CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM CONTABILIDADE A IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Letícia Aparecida Gomes Renata Cristina Fernandes PALMITAL 2010 Letícia Aparecida Gomes Renata Cristina Fernandes A IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS Trabalho de conclusão de curso apresentado à ETEC Prof. Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Contabilidade. Orientador: Prof. José Marcelino Calegari PALMITAL 2010 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA Letícia Aparecida Gomes Renata Cristina Fernandes A IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA PARA AS PEQUENAS EMPRESAS APROVADO EM ____/____/____ BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________ José Marcelino Calegari – ORIENTADOR ______________________________________________________________ Karina Dorta de Souza Rocha – EXAMINADOR ______________________________________________________________ Cleison Faria Coutinho – EXAMINADOR Dedico este trabalho aos meus pais que sempre estiveram ao meu lado e me ajudaram em tudo que precisei. (Letícia) Dedico este trabalho a minha mãe Marisa que sempre esteve ao meu lado em todas as horas, e fez com que nos momentos que quase perdi as esperanças erguesse a cabeça (Renata) e continuasse em frente. AGRADECIMENTOS Agradeço ao Prof. Marcelino que nos ajudou neste trabalho, pelos conselhos, na decisão do tema e nos ter ajudado em tudo. Muito obrigada. (Letícia) Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças a todo o momento, a minha família que esteve do meu lado, ao Prof. Marcelino pelos conselhos, opiniões, sugestões, por ter aceitado ser nosso orientador neste trabalho, enfim, a todas as pessoas que nos ajudaram a concretizar este TCC. (Renata) EPÍGRAFE A estrada para a felicidade não é uma reta. Há uma curva chamada fracasso. Um trevo chamado inveja. Muita poeira chamada mentira. Quebra- molas chamados amigos. Faróis de advertência chamado família. Mas, se você tiver um estepe chamado fé, um motorista chamado Jesus Cristo, você chegará a um lugar chamado sucesso. (Autor Desconhecido) RESUMO No atual cenário econômico onde há uma concorrência muito acirrada, existe uma tendência natural das instituições no sentido de adotar ferramentas gerenciais para apoiar o processo decisório. As empresas foram obrigadas recentemente a adotar a Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) em substituição à Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). Este fato se deve fundamentalmente a sua menor complexidade e ainda a um projeto dos órgãos da classe contábil nacional que visa adequar as Demonstrações Financeiras ao padrão internacional. O fluxo de caixa nada mais é do uma demonstração dinâmica que expõe a distribuição no tempo de todas as entradas e saídas de numerário geradas pelas atividades da empresa, sendo fundamental para a interpretação da situação financeira da instituição principalmente pelos usuários externos pouco habituados a termos técnicos, portanto, quando bem elaborada será de fácil assimilação acerca da disponibilidade financeira da instituição. Este trabalho de conclusão de curso trata-se da apuração do Fluxo de caixa nas pequenas e microempresas, com o objetivo de como o fluxo de caixa é utilizado e também de que modo ele beneficia a microempresa no dia-a-dia, tem o intuito de gerenciar melhor sua entidade, para que não ocorra a má gestão de recursos financeiros. Palavras-chave: Fluxo de caixa, Pequena e Microempresa, Ferramenta Gerencial. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa DOAR – Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados DVA- Demonstração do Valor Adicionado IASB – International Accounting Standards Board FASB – Financial Accounting Standards Board MPE’s – Micro e Pequenas empresas EPP- Empresas de Pequeno Porte SIMPLES - Sistema Integrado de impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SUMÁRIO 1 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 9 1 1.1 Objetivos............................................................................................................ 10 1 1.2 Procedimentos Metodológicos................................................................................ 11 2 . FLUXO DE CAIXA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.............................................. 12 2.1. Um breve histórico da DFC.................................................................................... 15 2.2. OBJETIVO DA DFC............................................................................................... 16 3. IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA................................................................... 17 4 4. FLUXO DE CAIXA: FORMAS DE ELABORAÇÃO.................................................. 19 4 4.1. Fluxo de caixa livre................................................................................................. 19 4 4.2. Fluxo de caixa direto................................................................................................ 21 4 4.3. Fluxo de caixa indireto............................................................................................. 22 44.4. Fluxo de caixa projetado........................................................................................... 23 5 5. O SURGIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS..................................... 25 6 6. FECHAMENTO PRECOCE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS..................... 28 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 29 REFERÊNCIAS............................................................................................................. 30 FONTES........................................................................................................................ 32 A ANEXOS....................................................................................................................... 34 9 1. INTRODUÇÃO Nos dias de hoje empresas são avaliadas por muitas razões diferentes podendo ser: a entrada de um novo sócio, a sociedade de duas empresas, o investimento do capital em bolsas de valores e até mesmo títulos em outros países. Existem dificuldades dentre a avaliação da empresa, é difícil e subjetivo. A dificuldade dá-se pelo valor percebido de uma empresa para um indivíduo não necessariamente ser o mesmo para outro. Conforme MARTINS(2001, p.263): Ao avaliar uma empresa, objetivamos alcançar o valor justo de mercado, ou seja, aquele que representa de modo equilibrado, a potencialidade econômica de determinada companhia. Entretanto, o preço do negócio somente será definido com base na interação entre as expectativas dos compradores e vendedores. Não existe um valor correto para um negócio. Pelo contrário, ele é determinado para um propósito específico, considerando as perspectivas dos interessados. Existe uma diferença entre preço e o valor, pois primeiro é a quantia que outro (comprador) irá desembolsar por uma mercadoria para outro (vendedor). O segundo é o benefício obtido pelos envolvidos. Os métodos de avaliação de empresas buscam atender diferentes resultados em números distintos. Cada método de avaliação tem como base de cálculo um item distinto, por exemplo, no balanço patrimonial e no resultado econômico. Isso ocorre devido às particularidades identificadas em cada negócio e a sua importância para a empresa avaliada. O acirramento da competitividade exige das empresas maior eficiência na gestão de seus recursos, e como parte integrante do sistema busca cumprir seu papel junto à sociedade. Esta busca pela melhoria e eficiência na aplicação dos recursos, induz os responsáveis pela gestão empresarial, a avaliarem suas decisões 10 embasadas em informações consistentes. As constantes mudanças tanto na política como nos negócios, impulsiona as organizações à busca de qualidade nas informações gerenciais, o que se transformou em elemento determinante para a sua sobrevivência e continuidade no mercado. O presente trabalho aborda a necessidade de a gestão empresarial acompanhar o desempenho da empresa através de sua capacidade de geração de caixa. Neste contexto se destaca o fluxo de caixa como um instrumento que possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros, proporcionando uma visão clara da administração de seu capital de giro. De acordo com SILVA (1999, p.42), Empresa organizada necessita não apenas das demonstrações financeiras, mas de outros relatórios gerenciais que independem da legislação obrigatória, mas decorrem das necessidades gerenciais para auxilio no processo decisório. A idealização e construção de um fluxo de caixa adaptado às necessidades da entidade podem evitar situações prejudiciais às empresas, tais como: insuficiência de caixa; cortes nos créditos; suspensão de entregas de materiais e mercadorias, fatos que podem causar uma série de descontinuidade nas operações. O excesso de caixa, situação que se refere a uma reserva muito elevada, também pode ser administrado com a utilização deste mesmo ferramental. Logo, tanto deficiência quanto excesso de caixa pode ser gerido através das informações deste fluxo. 1.1. Objetivos O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso é mostrar a importância do fluxo de caixa nas pequenas e microempresas e como essa ferramenta é indispensável para os empreendedores e também o porquê que estas empresas 11 fecham tão rápido. Constituem objetivos específicos: a) Definir e demonstrar a importância do fluxo de caixa; b) Definir Pequena Empresa e apontar suas dificuldades para uma melhor gestão do negócio; c) Demonstrar a importância do fluxo de caixa para a melhoria da gestão dos recursos financeiros das instituições em geral. 1.2 . Procedimentos Metodológicos Os procedimentos metodológicos usados foram pesquisas bibliográficas em livros sobre o tema, sites, revistas e artigos especializados na área pesquisada, e também monografias apresentadas e aprovadas em várias instituições de ensino de contabilidade, juntamente com citações de autores que atuam nesta área. 12 2. FLUXO DE CAIXA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Fluxo de caixa é o registro e controle de entradas e saídas de uma empresa, seja ela de qualquer porte. Ele demonstra suas receitas e despesas, sendo elas listadas em contas a pagar e valores a receber. Seus pagamentos e recebimentos são lançados em um controle diário de fluxo de caixa, já os pagamentos e recebimentos previstos são registrados em uma projeção de fluxo de caixa. Para ZDANOWICZ (1998, p.33), “o fluxo de caixa é o instrumento que permite demonstrar as operações financeiras que são realizadas pela empresa”, o que possibilita melhores análises e tomadas de decisões quanto à aplicação dos recursos financeiros que a empresa dispõe. Essa ferramenta é indispensável, pois através dela é que se pode tomar decisões mais propícias para o negócio, também ela permite ver algumas áreas que estão "sugando" mais dinheiro do que o permitido. A planilha do fluxo de caixa que é um demonstrativo dinâmico dá uma visão real do que está acontecendo na empresa e também dos problemas que a instituição pode ter com suas vendas e recebimentos. Segundo GITMAN (1997, p.75): “fornece um resumo dos fluxos de caixa da empresa relativos às atividades operacionais, de investimento e de financiamento e reconcilia-os com as variações em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão” E ainda para complementar a idéia de GITMAN, MARTINS (2008, p.16) argumenta que: “O balanço e a demonstração de resultados, se elaborados à luz do custo histórico e na ausência de inflação, são a distribuição lógica e racional ao longo do tempo do fluxo de caixa da empresa.” 13 IUDÍCIBUS e MARION (2006, p.218) argumentam que a DFC “demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa em um determinado período e o resultado desse fluxo”, onde o caixa engloba as contas patrimoniais de Caixa e Bancos, evidenciando as entradas e saídas de valores monetários no decorrer das operações que ocorrem ao longo do tempo nas organizações. O Fluxo de Caixa é evidenciado através da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), que está prevista na Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Nº 3.8 sendo uma demonstração de grande importância para a análise da empresa, pois ela mostra as modificações financeiras ocorridas na entidade. A DFC de acordo com a NBC 3.8 é discriminada em três grupos. São eles: 1. Os fluxos das atividades operacionais: são atividades que geram receitas da entidade e outras atividades de investimento e financiamento. 2. Os fluxos das atividades de financiamento: são atividades que alteram o patrimônio líquido e empréstimos a pagar da empresa. 3. Os fluxos das atividades de investimentos: são vendas do ativo de longo prazo e investimentos que representam o valor gasto destinado a gerar receitas futuras. A boa gestão do fluxo de caixa depende de algumas medidas para o melhor aproveitamento e destinação dos recursos disponíveis na entidade. Algumas considerações podem ser feitas, no intuito de se fazer a utilização do fluxo de caixa de maneira eficiente: 1- A checagem constante das informações lançadas, procurando ser o mais realista o possível. Normalmente, o empresário não leva em consideração que contas serão mais difíceis de receber, por exemplo. 2- Procurar fazer uma reserva para os imprevistos, por mais contraditório que pareça. Esse tipo de previsão será mais fácil de fazer à medida que o gestor se familiarizar com seus gastos usuais, mas é necessário alocar um valor para essas surpresas 14 desde o começo da elaboração do fluxo de caixa e também ajustes devem ser feitos à medida que se conhece melhor seu negócio. 3- Não se deve retirar dinheiro para pró-labore ou despesas pessoais sem lançá-las rigorosamente no fluxo de caixa. Este é um erro comum e muito danoso em empresas de pequeno porte. 4- É muito importante uma verificação, revisão e conferencia de todas as previsões, pois a manutenção e o acompanhamento planilhas precisam deixar as informações sempre atualizadas. A figura abaixo mostra que o fluxo de caixa sofre influencia de fatores internos e externos à organização, estando ligado a todas as operações e fatos ocorridos dentro da instituição, sendo dinâmica e alterada a partir a cada instante. Figura 1: Demonstração do Fluxo de Caixa ___________________________________________________________________________________ Fonte: ZDANOWICZ (1998) – adaptado pelas autoras 15 Portanto, é indispensável à utilização dessa ferramenta gerencial nas empresas ou mesmo em qualquer lugar, como por exemplo, nas residências das pessoas, desde que ela seja usada de forma correta para ajudar a entidade ou a quem a usa. 2.1. Um breve histórico da DFC A Demonstração do Fluxo de Caixa é bem mais antiga do que se pensava. Segundo MARION (2001), se retroagirmos a 4000 a.C. teremos, provavelmente, o início da Contabilidade, no qual encontramos os primeiros inventários voltados para a atividade econômica da época: o pastoreio. No final do século XIX, os banqueiros americanos solicitavam o balanço patrimonial de empresas que os procuravam para fazer empréstimos, e partir desta pratica é que surgiram as primeiras considerações e praticas acerca da Análise de Balanço. Os primeiros países que obrigaram as empresas a apresentar a DFC como um instrumento de análise de demonstração e avaliação financeira foram respectivamente: Canadá (1985), EUA (1987) e o Reino Unido (1991). O Brasil passou a utilizar a DFC apenas a partir de 1992. Ela foi regulamentada a partir de 01 de janeiro de 2008, em substituição a DOAR pela Lei nº 11.638/07 que alterou dispositivos da Lei nº 6.404/76. O Balanço Patrimonial é regulamentado desde 1976 através da Lei Nº 6404 em seu artigo Nº 178 e a Demonstração do Resultado do Exercício é regulamentada pelo artigo Nº 187 da mesma Lei Nº 6404. A Lei Nº 11638/2007 substituiu a partir de janeiro de 2008 a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) pela Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) e a Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). A mesma Lei Nº 11638/2007 incluiu da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) como obrigatória para as companhias abertas. 16 2.2. Objetivo da DFC O objetivo da DFC é que os empresários consigam visualizar como está o seu planejamento financeiro para tomar decisões em suas entidades. Os principais objetivos da DFC são destacados por lUDÍCIBUS, MARTINS e GELBCKE (2003, p. 398): 1. A capacidade de a empresa gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa; 2. A capacidade de a empresa honrar seus compromissos, pagar dividendos e retornar empréstimos obtidos; 3. A liquidez, a solvência e a flexibilidade financeira da empresa; 4. A taxa de conversão de lucro em caixa; 5. O desempenho operacional de diferentes empresas, por eliminar os efeitos de distintos tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos; 6. O grau de precisão de estimativas passadas de fluxos futuros de caixa; 7. Os efeitos, sobre a posição financeira da empresa, das transações de investimento e de financiamento, etc. Segundo MATARAZZO, (2003) além desses, outra finalidade é a de utilizar a DFC como forma de averiguação sobre os caixas excedentes, verificando se estes estão sendo aplicados corretamente. Podemos dizer que a DFC como um demonstrativo contábil tenta evidenciar o fluxo de pagamentos e recebimentos, por um determinado período para uma entidade. 17 3. IMPORTANCIA DO FLUXO DE CAIXA As demonstrações contábeis normalmente são consideradas dinâmicas, pois segundo MARION e IUDÍCIBUS, apenas o Balanço Patrimonial é uma demonstração estática. Esta ferramenta proporciona a melhor elaboração de planejamento financeiro, devendo ser revista e atualizada no processo de tomada de decisões. Seu planejamento contribui para os administradores financeiros, pois assim eles estarão aptos para qualquer imprevisto em suas empresas e ainda avaliar e honrar seus compromissos em longo ou curto prazo. É importante ressaltar que ela mostra a real condição do que está ocorrendo na empresa, lhe informado se há problemas ou não, além de ser uma ferramenta de utilização de nível mundial, também evidencia como se gerou caixa e como se gastou o recurso gerado. Para o IASB as informações sobre o fluxo de caixa têm sua importância: Quando utilizada em conjunto com as demais demonstrações contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma empresa, sua estrutura financeira (inclusive sua liquidez e solvência) e sua habilidade para afetar as importâncias e prazos dos fluxos de caixa a fim de adaptá-los as mudanças nas circunstâncias e as oportunidades; • São úteis para avaliar a capacidade da empresa em produzir recursos de caixa e valores equivalentes e habilitar os usuários a desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente e futuro de caixa de diferentes empresas; • Aumenta a comparabilidade dos relatórios de desempenho operacional por diferentes empresas, porque elimina os efeitos decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis para as mesmas transações e eventos; • Possibilita o uso das informações históricas sobre o fluxo de caixa como indicador da importância, época e certeza de futuros fluxos de caixa; 18 • É útil para conferir a exatidão de avaliações anteriormente feitas de futuros fluxos de caixa e examinar a relação entre a lucratividade e o fluxo de caixa líquido, e o impacto de variações de preço. A DFC concede a elaboração de um planejamento financeiro, pois não é certo excesso de Caixa em uma economia inflacionária. Através de um planejamento financeiro pode-se saber quando aplicar no mercado financeiro e saber o quanto de montante será utilizado para cobrir a falta de fundos, assim evitando a má gestão financeira e proporcionando um melhor rendimento à empresa. Para YOSHITAKE (1997) o fluxo de caixa é um esquema que representa os benefícios e os dispêndios ao longo do tempo. E sua gestão visa fundamentalmente manter certo nível de liquidez imediata, para fazer frente à incerteza associada ao fluxo de recebimento e pagamento. Portanto, a utilização do fluxo de caixa é algo indispensável para as empresas, pois é através desta ferramenta que muitas decisões são tomadas com relação à investimentos, prazos de pagamentos e recebimentos. 19 4. FLUXO DE CAIXA: ALGUMAS FORMAS DE ELABORAÇÃO O Fluxo de Caixa de acordo com YOSHITAKE e HOJI (1997, p. 153), basicamente mostra os seguintes itens: a) Entradas b) Saídas c) Diferença (a – b) d) Saldo Inicial e) Saldo Final (c + d) A partir da pesquisa em sites da área contábil, artigos científicos e trabalhos monográficos e ainda na Legislação contábil, pode-se afirmar que há várias formas de se apresentar o Fluxo de Caixa, conforme será abordado a seguir. 4.1. Fluxo de caixa livre O fluxo de caixa livre utiliza o fluxo de caixa operacional, ou seja, o fluxo proveniente das operações da empresa após os impostos sem considerar a estrutura de financiamento da empresa (empréstimos). É o total de dinheiro disponível na empresa após considerar os investimentos (ativos permanentes) e necessidades de capital de giro, assumindo que não existe pagamento de juros (despesas financeiras). Deve ser adicionando também as despesas que não geram saídas de caixa, por exemplo, a depreciação e a amortização. Conforme COPELAND (1990) O fluxo de caixa livre de uma empresa deve ser igual ao seu fluxo de caixa de financiamento. Ou seja, o total de dinheiro gerado pelas operações da empresa (mais fluxo de caixa não-operacional, se existir) precisa ser igual ao pagamento líquido para todos os credores e acionistas da empresa. Caso o fluxo de caixa livre seja negativo, ele precisa ser igual aos investimentos (descontados impostos) providos pelos credores e acionistas. 20 O fluxo de caixa livre pode ser calculado da seguinte forma: Saldo Inicial + Entradas – Saídas = Saldo Final Tabela 1: MODELO DE FLUXO DE CAIXA LIVRE (=) Receitas líquidas de vendas (-) Custo de vendas (-) Despesas Operacionais (=) Lucro antes de juros e impostos sobre o lucro (EBIT) (+) Ajuste de despesas operacionais que não promovem saída de caixa (=) Lucro antes de juros, impostos sobre o lucro, depreciação, amortização e exaustão (EBITDA) (-) Impostos sobre o lucro (=) Caixa Gerado pelas operações (-) Investimentos Permanentes Circulantes (Capital de Giro) (=) Fluxo de Caixa Livre FONTE: http://www.pablo.prof.ufu.br/artigos/cbc3.pdf, acesso em: 15/05/2010 – adaptado pelas autoras. 21 4.2. Fluxo de caixa direto O método direto mostra os recebimentos e pagamentos das atividades operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado. Mostra efetivamente as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período. Neste método, são relacionados os seguintes tipos de recebimentos e pagamentos: a) clientes; b) juros, lucros e dividendos; c) fornecedores; d) empregados e encargos sociais; e) tributos sobre operações; f) tributos sobre lucros. Tabela 2: Demonstração do fluxo de caixa - Método direto INGRESSOS DE RECURSOS Recebimentos de clientes xx Pagamentos a fornecedores (xx) Despesas administrativas e comerciais (xx) Despesas financeiras (xx) Impostos (xx) Mão-de-obra direta (xx) (=) Ingressos de recursos provenientes das operações xx Recebimentos por vendas do imobilizado xx (=) Total dos ingressos dos recursos financeiros xx 22 DESTINAÇÕES DE RECURSOS Aquisição de bens do imobilizado xx Pagamentos de Empréstimos bancários xx (=) Total das destinações de recursos financeiros xx Variação líquida de Disponibilidades xx (+) Saldo inicial xx (=) Saldo final de Disponibilidade FONTE: www.milenio.com.br/siqueira/Trab.056.doc. acesso em: 13/06/2010 adaptado pelas autoras 4.3. Fluxo de caixa indireto O método indireto é aquele que a partir do lucro líquido são demonstrados recursos provenientes das atividades operacionais, ajustado pelos itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa da empresa. O método indireto é relacionado por: a) ajuste do lucro ou prejuízo líquido, pelos efeitos das transações que não envolvem caixa ou equivalente de caixa, como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente, e itens da receita ou despesa relativa a fluxos de caixa de atividades de investimento ou financiamento; b) movimentação líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como: estoques, contas a receber, tributos e contas a pagar; c) movimentação líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos. 23 Tabela 3: Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto ORIGENS Lucro líquido do exercício xx Mais: Depreciações xx Aumento em imposto de renda a pagar xx Aumento em fornecedores xx Menos: Aumento em clientes (xx) (=) Caixa gerado pelas operações xx Venda do Imobilizado xx (=) Total dos ingressos de Disponibilidade xx APLICAÇÕES Pagamento de Empréstimos bancários xx Aquisição de Imobilizado xx (=) Total das aplicações de Disponibilidades xx Variação líquida das Disponibilidades xx (+) Saldo inicial xx (=) Saldo final das Disponibilidades xx FONTE: www.milenio.com.br/siqueira/Trab.056.doc. acesso em: 13/06/2010 adaptado pelas autoras. 4.4 Fluxo de Caixa Projetado Seu principal objetivo é projetar o fluxo das entradas e saídas de recursos financeiros de um período futuro, podendo ser projetado a curto ou a longo prazo. Quando este é elaborado em curto prazo busca identificar: os excessos de caixa ou a escassez de recursos dentro do período projetado, para que através dessas informações se possa traçar uma adequada política financeira; 24 Quando este é elaborado em longo prazo busca-se identificar: verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários para custear suas operações; determinar o capital em giro no período; determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa. (IEF = capital em giro / capital de giro da empresa); determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa; etc. Tabela 4: Demonstração do Fluxo de Caixa Projetado ___________________________________________________________________ FONTE: http://img.efetividade.net/img/fluxo-caixa-1.png, acesso em: 01/07/2010 – adaptado pelas autoras. 25 5. O SURGIMENTO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Não há nas publicações do meio científico uma origem exata de quando surgiram as pequenas e micros empresas. Segundo Lacorte elas ganharam destaque em 1973 na crise do petróleo e na queda do Muro de Berlim em 1989 e para Figueiredo destacaram-se em 1979 de uma política desburocratização, então se pode dizer que foi no final da década de 70 e início da década de 80 o período que surgiu as pequenas e micro empresas. Muitas delas são empresas familiares, que começaram no fundo de casa, um negócio feito pela família e que foi crescendo aos poucos se transformando em pequenas empresas. Em 1984 no final da ditadura militar no Brasil, foi promulgada a Lei 7.256 de 27 de novembro que instituía no ordenamento jurídico brasileiro a microempresa devido à conclusão da necessidade de um tratamento diferenciado e benéfico para este setor tão importante através de um programa de desburocratização evidenciado pelo Decreto nº. 90.414 que dispôs sobre a criação e funcionamento do conselho de desenvolvimento das micro, pequenas e médias empresas. Durante esse período, surgiu a Constituição da República de 1988 que instituiu o principio geral da atividade econômica. Passados dez anos da publicação da primeira lei sobre as micro e pequenas empresas no Brasil, foi publicada a Lei nº 8.864, no dia 28 de março de 1994. Ela não causou grande impacto, porém esta lei inovou alguns pontos das anteriores com o aumento da receita bruta anual da microempresa, além de fazer surgir, pela primeira vez, a figura da pequena empresa, conforme previsto na Constituição Federal. Existem artigos que contem regras claras e objetivas para serem aplicados diretamente, dependendo, portanto, de regulamentação por ato do Poder Executivo através de decretos regulamentares. O art. 11 da Lei nº 8.864/94 exemplifica isso: 26 "Art. 11 - A escrituração da microempresa e da empresa de pequeno porte será simplificada, nos termos a serem dispostos pelo Poder Executivo na regulamentação desta Lei." Esta lei foi pouco aplicada, mas inovou ao aumentar o limite de receita bruta das microempresas, passando a aumentar de 96 mil para 250 mil UFIRs e, principalmente por conceituar, a figura da empresa de pequeno porte como sendo as que tivessem receita bruta igual ou inferior a 700 mil UFIRs. Com esta lei houve um tratamento diferente, às microempresas e as empresas de pequeno porte em relação aos impostos e contribuições que menciona. Reduziu, consideravelmente, a carga tributária e simplificou a forma de recolhimento dos tributos federais, possibilitando a adesão de Estados e Municípios para concessão de benefícios do ICMS e do ISS. A Lei Nº 9.317 de 5 de dezembro de 1996, a primeira publicação do governo federal sobre empresas do Simples, tinha o objetivo de regular, em conformidade com o art. 179 da Constituição Federal de 1988, o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido, aplicável às microempresas e às empresas de pequeno porte. Essa Lei foi complementada pela Lei 9.841 de 05 de outubro de 1999, data em que foi iniciada a vigência do primeiro Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, sendo regulamentado pelo Decreto 3.474 de 19 de maio de 2000 sendo denominado SIMPLES (Sistema Integrado de impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). Atualmente, está em vigor a Lei 123 de 2006 e suas posteriores alterações, pois em 01 de julho de 2007, entrou em vigor esta nova sistemática. O artigo 1º da Lei 123/2006 em seus 3 primeiros incisos especifica alguns tratamentos diferenciados concedidos às micro e pequenas empresas: o Art. 1 Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, 27 do Distrito Federal e dos Municípios, especialmente no que se refere: I – à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias; II – ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias; III – ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão. As micro e pequenas empresas têm uma grande importância na geração de postos de trabalho. No Brasil elas têm um papel importante, pois absorvem a maior parte de mão-de-obra oriunda das demissões de grandes empresas. Hoje elas representam 99% das empresas do país e mais da metade de empregos formais. É importante ressaltar que são consideradas empresas de pequeno porte aquelas que empregam de dez a quarenta e nove pessoas no comércio e serviços e de vinte a noventa e nove pessoas na indústria. E microempresas aquelas que empregam nove pessoas no ramo de atividade de comércio e serviços e até dezenove pessoas na indústria. O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como objetivo o desenvolvimento de pequenas e microempresas e estimular o empreendedorismo. Ele trabalha de forma que os pequenos negócios no Brasil tenham as melhores condições para uma evolução, contribuindo com o desenvolvimento do país, além da questão legislativa, assume uma posição importante para a capacitação e orientação de novos investimentos. Portanto pode-se dizer que essas empresas enfrentaram muitas adversidades para chegarem ao patamar em que são hoje, além de que elas fazem parte da economia do nosso país e geram muitos empregos, mas foi com a ajuda do SEBRAE que elas se desenvolveram. 28 6. FECHAMENTO PRECOCE DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS As micro e pequenas empresas representam hoje no Brasil cerca de 4,1 milhões das empresas formais, sendo 99,2% na indústria, comercio, e prestação de serviços. Representam também 20% do Produto Interno Bruto, empregando apenas 45% de seus funcionários com carteira assinada. Segundo pesquisa feita pelo SEBRAE, na atualidade, as MPEs fecham as portas antes mesmo de completar dois anos, sendo 57% no seu terceiro ano e 60% no quarto ano de existência. O fechamento destas empresas ocorre principalmente devido à falta de acesso ao sistema financeiro brasileiro, pois este não atende de forma satisfatória as suas necessidades. Isso ocorre pelo custo elevado de empréstimos e financiamentos e fortes restrições de acesso ao crédito. E ainda pode-se destacar a falta de uma cultura ou conhecimento prévio para gerenciar e administrar de maneira eficiente os recursos financeiros dessas empresas. Segundo WORLD BANK, (2003, p.15): “a questão essencial é que a desigualdade gera alocações pelas quais os pobres não têm meios de levar adiante projetos que poderiam ter um alto retorno social.” Pode-se dizer que a má gestão das pequenas e microempresas é devido a empréstimos elevados, também por não terem acesso facilitado a empréstimos, linhas de créditos e alguns serviços financeiros, pois é onde muitas empresas fecham antes mesmo de se estabelecerem de maneira efetiva e conseguirem o retorno feito no início do empreendimento. 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se considerar que o fluxo de caixa é uma ferramenta indispensável para qualquer tipo de empresa, seja ela de pequena, média ou de grande porte. A DFC para a pequena e microempresa é algo muito útil, pois é através desta ferramenta que a empresa pode visualizar se o seu negócio está conseguindo gerar caixa suficiente para honrar os compromissos financeiros assumidos e outro ponto positivo é que organiza e demonstra onde os recursos financeiros estão sendo utilizados. Muitas empresas fecham cedo por não fazerem nenhum tipo de levantamento, para que elas tenham alguma noção do que estão fazendo é necessário que os contadores ou então os próprios empresários elaborem o fluxo de caixa desde o início do negócio. Atualmente, a publicação do fluxo de caixa é obrigatória segundo a Lei Nº 11.638/2007, para que todos os interessados possam visualizar como esta sendo investido o dinheiro da empresa e ainda tomar decisões no sentido de investir ou não nestas empresas. Portanto, a empresa que pretende ser transparente e demonstrar a sua situação de liquidez para todos os interessados deve publicar a DFC independentemente se está obrigada pela legislação ou não, fazendo este ato parte de um processo de crescimento e desenvolvimento do meio empresarial no sentido de internacionalizar as relações comerciais e industriais, desenvolvendo o país. 30 REFERÊNCIAS COPELAND, Tom; KOLLER, Tim; MURRIN, Jack. Valuation: Measuring and managing the value of companies. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1990. GAZZONI, Elizabeth Inez. Fluxo de Caixa – Ferramenta de Controle Financeiro para a Pequena Empresa. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção. Florianópolis – SC. 2003. 96 páginas. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7. ed. 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NBC T 3.8 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA 3.8.1 OBJETIVOS E CONTEÚDO 3.8.1.1 Esta norma estabelece critérios e procedimentos para a elaboração e a divulgação da Demonstração do Fluxo de Caixa, devendo ser observados os seguintes aspectos: a) refletir as transações de caixa oriundas: a.1) das atividades operacionais; a.2) das atividades de investimentos; e a.3) das atividades de financiamentos. b) apresentar conciliação entre o resultado e o fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades operacionais com informações sobre os efeitos líquidos das transações operacionais e de outros eventos que afetam o resultado. c) propiciar informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa da entidade em determinado período. 3.8.1.2 As informações contidas na demonstração do fluxo de caixa, em conjunto 35 com as demais Demonstrações Contábeis, destinam-se a ajudar seus usuários a: a) avaliar a geração de caixa para pagamento de obrigações, lucros e dividendos; b) identificar necessidades de financiamento; c) identificar razões para as diferenças entre o resultado e o fluxo de caixa líquido originado das atividades operacionais; e d) identificar o efeito das transações de investimentos e financiamentos sobre a posição financeira. 3.8.2 DEFINIÇÕES 3.8.2.1 Fluxos de caixa – são ingressos e saídas de caixa e equivalentes de caixa. 3.8.2.2 Caixa – representa moeda em caixa e depósitos à vista em conta bancária. 3.8.2.3 Equivalentes de caixa – são recursos que possuem as mesmas características de liquidez de caixa e de disponibilidade imediata ou até 90 (noventa) dias e que estão sujeitos a insignificante risco de mudança de valor. Como equivalentes de caixa, devem ser consideradas as aplicações financeiras que atendam a essas condições. 3.8.2.4 Atividades operacionais – são as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades diferentes das de investimento e de financiamento. Podem ser exemplificadas pelo recebimento de vendas,pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento de funcionários, etc. 3.8.2.5 Atividades de investimentos – são aquisição e venda de ativos de longo prazo e outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa. 36 Exemplos: desembolsos para aquisição de ativo imobilizado, intangível e outros ativos de longo prazo, recebimento pela venda de ativo imobilizado, aquisição ou venda de ações ou instrumentos de dívida de outras entidades. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda. 3.8.2.6 Atividades de financiamentos – são atividades que resultam em mudanças no tamanho e na composição do patrimônio líquido e empréstimos a pagar da entidade, que representam exigências impostas a futuros fluxos de caixa pelos fornecedores de capital à entidade. Exemplos: numerário proveniente da emissão de ações ou instrumentos de capital, pagamento a investidores para adquirir ou resgatar ações da entidade, numerário proveniente da emissão de debêntures, tomada de empréstimo em curto e longo prazos, amortização de empréstimos e pagamento de arrendamento. 3.8.3 PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO 3.8.3.1 A Demonstração do Fluxo de Caixa para determinado período deve apresentar o fluxo de caixa oriundo ou aplicado nas atividades operacionais, de investimentos e de financiamentos e o seu efeito líquido sobre os saldos de caixa, conciliando seus saldos no início e no final do período. 3.8.3.2 A Demonstração do Fluxo de Caixa pode ser elaborada pelos métodos direto ou indireto, sendo incentivada a elaboração pelo método direto. 3.8.3.3 O método direto caracteriza-se por apresentar os componentes dos fluxos por seus valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos pagamentos. 37 3.8.3.4 No método direto, devem ser apresentados, no mínimo, os seguintes tipos de recebimentos e pagamentos relacionados a: a)clientes; b) juros, lucros e dividendos; c)fornecedores; d)empregados e encargos sociais; e) tributos sobre operações; f) tributos sobre lucros. 3.8.3.5 O método indireto caracteriza-se por: a) apresentar ajuste do lucro ou prejuízo líquido, pelos efeitos das transações que não envolvem caixa ou equivalente de caixa, tais como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente, quaisquer diferimentos ou provisões de recebimentos ou pagamentos operacionais, passados ou futuros, e itens da receita ou despesa relativa a fluxos de caixa de atividades de investimento ou financiamento; b) movimentação líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como: estoques, contas a receber, tributos e contas a pagar; c) movimentação líquida das contas que influenciam os fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos. 38 3.8.3.6 A conciliação do resultado com o fluxo de caixa líquido das atividades operacionais deve ser demonstrada tanto pelo método direto como pelo método indireto. Todos os ajustes de conciliação entre o resultado e o caixa gerado pelas atividades operacionais devem ser, claramente, identificados como itens de conciliação. 3.8.3.7 Determinados recebimentos ou pagamentos de caixa podem ter características que se enquadrem tanto no fluxo de caixa das atividades operacionais, como nas atividades de financiamentos ou nas atividades de investimentos. Se for o caso, a classificação apropriada deve levar em consideração qual atividade é predominante na geração do fluxo de caixa. Por exemplo, as transações envolvendo imóveis, geralmente, são consideradas como atividades de investimentos. Todavia, se um imóvel é adquirido com o objetivo de revenda, o fluxo de caixa gerado por essa transação é considerado como operacional, por possuir a característica de estoques, como numa entidade do ramo imobiliário. 3.8.3.8 Informações sobre atividades de investimentos e de financiamentos que resultaram em reconhecimento de um ativo ou de um passivo, mas que não resultaram em pagamentos ou recebimentos de caixa, não devem ser incluídas na Demonstração do Fluxo de Caixa. Exemplo: aquisições de ativos por meio de um passivo de arrendamento e aquisição de uma investida via emissão de ações da empresa. 3.8.3.9 Apenas as transações que afetam o fluxo de caixa devem ser apresentadas na demonstração dos fluxos de caixa.