação de Nível de Evidência Científica da Oxford Centre for Evidence Based Medicine (ANEXO I). 14 7. Resultados 7.1 Resultado da busca da literatura Base Medline (via Pubmed)* The Cochrane Library (via Bireme)# Termos ((atrial fibrillation surgery) and (radiofrequency ablation)) AND (clinical trial [Publication Type])) (atrial fibrillation surgery) and (radiofrequency ablation) Resultados Estudos selecionados Estudos disponíveis 168 9 9 Registro de revisões sistemáticas: 1 (ainda não publicada) 0 - 19 4 4 * Disponível em: www.pubmed.gov. Acessado em 16 de janeiro de 2009. # Disponível em: www.cochrane.bvsalud.org. Acessado em 16 de janeiro de 2009 7.2. Síntese dos estudos selecionados Estudos que avaliaram a eficácia da ablação por radiofreqüência ESTUDOS MATERIAL E MÉTODOS DESFECHOS AFERIDOS Deneke et al, 2002 15 • Ensaio clínico randomizado • N = 30 • Pacientes com FA submetidos à cirurgia de válvula mitral concomitante à ablação • Intervenção (Grupo A, n=15): ablação por radiofreqüência • Controle (Grupo B, n=15): com cirurgia cardíaca isolada, sem tratamento da arritmia • Seguimento: 12 meses 1. Taxa de ritmo sinusal 2. Óbito no seguimento 3. Taxas de complicações cirúrgicas 4. Capacidade funcional medida por ergoespirometria e classificação da New York Heart Association RESULTADOS 1. Freqüência cumulativa de ritmo sinusal de 80% no Grupo A e 27% no Grupo B (P=0,005) 2. Grupo A: 4 óbitos vs Grupo B: 1 óbito (P=0,13) 3. Um paciente em cada grupo necessitou de implante de marcapasso definitivo 4. Sem diferença na capacidade funcional entre os dois grupos Comentário: este mesmo estudo foi publicado no ano anterior. Por apresentar os mesmos resultados, será descrita novamente (Khargi et al, 2001 16 ) Akpinar et al, 2003 17 • Ensaio clínico randomizado • N = 67 • Pacientes com FA submetidos à cirurgia de válvula mitral concomitante à ablação • Intervenção (Grupo A, n=33): ablação por radiofreqüência (Cardioblate Medtronic) • Controle (Grupo B, n=34): com cirurgia cardíaca isolada, sem tratamento da arritmia • Seguimento: 12 meses 1. Taxa de ritmo sinusal 2. Óbito intra-hospitalar 3. Óbito no seguimento 4. Taxas de complicações cirúrgicas 1. Grupo A 90,3% vs Grupo B 9,4% (P=0,0001) 2. Ocorreu 1 óbito em cada grupo de causa não cardíaca 3. Ocorreu 1 óbito no grupo A de causa externa e 2 óbitos no Grupo B: um por morte súbita e um por evento tromboembólico cerebral 4. Um paciente em cada grupo necessitou de reintervenção cirúrgica por sangramento. Um paciente no Grupo A necessitou de implante de marcapasso definitivo. Não houve diferença nas taxas de complicações cirúrgicas em geral Abreu Filho et al, 2005 18 • Ensaio clínico randomizado • N = 70 • Pacientes com FA submetidos à cirurgia de válvula mitral concomitante à ablação • Intervenção: (Grupo A, n=42) ablação com radiofreqüência (Cardioblate Medtronic) • Controle: (Grupo B, n=28) cirurgia cardíaca isolada, sem tratamento da arritmia 1. Mortalidade intrahospitalar 2. Mortalidade no seguimento 3. Complicações 4. Taxa de ritmo sinusal 1. Óbitos intra-hospitalar Grupo A = 1 Grupo B = 0 (P=0,99) 2. Óbitos no seguimento Grupo A = 2 Grupo B = 2 3. Complicações: semelhantes entre os grupos; implante de marcapasso em 1 paciente de cada grupo. 4. Ritmo sinusal: Grupo A = 79,4% Grupo B = 26,9% (P=0,001) 15 • Seguimento: 1 ano Comentário: Dados preliminares deste estudo foram publicados na Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 11, mostrando que a maioria dos pacientes submetidos à cirurgia de valva mitral possuíam como patologia de base estenose mitral, o que vai ao encontro da prevalência observada no Brasil. Doukas et al, 2005 19 • Ensaio clínico randomizado • N = 97 • Pacientes com FA submetidos à cirurgia de válvula mitral concomitante à ablação • Intervenção (n=49): ablação com radiofreqüência • Controle (n=48): com cirurgia cardíaca isolada, sem tratamento da arritmia • Seguimento: 12 meses 1. Taxa de ritmo sinusal 2. Complicações e tempo de permanência hospitalar 3. Capacidade funcional: teste de caminhada e classe NYHA 4. Níveis de BNP (mediana e amplitude interquartil) 1. Grupo ablação: 44% Grupo controle: 4,5% 2. Não houve diferenças estatísticas entre os grupos 3. Teste da caminhada (P=0,02) Grupo ablação: 140 metros Grupo controle: 120 metros Classe NYHA: sem diferenças estatísticas entre os grupos 4. Grupo ablação: 160 (103-210) Grupo controle: 148 (81-213) (P=0,8) Estudos que compararam a ablação com radiofreqüência com a técnica clássica de Maze III ESTUDOS Khargi et al, 2005 20 MATERIAL E MÉTODOS DESFECHOS AFERIDOS • Revisão sistemática • 48 estudos observacionais • Pacientes com FA submetidos à cirurgia cardíaca concomitante • Intervenção: Grupo I Ablação com fontes de energia alternativas 19 estudos radiofreqüência 5 estudos microondas 6 estudos crioablação • Controle: Grupo II 16 estudos cirurgia Maze clássica 1. Taxa de ritmo sinusal pós operatório (análise de metaregressão) 2. Complicações: 2.1 Sangramneto 2.2 AVC 2.3 Implante de marcapasso 2.4 Mortalidade em 30 dias RESULTADOS Grupo I Grupo II P 1. 78,3 84,9% 0,26 2.1 4,4% 4,9% 0,65 2.2 1,6% 0,5% 0,21 2.3 4,9% 5,8% 0,21 2.4 4,2% 2,1% 0,09 Comentários: o artigo descreve que uma das principais limitações do próprio estudo é a falta de ensaios clínicos randomizados e a heterogeneidade dos estudos incluídos. O estudo não apresenta dados de tempos cirúrgicos. Reston et al, 2005 14 • Meta-análise •4 ensaios clínicos randomizados 2 estudos radiofreqüência 2 estudos técnica clássica • Pacientes com FA submetidos à cirurgia cardíaca concomitante • Intervenção: procedimento de Maze (técnica clássica ou radiofreqüência) • Controle: cirurgia cardíaca isolada 1. Taxa de ritmo sinusal pósoperatório 2. Complicações 2.1 Mortalidade 2.2 AVC 2.3 Implante de marcapasso 2.4 Sangramento Maze Controle P 1. 80,7% 17,3% <0,001 2.1 8,4% 5,8% 0,53 2.2 0% 5,8% 0,008* 2.3 3,9% 1,5% 0,02 2.4 Maze clássica 3,9% Radiofreqüência 1,9% 0% 2,9% 0,007 0,52 * Na avaliação de ocorrência de AVC, a análise de sensibilidade retirou um estudo da meta-análise, tornando a diferença entre os grupos não significativa. ESTUDOS MATERIAL E MÉTODOS Chiappini et al, 2004 21 • Estudo de coorte • N=70 • Pacientes com FA submetidos à ablação concomitante à cirurgia cardíaca; • Intervenção (Grupo 2, n=40): ablação com radiofreqüência; • Controle (Grupo 1, n=30): ablação com técnica clássica de Maze III; • Período: abril de 1995 a março de 2001 (Grupo 1), a partir de abril de 2002 (Grupo 2). Tempo médio de seguimento de 15 meses; DESFECHOS AFERIDOS 1. Taxa de ritmo sinusal 2. Complicações e tempo de procedimento cirúrgico 3. Capacidade funcional: classe NYHA RESULTADOS Ritmo sinusal: 68,9% noGrupo 1 e 88,5% no Grupo 2 (P=0,53) Mortalidade intra-hospitalar: 6,6% no Grupo 1 e 7,5% no Grupo 2 (P=NS) Tempo de circulação extracorpórea: 155,5 ± 40,4 min no Grupo 1 e 126,3 min no Grupo 2 (P=0,002) Tempo de pinçamento aórtico: 113,3 ± 26,1 min no Grupo 1 e 104,8 ± 31,5 no Grupo 2 (P=0,23) Classe NYHA: não houve diferença entre os 2 grupos, entretanto, houve melhora em ambos os grupos quando comparados ao seu basal. 16 Comentários: não está claro no artigo se houve seguimento completo de todos os pacientes, assim como a porcentagem de pacientes que apresentavam ritmo sinusal em 24 meses de seguimento. Lall et al, 2007 22 oty et al, 2007 23 • Estudo de coorte • N=242 • Pacientes com FA submetidos à ablação concomitante à cirurgia cardíaca; • Intervenção (n=88): ablação com radiofreqüência; • Controle (n=154): ablação com técnica clássica de Maze III; • Média de seguimento: 5 anos para grupo Maze III e 1 ano para grupo da radiofreqüência, • Estudo de coorte • N=377 • Pacientes com FA submetidos à ablação concomitante à cirurgia cardíaca; • 4 grupos Maze III clássica, n=220 Radiofreqüência unipolar, n=60 Radiofreqüência bipolar, n=65 Isolamento apenas de veias pulmonares (com caneta bipolar), n=32 • Período de 10 anos; 1. Taxa de ritmo sinusal 2. Complicações 2.1 Mortalidade em 30 dias 2.2 Ocorrência de AVC 2.3 Implante de marcapasso 3. Tempo de procedimento cirúrgico 4. Sobrevida em 1 ano Maze III clássica n=220 1. Ritmo sinusal: 96% Grupo Maze III e 93% Grupo radiofreqüência (P=NS) 2.1 Grupo Maze III: 1 óbito; Grupo radiofreqüência: 3 óbitos (P=NS) 2.2 Ocorreu 1 AVC em cada grupo 2.3 Grupo Maze III 16% e Grupo radiofreqüência 10% (P=NS) 3. Tempo de pinçamento aórtico: 121 ± 34 no Grupo Maze III e 76 ± 37 no grupo radiofreqüência (P<0,001) 4. Sobrevida: 94% Grupo Maze e 89% Grupo radiofreqüência (P=0,19) AVC* 1 RF unipolar n=60 0 RF bipolar n=65 2 Isolamento VP n=32 0 Implante marcapasso† 18 (8,1%) 6 (10,0%) 13 (20,0%) 2 (6,3%) Óbitos intrahospitalares 3/220 (1,5%) 4/60 (5,0%) 1/65 (1,5%) 5/32 (15,6%) Óbitos no seguimento‡ 4 6 4 3 Ritmo sinusal em 6 meses 175/194 (90,2%) 33/46 (71,7%) 43/54 (79,6%) 16/19 (84,2%) P NS NS 0,007 RF= radiofreqüência, VP= veias pulmonares *todos os casos de AVC foram fatais † fornecido pelo estudo apenas as taxas, números absolutos foram extrapolados. Não foi informado o valor de p. ‡ não é fornecido o valor de p nem as perdas por grupo. Comentários: em 6 meses de seguimento, 313 pacientes possuíam eletrocardiograma disponível para avaliação do ritmo, o que representa 17% de perdas desta informação. Não são apresentados dados de tempos cirúrgicos. 7.3. Interpretação dos resultados 7.3.1. Taxa de pacientes em ritmo sinusal após procedimento de ablação por radiofreqüência. Os ensaios clínicos randomizados e estudos de coorte mostram taxas de ritmo sinusal após ablação por radiofreqüência que variam de 44 a 93% em 6 e 12 meses de seguimento. Quando a radiofreqüência foi comparada com a técnica clássica de Maze III, os estudos de coorte são conflitantes: dois mostram taxas de ritmo sinusal semelhantes e um apresenta superioridade da técnica de Maze III. A revisão sistemática com estudos observacionais não mostrou diferença da técnica clássica de Maze III em manter os pacientes livres da fibrilação atrial quando comparada à utilização de outras fontes de energia. Nenhum estudo mostrou superioridade em manter o ritmo sinusal com a técnica de radiofreqüência. 7.3.2. Redução de complicações relacionadas ao procedimento Quando comparada com outras técnicas cirúrgicas (Maze III e microondas), a ablação por radiofreqüência apresentou taxas de complicações pós-operatórias semelhantes. 17 Uma meta-análise (Reston et al) sugere menor risco de sangramento peri-operatório do que a técnica tradicional. Quando comparada com a não realização de ablação (cirurgia cardíaca concomitante isolada), não mostrou adicionar riscos de complicações. 7.3.3. Redução do tempo cirúrgico Os estudos de coorte que avaliaram tempo cirúrgico mostram menor tempo de circulação extracorpórea (Chiappini et al) e menor tempo de pinçamento aórtico (Lall et al) nos pacientes submetidos à ablação por radiofreqüência quando comparados à cirurgia de Maze III. 7.3.4. Redução de complicações maiores decorrentes da FA crônica Os estudos realizados para avaliar a eficácia da ablação por radiofreqüência não possuem poder suficiente (tamanho de amostra pequeno e incidência de complicações baixas) para predizer se o procedimento é capaz de prevenir complicações maiores como morte ou AVC. 7.3.5. Implicações econômicas da tecnologia Esta técnica de ablação não esta prevista nas tabelas de remuneração do SUS. Pela medicina suplementar (UNIMED RS) o custo de aquisição de cada caneta é de R$ ~4.200. As mesmas não são reutilizáveis. Não existem dados estratificados por tipo de troca valvular realizado pelo SUS. Mas assumindo a realização de ~600 cirurgias valvulares (troca ou plastia) por mês no SUS, onde pelo menos 50% seria em válvula mitral e a mesma proporção seria portador de fibrilação atrial, seriam mais de 200 pacientes potencialmente elegíveis para este procedimento cirúrgico. 18 8. Recomendações 8.1. Gerais A utilização de ablação por radiofreqüência associada à cirurgia de valva mitral é efetiva no tratamento da fibrilação atrial, com manutenção do ritmo sinusal em 6 a 12 meses de seguimento (Nível de Evidência 1B). A utilização da técnica com outros procedimentos cirúrgicos não é amparada pelo mesmo nível de evidências, embora diretrizes sugerem considerar este procedimento também para pacientes submetidos à cirurgia de revascularização e troca de válvula aórtica (Nível de Evidência 2B). A ablação por radiofreqüência parece ter sucesso semelhante à técnica cirúrgica de Maze III nas taxas de reversão para ritmo sinusal, com taxas de complicações semelhantes. Entretanto, parece haver uma tendência em redução de tempo cirúrgico e menor incidência de sangramentos quando utilizada radiofreqüência (Nível de Evidência 2B). Recomenda-se, assim, o emprego da ablação com radiofreqüência com ressalvas, devendo ser considerado os custos agregado à implementação da tecnologia, quando comparada à técnica clássica de Maze III. 8.2. Comparação com recomendações formuladas por agências e associações internacionais NICE (Instituto de Avaliação de Tecnologia da Inglaterra)24: avaliação publicada em maio de 2005, refere haver evidências de segurança e eficácia do uso de ablação por radiofreqüência no tratamento da fibrilação atrial associada à outra cirurgia cardíaca, justificando o seu emprego. Enfatizam que a seleção de pacientes e o seguimento devam ser realizados por equipe multidisciplinar. Esta recomendação está baseada em um ensaio clínico randomizado pequeno, que avaliou a eficácia, e 6 estudos não randomizados que avaliaram a segurança. Diretriz da Associação Americana e da Sociedade Européia de Cardiologia25: a diretriz descreve o procedimento cirúrgico de Maze III como opção terapêutica para restaurar o ritmo dos pacientes e comenta o emprego de energias alternativas como radiofreqüência. Entretanto, o procedimento cirúrgico com radiofreqüência não está contemplado nas recomendações. Diretriz da Associação Americana e da Sociedade Européia de Arritmias12 : a recomendação indica a cirurgia de ablação para pacientes com FA sintomática que serão submetidos a outro procedimento cirúrgico; para pacientes selecionados com FA 19 assintomática que serão submetidos a outro procedimento cardíaco cirúrgico no qual a ablação possa ser realizada com risco mínimo; e como procedimento cirúrgico isolado para aqueles pacientes com FA sintomática que preferirem a abordagem cirúrgica por falha de uma ou mais tentativas de ablação por cateter ou que não sejam candidatos à ablação por cateter. Comentam que existem diferentes técnicas cirúrgicas, com diferentes fontes de energia, e que todas se mostram efetivas em restaurar o ritmo sinusal dos pacientes. Destacam que na maioria dos estudos a cirurgia cardíaca concomitante é a de troca de válvula mitral e que a redução de risco de AVC foi comprovada apenas em estudos que avaliaram a técnica clássica de Maze III. Estudos com as novas tecnologias (radiofreqüência, microondas e crioablação) demonstram resultados semelhantes de reversão da arritmia, mas não foram delineados para outros desfechos. Resumem que a ablação da FA deve ser considerada para todo o paciente com FA submetido à outra cirurgia cardíaca, se os riscos adicionais ao procedimento forem baixos e a cirurgia for realizada por um cirurgião experiente. Sugerem a realização de ensaios clínicos randomizados multicêntricos para melhor definir a eficácia e segurança relativa das diferentes técnicas cirúrgicas. 8.3. Implicações para estudos futuros Ensaios clínicos randomizados devem ser desenvolvidos com o objetivo de comparar a ablação com radiofreqüência à técnica clássica de Maze III. Seria importante a realização de comparações com outras técnicas de ablação como microondas e crioablação. São escassos os estudos nacionais sobre o emprego desta tecnologia avaliando sua efetividade e taxa de complicações. É conhecido que as patologias valvulares mitrais no Brasil têm uma etiologia distinta daquelas observados em paises desenvolvidos. Por exemplo, febre reumática é uma causa importante de estenose mitral com fibrilação atrial, e esta patologia não foi especificamente abordada nos estudos descritos. Não é possível afirmar se o beneficio da ablação se mantêm nesta população. A fibrilação atrial tem implicações clínicas e econômicas importantes para o individuo e sistema de saúde. Entretanto, o custo adicional desta nova tecnologia precisa ser analisado no contexto desta doença e do sistema de saúde no Brasil, para estabelecer se o valor seria razoável frente a outras alternativas disponíveis. 20 Referências bibliográficas 1. Mossod Akhtar. In: Cecil Medicine. Goldman L, Ausiello D. 23rd edition. Saunders Elsevier, 2008:407412. 2. Geha AS, Abdelhady. Current Status of the Surgical Treatment of Atrial Fibrillation. World J Surg. 2008;32:346-349. 3. Banach M, Mariscalco G, Ugurlucan M, Mikhailidis DP, Barylski M, Rysz J. The significance of preoperative atrial fibrillation in patients undergoing cardiac surgery: Preoperative atrial fibrillation - Still underestimated opponent. Europace 2008; 10(11):1266-1270. 4. Saltman AE, Gillinov AM. Surgical Approaches for Atrial Fibrillation. Cardiology Clinics 2009; 27(1):179-188. 5. Lim E, Barlow CW, Hosseinpour AR, Wisbey C, Wilson K, Pidgeon W et al. Influence of atrial fibrillation on outcome following mitral valve repair. Circulation 2001; 104(SUPPL. 1). 6. Ngaage DL, Schaff HV, Mullany CJ, Barnes S, Dearani JA, Daly RC et al. Influence of Preoperative Atrial Fibrillation on Late Results of Mitral Repair: Is Concomitant Ablation Justified? Ann Thorac Surg 2007; 84(2):434-443. 7. Grigioni F, Avierinos JF, Ling LH, Scott CG, Bailey KR, Tajik AJ et al. Atrial fibrillation complicating the course of degenerative mitral regurgitation: Determinants and long-term outcome. Journal of the American College of Cardiology 2002; 40(1):84-92. 8. Quader MA, McCarthy PM, Gillinov AM, Alster JM, Cosgrove III DM, Lytle BW et al. Does preoperative atrial fibrillation reduce survival after coronary artery bypass grafting? Ann Thorac Surg 2004; 77(5):1514-1524. 9. Stulak JM, Dearani JA, Sundt TM, III, Daly RC, McGregor CG, Zehr KJ et al. Superiority of cut-andsew technique for the Cox maze procedure: comparison with radiofrequency ablation. J Thorac Cardiovasc Surg 2007; 133(4):1022-1027. 10. National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE). Interventional procedures overview of radiofrequency ablation for atrial fibrillation as an associated procedure with other cardiac surgery. July 2004 11. Abreu Filho CA, Dallan LAO, Lisboa LAF, et al. Resultados da ablação cirúrgica por radiofreqüência da fibrilação atrial crônica. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2004;19:301-308. 12. Calkins H, Brugada J, Packer DL, Cappato R, Chen SA, Crijns HJ et al. HRS/EHRA/ECAS expert consensus statement on catheter and surgical ablation of atrial fibrillation: recommendations for personnel, policy, procedures and follow-up. A report of the Heart Rhythm Society (HRS) Task Force on Catheter and Surgical Ablation of Atrial Fibrillation developed in partnership with the European Heart Rhythm Association (EHRA) and the European Cardiac Arrhythmia Society (ECAS); in collaboration with the American College of Cardiology (ACC), American Heart Association (AHA), and the Society of Thoracic Surgeons (STS). Endorsed and approved by the governing bodies of the American College of Cardiology, the American Heart Association, the European Cardiac Arrhythmia Society, the European Heart Rhythm Association, the Society of Thoracic Surgeons, and the Heart Rhythm Society. Europace 2007; 9(6):335-379. 13. Diretriz de Fibrilação Atrial. Arq Bras Cardiol. 2003;81(suplemento VI). 14. Reston JT, Shuhaiber JH. Meta-analysis of clinical outcomes of maze-related surgical procedures for medically refractory atrial fibrillation. Eur J Cardiothoracic Surg. 2005;28:724-730. 15. Deneke T, Khargi K, Grewe PH, et al. Efficacy of an additional Maze procedure using cooled-tip radiofrequency ablation in patients with chronic atrial fibrillation and mitral valve disease. Eur Heart J. 2002;23:558-566 16. Khargi K, Deneke T, Haardt H, et al. Saline-irrigate, cooled-tip radiofrequency ablation is an effective technique to perform the Maze procedure. Ann Thorac Surg 2001; 72:S1090-5. 17. Akpinar B, Guden M, Sagbas E, et al. Combined radiofrequency modified maze and mitral valve procedure through a port acces approach: early and mid-term results. Eur J Cardiothorac Surg. 2003;24:223-230. 21 18. Abreu Filho CAC, Lisboa LAF, Dallan LAO, et al. Effectiveness of the Maze procedure using cooledtip radiofrequency ablation in patients with permanent atrial fibrillation and rrheumatic mitral valve disease. Circulation. 2005;112(suppl I):I20-I25. 19. Doukas G, Samani N, Alexiou C, et al. Left atrial radiofrequency ablation during valve surgery for continuous atrial fibrilation. A randomized controlled trial. JAMA 2005; 294:2333-2329. 20. Khargi K, Keyhan-Falsafi A, Hutten BA, et al. Surgical treatment of atrial fibrillation. A systematic Review. Eur J Cardio-Thoracic Surg. 2005;27:258-265. 21. Chiappini B, Martin-Suarez S, LoForte A, et al. Cox/Maze III operation versus radiofrequency ablation for the surgical treatment of atrial fibrillation: a comparative study. Ann Thorac Surg 2004;77:87-92 22. Lall SC, Melby SJ, Voeller RK, et al. The effect of ablation technology on surgical outcomes after the Cox-maze procedure: a propensity analysis. J Thorac Cardiovasc Surg 2007;133:389-96. 23. Doty JR, Doty DB, Jones KW, et al. Comparison of standard Maze III and radiofrequency Maze operations for treatment of atrial fibrillation. J Thorac Cardiovasc Surg 2007;133:1037-44. 24. National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE). Radiofrequency ablation for atrial fibrillation in association with other cardiac surgery. May 2005. 25. Fuster V, Ryndén LE, Cannom DS, et al. ACC/AHA/ESC 2006 Guidelines for the management of patients with atrial fibrillation: a report of the American College of Cardiology / American Heart Association Task Force on practice guidelines and the European Society of Cardiology Committee for practice guidelines (writing committee to revise the 2001 guidelines for the management of patients with atrial fibrillation): developed in collaboration with the European Heart Rhythm Association and the Heart Rhythm Society. Circulation. 2006;114:e257-e354. 22 ANEXO I Classificação de Nível de Evidência Científica da Oxford Centre for Evidence Based Medicine Grau de recomendação Nível de evidência 1A A 1B 1C 2A 2B B 2C 3A 3B C 4 D 5 Tratamento – Prevenção – Etiologia Prognóstico Diagnóstico Diagnóstico Diferencial/ Prevalência de Sintomas Revisão Sistemática de Revisão Sistemática de Revisão sistemática de Coortes desde o início da estudos diagnósticos nível estudos de coorte doença. Critério 1. Critério Diagnóstico de (contemporânea ou Prognóstico validado em estudos nível 1B, em prospectiva) diversas populações. diferentes centros clínicos. Coorte desde o início da Coorte validada, com bom Ensaio clínico controlado doença, com perda < padrão de referência. randomizado com Estudo de coorte com 20%. Critério Critério Diagnóstico intervalo de confiança poucas perdas prognóstico validado em testado em um único estreito uma única população. centro clínico. Sensibilidade e Resultados terapêuticos Série de casos do tipo Série de casos do tipo especificidade próximas do tipo “tudo ou nada” “tudo ou nada” “tudo ou nada” de 100% Revisão Sistemática de coortes históricas (retrospectivas) ou de Revisão Sistemática de Revisão Sistemática de Revisão Sistemática de seguimento de casos não estudos diagnósticos de estudos sobre diagnóstico Estudos de Coorte tratados de grupo nível >2 diferencial de nível >2 controle de ensaio clínico randomizado Estudo de coorte histórica, seguimento de Coorte exploratória com pacientes não-tratados de Estudo de coorte histórica Estudo de Coorte bom padrão de referência. grupo de controle de ou com seguimento de (incluindo Ensaio Critério Diagnóstico ensaio clínico casos comprometido Clínico Randomizado de derivado ou validado em randomizado. Critério (número grande de menor qualidade) amostras fragmentadas ou Prognóstico derivado ou perdas) banco de dados validado somente de amostras fragmentadas. Observação de resultados Observação de terapêuticos (outcomes Evoluções Clínicas -------Estudo Ecológico research). Estudo (outcomes research) Ecológico. Revisão Sistemática de Revisão Sistemática de Revisão Sistemática de ----------estudos diagnósticos de Estudos Caso-Controle estudos de nível >3B nível >3B Seleção não consecutiva Coorte com seleção não de casos, ou padrão de consecutiva de casos, ou Estudo Caso-Controle -----------referência aplicado de população de estudo forma pouco consistente muito limitada Relato de Casos Estudo de caso-controle Série de casos (e coorte (incluindo coorte ou ou padrão de referência Série de casos, ou padrão prognostica de menor caso-controle de menor pobre ou não de referência superado qualidade) qualidade) independente Opinião de especialistas desprovida de avaliação crítica ou baseada em matérias básicas (estudo fisiológico ou estudo com animais) Revisão sistemática de ensaios clínicos controlados randomizados 23