Economia Cooperativa

Propaganda
Economia Cooperativa *
O cooperativismo brasileiro vem acumulando conquistas, não percebidas por grande
parte dos cidadãos comuns. Infelizmente, também é negligenciado por razoável parcela
de estudiosos organizacionais e econômicos, assim como por gestores da coisa pública.
Aqui, sem a pretensão de ineditismo literário, serão expostos alguns dados extraídos do
próprio discurso do movimento cooperativista brasileiro.
O cooperativismo configura-se em atividade econômica de alto desempenho baseada em
valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e
solidariedade entre as pessoas, que se unem para satisfazer necessidades comuns.
No Brasil, o cooperativismo está dividido em treze ramos: Agropecuário, Consumo,
Crédito, Educacional, Especial, Habitacional, Infra-estrutura, Mineral, Produção, Saúde,
Trabalho, Transporte e Saúde/Lazer. Totalizam 7.516 unidades cooperativas, com 6,79
milhões de associados e 199 mil empregados. Portanto, além dos associados, as
cooperativas ainda geram muitos empregos diretos e indiretos, propiciando renda e
emprego para milhares de famílias brasileiras.
Outros números surpreendem pela magnitude: aproximadamente 33% do PIB agrícola
brasileiro advém do cooperativismo, que também contribui com 2,2 bilhões de dólares
em exportações.
A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), não estatal e sem fins lucrativos,
instituída em 1969, atua como órgão técnico-consultivo ao governo federal
representando os interesses do cooperativismo, sobretudo com o firme propósito de
colaborar e promover o desenvolvimento sustentado do país.
Os princípios que balizam o pensamento cooperativista brasileiro retratam o solidarismo
em sua essência, preservada a liberdade e a participação coletiva dos sócios, quais
sejam: a adesão livre e voluntária; a gestão democrática pelos sócios; a participação
econômica dos sócios; a autonomia e independência; a educação, formação e
informação; a cooperação entre cooperativas e o interesse pela comunidade.
Nesse sentido, para que esses princípios sejam consolidados como valores culturais e,
consequentemente, implementados e exercidos plenamente, a OCB tem no Serviço
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP os objetivos de
planejamento e de execução de três vertentes de trabalho: o monitoramento, a educação
e a promoção social para as cooperativas brasileiras.
Instituição de direito privado sem fins lucrativos, criado em 1998, o SESCOOP tem 26
unidades estaduais, integrantes do Sistema Cooperativista Nacional e do Sistema “S”.
Em 2007 o SESCOOP Nacional promoveu o 1º Encontro de Representantes do
Conselho Nacional nos Conselhos Estaduais da entidade. Discutiram-se as atribuições e
as responsabilidades desses representantes, no intuito de uniformizar as informações e
padronizar as suas atuações, principalmente no sentido de que as diretrizes nacionais
sirvam de norteadoras para as unidades estaduais, não somente na estruturação de
cursos e da promoção social. Sobretudo, na observância aos princípios éticos exigidos
na gestão e no uso parafiscal dos recursos.
Naquele evento, o presidente da OCB Márcio Lopes de Freitas, também presidente do
Conselho Nacional do SESCOOP, informou que o SESCOOP Nacional mantém o
Fundo Solidário de Desenvolvimento Cooperativo – FUNDECOOP. A finalidade é a de
apoiar ações visando o desenvolvimento das sociedades cooperativas e seus integrantes,
sendo necessário, tão somente, a elaboração e apresentação de Projetos Especiais, desde
que exeqüíveis e que notadamente atendam aos princípios cooperativistas.
O FUNDECOOP dispôs de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais), somente para
aquele ano de 2007, prioritariamente para unidades estaduais com arrecadações
menores, que poderão ser aplicados na capacitação, no fomento à pesquisa, na formação
de lideranças cooperativistas, na promoção de eventos desportivos e socioculturais e na
divulgação de ações cooperativistas, por exemplo.
Dali em diante, os investimentos em qualificação vêm crescendo significativamente
nesses últimos anos. Em Roraima, por exemplo, a segunda turma de MBA em Gestão
de Cooperativas terão aulas iniciadas no segundo semestre de 2014, em convênio com a
Universidade Federal de Roraima - UFRR. O resultado da primeira turma foi muito
satisfatório, com a formação de 27 especialistas lato sensu. Os acadêmicos elaboraram
trabalhos individuais de pesquisa, sendo dez transformados em artigos científicos e
publicados eletronicamente na Revista de Administração de Roraima – RARR. Além
desses, um artigo foi submetido ao Congresso Mundial de Administração (HavanaCuba) e seis submetidos ao Congresso Internacional de Cooperativismo (São LeopoldoBrasil). Ainda em 2014, será lançado um livro pela UFRR com novos artigos sobre
cooperativismo, também com recursos do FUNDECOOP.
A profissionalização do setor entenda-se “investimento em capacitação”, é um dos
caminhos trilhados pelo Sistema Cooperativista Nacional em resposta às necessidades
de crescimento da economia e, concomitantemente, que ajudem na construção de um
país mais justo.
Carlos Carvalho*
Administrador / Prof. UFRR e UERR
Representante Nacional no SESCOOP/RR
Download