Acúmulo e exportação de micronutrientes pela cultura da couve

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Acúmulo e exportação de micronutrientes pela cultura da couve-flor
‘Verona’.
RESUMO
Com o objetivo de determinar o acúmulo e exportação de micronutriente pela cultura da
couve-flor cv. Verona, conduziu-se um experimento em campo, no Setor de Olericultura e
Plantas Aromático-Medicinais do Departamento de Produção Vegetal (FCAV-UNESP),
Câmpus de Jaboticabal, no período de 23-02-2006 a 05-06-2006. O experimento constou
inicialmente de 480 plantas divididas em três blocos. Para cada época de amostragem
foram retiradas duas plantas por bloco. Neste experimento, foram realizadas cinco
amostragens da parte vegetativa a cada 14 dias após o transplante e três amostragens
das inflorescências a cada quatro dias, após o início de sua formação, sendo
quantificados assim o acúmulo de micronutrientes nas inflorescências, no caule, nas
folhas e nos pecíolos. A ordem decrescente dos micronutrientes acumulados pela cultura
foi: Fe>Mn>Zn>B>Cu. . A exportação de micronutrientes pelas inflorescências foi de 0,07
mg planta-1 de Cu; 2,24 mg planta-1 de Fe; 0,63 mg planta-1 de Zn; 0,38 mg planta-1 de
Mn; e, 1,87 mg planta-1 de B.
Palavras-chave: Brassica oleracea L. var. botrytis, acúmulo, micronutrientes.
ABSTRACT: Accumulation and exportation of micronutrients of the cauliflower
culture ‘Verona.
The accumulation and exportation of macronutrient in plants of Veneza cauliflower was
determined under field conditions. This research was carried at the experiment area of the
Horticulture, Aromatic and Medicinal Plants Sector of ‘Departamento de Produção Vegetal’
(FCAV-UNESP), Campus Jaboticabal-SP in period of 02-23-2006 the 06-05-2006. The
experiment initial consisted of 480 plants distributed in three blocks. The experiment initial
consisted of 480 plants distributed in three blocks. For each epoch of samples were retreat
two plants per block. In this experiment, was taken five samples of the vegetative part
each 14 days after the transplanting and three samples of the inflorescences each four
days, after the start its formation, being quantified thus the accumulation of micronutrients
in the inflorescences, stem, leaf and petioles. The decreasing order of micronutrients
accumulation for the culture was: Fe>Mn>Zn>B>Cu. The exportation of micronutrients for
inflorescences was 0,07 mg plant-1 of Cu; 2,24 mg plant-1 of Fe; 0,63 mg plant-1 of Zn; 0,38
mg plant-1 of Mn and 1,87 mg plant-1 of B.
Keywords: Brassica oleracea L. var. botrytis L., accumulation, micronutrients.
INTRODUÇÂO
O interesse de se conhecer a marcha de absorção de nutrientes se prende principalmente
ao fato de se poderem determinar as épocas em que os elementos são mais exigidos e
em que, portanto, a adubação deve fornecê-los (Malavolta, 1997).
O presente trabalho teve por objetivo determinar as curvas de absorção de
micronutrientes pela couve-flor ‘Verona’ em Jaboticabal-SP.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em campo, pertencente ao Setor de Olericultura e Plantas
Aromático-Medicinais do Departamento de Produção Vegetal, nas dependências da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (UNESP-FCAV), Câmpus de Jaboticabal,
no período de 23-02-2006 a 05-06-2006.
A semeadura foi realizada em 23 de fevereiro de 2006, em bandejas de poliestireno
expandido com 128 células, preenchidas com substratos Plantmax HT®. As mudas foram
transplantadas aos 32 dias após a semeadura, em solo anteriormente preparado e
adubado, conforme os resultados da análise do solo e a recomendação de Raij et al.
(1997) para a cultura.
O espaçamento utilizado foi de 0,5m entre plantas e 1m entre linhas. O experimento
constou inicialmente de 480 plantas divididas em três blocos. Para cada época de
amostragem foram retiradas duas plantas por bloco. Neste experimento, foram realizadas
cinco amostragens da parte vegetativa a cada 14 dias após o transplante e três
amostragens das inflorescências a cada quatro dias, após o início de sua formação.
Para a determinação da dinâmica de absorção de nutrientes, as plantas amostradas
foram cortadas rente ao solo, divididas em caule, folha, pecíolo e inflorescências. As
partes foram lavadas em água deionizada, colocadas para secar em estufa com
circulação de ar forçado a 60°C, até atingirem massa constante, e posteriormente, moídas
e submetidas à análise química, segundo método descrito por Malavolta et al. (1997).
As características avaliadas foram submetidas a análise
de regressão, sendo
considerada como variável independente à idade da planta expressa em dias após o
transplante. Para as análises do caule, folha e pecíolo foram utilizados as funções
logísticas, as quais são amplamente empregadas para representar dados empíricos de
crescimento de animais e vegetais (Hoffman & Vieira, 1977). Para a análise dos dados
das inflorescências foi utilizada função polinomial.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nas equações de regressão apresentadas na Tabela 1, verificou-se que o
micronutriente com menor concentração na cultivar Veneza foi o cobre, seguido do boro,
zinco e manganês.
O acúmulo de cobre no pecíolo e folha foi semelhante, sendo crescente e constante até
os 42 dias após transplante, quando a partir daí, se estabilizou. Já para o caule, o
acumulo foi lento até os 42 DAT, a partir deste com crescimento rápido até os 56 DAT, se
estabilizando posteriormente. O acúmulo total de cobre foi de 0,88 mg planta-1, sendo
acumulado no caule, folha e pecíolo valores de 0,10 mg planta-1, 0,60 mg planta-1, 0,10
mg planta-1, respectivamente. A exportação foi de 0,07 mg planta-1, o que corresponde a
menor teor exportado entre os micronutrientes.
O ferro, nutriente mais acumulado entre os micronutrientes (31,17 mg planta-1),
apresentou acúmulo constante e crescente para caule (4,78 mg planta-1) e folha (19,67
mg planta-1), durante todo ciclo da cultura. O acúmulo no pecíolo (4,46 mg planta-1) foi
constante e se estabilizou aos 42 DAT. A exportação foi de 2,24 mg planta-1, o que
corresponde a 7,21 % do volume acumulado.
O acúmulo total de zinco pela cultura foi de 6,20 mg planta-1. O caule (0,71 mg planta-1) e
planta (3,84 mg planta-1) apresentaram características semelhantes, tendo acúmulo
constante e crescente até os 56 DAT com posterior estabilização. Para pecíolo o acúmulo
foi constante e o seu valor máximo foi de 1,01 mg planta-1. A exportação de zinco foi 0,63
mg planta-1.
O manganês, segundo micronutriente mais acumulado pela planta (9,72 mg planta-1),
apresentou a menor porcentagem de exportação (3,96 %). O caule, folha e pecíolo
apresentaram acúmulo semelhante, de forma constante e crescente, com valores de 0,41
mg planta-1, 8,09 mg planta-1 e 0,82 mg planta-1, respectivamente. A exportação foi de
0,38 mg planta-1, tendo a menor porcentagem exportada (3,96 %).
O acúmulo total de boro na planta foi de 4,98 mg planta-1, desse, 37,52 % foi exportado
pela inflorescência. O acúmulo foi de 0,44 mg planta-1, 1,92 mg planta-1 e 0,75 mg
planta-1, para caule, folha e pecíolo, respectivamente. Nessas três partes da planta o
acúmulo foi crescente e constante ate aos 42 DAT, após houve uma tendência de
estabilização.
A ordem decrescente dos micronutrientes acumulados pela cultura Verona foi:
Fe>Mn>Zn>B>Cu. . A exportação de micronutrientes pelas inflorescências foi de 0,07 mg
planta-1 de Cu; 2,24 mg planta-1 de Fe; 0,63 mg planta-1 de Zn; 0,38 mg planta-1 de Mn; e,
1,87 mg planta-1 de B.
LITERATURA CITADA
BARBOSA FILHO M. 1987. Nutrição e adubação do arroz (sequeiro e irrigação).
Piracicaba, Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato. 120p. (Boletim
Técnico, 9).
HOFFMANN R; VIEIRA S. 1977. Análise de regressão – uma introdução à econometria.
São Paulo: HUCITEC – EDUSP. 399 p.
MALAVOLTA E; VITTI GC; OLIVEIRA SA de. 1997. Avaliação do estado nutricional das
plantas: princípios e aplicações. 2. ed. Piracicaba: POTAFOS. 319 p.
RAIJ BV; CANTARELLA H; QUAGGIO JA; FURLANI AMC. (Ed.). 1997. Recomendações
da adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2. ed. Campinas: IAC. 285 p.
(Boletim Técnico, 100).
Tabela 1. Equações de regressão relacionando a taxa de acúmulo de Zinco (Zn), Cobre
(Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn) e Boro (B) nas inflorescências, no caule, nas folhas e
nos pecíolos da planta de couve flor ‘Verona’. UNESP–FCAV, 2007.
Nutriente
Zn
Cu
Fe
Mn
B
Partes da planta
Inflorescências
Caule
Folha
Pecíolo
Inflorescências
Caule
Folha
Pecíolo
Inflorescências
Caule
Folha
Pecíolo
Inflorescências
Caule
Folha
Pecíolo
Inflorescências
Caule
Folha
Pecíolo
Equações
Zn inf = 0,0506x2 - 5,6525x + 158,11
Zn cau = 0,73283/ 1+ e-0,13925 (X – 40,32255)
Zn fol = 3,89471/ 1+ e-0,13089 (X – 36,00068)
Zn pec = 1,03024/ 1+ e-0,12034 (X – 36,38548)
Cu inf = -0,0004x2 + 0,0505x - 1,67
Cu cau = 0,10261/ 1+ e-0,2308 (X – 46,02371)
Cu fol = 0,60739/ 1+ e-0,16006 (X – 40,95476)
Cu pec = 0,10725/ 1+ e-0,16286 (X – 35,96679)
Fe inf = 0,028x2 - 3,435x + 106,08
Fecau=135,47539/1+e-0,04969 (X – 135,53853)
Fe fol = 21,7622/ 1+ e-0,08897 (X – 43,78142)
Fe pec = 4,51789/ 1+ e-0,13747 (X – 37,03203)
Mn inf = 0,0015x2 - 0,1712x + 5,1608
Mn cau = 0,553/ 1+ e-0,07488 (X – 53,92821)
Mn fol = 9,08521/ 1+ e-0,09205 (X – 46,20685)
Mn pec = 0,83384/ 1+ e-0,07488 (X – 36,65785)
B inf = 0,0428x2 + 5,7007x – 187,48
B cau = 0,4459 / 1+ e-0,1612 (X – 35,0967)
B fol = 1,925 / 1+ e-0,1840 (X – 36,1686)
B pec = 0,7524 / 1+ e-0,1956 (X – 37,1064)
R²= 0,99343
2
R = 0,97007
2
R = 0,99517
2
R = 0,84311
R²= 0,98680
2
R = 0,97737
2
R = 0,96776
2
R = 0,96409
R²= 0,99804
2
R = 0,97447
2
R = 0,97967
2
R = 0,97717
R²= 0,99728
2
R = 0,99083
2
R = 0,99810
2
R = 0,81245
R²= 0,99242
2
R = 0,99243
2
R = 0,95760
2
R = 0,74630
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