O SR

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O Sr. ULDURICO PINTO pronuncia o seguinte
discurso:
Senhor
Presidente,
Senhoras
e
Senhores
Deputados, ocupo hoje esta Tribuna para compartilhar com
meus pares algumas observações sobre a hepatite viral,
uma moléstia que constitui importante causa de morbidade
e mortalidade humana.
Atualmente, são conhecidos pelo menos seis tipos
diferentes de vírus que podem infectar o homem e causar a
hepatite. Todavia, os principais vírus são o HVA (hepatite
A), o HVB (hepatite B) e o HVC (hepatite C).
A hepatite A, em que pese o avanço dos tipos B e C
nos últimos anos, ainda é o tipo mais comum no Brasil. No
ano de 2005, foram notificados 18.318 (dezoito mil,
trezentos e dezoito) casos de hepatite A no país, sendo
que, desse total, 1.270 (mil duzentos e setenta) registros
foram detectados no Estado da Bahia. Estima-se que, a
cada ano, aproximadamente um milhão e quatrocentas mil
pessoas no mundo todo sejam infectadas pelo HVA.
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Saliente-se que o agente etiológico da hepatite A é
transmitido pela via fecal-oral, geralmente pelo contato
entre pessoas ou pela ingestão de água ou alimentos
contaminados. A sua taxa de incidência, além de ser um
indicador de morbidade, é também um dado relacionado às
condições de saneamento básico e de higiene de
determinada comunidade. Essa doença é endêmica em
várias regiões do mundo, mas especialmente naqueles
locais que apresentam condições precárias de saneamento
básico.
Delimitada a análise à situação do Estado da Bahia e
tendo como base o ano de 2006, verifica-se que foram
diagnosticados 1.064 (mil e sessenta e quatro) casos de
hepatite do tipo A, enquanto o tipo B teve 263 (duzentos e
sessenta e três) casos e o tipo C 174 (cento e setenta e
quatro) casos. Isso demonstra a maior prevalência da
hepatite A, transmitida pela via fecal-oral, intimamente
relacionada às condições inadequadas de saneamento
básico e higiene.
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Tal observação reforça a necessidade premente da
adoção de ações destinadas ao provimento de infraestrutura de saneamento básico em todo o Estado da
Bahia. Atenção especial deve ser dirigida às comunidades
mais
carentes,
àquelas
mais
excluídas.
Obras
de
saneamento básico nessas áreas devem ser prioridade
máxima no rol de obras públicas a serem programadas e
implementadas pelo poder público.
Nada obstante, não deve o gestor de saúde olvidar os
diagnósticos de hepatites dos tipos B e C, pois elas
também têm apresentado uma incidência relativamente alta
no país e no mundo. Ressalte-se que a via de transmissão
desses dois tipos é a parenteral – por meio da via
sangüínea – transfusões de sangue, uso de agulhas
contaminadas,
relação
sexual
desprotegida,
parto,
instrumentos cirúrgicos ou odontológicos contaminados,
etc. Os meios de prevenção para ambos os tipos são
similares.
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Estima-se que aproximadamente cerca de dois
bilhões de pessoas no mundo já tenham entrado em
contato com o HVB, com cerca de trezentos e cinqüenta
milhões de portadores crônicos. Nesses portadores, as
chances do desenvolvimento de hepatite crônica, cirrose
hepática e carcinoma hepatocelular são relativamente altas
e, consequentemente, elevam o índice de mortalidade
dessa doença. Por isso, a hepatite B tem assumido
extrema relevância para a saúde pública.
No Brasil, em 2005, foram notificados 14.681
(quatorze mil seiscentos e oitenta e um) casos de hepatite
B. Desse total, 498 (quatrocentos e noventa e oito) casos
foram detectados no Estado da Bahia.
Já a hepatite C apresentou 13.261 (treze mil,
duzentos e sessenta e uma) notificações no Brasil, das
quais 284 (duzentas e oitenta e quatro) foram originadas da
Bahia.
Vale
ressaltar
que
a
transmissão
dos
vírus
causadores de hepatites no homem pode ser prevenida
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pela adoção de alguns hábitos, como práticas adequadas
de higiene pessoal, uso de métodos preventivos de
doenças sexualmente transmissíveis nas relações sexuais,
utilização de seringas descartáveis pelos usuários de
drogas injetáveis, entre outros cuidados.
Nessa atuação preventiva, o poder público deve ter
sua atuação direcionada para o desenvolvimento de infraestrutura de saneamento básico nas cidades, programas
de combate ao uso de drogas, controle dos serviços de
saúde quanto à adoção de boas práticas de trabalho e
implementação de ações para imunização da população.
Atualmente, existem vacinas imunizantes contra a
hepatite A e B. A vacinação, nesse caso, pode ser o melhor
instrumento
de
combate
à
proliferação
dos
vírus
responsáveis por essas moléstias.
O Estado deve pautar sua atuação primordialmente
sobre enfoques preventivos, de modo a proteger o
indivíduo contra a infecção viral. O sistema público de
saúde deve atuar junto aos grupos de risco, como usuários
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de drogas, profissionais da saúde, hemocentros, centros de
hemodiálise, comunidades sem assistência de saneamento
básico e pessoas com vida sexual ativa, para promoção do
uso de métodos de prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis. Isso contribuirá de forma imensurável para
o sistema coletivo de proteção à saúde humana.
2007_5505_Uldurico Pinto_247
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