Material complementar mestrado - IESA

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16,95
Author: Tarso Bonilha Mazzotti
Series: Retórica e Argumentação na Pedagogia, Book 7
Genres: Ciência da Educação, Filosofia da educação
Tag: Digital (eBook)
Publication Year: 2013
ISBN: 9788561210335
Se a epistemologia examina problemas científicos bem determinados, os que são postos
no âmbito dos procedimentos de sua criação e justificação, expondo-os para os rejeitar,
aperfeiçoar ou validar, neste livro Tarso Bonilha Mazzotti propõem a constituição de uma
epistemologia das ciências da educação.
Overview
A palavra epistemologia tem sido utilizada para designar qualquer teoria de
conhecimento, como o a do senso comum. No entanto foi criada pelo filósofo escocês
James F. Ferrier (1808-1864), para designar uma disciplina que tem por objeto o
conhecimento científico, utilizando a palavra grega epistêmê cujo significado técnico
é conhecimento científico ou confiável; e logos, discurso, narrativa. Em seu
significado estrito designa o estudo crítico (analítico) para determinar valor
explicativo e preditivo de algum procedimento científico. Em seu significado extenso
epistemologia é o “estudo da constituição de conhecimentos válidos”, portanto não
se restringe aos produzidos pelas ciências. Esse significado extenso também pode
ser denominado, como se fazia na linguagem técnica da filosofia, por gnoseologia,
de gnosis, conhecimento.
Ferrier propôs a disciplina epistemologia para superar as disputas filosóficas, uma
vez que essas são incidíveis, isto porque não há critérios razoáveis para verificação
e validação de seus enunciados. A epistemologia apresenta-se, então, como uma
disciplina que substitui a Filosofia da Ciência, por utilizar uma metodologia de análise
(crítica) intersubjetiva que permite estabelecer as condições de produção de
argumentos válidos. Autores britânicos e da área de sua influência não distinguem
epistemologia e filosofia das ciência, utilizam esses vocábulos como sinônimos.
Epistemologia, em seu significado quase consensual, designa uma disciplina que tem
por objetivo justificar os procedimentos que sustentam os argumentos científicos
distinguindo-os dos demais. Um de seus problemas é o da demarcação entre o senso
comum e o senso incomum, as proposições científicas, a qual não se justifica apenas
por declarar que tal ou qual conhecimento é ou não do senso comum. Seria
necessária um epistemologia científica, na linha proposta por Ferrier, para que seus
enunciados sejam verificados e corroborados por qualquer pesquisador. Jean Piaget,
por exemplo, delimita o campo de uma epistemologia científica ao dizer:
Uma epistemologia, que se preocupe em ser científica, terá muito cuidado em não
perguntar, de início, o que é o conhecimento, assim como a geometria evita dizer
imediatamente o que é o espaço; a física rejeita investigar, desde o princípio, o que
é a matéria; bem como a psicologia renuncia tomar partido, no começo, a cerca da
natureza do espírito. De fato, para as ciências, não há um conhecimento em geral e
nem um conhecimento científico em si e por si. Há múltiplas formas de
conhecimentos e cada uma apresenta uma quantidade indefinida de problemas
particulares. Atualmente seria quimérico obter uma opinião única acerca do que são
grandes tipos de conhecimentos, como, por exemplo, o conhecimento matemático
ou, inclusive, o físico, ou biológico, cada qual considerado em bloco (Piaget, 1975, p.
30-31).
Na língua da filosofia, o dito por Piaget é um caso de “ser que se diz de múltiplas
maneiras”, cada qual justificável em seu lugar social, sem que se possa sustentar
uma teoria do todo ou de tudo (holística), a qual seria o ponto de partida da filosofia
da ciência, ou epistemologia. Em “o ser se diz de múltiplas maneiras” reencontramos
a posição de Aristóteles, para quem o rigor argumentativo varia segundo a situação,
o que se pretende fazer (Berti, 1991). Não se requer que um marceneiro demonstre
os teoremas da geometria que ele utiliza, mas se exige que o geômetra faça-o, mas
não se espera que este seja capaz de realizar uma obra de marcenaria.
Em suma, a epistemologia examina problemas científicos bem determinados, os que
são postos no âmbito dos procedimentos de sua criação e justificação, expondo-os
para os rejeitar, aperfeiçoar ou validar. Os problemas epistemológicos são
preliminares e consequentes de alguma metodologia de pesquisa. Preliminares, por
justificarem a viabilidade da produção de algum conhecimento confiável acerca de
algum tema; consequente, por examinarem o realizado tanto para o corroborar
quanto rejeitar ou mostrar as suas insuficiências eventualmente propondo uma via
para a resolver. Neste âmbito Tarso Bonilha Mazzotti propõem a constituição de
uma epistemologia das ciências da educação.
Sobre o autor
Nosso autor é graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho (1972), mestrado em Educação pela Universidade Federal de São
Carlos (1978) e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (1987).
Professor Titular de Filosofia da Educação pela Universidade Fderal do Rio de Janeiro.
Atualmente é pesquisador associado da Fundação Carlos Chagas e professor adjunto
da Universidade Estácio de Sá. Tem experiência na área de Educação, com ênfase
em Filosofia da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas:
representações sociais, retórica, filosofia da educação, epistemologia e educação
ambiental.
Confira os livros de Tarso Bonilha Mazzotti aqui.
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