Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico A Patient with Primary Biliary Cirrhosis and Elevated LDL Cholesterol Kevin F. Foley1, Marina G. Silveira3, Jean M. Hornseth2, Keith D. Lindor3 and Joseph P. McConnell2,a Uma Paciente com Cirrose Biliar Primária e Colesterol LDL Elevado Kevin F. Foley1, Marina G. Silveira3, Jean M. Hornseth2, Keith D. Lindor3 and Joseph P. McConnell2,a Clinical Laboratory Science Department, Northern Michigan University, Marquette, MI; 2 Department of Laboratory Medicine and Pathology and 3 Division of Gastroenterology and Hepatology, Mayo Clinic, Rochester, MN. Envie correspondência para esse autor para: Mayo Clinic, 200 First Street, Rochester, MN, 55905. Fax 507 -284-1399; e-mail [email protected] . DESCRIÇÃO DO CASO Uma mulher de 47 anos foi encaminhada para 18.9 µmol/L (1.1 mg/dL), bilirrubina direta nós para acompanhamento de cirrose biliar primária (PBC).1 Ela reportou náusea, mal- 10.3 µmol/L (0.6 mg/dL), albumina 35 g/L (3.5 g/dL), colesterol total 17.2 mmol/L (665 estar, perda de peso, e novo ataque de icterí- mg/dL), cia. A paciente tinha tido recentemente um mg/dL), colesterol HDL (HDL-C) 0.67 mmol/L episódio de melena com anemia requerendo (26 mg/dL), e LDL-C calculado 15.6 mmol/L transfusões de sangue, contudo endoscopia e colonoscopia superiores não revelaram a fonte (603 mg/dL). Tratamento com ácido ursodesoxicólico foi recomendado, e os lipídeos da de sangramento. Ela reportou um histórico de paciente seriam reanalisados em 3 meses. A fumo de 30 anos e estava atualmente fuman- paciente retornou 1 ano mais tarde, sem me- do. O histórico da família da paciente incluía dicação, após o episódio de sangramento artrite reumatóide, hiperlipidemia, e doença gastrointestinal. Exame físico mostrou icterí- cardiovascular. Seu histórico médico incluía fibromialgia e tireoidite de Hashimoto tratada. cia escleral, icterícia, e esclerodactilia, assim como um fígado palpável 2 cm abaixo da Um diagnóstico de PBC tinha sido feito em margem costal e múltiplas pápulas dérmicas outro local 5 anos antes à base de anticorpo esbranquiçadas e firmes no seu antebraço es- antimitocondriano positivo e achados da bi- querdo. Os resultados laboratoriais mais re- ópsia do fígado mostraram PBC de estágio 1. centes são mostrados na Tabela 1. Enterogra- A paciente começou com ácido ursodesoxicólico, mas ela não tolerou essa medicação. fia tomográfica computadorizada do seu abdômen foi negativa para uma fonte de san- Quatro anos mais tarde, ela continuava inca- gramento no intestino delgado. Além disso, paz de tolerar ácido ursodesoxicólico e foi extensa doença aterosclerótica, especialmente encaminhada para nossa clínica. na vasculatura aortoilíaca , e ectasia focal na Quando a paciente do caso se apresentopu em artéria ilíaca distal direita comum foram nota- nossa clínica 1 ano atrás seus estudos laboratoriais mostravam fosfatase alcalina 1416 U/L, das. Por causa da alta concentração de LDL-C da paciente e histórico familiar de ateroscle- aspartato aminotransferase 120 U/L, alanina rose, ela foi encaminhada para uma avaliação aminotransferase 81 U/L, bilirrubina total cardiológica. triglicerídeos 2.01 mmol/L (178 Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Tabela 1. Resultados laboratoriais da paciente. Resultados laboratoriais mais recentes Fosfatase alcalina Intervalo de referência 1328 U/L 39–100 U/L 122 U/L 8–43 U/L 80 U/L 7–45 U/L Bilirrubina total 3.0 mg/dL 0.1–1.0 mg/dL Bilirrubina direta 1.9 mg/dL 0.0–0.3 mg/dL Aspartato aminotransferase Alanina aminotransferase Albumina 2.6 g/dL 3.5–5.0 g/dL 1060 mg/dL <200 mg/dL (optimal) Triglicerídeos 169 mg/dL <150 mg/dL (optimal) HDL-C (Roche) 24 mg/dL 40–60 mg/dL 1002 mg/dL <100 mg/dL (optimal) 247 mg/dL 44–148 mg/dL C-total LDL-C (calculado) ApoB Medições dos lipídeos com método de ultracentrifugação C-total 1060 mg/dL <200 mg/dL (ótimo) Triglicerídeos 169 mg/dL <150 mg/dL (ótimo) HDL-C (ultracentrifugação) 201 mg/dL 40–60 mg/dL LDL-C (ultracentrifugação) 740 mg/dL <100 mg/dL (ótimo) VLDL-C 119 mg/dL <15 mg/dL (ótimo) DISCUSSÃO Avaliação laboratorial do ldl-c elevado As acentuadas elevações no colesterol total e LDL-C dessa paciente, bem acima dos limites ótimos como definidos pelas diretrizes do Painel III do Tratamento para Adultos do Programa Nacional de Educação do Colesterol, foram de particular interesse. O colesterol total de 27.4 mmol/L (1060 mg/dL) e LDL-C de 25.9 mmol/L (1002 mg/dL), medidos em um sistema modular Roche-Hitachi, levaram a uma avaliação adicional. O método direto automatizado da Roche usa um sistema enzimático multidetergente para quantificação do HDL, e LDL-C foi determinado pelo uso da equação Friedewald: colesterol total – (HDL-C + triglicerídeos/5). Nós também realizamos o ensaio de triglicerídeos com um método colo- rimétrico, enzimático automatizado no sistema modular Roche-Hitachi. Um painel de marcadores de riscos cardiovasculares, que incluía eletroforese da lipoproteína (Lp), foi realizado. Eletroforese da Lp em gel de agarose (eletroforese da Lp SPIFE®, Helena La- boratories) e eletroforese em gel de poliacrilamida (Quantimetrix Lipoprint® kit de Subfrações LDL) foram realizados (Fig. 1). Resultados anormais da eletroforese levaram a testes adicionais usando um método alternativo. Ultracentrifugação com quantificação-β do LDL-C e HDL-C determinada pela precipitação da fração inferior com o sulfato dextrano e Ca++ foi realizada (Tabela 1). Nós não detectamos Lp(a) ou quilomícrons. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Figura 1. Eletroforese da Lp em gel de Agarose e em gel de poliacrilamida. Control – controle Origin - origem Patient serum – soro do paciente Interface between loading and separation gel – interface entre gel de separação e de carga Normal – normal Patient - paciente (A), O soro da paciente após eletroforese em gel agarose (sistema SPIFE ). Nenhum HDL foi observada no gel, e a banda LDL estava oculta contudo corada escuramente. A leve migração reversa observada é consistente com a presença de LpX. (B), Resultados da densitometria após eletroforese em gel de poliacrilamida do soro da paciente (Quantimetrix Lipoprint Kit de Subfrações LDL ). Note o padrão anormal e a ausência de substanciais HDL e LDL na amostra da paciente. LpX, como VLDL, é grande demais para entrar no gel de poliacrilamida 3%, desse modo ela é observada como uma grande banda na interface entre o gel de separação e a carga. As lipoproteínas migrando na região entre a interface e LDL são supostamente IDL e/ou pequenas partículas VLDL. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Nós observamos discrepâncias entre os resul- com a presença de LpX. tados iniciais da medição automatizada da HDL-C estavam visíveis no gel. Os achados da concentração dos lipídeos e as concentrações eletroforese sugerem que o resultado da ul- obtidas usando-se o método de ultracentrifu- tracentrifugação de 5.21 mmol/L (201 mg/dL) gação. Ultracentrifugação deu resultados de para HDL-C estava errado, contudo nós não medição LDL-C podemos excluir as possibilidades de que substancialmente mais bai- Nem Lp(a) e nem xos, embora ainda acentuadamente elevados, HDL-C foi de alguma maneira modificado, comparados com a concentração calculada do resultando numa mudança na migração, ou instrumento Roche-Hitachi. que Em contraste, ultracentrifugação com precipi- LpX. Nós também realizamos eletroforese do tação da fração mais baixa deu uma concen- LDL-C em gel de poliacrilamida, seguido por tração de HDL-C substancialmente mais alta. densitometria (Fig. 1B). Embora a apolipopro- Eletroforese em gel de agarose mostrou um teína (apo)B estivesse elevada, isso era im- padrão atípico que não se resolveu com a di- provável devido ao LDL-C, porque apoB não luição (Fig. 1A). foi detectada nesse gel. LDL-C parecia estar presente no gel de agaro- em quilomícrons (apoB-48), VLDL, IDL, LDL, e se, mas o caráter manchado e escuro do gel Lp(a) mas não é relatada estar contida na LpX. HDL-C não está ligado às partículas ApoB é encontrada com leve migração reversa estava consistente DIAGNÓSTICO: PBC com LpX Visão geral da LpX Embora não incomumente presente em pacientes com doenças colestáticas do fígado tais como PBC, LpX é raramente discutida ou considerada pelo profissional de laboratório ou médico clínico. O termo LpX foi criado em 1969 por Seidel e colegas após terem demonstrado a presença nos pacientes com PBC de uma Lp anormal que era imunoquimicamente distinta da Lp(a) e Lp(B) (1). Anteriormente, essa Lp tinha sido referida como Lp "d <1.063," baseado em sua densidade como determinada via centrifugação, e OLP (Lp de obstrução). LpX é uma Lp única caracterizada por uma estrutura vesicular que consiste de uma dupla camada de lipídeos de 30–70 nm que cerca um compartimemto aquoso. LpX possui um conteúdo unicamente alto de colesterol não esterificado e fosfolipídeos e carrega apoC, apoE, apoA-I, e albumina mas é destituída da proteína estrutural apoB (2)(3). Embora LpX esteja na faixa de densidade do LDL, o tamanho físico está na faixa VLDL ou maior. Como VLDL, LpX é grande o suficiente para dispersar luz e causar turvação visual. Essa Lp atípica migra com as β- globulinas. O mecanismo de formação da LpX permanece fracamente compreendido. LpX é também vista na deficiência de lecitina-colesterol aciltransferase e pode contribuir para nefropatia relacionada com deficiência de lecitina- colesterol aciltransferase (4). Interessantemente, LpX não é considerada ser muito aterogênica. O risco de doença na artéria coronária não parece estar aumentado em pacientes com PBC (5). Alguns pesquisadores acreditam que LpX tenha propriedades antiaterogênicas e possa de fato diminuir o risco aterosclerótico (6). Interação da LpX com medições LDL-C e HDL-C Testes homogêneos para LDL-C são conhecidos por serem acentuadamente afetados pela LpX (7)(8). No caso que relatamos, análise de lipídeos com ultracentrifugação deu Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico concentrações substancialmente mais baixas nas análises da de LDL-C e mais altas de HDL-C do que aque- pode resultar em pseudohiponatremia (9) e les obtidos a partir do instrumento automati- medição laboratorial da Lp(a) falsamente ele- zado Roche-Hitachi. O procedimento de ul- vada (10). Esses efeitos podem ter implica- tracentrifugação (quantificação β-modificada ções clínicas importantes para recomendações ) requer precipitação de LDL com sulfato dex- de tratamentos. trano e Ca , seguido por medição enzimática 2+ do HDL-C remanescente. Nós concluimos que a LpX presente no precipitado não estava plenamente precipitada junto com LDL e dessa forma foi medida como HDL-C. A concentração de HDL-C determinada desta forma era de 4.58 mmol/L (177 mg/dL) mais alta que aquela encontrada com o método automatizado de HDL direto da Roche. Visto que LDL-C é determinado subtraindo HDL-C do colesterol total no precipitado, a concentração de LDL-C obtida por ultracentrifugação (740 mg/dL) foi Lp descritas aqui, LpX alta Diagnóstico Com base nos padrões da eletroforese observados e no diagnóstico de PBC, nós concluímos que os resultados discrepantes nessa paciente eram devidos a presença da LpX. Resultados do analizador Roche-Hitachi foram liberados com o comentário de que LpX estava presente na amostra e que ela era responsável pela maioria do colesterol presente. A verdadeira concentração de LDL-C na amostra não pode ser calculada, devido a presença da mais baixa do que o LDL-C calculado a partir LpX, mas tanto LDL-C quanto HDL-C parece- do instrumento Roche-Hitachi (1002 mg/dL). Por ambos os métodos, as determinações de ram estar acentuadamente diminuídos quando os géis foram examinados. LDL-C produziram resultados inexatos quan- Resolução do caso do LpX estava presente em concentrações altas, porque a maioria dos LDL-C medidos é derivada das partículas LpX. Visto que nós não entendemos plenamente a composição da partícula LpX e a natureza de suas intera- ções com outras Lps, nós não podemos avaliar precisamente o status LDL numa paciente com elevada LpX. Embora medição da apoB seja uma opção potencial, nós não podemos excluir a possibilidade de que amostras com altas concentrações de LpX interfiram com amostras para determinação da apoB. Importância da LpX É importante para os químicos clínicos notar que altas concentrações de LpX podem afetar Embora LpX não seja considerada aterogênica, essa paciente tinha aterosclerose acentuada revelada em exame tomográfico computadorizado e foi encaminhada para uma consulta cardiológica. A paciente foi aconselhada a parar de fumar, e teste adicional foi pedido para avaliar calcificação coronária. Medicações antilipêmicas específicas não foram consideradas necessárias até a reavaliação do status dos lipídeos da paciente após tratamento adequado e melhora de sua colestase. Na época desse relatório a pacient estava marcada para retornar para testes laboratoriais adicionais após 3 meses de terapia com ácido ursodesoxicólico. vários testes laboratoriais. Além dos efeitos CONCLUSÃO LpX está frequentemente presente em associ- Lp não podem garantir que vão produzir re- ação com PBC e doença colestática do fígado. sultados confiáveis. Na presença da LpX, análises de lipídeos e da samente elevado ou diminuído, dependendo HDL-C pode estar fal- Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico do método usado, e LDL-C pode estar falsa- se é recomendada. Além das anormalidades mente e acentuadamente elevado. Não é de laboratoriais observadas para o teste de lipí- conhecimento comum para o clínico ou o pro- deos, outros testes laboratoriais também po- fissional de laboratório que essas anormalida- dem ser afetados. Caracterização adicional da des e imprecisões na medição sejam geral- LpX e seus efeitos nos testes laboratoriais é mente o resultado da LpX. Se a presença da garantida. LpX é suspeitada, confirmação por eletrofore- PONTOS PARA SEREM LEMBRADOS Considerar PBC no diagnóstico diferencial para pacientes com hipercolesterolemia. Pacientes com PBC frequentemente têm colesterol total elevado. LpX é uma Lp atípica encontrada em pacientes com PBC ou colestase e pode ser responsável por uma fração importante do colesterol do soro total. LpX interfere nas medições rotineiras do painel de lipídeos. Ela pode falsamente elevar a medição laboratorial da Lp(a) assim como do LDL-C calculado e direto. Dependendo do método usado, LpX pode levar a resultados de medições de HDL-C falsamente diminuídos ou elevados. Em pacientes com PBC com hipercolesterolemia, o tratamento da colestase é tipicamente direcionado primeiro; drogas antilipêmicas (tais como estatinas) não são tipicamente tratamentos de primeira linha. LpX não é considerada ser proaterogênica, contudo existem dados limitados com relação a essa característica. Agradecimentos Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmartam que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais Conflitos de Interesse. Potenciais conflitos de interesse: Emprego ou Liderança: Nada a declarar. Consultor ou Papel Consultivo: K.D. Lindor, Intercept Pharmaceuticals. Posse dos Valores: Nada a declarar. Honorários: Nada a declarar. Fundo de Pesquisas: K.D. Lindor, Axcan Pharma. Testemunho Hábil: Nada a declarar. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, preparação ou aprovação do manuscrito. Notas de rodapé Abreviações não padronizadas: PBC, cirrose biliar primária; C, colesterol; Lp, lipoproteína; apo, apolipoproteína. Referências 1. Seidel D, Alaupovic P, Furman RH. A lipoprotein characterizing obstructive jaundice, I: method for quantitative separation and identification of lipoproteins in jaundiced subjects. J Clin Invest 1969;48:1211-1223. 2. Seidel D, Alaupovic P, Furman RH, McConathy WJ. A lipoprotein characterizing obstructive jaundice, II: isolation and partial characterization of the protein moieties of low density lipoproteins. J Clin Invest 1970;49:2396-2407. 3. Narayanan S. Biochemistry and clinical relevance of lipoprotein X. Ann Clin Lab Sci 1984;14:371374. 4. Zhu X, Herzenberg AM, Eskandarian M, Maguire GF, Scholey JW, Connelly PW, Ng DS. A novel in vivo lecithin-cholesterol acyltransferase (LCAT)-deficient mouse expressing predominantly LpX is associated with spontaneous glomerulopathy. Am J Pathol 2004;165:1269-1278. 5. Sorokin A, Brown JL, Thompson PD. Primary biliary cirrhosis, hyperlipidemia, and atherosclerotic risk: a systematic review. Atherosclerosis 2007;194:293-299. 6. Chang PY, Lu SC, Su TC, Chou SF, Huang WH, Morrisett JD, et al. Lipoprotein-X reduces LDL atherogenicity in primary biliary cirrhosis by preventing LDL oxidation. J Lipid Res 2004;45:21162122. 7. Fei H, Maeda S, Kirii H, Fujigaki S, Maekawa N, Fujii H, et al. Evaluation of two different homogeneous assays for LDL-cholesterol in lipoprotein-X-positive serum. Clin Chem 2000;46:1351-1356. 8. Herzum I, Giehl C, Soufi M, Junclas H, Wahl HG. Interference in a homogeneous assay for lowdensity lipoprotein cholesterol by lipoprotein X. Clin Chem Lab Med 2007;45:667-671. 9. Coakley JC, Vervaart PP, McKay MR. Factitious hyponatremia in a patient with cholestatic jaundice following bone marrow transplantation. Pathology 1986;18:158-159. 10. Beaudeux JL, Peynet J, Flourie F, Keddad K, Delattre J, Rousselet F, Legrand A. Discrepancies between lipoprotein(a) concentrations in icteric sera measured by immunonephelometry and electroimmunodiffusion. Clin Biochem 1994;27:7-11. Comentário James Otvos LipoScience Inc., Raleigh, NC. Envie correspondência para o autor para: LipoScience Inc., 2500 Summer Blvd., Raleigh, NC. Fax 919-256-1039; e-mail [email protected]. O estudo do caso de Foley et al. chama aten- nalmente por espectroscopia de ressonância ção necessária para a existência de uma lipo- magnética nuclear sugere que a LpX ocorre proteína incomum chamada LpX. Nossa expe- em pacientes mais frequentemente do que é riência em medir lipoproteínas não tradicio- reconhecido. Lipoproteínas normais (VLDL, Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico LDL, HDL) são estruturalmente similares, com dos com estatinas, que seriam ineficazes na ésteres de colesterol e triglicerídeos em um redução do colesterol (porque “núcleo” esférico cercado por uma “concha” de submete a clearance mediada pelo receptor fosfolipídeos, colesterol não esterificado, e LDL ) e pode até mesmo exacerbar um distúr- várias bio subjacente do fígado. apolipoproteínas. Por causa de suas estruturas comuns, deduções confiáveis podem ser feitas sobre concentrações de lipoproteínas e seu risco cardiovascular associado medindo-se as concentrações de colesterol no plasma ou em frações específicas das lipoproteínas. LpX não se No caso relatado, o laboratório realizou teste confirmatório de eletroforese somente por causa do histórico de PBC da paciente. Nosso laboratório mede perfis de lipoproteínas por espectroscopia de ressonância magnética nuclear sem acesso às informações do paciente e Contudo todas as apostas estão fora quando tem desvendado muitos casos de LpX durante um paciente tem LpX, porque muito ou a os anos em virtude da assinatura espectros- maioria do colesterol não está na LDL atero- cópica única da LpX. Quando avisado da pre- gênica ou nas partículas HDL antiaterogênicas, mas sim nas estruturas vesiculares neu- sença da LpX, os clínicos geralmente admitem nenhum entendimento da LpX. Teste de tras aparentemente aterogênicas contendo acompanhamento para marcadores de doença quase nada exceto colesterol não esterificado colestática do fígado é frequentemente incon- e fosfolipídeos e nenhuma apoB. Pacientes clusivo, com uma sugestão em muitos casos com LpX comumente possuem colesterol to- de colestase induzida por drogas, que se re- tal muito alto e baixo HDL-C, um fenótipo de solve após modificação da terapia. Nós, por- lipídeo sugerindo risco cardiovascular alto e tanto, suspeitamos de que a LpX passa desa- necessidade de agressiva redução da LDL. Se percebida na maioria das vezes, com conse- LpX não for suspeitada, que é geralmente o quências clínicas possivelmente significantes. caso, tais pacientes seriam tipicamente trata- Agradecimentos Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que contribuíram para o conteúdo inte- lectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais Conflitos de Interesse. Potenciais Conflitos de Interesse: Emprego ou Liderança: J. Otvos, LipoScience Inc. Consultor ou Papel Consultivo: Nada a declarar. Posse dos Valores: J. Otvos, LipoScience Inc. Honorários: Nada a declarar. Fundo de Pesquisas: Nada a declarar. Testemunho Hábil: Nada a declarar. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, preparação ou aprovação do manuscrito. “This article has been translated with the permission of AACC. AACC is not responsible for the accuracy of the translation. The views presented are those of the authors and not necessarily those of the AACC or the Journal. Reprinted from Clin Chem, 2009; 55: 1 187-192, by permission of AACC. Original copyright © 2008 American Association for Clinical Chemistry, Inc. When citing this article, please refer to the original English publication source in the journal, Clinical Chemistry.” “Este artigo foi traduzido com a permissão da AACC. AACC não é responsável pela acurácia da tradução. Os pontos de vista apresentados são aqueles dos autores e não necessariamente os da AACC ou do Jornal. Reimpresso da ClinChem, 2009; 55: 1 187-192, por permissão da AACC. Cópia original © 2008 American Association for Clinical Chemistry, Inc. Quando citar este artigo, por favor refira-se à fonte de publicação original em inglês na revista,Clinical Chemistry.”