Autismo É um transtorno no desenvolvimento que abrange três áreas importantes: interação social, comunicação verbal e não verbal e comportamento. Apresentam grande comprometimento em: Interação social A criança autista tem grande dificuldade de se integrar com outras pessoas. Para uma criança com transtornos globais do desenvolvimento inicialmente é quase impossível ter habilidades sociais, que utilizamos em nosso cotidiano. Comunicação verbal e não Verbal Tudo o que fazemos durante todo o dia envolve a comunicação com outras pessoas como, sair para comprar roupas, ir para aula, ir ao restaurante etc. Segundo Demora Smith, a comunicação é o centro da experiência humana, é por meio dela que descrevemos nossas necessidades, e nossos desejos. O individuo autista tem grande dificuldade de produzir palavras e não encontra outra estratégia de comunicação não verbal (gestos, ou usar os olhos para se expressar). Padrões de comportamentos repetitivos e esteriotipados -O balanço do corpo -Movimento repetitivo dos dedos ou da mãos (maneirismo motor). -Interesses restritos -resistência a mudanças Características: 1-)Prejuízo nas Interações Sociais Recíprocas Não desenvolve ligação normal com pais, membros da família ou responsáveis Não faz amizade com outras crianças. Apresenta dificuldades em: - brincar em jogos cooperativos ou semelhantes; - demonstrar emoções, como afeição ou empatia; - expressar sorrisos, gestos, contato físico; - procurar ou manter contato visual; - fazer brincadeiras imaginativas; - entender o pensamento, as emoções ou as motivações dos outros; - atenção compartilhada; - o estilo de interação geralmente é caracterizado como “isolamento extremo”. 2)Capacidades comunicativas insatisfatórias • Mutismo. • Estereotipias vocais. • Entonação incorreta. • Ecolalia retardada ou imediata. • Repetição de frases e palavras. • Não se comunica por gestos. 3-)Insistência na Mesmice - Demonstra grande perturbação por mudanças pequenas e sem importância no ambiente. Ex: arrumação da sala, tirando a cadeira do lugar ou outros objetos; - ritualiza aspectos de rotina diária; - Demonstra frequentemente comportamento compulsivo e obsessivo; - Comportamentos estereotipados (bater-abanar as mãos) são repetidos em ciclos difíceis de parar. 4)Padrões incomuns de comportamento. - Comportamentos insensíveis e/ou inconsistentes são respostas para estimulações visuais, táteis ou auditivas. - É comum agredir os outros, particularmente quando se exige obediência. - Comportamento de agressividade externa e auto-agressão (bater, morder, chutar, dar cabeçada) é comum e freqüente. - O medo social extremo é manifestado contra estranhos, multidões, situações incomuns e ambientes novos. - Sons altos (latido de cachorro, barulhos da rua) podem resultar em reações de alarme ou medo. - Problemas graves com o sono ocorrem com freqüência. - Comportamento desobediente às solicitações de uma pessoa resulta em desligamento dela e dos outros ao redor (mau-humor). - A automotivação (rodando e chacoalhando objetos) consome grande quantidade de tempo e energia. - A capacidade de imaginar é falha. Diagnostico: É essencialmente clínico, envolve uma equipe multidisciplinar. • CID-10, deve-se seguir os critérios diagnósticos estabelecidos pela 10º edição do código internacional da doença e pelo DSM IV. • Questionário de descrição dos pais • Instrumentos padronizados (testes psicológicos), ex: • Teste de Wisconsin- vai avaliar capacidade de flexibilidade • Torre de Londres-para avaliar capacidade de planejamento • Escala de inteligência Wechsler para crianças (WISC-III). Esses instrumentos podem ser úteis para identificar as forças e fraquezas da criança e fornecer informações importantes para elaboração de uma programação educacional especifica para cada caso. A importância do diagnóstico precoce Sabemos o quanto é importante que este diagnóstico seja precoce. Até algum tempo atrás, diagnosticava-se a criança antes da fase pré-escolar, aos 5 anos. Depois passou a se diagnosticar aos 2, 3 anos quando era detectada a linguagem comprometida ou a falta de linguagem observada pelos pais. Hoje os pesquisadores estão trabalhando para que se consiga diagnosticar antes do 1º ano de vida. Pesquisa: selecionaram crianças que foram diagnosticadas tardiamente, - assistindo a fita de aniversário de 1 ano da criança: - verificaram que elas apresentavam o mesmo padrão de comportamento: não usam o dedo para apontar um objeto; não mostram seus presentes aos outros; não reagem quando chamadas pelo seu nome; não fazem contato visual direto com os outros. - segundo informações, nos USA /em julho deste ano, começaram a diagnosticar crianças com 6 meses através da atenção compartilhada; - dificuldade em diagnosticar: é mais fácil quando o grau de comprometimento é maior, pois quando o grau de comprometimento é menor passa desapercebido. Intervenções psicoeducacionais - Diminuir comportamentos que interferem no aprendizado e no acesso às oportunidades para experiência do cotidiano; - as técnicas de intervenção devem focar na melhoria das áreas de desenvolvimento, principalmente as habilidades sociais e a linguagem, mais do que na eliminação dos problemas; - indicar a necessidade de auxílio ou atenção; - escapar de situações ou atividades que causam sofrimento; - obter objetos desejados; - protestar contra eventos/atividades não-desejados; - obter estimulação, buscando recursos através do que a criança gosta. Ex: comprar figurinhas no jornaleiro e vídeo game/ida ao shopping. Treinamento na clínica e prática. • Estimular o desenvolvimento social e comunicativo- atividades como, quadro de desenhos que mostre situações do cotidiano, para que a criança pratique.Metaforas devem ser evitadas, ou então explicadas, caso contra´rio poderá causar muito sofrimento.Trabalhar a capacidade de se colocar no lugar do outro. • Aprimorando o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas- A criança com autismo, deve freqüentar uma escola especial ou ser integrada na escola tradicional. Cada caso deve ser tratado individualmente focando nas necessidades e potencialidades de cada criança. Ajudando famílias a lidar com o autismo Ter um filho com autismo é difícil, mesmo para os pais mais confiantes. - A essas crianças normalmente faltam habilidades independentes de diversão e lazer, o que significa que os pais devem concentrar mais tempo provendo cuidados diretos para seus filhos. Como resultado, eles têm menos tempo para cuidar de outras atividades rotineiras, como auto-cuidado e tarefas domésticas. - Alguns pais relatam dificuldades de se ligar ou relacionarem-se com seu filho. Essa experiência é comum com crianças que não gostam de carinho físico, como o abraço, ou que evitam ao extremo o contato social. - Os pais que acreditam que eles são, em parte, responsáveis pela instrução de seus filhos, acham muito frustrante quando a aprendizagem não é alcançada ou é alcançada vagarosamente. - o autismo é uma deficiência invisível: as crianças não têm nenhuma característica facial ou física indicando a deficiência. Embora, isso possa ser bom, muitas famílias acham que esse fato é uma fonte de estresse. - Há evidências de que o autismo tem impacto sobre a família e que a sobrecarga dos cuidados recai principalmente nas mães. Um estudo comparou os perfis de estresse de mães e pais de crianças com autismo. O resultado mostrou que as mães das crianças com autismo apresentaram mais estresse do que os pais e sugeriram que isso foi conseqüência das diferentes responsabilidades atribuídas a cada genitor na criação da criança. - mães das crianças com autismo apresentam estresse e depressão significativamente mais elevados do que as mães de crianças com desenvolvimento típico e mães de crianças com síndrome de Down. - os genitores sofrem principalmente devido à demora em chegar-se a um diagnóstico, aos comprometimentos especificamente associados ao autismo e às preocupações sobre o futuro de seu filho. - A identificação das preocupações parentais e o fornecimento de suporte são cruciais, pois o estresse parental pode afetar o desenvolvimento da criança. - O suporte social é um importante recurso para a família e tem sido visto como um dos fatores-chave para o amortecimento do estresse em famílias sob estresse. A troca de informações no nível interpessoal fornece suporte emocional e um senso de pertencer a uma rede social onde operam a comunicação e compreensão mútua. - Os profissionais que trabalham com essas famílias podem auxiliá-las a avaliar tanto os fatores de estresse quanto os recursos para solucionar problemas e situações do cotidiano. - É também importante auxiliar os pais e irmãos a reconhecerem a frustração, a raiva e ambivalência de seus sentimentos como um processo normal de adaptação. Ensinar técnicas de manejo com a criança e prover informações sobre o espectro do autismo em si é tão fundamental quanto tocar-se em aspectos emocionais. 02 de abril – Dia mundial do autismo – várias insituições promovem a divulgação e a conscientização do distúrbio na sociedade. TGD - Síndrome de Asperger É caracterizada por prejuízos na interação social. Apresentam comportamentos e interesses limitados. Habilidades intelectuais preservadas. Características: Centros de interesse bastante pontuais e especificos. Dificuldades de aprendizagem, principalmente em tarefas escolares Crianças socialmente estranhas, ingênuas e emocionalmente desconectadas dos outros. Possuem um QI mediano ou superior à média. Falta de humor. Vocabulário extenso, fala pedante, mais parecida com a de um adulto do que com de uma criança. Organização motora pobre Diagnóstico: O diagnóstico de SA requer uma demonstração de prejuízos qualitativos tanto na interação social quanto nos padrões de interesses restritos. 3 fatores para o diagnóstico diferencial: - Linguagem marcada pela prosódia pobre - Discursa sobe um tema favorito incessantemente sem chegar a uma conclusão - Fala incoerente e estilo de conversação em monólogo Transtorno desintegrativo da infancia. (TDI) O trasnstorno desintegrativo da infancia foi descrito por Heller em 1908, também conhecido como sindorme de Heller ou psicose. Crianças com TDI apresentam desenvolvimento normal do que é esperado para a idade cronologica ate 3 a 4 anos. Caracterisitcas: *inquietação, ansiedade *declinio acentuado da fala *dificuldade na comunicação *perda habilidades motoras (anteriormente adquiridas) *comprometimento qualitativo da interação social *padrões restitos , repetitivos e esteriotipados do comportamento Diagnóstico: Deverá ser realizado de acordo com os aspctos da idade, por volta dos 3 a 4 anos, sendo que a idade minima de ocorrencia é de 2 anos, tomar como base as anomalias do comportamento anteriormente adquirido como, controle dos inficteres, conformeo DSM IV-TR. Prevenção: De acordo com as pesquisas não existe uma causa que determine transtorno. Observar qualquer perda da etapa do desenvolvimento e alterações expressivas. Tratamento: A medicação e importante em casos com epilepsias e complicações neurológicas Terapias de acordo com a necessidade da criança. Síndrome de Rett. Definição A Síndrome de Rett (SR) é uma desordem do desenvolvimento cerebral caracterizada por deteriorização neuromotora, ligada ao cromosso x até o presente momento não foi verificado que a doença é de origem genética, porém em casos de irmãs gêmeas univitelinas se uma tem a doença à porcentagem da outra ter é de cem por cento. A síndrome de Rett afeta quase exclusivamente as meninas e causa um comprometimento progressivo das funções: motora e intelectual, assim como distúrbios de comportamento. Essa enfermidade apresenta conseqüências físicas, psicológicas e sociais para as pessoas portadoras e seus familiares, visto que a criança portadora evolui normalmente até o sexto ou, até o oitavo mês de vida, e posteriormente com o desenvolvimento da doença, os sintomas começam a se estabelecer. A fisioterapia tem sua importância, tornando o portador de Síndrome de rett, o mais independente possível. Neste campo, diversas técnicas podem ser empregadas ajudando na manutenção e melhora da qualidade de vida do paciente e de seus familiares tanto física como psicologicamente. Carcteristicas A doença se divide em quatros estágios. 1º Estágio: Entre seis meses e dezoito meses, verifica-se uma parada do desenvolvimento, desaceleração do perímetro da cabeça, diminuição da interação social,retardo motor,comprometimento da linguagem,perda das habilidades motoras finas, com conseqüências ao isolamento este estágio tem a duração de alguns meses. Este estágio dura alguns meses. Nesta fase é difícil o diagnóstico muitas vezes essas meninas são diagnosticadas com paralisia cerebral ou autista, porém esse diagnóstico depois é descartado devido a diminuição do perímetro da cabeça, e também porque ao entrarem no estágio dois perdem a fala, sintomas estes que não são presentes na paralisia cerebral e no autismo. 2ºEstágio: Entre um ano e três anos é a fase mais destrutiva da doença uma rápida regressão psicomotora, choro sem motivo, períodos de extrema irritabilidade, perda da fala, movimentos das mãos estereotipados, dificuldades respiratórias como apinéia durante o período de vigília do sono,perda da fala em crianças que esta função já estava presente, disfunção do sono,crises convulsivas em algumas crianças aparecem mais tarde. Este estágio dura semanas ou meses. A ocorrência de epilepsia é freqüente com vários tipos de convulsões resistente a medicação. 3º Estágio: Ocorre entre quatro e dez anos de idade está fase é chamada pseudoestacionária caracterizada pela melhora de alguns sinais e sintomas particularmente ao que diz respeito ao contato social. No entanto ocorre muito freqüentemente a expulsão forçada de ar e de saliva. Também apresentem bruxismo, escoliose.Retardo mental severo. 4º Estágio: Atinge meninas entre dez anos é o ultimo estágio da doença, nesta fase meninas com capacidade de andar apresentou dificuldades de marcha e algumas meninas não conseguiram mais andar e precisaram usar cadeiras de rodas. Como elas perderam a fala elas apresentam uma canal de comunicação com a família pelo olhar sendo este muito expressivo nas demonstrações de emoções e afeto. A sobrevida das portadoras da síndrome pode ser reduzida, contudo não tem como estimar o tempo de vida dessas individuas. Essas portadoras dessa síndrome geralmente têm sua morte ocasionada em geral devido a causas infecciosas e complicações respiratórias ocasionadas a escoliose grave que afeta a expulsão pulmonar ou a morte súbita durante o sono. Diagnóstico O diagnóstico da síndrome de Rett é baseado na avaliação clínica da paciente e deve ser feito por um profissional habilitado para tal, como neurologistas e pediatras. Os critérios do diagnóstico do DSM-4 envolvem uma análise do desenvolvimento prénatal. E do desenvolvimento psicomotor normal até os seis meses de idade. Tamanho normal da cabeça do nascimento até os seis meses ou até aos quatro anos de idade. E após este período inicia os primeiros sintomas da doença que são a regressão das atividades já adquiridas anteriormente. Prevenção Não existe prevenção para está doença. Tratamento Não existe tratamento para a doença e sim um trabalho feito com uma equipe multidisciplinar para promover uma melhor qualidade de vida às portadoras desta síndrome, este trabalho envolve, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fisioterapeuta, ortopedistas, dentistas, neurologistas. Psicólogo que auxilia a criança e a família a criar novos meios de comunicação e dar suporte emocional aos pais. Intervenção do psicólogo Para possibilitar melhor qualidade de vida à criança que se encontra num processo regressão constante. O trabalho do psicólogo junto à família e aos professores que atendem as crianças, acompanhando-os e esclarecendo-os sobre o desenvolvimento da síndrome é de vital importância. Sendo assim, para que se tenha um tratamento mais eficaz quando realizado com uma equipe multidisciplinar. Proporcionar acolhida à família, no sentido de minimizar as angústias e sofrimentos, e orientá-la no tratamento com a criança, é papel do psicólogo, o qual pode fazê-lo individualmente ou em grupos, no caso de instituições. Segundo Amiralian (1978), o psicólogo também poderá fazer esclarecimentos a outros técnicos sobre as formas e condições de aprendizagem e ajustamento do indivíduo. É parte fundamental do processo de reabilitação a avaliação diagnóstica; é o ponto de partida para o estabelecimento dos programas e metas a serem atingidos. O trabalho do psicólogo e da equipe multidisciplinar, com a família, resulta em melhor qualidade de vida para a pessoa portadora do transtorno. Todos podem ajudar a construir esse caminho e, em especial, o psicólogo, que poderá atuar diretamente com os sentimentos, expectativas e desejos de uma vida menos dolorosa e mais suave, não só para o individuo, mas também para toda a família. A inclusão na escola. Um trabalho de inclusão escolar promove a socialização sendo isto de extrema é importância, no sentido de evitar o preconceito e a discriminação ainda existentes, proporcionando uma prevenção primária, através de elucidações junto às escolas e pessoas afins. Deixar esses indivíduos viverem no seu mundo particular é muito cômodo e parece ser uma maneira de negar responsabilidade para com esses seres humanos e suas famílias angustiadas, necessitadas de esperança. De acordo com a declaração de Salamanca todas as crianças e jovens tem o direito de freqüentar escolas regulares de acordo as necessidades e capacidades delas fazendo com elas se sintam incluídas nas sociedades assim como as demais pessoas não portadoras de nenhum transtorno. Devido ao fato de muitas meninas terem a fala muito comprometida e outras terem tido perda da fala e aos prejuízos cógnitos severos a escolarização da aluna deve ser de integração dentro de uma escola regular, desse modo ele se sentira integrado com os demais membros da escola, pois ambos freqüentam o mesmo espaço físico.