Internet, juventude e cooperativismo “A revolução não acontece quando a sociedade adota novas ferramentas. Acontece quando a sociedade adota novos comportamentos.” Clay Shirky A invenção da roda revolucionou as relações humanas porque “encurtou” as distâncias, facilitou os contatos e acelerou o desenvolvimento do comércio e a produção industrial. E, assim como a roda mudou o mundo antigo, a internet é a invenção que revoluciona o mundo contemporâneo. Comunicação em tempo real, agilidade e facilidade no ambiente de negócios, informações em quantidades inimagináveis ao alcance de qualquer pessoa que tenha acesso a um computador. Estas são algumas das inúmeras possibilidades oferecidas pela internet. Nesse ambiente em contínua transformação se criam também novos espaços de relacionamento, as redes sociais - páginas ou sítios da rede mundial que facilitam a interação entre seus membros, em diversos locais. Trata-se de movimentos indissociáveis, nos quais os usuários podem compartilhar tanto conhecimentos científicos como oriundos do senso comum - crenças, desejos e atitudes. As ferramentas disponíveis viabilizam novas formas de ação coletiva com rapidez impensável em outros tempos. Exemplo recente foi a iniciativa de iranianos que, pelo microblog twitter, denunciaram abusos cometidos contra oposicionistas durante as eleições presidenciais em 2009. A ampla acessibilidade, inserida na dinâmica “de todos para todos”, tem transformado também os relacionamentos profissionais e comerciais. Um número cada vez maior de organizações faz uso dos recursos apresentados por essas redes para divulgar suas marcas, comercializar seus produtos e, até mesmo, prospectar e selecionar novos talentos profissionais. Nesse contexto, é possível perceber que esses espaços extrapolam, e muito, o escopo que abarca a diversão e a socialização da juventude. Tornaram-se ferramentas de trabalho nas quais a juventude da chamada geração Y1 desfia seus talentos e habilidades. Mas e o cooperativismo? Qual o seu posicionamento diante desse cenário? Assim como outros setores de expressividade, economia e socialmente, deve fazer desse um caminho para divulgar sua “marca”, seus princípios e objetivos às novas gerações. Fazer-se conhecido do publico jovem é fundamental para a perpetuação e a expansão do movimento cooperativista. Segundo estudo conduzido pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), em 2010, mais de 90% dos internautas brasileiros - predominantemente das classes A, B e C - estão cadastrados em pelos menos um sítio de relacionamento. A situação evidencia o potencial das redes sociais como elementos de disseminação do ideário e doutrinário cooperativismo. Entre as vantagens de utilização desses novos espaços, podem ser elencadas: • 1 criação de um canal de comunicação direto com o usuário, que aproxima a “imagem institucional” do usuário/cliente; Também chamada geração do milénio ou geração da Internet é um conceito sociológico que se refere, segundo alguns autores, aos nascidos após 1980 até meados da década de 1990. • • ter uma imagem digital marcante, em um universo sem barreiras geográficas, contribuindo para o fortalecimento da “marca”; acompanhar, em tempo real, o que os usuários falam e pensam sobre a organização. Mídias tipicamente jovens e ativas, as redes sociais têm, entre suas características mais marcantes, o diálogo e o compartilhamento de interesses e informações além, é claro, da velocidade na troca dessas informações. Mídia social não é apenas tecnologia, é relacionamento, é juventude em pleno movimento.