Questão 1. 0 −a0 1 0 −a1 n−1 X .. k . . .. .. Dado p ∈ Pn , p(λ) = ak λ , defina C(p) = . k=0 1 0 −an−1 1 −an , C(p) a chamada matriz companheira de p. Prove que pc (λ) = p(λ). Conclua que um método para calcular autovalores de uma matriz qualquer tem de ser, necessariamente, iterativo. Questão 2. Defina a sequência de Fibonacci pela recorrência f1 = f0 = 0 e fn+2 = fn+1 + fn , n = 0, 1, . . . Defina ainda a famı́lia de matrizes 1 −1 .. . 1 1 Fn = . . . . . . −1 1 1 , n = 1, 2, . . . Prove que det(Fn ) = fn , n = 1, 2, . . . Questão 3. Encontre uma fórmula explı́cita (não-recursiva) para o termo fn da sequência de Fibonacci definida acima. (Não vale fn = det(Fn )!! Encontre uma fórmula que possa ser facilmente utilizada com uma calculadora cientı́fica mixuruca, não-programável. Vale usar as quatro operações, exponencial e logaritmo.) Dica: defina ~vn = (fn , fn−1 ) e escreva ~vn+1 como A~vn para uma matriz A convenientemente escolhida. Questão 4. Seja V um espaço vetorial de dimensão finita. 4.a. Sejam S ∈ L(V, V ) e T ∈ L(V, V ) tais que T S = ST . Prove que os autoespaços de T são invariantes por S. 4.b. Sejam S ∈ L(V, V ) e T ∈ L(V, V ) diagonalizáveis. Prove que S e T comutam se e somente se existe uma base que as diagonaliza simultaneamente (isto é, existe uma base β tal que tanto [S]β quanto [T ]β são diagonais). 4.c. Seja S ∈ L(V, V ) tal que T S = ST ∀ T ∈ L(V, V ). Prove que S é a identidade. Questão 5. 5.a. Seja V um espaço vetorial complexo de dimensão finita e T ∈ L(V, V ). Prove que T é diagonalizável se e somente se pTm , o polinômio mı́nimo de T , tem apenas raı́zes simples. 5.b. E no caso de um espaço vetorial real? 1 5.c. Prove que, se T é diagonalizável e M é invariante por T , então T |M também é diagonalizável. Questão 6. Sejam V espaço vetorial de dimensão finita e A : V → V linear. 6.a. Prove que se ρ (A2 ) = ρ(A) então R(A) ∩ N (A) = {0}, isto é, imagem e núcleo de A são disjuntos. (Questão do Exame de Qualificação de setembro de 1997.) 6.b. Vale a recı́proca, isto é, R(A) ∩ N (A) = {0} implica ρ (A2 ) = ρ(A)? Prove ou dê contra-exemplo. Questão 7. Sejam A : R25 → R5 e B : R125 → R25 transformações lineares tais que AB seja sobrejetiva. Determine os possı́veis valores para a dimensão do núcleo de B. (Questão do Exame de Qualificação de setembro de 2000.) Observação: não basta mostrar que os valores estão em uma determinada faixa; é preciso mostrar que esta faixa é, de fato, ”realizável”. Questão 8. Sejam U e V espaços vetoriais de dimensão finita (não necessariamente de mesmas dimensões) e A : U → V uma transformação linear. Seja B : V → U também uma transformação linear. 8.a. Mostre que AB é projeção sobre R(A) ⇔ A B~b = ~b ∀ ~b ∈ R(A). 8.b. Mostre que existe uma B como no item anterior. B é dita uma pseudo-inversa ou inversa generalizada de A. Esta nomenclatura se justifica pela seguinte observação. A inversa de A é a matriz B tal que ~x = B~b é a única solução de A~x = ~b para todo lado-direito ~b, quando tal matriz existe. Uma pseudoinversa de A é uma matriz B tal que ~x = B~b é uma solução (que não necessariamente é única) de A~x = ~b quando o lado-direito é compatı́vel, isto é, ~b ∈ R(A). Você demonstrou acima que uma pseudo-inversa sempre existe. Vamos agora discutir sua unicidade. 8.c. Mostre que se A é sobrejetiva então AB = IV e que se A é injetiva então BA = IU . Conclua que, se A é invertı́vel, a pseudo-inversa é única e coincide com a inversa. 8.d. Mostre que se A não é invertı́vel, existe mais de uma pseudo-inversa. Muitos autores reservam o termo pseudo-inversa a A† , a pseudo-inversa de Moore-Penrose, cuja definição está associada à decomposição em valores singulares (SVD). A pseudo-inversa de Moore-Penrose está unicamente definida para qualquer matriz A. Questão 9. Sejam U , V e W espaços vetoriais e sejam B: W → V C: U → W 2 e transformações lineares. Defina A = BC. Prove que R(A) = R(B) ⇐⇒ R(C) + N (B) = W. Questão 10. Teorema de Gerschgorin: seja An×n matriz quadrada qualquer. Então λ ∈ σ(A) =⇒ λ ∈ n [ ∆δi (aii ), i=1 P onde δi = j6=i |aij | e ∆r (c) = {z ∈ C tal que |z − c| ≤ r}. Ademais, se uma componente conexa desta região é formada pela união de k destes discos, então exatamente k autovalores (contando multiplicidade algébrica) estão nesta componente conexa. 10.a. Prove a primeira parte do teorema. Dica: considere um autovalor λ e um autovetor associado em que a entrada de maior valor absoluto é 1. 10.b. Prove a segunda parte do teorema. Dica: considere uma função contı́nua φA : [0, 1] → Rn×n tal que φA (0) = D e φA (1) = A, onde dij = δij aij . Monitore os espectros de φA (t) enquanto t varia de 0 a 1. Questão 11. Seja A ∈ C10×10 tal que: • dim(ker(A − 2I)) = 2 • dim (ker ((A − 2I)2 )) = 4 • dim (ker ((A − 2I)3 )) = 5 • dim (ker ((A − 2I)4 )) = 6 • dim(ker(A + I)) = 2 • dim (ker ((A + I)3 )) = 4 Quais as possı́veis formas de Jordan de A? Questão 12. Seja V = P5 , o espaço dos polinômios de grau menor ou igual a 4 e seja T : V → V dado por T (p) = p00 . Determine a forma de Jordan de T e construa uma base de Jordan. 3