Pensamentos_CONTEMPORANEOS

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PENSAMENTOS CONTEMPORÂNEOS EM ADMINISTRAÇÃO
Conforme vimos na apostila de Teoria Geral da Administração, diversas teorias
surgiram desde a Teoria Clássica por volta de 1900. De uma maneira simplista conseguimos
visualizar três correntes principais quando pensamos nas organizações:
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Teorias com base na Engenharia, buscando eficiência visando principalmente a área
da produção.
Teorias com base na Psicologia, buscando eficiência visando principalmente a área
dos Recursos Humanos.
Teorias com base holística, buscando eficiência visando principalmente o pensamento
sistêmico.
É justamente esta última que mais nos interessa, que são a base da nossa disciplina.
Ressaltamos aqui a Teoria Estruturalista com Amitai Etzioni, a Teoria Geral de Sistemas com
Ludwig von Bertalanfy e a Teoria Contingencial com James Thompson. Através do
pensamento sistêmico fazemos várias conexões entre nosso modo de vida e diversas áreas
de conhecimento, como a Economia, a Política, a Antropologia, a Religião, a Medicina, a
Administração, a Engenharia, etc.
O pensamento sistêmico utilizado na Teoria Estruturalista, na Teoria Geral de
Sistemas e na Teoria Contingencial utilizam mais a visão stakeholder para observar todos os
eventos que podem influenciar a organização e desta maneira pensar estrategicamente no
futuro delas.
No mundo moderno é importante conhecer a evolução do pensamento humano sobre
os mais variados aspectos. O trabalho é um dos pilares que sustentam a ordem social e
política do planeta. Sem trabalho o homem não consegue se inserir numa sociedade cujos
principais parâmetros se baseam naquilo que ele consegue conquistar durante sua vida.
Sem trabalho ele não consegue realizar sonhos e se sentir útil, pois toda sua vida
depende da escolha profissional que fizer. Por isso é fundamental conhecer o papel do
trabalho na história da humanidade e as correntes de pensamentos que influenciaram e
estabeleceram normas até os dias atuais.
A Administração existe justamente para que as organizações atinjam seus objetivos e
para tanto ela necessita das pessoas e do seu trabalho. Neste momento nos aproximamos de
conceitos da Economia e da Política. Falaremos sobre duas formas de pensamento, que se
mostram bem antagônicas atualmente, o Estado do Bem Estar Social e o Neoliberalismo.
Pensamentos Contemporâneos
Após a Segunda Grande Guerra, o mundo ficou dividido entre capitalistas de um lado
(liderados pelos EUA) e socialistas de outro (liderados pela URSS), mas hoje esta
bipolaridade ficou mais sutil e ela está presente principalmente no que tange a participação
do Estado na economia. Nesta nova bipolaridade temos o pensamento neoliberal (também
liderado pelos EUA e pelo Reino Unido) e fazendo contra ponto países da Europa (Noruega,
Suécia, Itália, etc.) com o modelo chamado Estado de bem-estar.
No primeiro modelo, a idéia principal é o Estado mínimo com privatizações e livre
concorrência aliada à globalização. As desigualdades são vistas como algo bom a ser
mantido e os sindicatos são excretados. Apregoa-se flexibilização de leis trabalhistas e
redução drástica da carga tributária.
No segundo modelo temos a interferência do Estado na economia, possibilitando
garantias trabalhistas e sistemas de educação e saúde universais que acarretam numa carga
tributária maior, porém estimulando uma melhor convivência entre os cidadãos.
De um modo geral, o modelo neoliberal estava avançando, prova disso é a opção da
Espanha na última década e da França com a eleição de Nicolai Sarkozy, além de governos
recentes na América Latina. Nos últimos anos porém, eleições de presidentes com viés mais
social ocorreram em diversas partes do muno e a crise mundial iniciada em 2008 e
continuada em 2011 coloca novamente dúvidas sobre a eficiência desta forma de
pensamento.
ESTADO DO BEM ESTAR SOCIAL
Nasceu do pensamento de Lord John Maynard Keynes (1883-1946), economista
britânico, teórico e pensador de fundamental importância na renovação das teorias
econômicas clássicas e na reformulação da política econômica de mercado livre. Em meio a
crise mundial de 1929 e a consequente quebra da Bolsa norte-americana, ele buscou saídas
para o impasse gerado pela falta de empregos que essa situação caótica gerava. Seu modo
de pensar a economia deixava claro que o Estado era o último guardião capaz de fazer com
que um país não sucumbisse diante da falta de postos de trabalhos e da completa
estagnação econômica.
No início da década de 30, Keynes defendia a tese de que o Estado, ao contrário do
que dizia a escola clássica de economia, deveria ser o motor propulsor do desenvolvimento e
do bem estar social. Segundo ele, "O Estado - leia-se governo - não poderia ficar paralisado
sob a desculpa de que não tinha direito de intervir na economia do país". O Estado deveria
tomar para si a responsabilidade de fazer com que a economia pudesse voltar a gerar
emprego e renda, e o conseqüente reaquecimento seria o princípio da retomada econômica.
Isso deveria ser conseguido através de "Obras e gastos públicos, de maneira a colocar todos
para trabalhar, ganhar, comprar e gastar".
Os críticos questionaram, argumentando que o preço a pagar pelo estado do bem
social seria muito alto, já que isso acarretaria despesas e faria aumentar o endividamento
público, pois, à princípio, era dinheiro aplicado que não teria retorno. Keynes contraargumentava dizendo que o investimento governamental voltaria para os cofres públicos sob
a forma de impostos recolhidos através da movimentação econômica gerada, o que permitiria
ao Estado honrar suas dívidas e fazer com que o cidadão tivesse a sua sustentabilidade
garantida.
Todo esse poder do Estado numa conjuntura política de crise, apesar de significar
avanços significativos no campo trabalhista e social, favoreceu também o aparecimento de
líderes que não souberam se direcionar para a geração de empregos e crescimento
econômico, preferindo uma política de domínio e controle do cidadão através do Estado.
NEOLIBERALISMO
Derivado do Liberalismo, trazia embutido um pensamento completamente antagônico
ao estado do bem social, o de que o Estado deveria tornar-se mais leve, mais enxuto, para
desempenhar melhor as funções básicas que se esperam dele: educação e saúde. Essa
nova proposta econômica começou com o livro “O Caminho da Servidão” de Hayek e se
concretizou com a subida ao poder de dois políticos "linha-dura": O Presidente Ronald
Reagan, nos EUA e a Primeira-ministra Margareth Tatcher, no Reino Unido.
Era o início dos anos 80, a economia socialista baseada na onipresença do Estado na
vida do cidadão começava a dar os primeiros sinais da queda eminente (que seria
sacramentada no final da década, com a queda do muro de Berlim e a derrocada da União
Soviética), o mundo buscava uma nova alternativa para a crisa política e econômica
decorrente da alta do petróleo e do crescente poderio dos países da OPEPE, em sua maioria
árabes. No Brasil tais reflexos se intensificam nos governos Collor de Mello e FHC.
A proposta neoliberal era simples: diminuição considerável das conquistas sociais,
para acabar com a acomodação dos cidadãos, que muitas vezes preferiam receber polpudos
auxílio-desempregos à ter que trabalhar. Além disso, o Estado, excessivamente "pesado"
com suas empresas deficitárias, acabava servindo muito mais de moeda de troca e cabide de
empregos do que propriamente governo voltado para o bem estar social, portanto era urgente
"enxugar" a máquina administrativa, diminuindo o auxílio aos desempregados, privatizando
as empresas estatais e reduzindo a proteção social dos trabalhadores. Dessa forma, os
neoliberais acreditavam que o Estado estaria livre para "Se dedicar ao que de fato seria seu
papel: melhorar a educação e saúde"
Essa nova política econômica acirrou a competição dentro das empresas e da
sociedade como um todo, pois aqueles considerados "mais fracos" ou "mais inaptos"
começaram a encontrar dificuldades para competir com os "mais fortes". É a sociedade
capitalista onde prevalece a lei do mais forte.
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