Conselho Municipal de Educação Goiânia – Goiás Audiência

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Conselho Municipal de Educação
Goiânia – Goiás
Audiência Pública – Dia 17-08-05
Abertura dos Trabalhos – Silvana Ala
Composição da Mesa:
Presidente do CEE – Prof. Geraldo Santana
UFG – Professora Ruth Catarina
UCG – Professora Eliana Stein
CEE – Maria Tereza Louza
Presidente do CME – Geraldo Profírio Pessoa
O Presidente fez uso da palavra dizendo ser este a 7ª Audiência, onde estarão
participando das discussões a UFG, a UCG e o CEE, que vem, sendo um parceiro efetivo do
CME.
Este momento é muito importante e a iniciativa do CME ocorreu motivado por uma
situação de reclamações sobre a proposta de Ciclo de Desenvolvimento Humano, vigente na
RME. Por essa razão tornou-se necessária uma profunda reflexão sobre essa proposta. O
Presidente discorreu sobre o histórico do Ciclo desde, sua implantação na RME em 1996, com
a fundamentação legal em cada alteração, até o ano 2004, com uma nova concepção. Nada
mais pertinente que ouvir a UFG, a UCG e o CEE pela contribuição que cada um desses
agentes pode dar.
Fazendo uso da palavra, a Professora Ruth explicou qual tem sido a postura da
Faculdade de Educação na formação de sues docentes na concepção de que a escola de hoje
requer mudanças. Nessa visão, os professores são os principais agentes da educação.
As escolas devem ser um espaço diferenciado para adequar-se à realidade atual,
articulando-se outras instâncias, para assumir um novo papel na sociedade.
A idéia de ciclo deve ser aprofundada, para a superação das dificuldades hoje
vivenciadas na RME, segundo a professora.
Dando início à sua participação, a Professora Eliana França colocou o tema a ser
desenvolvido, qual seja – as alterações que os agentes formadores estão propondo para a
operacionalização dos cursos para os professores. Quais são as possibilidades que as
universidades estão oferecendo a seus alunos?
Uma Instituição de Ensino Superior deve estruturar, seus cursos, de forma a atender as
diversidades individuais, para que possa saber lidar com a realidade atual, propondo e ousando
por meio de novos instrumentos, novos paradigmas educacionais, novo modelo para adequarse a uma nova realidade.
Os temas sobre Ciclos, são explorados rotineiramente. É preciso trabalhar com o
conhecimento ampliado. O ensino desenvolvido e Ciclos pertinente atender às diferenças
individuais.
Professora Maria Tereza Louza, representante do CEE. Iniciou falando que sua
exposição terá uma visão de Conselho. Parabenizou a iniciativa do CME e ressaltou o sucesso
que vem sendo alcançado pelo CEE quando as definições são respaldadas por audiências
públicas. Esclareceu o papel de cada um dos Conselhos, qual seja fiscalizar as políticas
públicas e a execução dos projetos educacionais.
O papel dos conselhos é ver se a educação está acontecendo. Nessa perspectiva e
opção está acontecendo. Nessa perspectiva e opção da organização em Ciclos é uma abertura
existente na Lei de Diretrizes e Bases. Como qualquer prática pedagógica e educacional deve
ser avaliada em sua totalidade. Onde deve ser pensado com todas as suas implicações. É
preciso ter muita clareza sobre o binômio aprovar/reprovar. O princípio do Ciclo é a superação
de uma escola tradicional. Faz-se necessário estabelecer parâmetros para um avaliação bem
fundamental sobre os pontos positivos e negativos.
“A proposta do Ciclo é fazer o aluno superar suas dificuldades com acompanhamento”.
É preciso coragem para romper com os paradigmas de um modelo de escola tradicional. Nossa
perspectiva não pode ser apenas de aprovar/reprovar, mas sim de fazer a aprendizagem
acontecer. É a tentativa de destruir um modelo de escola para construir outro. Nosso foco é a
aprendizagem. A questão é a mudança de visão de escola. Para tanto faz-se necessário:
- Construção do PPP de forma coletiva;
- Infra-estrutura escolar adequada;
- Investimento na formação continuada dos professores;
- Elaboração de um planejamento educacional, coerente com a realidade da escola,
dentre outras questões.
Prof. Santana –
Parabenizou a iniciativa do CME DE um diálogo com a comunidade.
Os Conselhos de Educação tem uma única finalidade – servir à comunidade.
Nas discussões os participantes opinaram:
- Inicialmente demorou muito, a acreditar no Ciclo. Hoje está convencida de sua
eficácia.
- Não acredito no Ciclo. Sua proposta é ensinar o aluno a ser solidário? O que significa
a avaliação do aluno em sua totalidade?
- Quando se fala em qualidade é preciso comparar a escola pública e a escola
particular. É preciso superar as dificuldades hoje existentes com relação ao Ciclo.
- Sua escola vem recebendo alunos que se evadem de outras escolas (estaduais e
outras) e esteve fazendo a tentativa de recuperá-los.
- A escola na verdade é um desembocadouro de todas as deficiências sociais, em
função da própria condição de vida.
- Vantagens do Ciclo; mais tempo para um trabalho interdisciplinar; mais autonomia
dos professores e mudança de paradigma da escola.
- Como é que os cursos de formação vem pensando uma visão mais globalizada do
professor da área?
- O que a escola organizada em Ciclos está precisando para funcionar?
A implementação dos Ciclos requer muitas condições para assegurar seu bom
funcionamento.
- Outro ponto é o trabalho em tempo integral. O Ciclo provoca uma avaliação da
escola, com todos os seus defeitos.
Professora Eliana Stein da Universidade Católica argumentou sobre a importância de
separar o enfoque que é dado sobre o sucesso ou o insucesso da escola. Alguma coisa está
incoerente com relação à postura do professor que critica o Ciclo, sem uma avaliação sobre
sua prática pedagógica. O Ciclo é uma proposta séria, uma proposta com embasamento legal,
pensada por muitos técnicos. A acomodação causa um grande entrave para qualquer avanço.
Professora Maria Tereza do Conselho Estadual de Educação externou que a partir de
novas reflexões será possível alcançar muitos avanços. O Ciclo é uma proposta consistente e
precisa de maior adesão.
Professor Santana do Conselho Estadual de Educação esclareceu sobre a necessidade
de ampliar o debate no Conselho Estadual de Educação. Em sua opinião a educação deve ser
vista como um fim, para o qual existem muitos meios.
O debate sobre Ciclo ainda está em sua fase inicial. Todas as posições devem
consideradas. Ao terminar sua fala o Presidente do Conselho Estadual propôs um debate,
como se fosse um tribunal de júri para o aprofundamento das discussões.
Andréia, professora da Faculdade de Educação, explicou que seu contato com o Ciclo
são as informações que obtem das professoras da RME, suas alunas no Curso de Pedagogia.
Em sua visão, não sabe se o Ciclo é a saída, porém a seriação também não é. Uma verdade é
que deve haver uma mudança de paradigma da escola.
Mais uma vez abriu-se para o debate, onde os participantes deram suas opiniões:
- A aprendizagem por meio do Ciclo, perpassa por escola de tempo integral.
- A prática da enturmação em sua escola, vem sendo inviabilizada pela dificuldade da
estrutura física. Onde realizar as atividades.
- Muitos professores ainda não abraçaram o Ciclo, como realmente deve ser.
- Não é possível fazer o Ciclo funcionar bem, se não houver investimentos,
especialmente no aspecto físico. As mudanças são muito recentes; portanto os frutos não
serão colhidos agora.
- É preciso andar para a frente. O Ciclo incomoda ao sistema. Esse espaço possibilita
uma reflexão sobre o papel do professor da escola atual.
Professora Eliana da Universidade Católica alertou sobre as deficiências físicas da
escola. O trabalho interdisciplinar só é possível em espaços adequados o que as escolas da
RME não apresentam, quase em sua maioria. O trabalho do CME é louvável para a busca de
uma escola mais eficiente. As mudanças devem ocorrer, a partir de uma avaliação consistente.
- O “desacomodamento” hoje presente nos profissionais da educação, resulta, em
avanços na escola. A construção da qualidade é resultado do “despertar” do professor. Quando
se fala em “não reprovação” não significa não avaliar. Muito pelo contrário, pois a avaliação
se reveste de outra finalidade, considerando em primeiro lugar o progresso do aluno. O
caminho é este mesmo. Melhor formação do professor, espaços mais adequados, mais
investimentos, tendo como fim uma escola pública de qualidade.
Para concluir, o Professor Geraldo argumentou que o Conselho se coloca abertamente
como um espaço de discussões, com o fim de garantir o cumprimento de sue papel.
Agradeceu em especial a Professora Eliana, pelo que já representou no CME.
O Professor Aldimar, Presidente do Fórum Municipal de Educação. Solicitou um
espaço para prestar esclarecimentos sobre a substituição indevida de integrantes do Fórum, o
que em sua opinião, enfraquece as discussões e a representatividade no Fórum.
Concluindo, o Professor Geraldo manifestou sua indignação pela medida “arbitrária da
SME em substituir os conselheiros representantes do Poder Executivo indicados pela
administração anterior, o que fere a autonomia do CME.
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