UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO Avaliação da Importância da Demonstração de Fluxo de Caixa na Tomada de Decisões Financeiras na Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA (2010 - 2012) De: ISSUFO ABDULAY TEIXEIRA DA SILVA Dissertação Apresentada Como Exigência Parcial Para Obtenção do Grau de Mestrado em Contabilidade e Auditoria (MCA) à Comissão Julgadora da Universidade Católica de Moçambique BEIRA MARÇO, 2014 I DEDICATÓRIA Dedico esta Pesquisa a minha esposa Guinelza e ao meu filho Alttuaf, pela ausência que a mesma me fez prescindir da companhia de ambos. II AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, quero agradecer ao Louvado DEUS, que tem atendido as minhas preces e me mantido firme e saudável para a continuação da minha viajem neste Mundo. À minha querida esposa Guinelza Parreirão, aos meus País João Teixeira da Silva e Cagimala Amido da Silva e aos meus irmãos, que têm rogado a DEUS afim de me conceder a oportunidade de ir cada vez mais longe a procura de conhecimento. Ao Dr. Tuarique e Dr. Aufe, pelo todo apoio em todos os aspectos. Ao Dr. Alfandega Manjoro e a Dra. Albertina Celestina Ribáue, pelas suas contribuições em todos aspectos para que eu pudesse atingir este nível bem como por ter despertado em mim o caminho de ensinar e aprender cada vez mais. Aos colegas da turma, especialmente ao Mambico e Fernando e do serviço, Dr. Armando, Dra. Amina, Dra. Felecidade, Dra. Leonor e Dra. Daiate e a todos que directa e indirectamente contribuiram na realização da presente pesquisa. Ao Dr. Abudo Issufo Amade, pelo acompanhamento até então de todo meu processo da minha aprendizagem no ensino superior e pelas críticas no sentido de aumentar cada vez mais o nível de conhecimento e ser um bom profissional. E por fim, quero dirigir os especiais agradecimentos ao meu supervisor, Dr. Leote Banze, cujo suas contribuições até ao momento de entrega deste trabalho ou seja desde o projecto, a pesquisa no terreno e a dissertação desta, foram bastante importantes a prossecução do objectivo desejado. III SUMÁRIO EXECUTIVO A presente pesquisa faz uma análise da importância da demonstração de fluxo de caixa. O objectivo da pesquisa consiste na avaliação da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) na tomada de decisões financeiras. A escolha deste tema, está ligado na introdução deste demonstrativo em Moçambique e ainda na verificação da dificuldade das empresas moçambicanas em distinguir o lucro económico do lucro financeiro ou seja ter lucro e ter dinheiro. Neste caso, partindo de que o tal lucro é ilustrado pela Demonstração de resultados e o dinheiro pela DFC, procurou-se pesquisar a importância da DFC e a diferença das decisões financeiras tomadas por via de utilização de um deste demostrativos, visto que ambos ilustram realidades diferentes. No entanto, para se chegar a conclusão foram pesquisadas duas empresas, denominadas por Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA. Devido a característica da pesquisa, considera-se de carácter qualitativo com uma abordagem exploratória. Portanto, da pesquisa foi possível verificar que a tomada de qualquer dicisão financeira, a escolha e a utilização de demonstrativo financeiro adequado é pertinente para a eficiência e a eficácia da mesma. Deste modo, concluíu-se que a DFC é bastante importante neste processo, pois para além de ditar a realidade financeira, determina se a empresa pode ou não recorrer a um finaciamento caso as actividades operacionais da empresa não consigam gerar fluxos para financiar as outras actividades. Às empresas pesquisadas, começando pela Transporte Kanimambo, Limitada, recomenda-se a instalação de um sistema de contabilidade inovado que lhes ajude a elab`orar a DFC de forma mais fácil e a Companhia de Açucar, recomenda-se o mesmo e ainda o mais envolvimento da direcção local no processo de decisões financeiras estratégicas e na formação do pessoal ligado a contabilidade e adminstração financeira no processo de elaboração de DFC. Palavras Chaves: Fluxos de Caixa, Lucros, Prejuízo, caixa e seus equivalente, decisão financeira, liquidez e solvência. IV ÍNDICE DECLARAÇÃO ....................................................................... Error! Bookmark not defined. DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ II AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. III SUMÁRIO EXECUTIVO ........................................................................................................ IV LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... VIII LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. IX LISTA DE APÊNDICES .......................................................................................................... X LISTA DE EQUAÇÕES .......................................................................................................... XI LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ............................................................................ XII GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... XIV CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1 1.1 Introdução ......................................................................................................................... 1 1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 4 1.3 Objectivos do Estudo ........................................................................................................ 5 1.3.1 Objectivo Geral .......................................................................................................... 5 1.3.2 Objectivos Específicos ............................................................................................... 6 1.4 Definição do Problema ..................................................................................................... 6 1.5 Questões de Pesquisa ........................................................................................................ 7 1.6 Delimitação do Estudo ...................................................................................................... 7 1.7 Limitação do Estudo ......................................................................................................... 8 1.8 Organização da Pesquisa .................................................................................................. 8 CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 10 2.1 Introdução ....................................................................................................................... 10 2.2 Literatura Teórica ........................................................................................................... 10 2.2.1 Evolução do Sistema de Contabilidade Empresarial de Moçambique ..................... 10 2.2.2 Importância da Informação Financeira .................................................................... 12 V 2.2.3 As Decisões Financeiras........................................................................................... 14 2.2.4 Planeamento Financeiro e Necessidade de Financiamento ...................................... 15 2.2.5 Demonstrações Financeiras ...................................................................................... 20 2.2.6 Usuários das Demonstrações Financeiras ................................................................ 24 2.2.7 Demonstração de Fluxos de Caixa ........................................................................... 26 2.2.8 Componentes da Demonstração de Fluxos de Caixa ............................................... 29 2.2.9 Método de Elaboração das Demonstrações de Fluxos de Caixa ............................. 32 2.3 Literatura Empírica ......................................................................................................... 35 2.3.1 Demonstrações de Fluxo de Caixa no Brasil ........................................................... 35 2.3.2 Demonstração de Fluxo de Caixa em Portugal ........................................................ 40 2.3.3 Demonstração de Fluxo de Caixa em Cabo Verde .................................................. 44 2.4 Literatura Focalizada ...................................................................................................... 46 2.4.1 Estudos Sobre a Demonstração de Fluxo de Caixa em Moçambique ...................... 47 CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................. 49 3.1 Introdução ....................................................................................................................... 49 3.2 Desenho da Pesquisa ....................................................................................................... 49 3.3 Definição da População de Estudo ................................................................................. 53 3.4 Processo de amostragem ................................................................................................. 56 3.5 Método de Coleta de dados ............................................................................................. 57 3.5.1 Dados Primários ....................................................................................................... 57 3.5.2 Dados Secundários ................................................................................................... 58 3.6 Análise de Dados ............................................................................................................ 59 CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ........................................... 61 4.1 Introdução ....................................................................................................................... 61 4.2 Perfil dos Entrevistados na População de Estudo ........................................................... 61 4.3 A Elaboração das Demonstrações Financeiras nas Empresas ........................................ 62 4.3.1. Tipos de Df’s Elaboradas no Período de 2010 à 2012 ............................................ 62 VI 4.3.2 Nível de solicitação das Demonstrações Financeiras ............................................... 65 4.3.3 Nível de Relevância das Demonstrações Financeiras .............................................. 69 4.4 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Transporte Kanimambo, Limitada 72 4.4.1 Decisão de Investimento Operacional ...................................................................... 73 4.4.2 Decisão de Investimento de Capital ......................................................................... 74 4.4.3 Decisão Financiamento ............................................................................................ 75 4.5 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Companhia Industrial de Açucar, SA ......................................................................................................................................... 76 4.5.1 Decisão de Investimento Operacional ...................................................................... 77 4.5.2 Decisão de Investimento de Capital ......................................................................... 77 4.5.3 Decisão de Financiamento ....................................................................................... 78 4.6 Comparação do Processo de Tomada de Decisão........................................................... 79 4.6.1 Transporte Kanimambo, Limitada Versus Companhia Industrial de Açucar, SA ....... 79 4.6.2 Moçambique Versus Brazil ......................................................................................... 80 4.6.3 Moçambique Versus Cabo Verde ................................................................................ 80 4.7 A Importância da Demonstração de Fluxo de Caixa ...................................................... 81 CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E RECOMEDAÇÕES DA PESQUISA ............................... 83 5.1 Introdução ....................................................................................................................... 83 5.2 Conclusões ...................................................................................................................... 83 5.3 Recomendações .............................................................................................................. 85 5.3.1 À Transporte Kanimambo, Limitada ....................................................................... 85 5.3.2 À Companhia Industrial de Açucar, SA ................................................................... 85 5.3.3 Ao Governo .............................................................................................................. 86 5.3.4 Aos futuros pesquisadores ........................................................................................ 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 87 APÊNDICES ............................................................................................................................ 91 ROTEIRO PARA ENTREVISTA ........................................................................................... 95 VII LISTA DE TABELAS Tabela 2.1: Resumo da evolução da contabilidade em Moçambique....................................... 12 Tabela 2.2: Formato geral de orçamento de caixa .................................................................... 19 Tabela 2.3: Classificação das Empresas ................................................................................... 21 Tabela 2.4: Formas de Apurar o Resultado .............................................................................. 23 VIII LISTA DE FIGURAS Figura 2.1: Tipo de Decisões .................................................................................................... 14 Figura 2.2: Necessidade de Financiamento .............................................................................. 18 Figura 2.3: Usuários das Demonstrações Financeiras .............................................................. 24 Figura 2.4: Método de conversão da informação de regime de acréscimo à de caixa ............. 28 Figura 3.1: Perspectiva na investigação qualitativa.................................................................. 55 Figura 4.1: Nivel de solicitação das DF’s................................................................................. 68 Figura 4.2: Nivel de relevância das DF’s ................................................................................. 71 IX LISTA DE APÊNDICES Apêndice 2.1: Balanço Patrimonial .......................................................................................... 91 Apêndice 2.2: Demonstração de Fluxos de Caixa – Método Indirecto .................................... 92 Apêndice 2.3 : Demonstração de Fluxos de Caixa – Método directo ...................................... 93 Apêndice 4.1: DF’s elaboradas na Transporte Kanimambo, Limitada, 2010 – 2012..............94 Apêndice 4.2: DF’s elaboradas na Companhia Industrial de Açucar, SA 2010 - 2012 ........... 94 Apêndice 4.3: Solicitação das Demonstrações financeiras, 2010 - 2012 ................................. 94 Apêndice 4.4: Relevância das Demonstrações financeiras, 2010 – 2012 ................................ 94 Apêndice 4.5: Roteiro de Entrevista ......................................................................................... 95 X LISTA DE EQUAÇÕES Equação 2.1: FAN ................................................................................................................... 17 XI LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa DF’s – Demonstrações financeiras DFC – Demonstração de fluxos de caixa DFC’s – Demonstrações de fluxos de caixa DOAF – Demonstração de Origens e Aplicação de Fundos DOAR – Demonstração das origens e aplicações de recursos DRE – Demonstração de resultados DACAP – Demonstração de alteração de capital próprio FCDF – Fluxo de caixa descontado para firma IAS – International Accounting Standards IASB – International accounting standard board IASC – Internatinal accounting standard committee IFAC – International Federation Of Accountants IFRS – International financial reporting standards MOAF – Mapa de Origem e Aplicação de Fundos NCRF – Normas de contabilidade e relato financeiro NIC’s – Normas internacionais de Contabilidade NIRF – Norma Internacional de relato financeiro NIRF’s – Normas internacionasis de relato financeiro OCAM – Ordem dos contabilistas e auditores PGC-NIRF – Plano geral de contabilidade baseado em normas internacionais de relato financeiro. PGC-PE – Plano geral de contabilidade para pequenas empresas POC – Plano Oficial de Contabilidade SCE – Sistema de contabilidade do sector empresarial SNC – Sistema de Normalização Contabilística XII XIII GLOSSÁRIO Activo – é um recurso controlado pela empresa de que se espera um in fluxo de benefícios económicos futuros para a empresa, originado por eventos passados. Caixa – compreende o dinheiro em caixa e em depósitos àordem. Equivalentes de caixa – são investimentos de curto prazo, altamente líquidos, que sejam prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de alterações de valor. Desenvolvimento – é aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de outros conhecimentos a um plano ou concepção para a produção de materiais, mecanismos, aparelhos, processos, sistemas ou serviços, novos ou substancialmente melhorados, antes do início da produção comercial ou uso. Ex fluxos de caixa – saida de dinheiro. Fluxos de caixa – são fluxos de entradas e fluxos de saídas de caixa e equivalentes de caixa. Forward – trata –se de um acordo, entre duas partes, para comprar ou vender um determinado bem ou activo, numa determinada data futura e a um determinado preço (ambos fixados no momento do contrato. Gastos – são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico na forma de ex fluxos ou deperecimento de activos ou na incorrência de passivos que resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições aos participantes no capital próprio. Goodwill – activo que representa benefícios económicos futuros resultantes de outros activos adquiridos numa concentração de actividades empresariais que não são individualmente identificados e separadamente reconhecidos. In fluxos caixa – entrada de dinheiro. XIV Investimento de capital – é um desembolso de fundos pela empresa, do qual se espera a obtenção de benefícios por um prazo superior a um ano. Investimento operacional – é um gasto efectuado pela empresa que resulta em benefícios a serem recebidos dentro de um ano. Know-how – conhecimento e/ ou experiência específicos. Lucro contabilístico – é o resultado líquido de um período antes da dedução do gasto de imposto. Mercado de capital – mercado em que são negociados fundos de capital. Mercado de títulos representativos de dívida e mercado acionário. Orçamento – são dados financeiros projectados, os quais, são comparados com os dados reais observados. Passivo – abrange um conjunto de obrigações presente da empresa de que se espera um ex fluxo de recursos da empresa, originado por eventos passados. Período contabilístico – espaço de tempo abrangido pelas demonstrações financeiras. Pesquisa – é a investigação original e planeada levada a efeito com perspectiva de obter novos conhecimentos científicos ou técnicos. Princípio de competência/ base de acréscimo – na elaboração de demonstrações financeiras reconhece a receita no momento da venda e as despesas quando incorridas. Regime de caixa/ Base de caixa – reconhece a receita e as despesas somente quando ocorrem as efectivas entradas e saídas de caixa. Rendimentos - são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico, na forma de in fluxos ou melhorias de activos ou de diminuições de passivos que resultem em XV aumentos no capital próprio, que não sejam relacionados com as contribuições dos participantes no capital próprio. Solvabilidade – provém da palavra solvável, diz respeito à capacidade de pagamento da empresa, isto é, uma empresa solvável é a que consegue saldar suas dívidas. Stakeholders – neologismo americano derivado de stockholders (accionistas) para representar participantes que estejam envolvidos afectivamente com a organização, entre os quais se incluem clientes, traballhadores, accionistas, fornecedores a sociedade. Swaps – operações de trocas dos resultados financeiros decorrentes da aplicação de taxas ou índices sobre activos e passivos utilizados como referenciais. Significa troca ou permuta e é uma estratégica financeira por meio da qual duas partes acordam trocar fluxos de pagamentos futuros, respeitando uma fórmula preestabelecida. Tomada de decisão – processo de discutir objectivos e soluções possíveis e, escolha da melhor opção. XVI CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO A presente secção, constitui o ponto de partida da pesquisa realizada. Assim, para além de uma breve introdução, explica-se claramente as premissas que deram origem a sua realização e os objectivos traçados. Do mesmo modo, com vista a clarificar o foco principal da pesquisa, nesta componente são apresentadas as questões e posteriormente é feita a delimitação do tema pesquisado. E por fim, refere-se as limitações decorrentes aquando da realização da pesquisa e a forma como estão organizados os elementos que fizeram parte da mesma. 1.1 Introdução O marco histórico do surgimento da contabilidade está directamente ligado a necessidade de suprir as limitações da memória humana no controle do Património individual e ou das famílias. Mais tarde, com a descoberta e o desenvolvimento do caminho marítimo levou ao crescimento das actividades comerciais passando a contabilidade a ser utilizada como uma técnica de registo dos factos comerciais dos mercantelistas de tal forma que este fim serviu até ao momento do apogeu da era industrial. Actualmente, a contabilidade não é apenas considerada como uma técnica mas sim uma ferramenta importante para os stakeholders (internos e externos). Contudo, a informação fornecida por este instrumento nem sempre é suficiente e adequada para tomada de todo tipo de decisões na empresa. Mas, a contabilidade para os administradores financeiros fornece informações cruciais e mecanismos para tomada de decisões financeiras de grande relevância na continuidade da empresa. Nesta ordem de ideia, Brigham e Ehrhardt (2010), afirmam que a contabilidade é usada para manter os registos e se os administradores financeiros não os conhecerem, estes não saberão se seus actos são apropriados. A nível mundial, devido a adopção de modelos diferentes de contabilidade, nomeadamente, Europeu-continental e Anglo-saxónico em diferentes Países, faz com que as informações produzidas e fornecidas para a administração da empresa para o efeito de tomada de decisão tenham utilidades bem distintas. Ou seja, o modelo Europeu-Continental estando subordinado 1 ao fisco e aos credores, a informação contabilística deve servir os intereses destes, pelo que o lucro está em primeiro lugar. Devido a esta característica e ainda pela aplicação do princípio de especialização de exercício (base de acréscimo), torna difícil a tomada de decisões financeiras adequadas por parte dos adminstradores da empresa. Enquanto que, as informações fornecidas no modelo Anglo-saxónico tem mais utilidade para administradores, a medida que estas apresentam-se de forma a permiti-los a tomar decisões que não têm nada haver com o fisco mas sim com o crescimento da empresa. Deste modo, diz-se que este modelo serve os interesses dos investidores da empresa, pois nele encontra-se patente o regime de caixa onde a maior preocupação está em obter e manter o caixa e seus equivalentes de modo a continuar gerar lucros e acrescer a capacidade de liquidez da empresa. Moçambique, tendo sofrido influência do modelo da Europa-Continental, devido a ligação com o Portugal, até 2009 as demonstrações financeiras elaboradas obdeciam praticamente a único princípio, princípio de competência ou da base de acréscimo. Este facto, veio criar uma cultura de uso do lucro contabílistico resultante da demonstração de resultados (DRE) para a tomada de qualquer tipo de decisão por parte dos utilizadores incluindo o administrador financeiro. Todavia, as decisões financeiras não podem apenas considerar o lucro económico proveniente da DRE mas sim, o lucro financeiro, cujo sua proveniência é determinada pelo princípio de caixa ou base de caixa e a sua demonstração é por via da demonstração de fluxo de caixa. Com o intuito de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras (DF’s) das empresas nacionais e torná-las mais competetivas independentemente da sua situação económica, lucro ou prejuízo, Moçambique através do Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro introduziu no lote das DF’s o mapa de demonstração fluxo de caixa (DFC) como um elemento obrigatório para as empresas que forem adoptar o Plano Geral de Contabilidade baseado em Norma Internacionais de Contabilidade (PGC –NIRF). Este mapa, mostra principalmente os movimentos (in fluxos e ex fluxos) de caixa e seus equivalentes e a capacidade da empresa em proporcionar valores aos seus credores e investidores, expandir as suas actividade por meio de investimentos operacionais e de capital, mesmo que não tenham lucros. Assim, a DFC com respeito ao regime de caixa, veio complementar as tarefas dos administradores financeiros. Pois, estes com as informações recolhidas neste mapa, passam a 2 saber que o facto de por exemplo ter prejuizo não é sinónimo de sua empresa estar insolvente, muito pelo contrário, pode ter uma maior capacidade de liquidez do que uma empresa que apresente lucro, pois o lucro não define a liquidez da empresa muito menos a solvabilidade. Acrescentando, Brigham e Ehrhardt (2010) , respondendo uma questão sobre o que detemina o preço das acções de uma empresa, estes, de forma resumida responderam: “.....é habilidade que a empresa tem de gerar fluxos de caixa no presente e no futuro”. Esta resposta, suscitou uma clareza em torno de algumas questões, ou seja pode-se dizer que a geração do lucro depende de existência de fluxo de caixa, muitas vezes alguns designam por capital de giro. No mesmo contexto, Simões (2009) apud Silva (2005) afirma o seguinte: “para a sobrevivência e sucesso de qualquer empresa, é fundamental que o Fluxo de Caixa apresente liquidez, com ou sem inflação ou recessão, de forma a cumprir com seus compromissos financeiros, e que suas operações tenham continuidade, pois, se a empresa tem liquidez, ela pode gerar lucro. A gestão dos fluxos financeiros é tão relevante quanto a capacidade de produção e de vendas da empresa ”. Esta pesquisa procede uma avaliação da importância do mapa de fluxo de caixa para os administradores das empresas na tomada de decisões financeiras, no que diz respeito as políticas de investimentos de capital e expansão das actividades operacionais e na determinação da capacidade da empresa em cumprir com as obrigações de reembolso de financiamentos obtidos ou então a necessidade de recorrer a financiamentos. Por isso, ao longo da pesquisa procura-se responder questões ligadas a liquidez e solvabilidade das empresas e ainda a necessidade da interligação das informações das demonstrações financeiras fornecidas pela contabilidade que permitam aos administradores financeiros efectuarem uma análise financeira e económica e a consequente tomada de decisões estratégicas adequadas. E, tratando-se de uma pesquisa de carácter exploratória, caracterizada pela aplicação de métodos qualitativos, tem como base dados primários e secundários, colhidos por via de entrevista e análise de relatórios financeiros, respectivamente. Para tal, foram analisadas duas empresas cujo devido a confidencialidade das informações financeiras fornecidas por estas, foram tratadas por denominações sociais fectícias. 3 De referir que, de modo a sustentar os fundamentos da pesquisa efectuou-se uma busca bibliográfica (livros, dissertações, artigos científico), com proveniência credível e científica, tendo-se recorrido a manuais de contabilidade, administração e gestão financeira, a legislação e aos pronunciamentos técnicos da matéria de contabilidade. Deste modo, os dados obtidos, foram compilados e processados, e por fim analisados e extraidos as respectivas conclusões sobre o papel desempenhado pela DFC nestas empresas, e a sua superioridade na tomada de decisões financeiras relativamente ao DRE. 1.2 Justificativa O tema pesquisado é de grande importância, por vários motivos. Primeiro, Moçambique ao introduzir as Normas Internacionais na conjuntura contabilística nacional tinha por objectivo que as DF’s elaboradas no âmbito nacional tivessem uma maior aceitação a nível global, principalmente na esfera do Mercado Nacional e Internacional de Capital. Dai que, a pesquisa vem ajudar o Governo bem como à actual Ordem dos Contabilistas de Moçambique (OCAM) na concretização das suas políticas, inclinadas ao desenvolvimento do Mercado de Capital moçambicano e na aceitação da qualidade da prática contabilistica nacional ao nível da International Federation of Accountants (IFAC)1. Segundo, no que diz respeito ao sector empresarial de Moçambique a pesquisa traz uma nova forma de execução do processo de decisão em investimentos de capital nas empresas bem como operacional, permetindo um crescimento saudável e sustentável das empresas moçambicanas. Pois, esta realça a importância de um demonstrativo que muito pouco tem servido de ferramenta de administração financeira nas empresas moçambicanas, visto que contrariamente as recomendações da maioria dos autores de livros de finanças, estas preocupam-se mais nos lucros do que no fluxo de caixa, mantendo-se apegados aos métodos tradicionais, que consiste em verificar os lucros através da DRE e daí tomar as decisões financeiras. 1 IFAC – foi fundada em 1976, é uma federação de organizações nacionais de profissionais em contabilidades e de outros grupos especializados que interligam a esta, cujo objectivo é de desenvolver a profissão e harmonizar padrões mundiais, a fim de permitir aos contadores fornecer serviços de alta qualidade de interesse público. 4 Sob ponto de vista do ensino, importa referir que o ensino (técnico médio profissional e superior) tem a tarefa de preparar um homem capaz de produzir decisões eficientes e eficazes para as empresas. No entanto, ao longo da experíência profissional, quer no exercício da contabilidade bem como na docência, a contabilidade e a gestão têm vindo a serem tratadas como duas área dicotómicas por profissionais e por estudantes destas àreas. Pelo que, a demonstração de fluxo de caixa sendo um instrumento de gestão a ser elaborado pela contabilidade, vem mostrar que as duas áreas não devem ser dessociadas pois tem uma complementa a outra. O pesquisador considera-se concretizado ao abordar uma ideia que surgiu por simples discussão nas aulas com os estudantes e com os colegas de profissão e da turma. Visto que, a adesão constituíu uma desafio que visava comprovar que o lucro não é sinónimo de dinheiro. E ainda, vem demonstrar que as empresa para se manterem no mercado não é necessário ter lucro mas sim dinheiro e umas podem falir mesmo com lucro enquanto as outras manteremse estáveis no mercado sem que não tenham alcançado um resultado positivo ao longo dos seus exercícios económicos. E por fim, pretende-se despertar atenção aos estudantes do curso de gestão a importância da contabilidade para sua futura profissão, pois há necessidade destes terem um certo domínio “know-how” nesta área, uma vez que não é possível efectuar uma análise financeira e ou gerir financeiramente uma empresa, de forma eficiente e eficaz com dificuldades de interpretação da informação contabilística. 1.3 Objectivos do Estudo Para melhor percepção do fim a que se pretende com o tema da presente pesquisa foi definido em primeiro o objectivo geral e por final os objectivos específicos. 1.3.1 Objectivo Geral O Objectivo geral é avaliar a importância da DFC na tomada de decisões de investimento de capital e investimento operacional e na determinação da necessidade de financiamento em situações de lucros ou prejuízos, concretamente nas empresas Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA, no período de 2010 à 2012. 5 1.3.2 Objectivos Específicos Como a pesquisa pretende –se atingir os seguintes objectivos específicos: 1. Efectuar uma análise comparativa de decisões financeiras, tomadas com base na DRE e com as que foram tomadas com a DFC; 2. Verificar e demonstrar o melhor demonstrativo para a tomada de decisões de investimento de capital, de investimento operacional e determinação da necessidade de financiamento nas empresas; 3. Demonstrar a importância da DFC na tomada de decisões de investimento de capital, de investimento operacional e na determinação da necessidade de financimento nas empresas; 4. Apresentar o processo de interligação das informações das DF’s, utilizado pelos administradores na tomada de decisões financeiras de forma prudente, eficiente e eficaz; 1.4 Definição do Problema Uma entidade dotada de personalidade jurídica (empresa individual ou colectiva) pode obter rendimento sem que tenha havido o seu respectivo recebimento e ainda pode ter um recebimento sem haver rendimento. E nestas situações, geralmente os administradores destas entidades tomam decisões financeiras que comprometem a situação financeira da empresa, pois consideram o lucro o sinónimo de liquidez e ou solvabilidade. Ou ainda, quando têm prejuízo mantêm as decisões de investimento operacional e ou de capital imobilizadas, conscientes que a empresa não está em condições de realizar os tais investimentos por falta de recursos financeiros. No entanto a falta de tomada de decisões no momento oportuno e certo, isto é, nas situações apresentadas no parágrafo anterior, deve-se ao fraco domínio de utilização (análise e interpretação) das DF’s, principalmente da DFC na tomada de decisões de investimento operacional, de capital e ainda na determinação da necessidade ou não de financiamento na empresa. E também deve-se a dificuldade de efectuar uma conjugação das informações entre os demonstrativos financeiros de modo a tomar decisões eficientes e eficazes para atingir objectivos de curto e longo prazo propostos pela empresa. 6 Assim, o problema da presente pesquisa consiste no facto dos administradores das empresas tomarem decisões com base na DRE e não DFC, confundido deste modo o lucro da liquidez ou da solvência, pelo que face a esta situação, coloca-se a seguintes questão: Será que a DFC constitui o melhor mapa na análise da liquidez e da solvência quando as empresas têm lucro ou prejuízo para consequente tomada de decisões financeiras? 1.5 Questões de Pesquisa Conforme foi referenciado anteriormente, o processo de elaboração da presente pesquisa foi precedido por várias discussões com estudantes, colegas da turma e de profissão, pelo que foi possível formular as seguintes questões de pesquisa: Qual é a importância da DFC na tomada de decisões financeiras? Qual é a diferença entre as decisões financeiras tomadas por via da DFC e da DRE? Será que a DFC é o mapa mais importante para a tomada de decisões financeiras relativamente a DRE? Qual é o processo de interligação das informações das DF’s na tomada de decisões financeiras? 1.6 Delimitação do Estudo A DFC é um documento de grande importância para os utentes da informação contabilística e financeira. Até 2009, este documento não era obrigatório nas Df’s do Sistema de contabilidade do Sector empresarial de Moçambique e nesta altura em algumas empresas, as decisões eram tomadas com base nos lucros ou prejuízos, ou seja se a empresa tivesse lucro elaborava orçamento para os investimentos em capital e investimento operacional e em caso de prejuízo procurava o financiamento. Assim, uma vez que a DFC é um elemento novo, a pesquisa avalia a importância deste demonstrativo na tomada de decisões de investimento de capital e operacional e na determinação da necessidade de financiamento nas empresas Transporte Kanimambo, Lda e Companhia Industrial de Açucar, SA, ao longo do período de 2010-2012. 7 Para tal, na pesquisa compara-se o nível de importância depositado pelas empresas a cada uma das Df’s para a tomada decisões financeiras, de modo a encontrar o melhor. E ainda, atendendo aos motivos que deram origem a pesquisa, esta demonstra a importância da DFC na empresa e as informações a serem conjugadas entre as DF’s para que decisões financeiras na empresa permitam atingir objectivos de curto e longo prazo traçados na empresa. No entanto, verifica-se a não inclusão dos exercícios económicos 2009 e 2013. Este facto, deve-se ao facto do exercício 2009, constituir o ano de aprovação, isto é, a DFC entra em vigor em um de Janeiro de 2010, contudo as Df’s referente ao exercício de 2009 para efeitos comparativos foram objecto de reclassificação e relativamente ao exercício de 2013, não foi incluído na pesquisa, porque até ao momento da realização da mesma não tinha sido encerrado. 1.7 Limitação do Estudo A realização de uma pesquisa que envolve análise de informações de carácter financeiro de uma empresa, devido aos fins inadequados que a mesma pode ser utilizada, cria um receio para o fornecimento da mesma por parte das empresas. Pelo que, a presente pesquisa não fugiu da regra, pois encarrou dificuldades na obtenção de resposta que envolvem informação de carácter confidencial e sigilosa, facto que levou ao pesquisador para além de utilizar designação fectícia às empresas alvo também teve que assumir o compromisso da mesma não ser utilizada para fins não académicas bem como para prejudicar as empresas pesquisadas. Outro facto, que limitou o estudo está ligado na dificuldade de comunicação numa das empresas com um dos elemento das população alvo (administrador financeiro). Isto devido a dificuldade da lingua com vista a interpretar alguns aspecto na entrevista, fazendo com que levasse mais tempo na empresa bem como a entrevistar mais elemento de modo a alcançar o objectivo traçado. 1.8 Organização da Pesquisa De acordo com Kumar et al (2007), o conhecimento científico e o seu bom resultado na divulgação científica, requerem um modelo de padronização, e é através de exigência que a 8 normalização de documento se torna um importante processo de comunicação científica. Assim, seguindo os padrões estabelecidos pela Universidade Católica de Moçambique, a pesquisa está composta por cinco capítulos: Capítulo I: Introdução – nesta primeira secção da pesquisa, faz-se de forma clara e objectiva, a apresentação do trabalho, seguido pela exposição dos objectivos do estudo. E como qualquer estudo, ganha interesse quando existe uma motivação, ainda nesta secção traz-s a justificativa da escolha do tema acompanhado da definição do problema que deu origem a pesquisa. E finalmente a secção é encerrada com a delimitação do tema da pesquisa e com o destaque das limitações que foram encontrados ao longo da pesquisa. Capítulo 2: Revisão da literatura – este capítulo está dividida em quatro partes. A primeira parte traz uma visão geral do capítulo, a segunda parte é a revisão da literatura teórica, onde faz-se retrospectiva da contabilidade e da DFC em Moçambqiue e ainda algumas teorias relevantes são revisadas, a parte três, revisão da literatura empírica, traz o de estudos empíricos realizados em diferentes países da CPLP (Brasil,Portugal e Cabo Verde) e da literatura focalizada vai-se trazer estudos de âmbito nacional. Capítulo 3: Metodologia de pesquisa – Esta componente da pesquisa através do desenho da pesquisa, revela os métodos e procedimentos científicos que foram utilizados para a prossecução da pesquisa. E ainda, apresenta os critérios buscados para a definição da população estudada bem como os métodos que permitiram a coleta dos primários e secundários. E por fim explica a forma como os dados foram analisados. Capítulo 4: Análise e interpretação dos dados – neste capítulo, o pesquisador analisa os dados recolhidos de forma a tirar as conclusões, de acordo com os objectivos e questões colocadas. Capítulo 5: Conclusões e recomendações da pesquisa – Assim, depois de analisados e interpretados os dados, este capítulo apresenta as conclusões das respostas dos inquéritos provenientes dos estudos nas empresas. E por último, a pesquisador encarregou-se a trazer o levantamento de todas as referências bibliográficas recorridas . 9 CAPÍTULO 2: REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Introdução Para uma melhor contextualização no que diz respeito a importância da DFC a nível das empresas, este capítulo traz uma base para melhor compreensão deste demonstrativo e o âmbito da sua aplicação. Assim, de forma criteriosa recorreu-se à aspectos bibliográficos através da literatura teórica, empírica e focalizada de modo a trazer as diversas abordagens discutidas em torno deste tema ao nível da conjuntura internacional e nacional. 2.2 Literatura Teórica Nesta componente da revisão da literatura foram buscados os conceitos de elementos pertinentes da pesquisa. Pelo que, havendo necessidade de historial a forma de entrada da DFC no Sistema de Contabilidade Empresarial de Moçambique iniciou-se por um relato da evolução de contabilidade e por fim encerrou-se com uma abordagem detalhada dos elementos que compõem a DFC. Esta componente da revisão da literatura é de grande importância, visto que traz conceitos mais genéricos do tema, de modo a uniformizar as designações utilizadas ao longo da discussão da pesquisa. 2.2.1 Evolução do Sistema de Contabilidade Empresarial de Moçambique Conforme ilustra a tabela 2.1, a evolução da contabilidade em Moçambique conheceu três fases diferentes. Sendo assim, verifica-se que a primeira surgiu nove anos após a declaração da independência nacional em 1975. Isto é, após a independência, o País viveu uma era de reestruturação económica e administrativa, caracterizada pela nacionalização de infraestruturas físicas e económicas. E, existindo empresas privadas, em 1984, ainda República Popular de Moçambique, foi aprovada a Resolução nº 13/ 84 de 14 Dezembro, cujo objectivo era de introduzir um Sistema de Contabilidade para Sector Empresarial de Moçambique. Com está resolução, Moçambique passou a apoiar-se para regulamentar as actividades do sector privado, permitindo deste modo dar maior informe ao governo de modo a regular a actividade económica bem como definir as políticas fiscais e tributárias. Desta forma, importa 10 referir que as políticas fiscais constituem o processo de administração das receitas e despesas públicas e as tributárias são mecanismos usados por este orgão que permitem obter as receitas necessárias para fazer face as despesas públicas. A segunda era, inicia em 2006, quando Moçambique aprova o Decreto nº 36/ 2006, de 25 de Julho. Este novo normativo, é antecedido de evolução tecnológica mundial e da crescente utilização das novas tecnologias de informação e comunicação nas empresas e, pela incapacidade da contabilidade em registar determinados bens, ou seja os imobliários incorpóreos (marcas, patentes, software). Assim, o Decreto nº 36/ 2006, veio solucionar os problemas em torno das dificuldades do tratamento contabilístico das imobilizações incorpóreas, pois através deste as empresas passaram de modo uniforme a contabilizar estes elementos do património. Durante os anos 2006 à 2009, o mundo já estava em processo de harmonização contabilística, devido a unificação das fronteiras internacionais, a globalização, a necessidade da expansão de negócios internacionais e de financiamentes através do Mercado de capital. Esta harmonização, consistiu em integração das normas internacionais de relato financeiro nos sistemas de contabilidades dos Países Europeus e Americanos. Coincidentemente, Moçambique ao longo da mesma época iniciou com as descobertas de recursos minerais e entradas de investimentos estrangeiros. E, mais uma vez o sistema de contabilidade utilizado nesta altura (2006 -2009) começa a mostrar fragilidades no registo de determinadas operações realizadas por estas grandes empresas e ainda pelas dificuldades apresentadas na comparação com as operações dos empreendimentos do grupo localizados fora das fronteiras nacionais. Pois, estas multinacionais eram obrigadas a elaborarem duas DF’s, os primeiros para fins locais e o segundo para fins de gestão interna da empresa, comparação e submissão ao Mercado de Capital Internacional. Desta forma, Moçambique passa a viver a terceira e actual fase do seu Sistema de contabilidade do Sector Empresarial (SCE). Com interesse de desenvolver o Mercado de Capital em Moçambique bem como integrar as empresas nas bolsas de valores estrangeiras foi aprovado o Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro, que está baseado em Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF’s). E, com a criação da Ordem dos Contabilistas e Auditores (OCAM) este interesse foi alargado, pois esta organização tem uma visão mais 11 ampla em relação a aprovação deste normativo contabilístico à medida que vai certificar a qualidade das Df’s elaboradas no terrítório nacional e ainda vai permitir o profissional desta àrea a melhorar a qualidade dos seus serviços e abrir novos horizontes internacionais de oportunidade de trabalho. Entretanto, este normativo veio evolucionar a realidade contabilística moçambicana, pois vários elementos novos foram introduzidos, destacando -se a DFC e a demonstração de alterações de capital próprio, o que veio a melhorar a qualidade das DF’s. Face a esta situação, de modo a seguir a exigência deste novo normativo, as empresas abrangidas por este têm envergado esforço de modo a integrar-se nesta nova era da contabilidade moçambicana, através de capacitação dos seus trabalhadores e contratação de empresas de renome que trabalham a muito com estas normas para efeitos de reclassificação e requalificação do seu património. Tabela 2 1: Resumo da evolução da contabilidade em Moçambique Período 1984– 2006 2006 – 2009 Actualmente Normativo Resolução nº 13/ 84 de 14 Dezembro Decreto nº 36/ 2006 de 25 Objectivos Introdução do SCE em Moçambique Fazer de Julho Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro face ao desenvolvimento tecnológico Mundial Desenvolver Mercado de Capital; Responder as necessidades de investimentos estrangeiros; Necessidade de harmonizar o sistema de contabilidade; Fonte: Dados Primários, 2014 2.2.2 Importância da Informação Financeira Actualmente, a informação financeira passou a ser o mecanismo mais importante para a tomada de decisões de forma adequada pelos administradores e esta, bem apresentada pode contribuir no crescimento das Empresas. Deste modo, de acordo com Serra (s.d) para que a informação seja útil aos seus utentes deve apresentar os seguintes requisitos: 12 a) Objectividade – corresponder a factos, não depender da informação pessoal do informador; b) Inteligibilidade – ser perceptível para os utilizadores; c) Relevância – a informação deve ser pertinente para a tomada de decisão, ou seja, deve estar relacionada com a mesma; d) Oportunidade – estar disponível no momento em que é necessária; e) Rendibilidade – o custo de obter a informação não deve ser superior ao proveito de utizar a mesma; f) Credibilidade – deve ser credível para que todos os utentes a quem ela se destina possam retirar conclusões idóneas. No entanto, devido aos requisitos acima referidos a contabilidade passou a exercer um papel importante na economia como uma técnica de informação e não simplesmente de registo que visava controlar e preservar bens, isto é, devido a complexidade e a globalização do mundo empresarial, as empresas são exigidas a clarificarem as suas informações económicas e financeiras, obrigando-se a cumprirem com os requisitos mencionados. Nabais e Nabais (2010), afirmam que a Contabilidade é uma importante fonte de informação para todos os possíveis interessados (sócios, administradores, Estado, credores, concorrentes, etc) e, no seu entender as informações podem ser: a) Internas – aquelas que abrangem a actividade interna de uma empresa, onde há uma preocupação em conhecer os gastos, os rendimentos e os resultados, por centros ou produtos, e apoiam a tomada de decisões; b) Externas – refere as que são úteis aos administradores da empresa mas também aos sócios, a outras empresas concorrentes, ao Estado, aos credores, etc. 13 2.2.3 As Decisões Financeiras A contabilidade desde muito já vem revelando que o Balanço Patrimonial de uma empresa é composto por dois membros, o primeiro designado por Activo e o segundo por Passivo e Capital Próprio e, ao mesmo tempo tem afirmado que o primeiro não existe sem que antes exista o segundo. Supondo-se que a empresa está no momento da sua constituição e não existem nenhum investimento de capital (activos tangíveis e intangíveis) na sua estrutura é lógico que o primeiro ponto de partida será recorrer a um financiamento que pode ser interno ou externo. Neste caso, o Interno seria por vias dos sócios e o externo seriam por via de credores comerciais ou outros credores. Desta forma, diz-se que houve uma decisão financeira. Uma dicisão que envolveu uma necessidade de financiamento para efectuar um investimento, por isso que conforme está ilustrado na figura 2.1, diz-se que ao obter os activos corresponde uma decisão de investimeno tomada pelos administradores da empresa enquanto que, se esta optar recorrer a terceiros por via de aquisições a crédito de longo prazo de vários elementos do património (recurso financeiros, materiais e imobilizados) por via de passivo e ou de capital próprio dizse houve uma decisão de financiamento. Figura 2. 1: Tipo de Decisões Aplicação ou Investimento Fonte de Financiamento Fonte: Dados Primários, 2014 14 Gitman (2010) afirma que estas decisões são umas das actividades do Administrador financeiro, não obstante, estas decisões estejam concentradas apenas nas mãos dos administradores pois os contabilistas das empresas também podem faze-lo. No entanto, adjacentes à estas decisões, também encontra-se aquelas decisões que iniciam e terminam ao longo do exercício, as chamadas decisões de investimento operacional. E ainda complementado de forma mais explícita o que foi anteriormente dito, Nabais & Nabais (2011), afirmam que as decisões financeiras tradicionalmente são classificadas de curto e de médio e longo prazo. a) Decisões financeiras de curto prazo - são as que centram-se na gestão de fundo de maneio e na gestão da tesouraria. Por outras palavras pode-se dizer que são as decisões de investimento operacional e, destacam-se: Gestão do activo circulante – aqui referem que as decisões a tomar centram-se nas disponibilidades, no controlo do crédito concedido aos clientes, no controlo financeiro dos inventários e na aplicação dos excedentes temporários de tesouraria em depósitos a prazo e em títulos negociáveis. Gestão dos Débito a curto prazo – são as decisões a tomar, tem por domínio de actuação os créditos obtidos dos forncedores e de outros credores e a cobertura dos défices temporários de tesouraria. b) Decisões financeiras de médio e longo prazo – aqui econtramos, as decisões de investimento e de financiamento e ainda as de distribuição de resultados e segundo os autores afirmam que estas decisões estão inseridas na estratégia financeira da empresa. 2.2.4 Planeamento Financeiro e Necessidade de Financiamento As decisões financeiras de uma empresa são eficientes e eficazes se esta tiver a capacidade de elaborar e executar um planeamento financeiro. Gitman (2010) afirma o seguinte: “O planeamento financeiro é um aspecto importante das operações das empresas porque fornece um mapa para orientação, a coordenação e o controle dos passos que a empresa dará para atingir seus objectivos”. 15 Nesta ordem, o autor classifica o planeamento financeiro em dois aspectos: a) Planeamento de Caixa – este envolve a elaboração do orçamento de caixa. b) Planeamento de Lucros – envolve a elaboração de demonstrações financeiras próforma. Ainda, afirma que o processo de planeamento financeiro começa pelos planos financeiros de longo prazo ou estratégico e posteriormente estes planos orientam a formulação de planos e orçamentos de curto prazo ou operacional. E, relativamente a cada um destes processo de planeamento financeiro conceitua-os da seguinte maneira: a) Planos financeiros de longo prazo (estratégicos) – expressam as acções financeiras planeadas por uma empresa e o impacto previsto dessas acções ao longo de períodos que vão de dois a dez anos. b) Planos financeiros de curto prazo (operacional) – especificam acções financeiras de curto prazo e o impacto previsto. No entanto Brigham & Ehrhardt (2010), não designando por planos de longo prazo mas simplesmente por estratégias da empresas, diz que são abordagens amplas e não planos detalhados e enquanto aos planos financeiros, usando a mesma designação diz que são planos que fornecem uma guia detalhada de implementação, baseada na estratégia declarada da empresa. Deste modo embora o Brigham & Ehrhardt (2010), não tinham sido muito claros na explicação e diferenciação dos planos estratégicos e financeiros relativamente ao Gitman (2010) há que congratular quando expõem os seis passos a serem seguidos no âmbito do planeamento financeiro, nomeadamente: 1. Projectar as demonstrações financeiras e usar essa projeções para analisar os efeitos do plano operacional sobre os lucros e índices financeiros projectados; 2. Determinar os fundos necessários para sustentar o plano para cinco anos; 3. Prever a disponibilidade de fundos durante os próximos cinco anos; 16 4. Estabelecer e manter um sistema de controle sobre a alocação e o uso dos fundos dentro da empresa; 5. Desenvolver procedimentos de ajuste do plano básico se a previsões económicas sobre as quais o plano foi baseado não se materializarem; 6. Estabelecer um sistema de remuneração para a administração com base no desempenho; Estes passos, devem ser seguidos pelas empresas quer na tomada de decisões de investimento operacional e ou então de capital, ou ainda se pretender determinar a necessidade de financiamento. Não obstante, relativamente a determinação de necessidade financeira, os autores de livros de finanças são unânimes que deve ser por via de demonstrações financeiras projectadas e do orçamento de caixa. Assim, através da segunda via que pode a ser usada com vista a determinação de necessidade de financiamente, isto é, através de uso das demonstrações financeiras projectadas, o Brigham & Ehrhardt (2010) traz a equação 2.1. que permite aos administradores calcularem os fundos adicionais necessários na empresa. Equação 2.1: FAN Legenda: FAN – fundos adicionais necessários. A* – activos relacionados directamente com as vendas, de forma que aumentam se as vendas aumentarem. V0 – vendas durante o último ano. A*/V0 – percentagem de activos requeridos com relação às vendas, que também mostra o aumento requerido de valor monetário em activos para cada 1,00 Mt de aumento em vendas P* – passivos que aumentam espontaneamente, geralmente muito inferior que o passivo e abrange o passivo corrente. P*/V0 – passivos que aumentam espontaneamente como uma percentagem das vendas ou financiamento gerado espontaneamente para cada 1,00 Mt em aumento. V1 – vendas totais projectadas para o próximo ano. ∆V – variação nas vendas. 17 M – margem de lucro, ou lucro para cada 1,00 Mt de vendas TR – taxa de retenção, que é percentagem retida de lucro No entanto, após aplicação da equação 2.1., obtem-se os resultados que permitirão preencher a cada um dos elementos resumidamente ilustrados na figura 2.2, isto é, o aumento do activo requerido, aumento do passivo e a previsão dos lucros acumulados e assim determinar-se-à os fundos necessários para concretizar todos estes itens. Figura 2. 2: Necessidade de Financiamento Fonte: Adaptado por Autor na base de Brigham e Ehrhardt (2010) No entanto, esta forma de calcular a necessidade de financiamento pode se considerar pouco anómala para empresa cuja a estratégia de venda é baseada em vendas a crédito e também para a que apresenta uma despesa de depreciação muitíssimo elevada. Isto deve-se ao facto de não considerar que as vendas nem todas são efectivamente recebidas assim como as despesas nem todas são desembolsáveis, assunto a ser desenvolvido mais adiante. Mas, para já coloca-se a seguinte questão: como é possível estimar a necessidade de financiamento através de uma venda e um lucro que não corresponde exatamente a entrada de fundos na empresa. Outrossim, ao considerar-se todas as vendas e os lucros da empresas e determinar a necessidade de financiamento pode-se correr o risco de colocar a empresa em estado de endevidamente sem necessidade. Portanto, a melhor opção para uma estimativa da necessidade de financiamento seria o orçamento de caixa e não pela projeção de vendas e lucros (DRE e Balanço). De referir que, o orçamento de caixa, tem uma ligação com a DFC, pois estima as entradas e saidas em caixas bem como, determina a necessidade da empresa recorrer ao financiamento. 18 Para tal, Weston & Brigham (2000) difinem o planeamento financeiro como sendo um processo que envolve a realização de projeções de vendas, rendas e activos baseados em estratégias alternativas de produção, marketing, seguidas pela decisão de como atender às necessidades financeiras previstas. E acrescentam dizendo que este processo é da responsabilidade de cada sector da empresa e estes devem combinar todos os níveis e, por sua vez nesta combinação os fluxos de caixa da empresa são consolidados em seu orçamento de caixa. Por isso Weston & Brigham (2000: 357), sobre o orçamento de fluxo de caixa afirmam o seguinte: “ A empresa estima suas necessidades de caixa como parte do seu processo de orçamento geral, ou de previsão. Iniciamante prevê tanto as necessidades de activos fixos quanto ao estoque juntamente com as datas em que os pagamentos devem ser feitas. Essa informação é combinada como projeções sobre a demora na cobrança das contas a receber, datas de pagamentos de impostos, datas dos pagamentos de dividendos e juros assim por diante.” Na mesma ideia, Gitman (2010), diz que o orçamento de caixa ou projeção de caixa é um demonstrativo das entradas e saidas planeadas de caixa da empresa, usado para estimar suas necessidades financeiras de curto prazo. Aqui, nota-se que o orçamento de caixa permite as empresas tomarem decisões do plano operacional, pois mostram quando a empresa tem excesso ou escassez de fundos, como ilustra a tabela 2.2. Tabela 2. 2: Formato geral de orçamento de caixa Jan. XXX XXA XXB XXC XXD XXE Fev. XXG XXH XXI XXD XXJ XXK XXL ........ Recebimentos Menos: desembolsos Fluxo de Caixa Liquido Mais saldo de caixa inicial XXJ Saldo de caixa final Mane: saldo de caixa mínimo Financiamento total necessário Saldo excedente de caixa XXF Fonte: Adaptado por Autor na base de Gitman (2010) Nov. XXM XXN XXO XXP XXQ XXR XXS Dez. XXT XXU XXV XXQ XXW XXY XXZ Com este orçamento, a empresa tem a possibilidade de prever as entradas e saidas efectivas em caixa e, ao mesmo tempo no final do exercício económico faciltar a elaboração de DFC. Não se esquecendo, que este considera os prazos de recebimento e pagamento dos valores na 19 empresa, o que permite ilustrar as entradas e saida efectivas de caixa de caixa, dai que constitui a melhor opção para a tomada de decisões de financiamento de fundos adicionais. 2.2.5 Demonstrações Financeiras Nos finais de 2009, o Governo moçambicano, introduziu no SCE as normas emitidas por International Accouting Standards Committee 2 e pela International Accounting Standard Board3. Este facto enquadra-se na estratégia do governo em estabelecer uma oportunidade de competetividade das empresas nacionais com as empresas estrangeiras através de disponibilização de informações contabilisticas e financeiras de qualidade. Para o efeito, foram adoptados no país de forma complementar as IAS e as IFRS, através do Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro. Este decreto foi designado por PGC-NIRF e, uma vez que adopta as normas supracitados, que se traduzem em NIC’s e NIRFs, ao serem usados em conjunto no SCE este passaram a ser designadas por Normas de Contabilidade e de Relato Financeiro (NCRF)4. Neste contexto, de acordo com o historial da normas internacionais de contabilidade, as NIRF’s constituem o conjunto de padrões contabilísticos internacionais, de alta qualidade, emitidos pelo IASB (2001 até hoje) e as NIC’s são padrões internacionais de contabilidade emitidos pelo IASC (1973 -2001), na qual veio ser sucedido pelo IASB. Desta forma, embora o IASB ainda continue a emitir normas internacionais de contabilidade por forma a adequar a realidade económica mundial e ainda às exigências do mercado de capital, Moçambique adoptou a normas emitadas até Outubro de 2003. Dado que, as estruturas fisicas, económicas e financeiras das empresas não são iguais, o PGCNIRF prevê dois planos de conta, um destinado à pequenas empesas que é conhecido por 2 International Accounting Standards Committee (IASC) – surgiu em 1973 e esse organismo gerou normas internacionais de contabilidade (IAS – International Accounting Standards) até 2001. 3 International Accounting Standard Board ( IASB) é uma instituição responsável pela emissão das International Financial Reporting Standards (IFRS ) e, foi precedida da IASC, tendo iniciado com as funções em 1º de Abril de 2001 e não tem fins lucrativos. 20 Plano de Contas para Pequenas Empresas (PGC-PE) e outro para Médias e Grandes Empresa, o PG-NIRF, conforme a tabela 2.3. Tabela 2. 3: Classificação das Empresas Empresas Lucros / Ganhos/ Activos (Valores em milhões de meticais) proveitos e ganhos ≤ 500 Pequenas activo líquido ≤ 500 Médias 500≤ lucro e ganho<1.275 500≤ activo líquido<igual proveitos e ganhos ≥ 1.275 Grandes activo líquido ≥ 1.275 Número de trabalhadores Inferior a 500 trabalhadores Médio anual igual ou superior a 250 mas inferior a 500 trabalhadores Médio anual igual ou superior a 500 trabalhadores Tipos de Empresas Sociedades comerciais ou empresas individuais Sociedades comerciais com obdeçam os limites de médias empresas Empresas públicas; Sociedades comerciais (nacionais) cotadas em qualquer bolsa; Fonte: Dados Primários, 2014 Deste modo, a força deste Decreto-lei, impõe a Grandes e Médias Empresas a elaborarem o conjunto das demonstrações constituidas por: a) Um Balanço – é um quadro que contém informação referente a determinada data, acerca dos recursos (Activo) que a empresa utiliza e da forma como estão a ser financiados pelos titulares da empresa (Capital próprio) e por terceiros (Passivo). (Nabais & Nabais, 2010) b) Uma Demonstração dos Resultados (DRE) – é um quadro que evidencia as componentes negativas (Gastos) e positivas (Rendimentos) do resultado a um exercício económico. (Nabais & Nabais, 2010) c) Uma Demonstração das variações no Capital Próprio – também conhecido por Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados – revela a mudança nos lucros acmulados entre as datas dos Balanços Patrimonias. (Brigham & Ehrhardt, 2010) 21 d) Uma Demonstração dos Fluxos de Caixa durante o periodo Contabilístico, ainda de acordo com Araújo e Assaf (2004), indica a origem de todo o dinheiro que entrou na empresa, bem como a aplicação de todo o dinheiro que saiu dela em determinado período, corroborando o saldo final existente. e) Notas explicativas, incluindo um resumo das políticas contabilísticas mais significativas adoptadas e informação adicional, aqui a empresa faz explicações de movimentações em contas de grupo de contas representados nas demonstrações que deverão trazer informações adicionais para que sejam compreendidas pelos usuários dos relatórios contabilísticos. (Araújo & Assaf, 2004). f) Um Balanço no início do período comparativo mais antigo, no caso de uma entidade aplicar uma política contabilística retrospectivamente ou efectuar uma reexpressão ou reclassificação retrospectiva de itens das suas demonstrações financeiras. Perante todas estas DF’s, os administradores têm tido muitas dificuldades em interpretar as diferentes informações nelas patentes e algumas vezes dão importância a um determinado mapa deixando de lado os outros. E de acordo com a realidade, o Balanço tem sido visto como um dos elementos mais importante, pois é considerado o espelho da empresa e traz informações da situação económica e financeira. No entanto, o Balanço nem sempre traz informações que sirvam de ferramenta sustentável para a toma de decisões financeiras da empresa. Pois, trata –se de uma mapa de resumo dos restantes dos valores dos outros demonstrativos financeiros, conforme está ilustrado no apêndice 2.1, o seu melhor uso deve-se sobretudo pela busca de informações nos respectivos mapas. Um outro aspecto ligado a tomada de decisões financeiras consiste na utilização de único demonstrativo, neste caso a DRE. Os administradores recorrem a este elemento das DF’s, para tomar de decisões de investimento operacional e de capital, é que algumas vezes baseando no lucro decidem elaborar um orçamento de caixa ilustrando investimentos de capital e assumindo compromissos destas aquisições e mais tarde mostram dificuldades 22 depois de descobrir que o lucro reflectido na DRE não se traduzia em existência física dos recurso financeiros na empresas. O surgimento de decisões financeiras ineficazes na empresa a preferência do lucro económico ao lucro financeiro pelo administradores nas suas decisões. Por isso, toma-se atenção o facto do lucro económico que é proveniente da contabilidade, considerar princípios contabilísticos, destacando o princípio de competências e este por sua vez pressupõe que o lucro da empresa devem ser apurados tomando em consideração a receita ganha ou gerada no período e despesa incorrida (consumida) no período. Enquanto que lucro financeiro, considera a diferença entre as receitas efectivamentes recebidas e os custos pagos. Esta diferença entre o lucro financeiro com o económico é ilustrada na tabela 2.4. Tabela 2.4: Formas de Apurar o Resultado Receita (-) Despesa (=) Resultado Regime de Competência Regime de Caixa Gerada ou ganha no período Recebida no período Consumida ou incorrida no período Paga no Período Económico Financeiro Fonte: Adaptado por Autor na base de Araújo & Assaf ( 2004) Assim, para a tomada de decisões financeiras, aconselha –se aos administradores a tomarem em consideração a base de caixa, ou seja ter em conta as receitas e despesas efectivamente recebidas e pagas, respectivamente. E consequente dar uma importância das informações ilsutradas nas DFC’s, pois estas fazem-se reflectir os meios liquidos da empresa de forma detalhada, caixa e seus equivalentes. E ainda o administrador da empresa deve considerar que não é possível tomar decisões apenas com e único mapa de demonstração financeira. Pois, existe uma ligação muito grande entre eles e para uma melhor tomada de decisões aconselha –se que os administradores tenham a capacidades de puder interpretar todos mapas e principalmente o mais complexo, o Balanço (Resumo de todos), como se ilustra na apêndice 2.1, nota –se que existe uma grande informação que provem da DRE, da DFC e DACAP. 23 Mas, o interesse pelo fluxo de caixa não é apenas para o administrador das empresas mas os investidores na maioria das vezes estão mais preocupados em fluxos de caixa em relação ao lucro contabilístico. Nestes termos, Brigham & Ehrhardt (2010: 62), afirmaram: “Os investidores estão, no mínimo, tão interessados no fluxo de caixa líquido projectado da empresa quanto nos lucros informados, porque ele significa dinheiros em caixa e não apenas um lucro representado no papel, que é pago como dividendo e reinvestido na empresa para produzir crescimento ”. 2.2.6 Usuários das Demonstrações Financeiras As demonstrações financeiras de acordo com o Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro, referem-se a uma representação da estrutura da posição financeira e do desempenho de uma entidade, cujo objectivo é de proporcionar informação financeira de desempenho económico e os fluxos de caixa, que seja útil a um conjunto alargado de utilizadores quando tomam decisões económicas e financeiras. Para tal, destacam –se os seguintes utilizadores demonstrados na figura 2.3. Figura 2.3: Usuários das Demonstrações Financeiras USUÁRIOS DAS DF’s Internos Investidores Externos Empregados Mutuantes Fornecedores e Outros credores comercais Clientes Governos e seius departamentos Público Fonte: Adaptado por Autor na base de Borges et al (2010) 24 Da figura 2.3, pode-se concluir que a maioria dos utentes das DF’s financeiras da empresas são externos, por isso a empresa deve ter o cuidado ao elaborar, pois sendo externos para uma melhor percepção das DF’s da empresas estas devem ser de qualidade. Assim Borges at al (2010), para cada um dos utentes de forma diferencial destaca as seguintes necessidades das DF’s: a) Investidores – os fornecedores de capital de risco e os seus consultores necessitam de informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender, por exemplo acções e obrigações. Os accionistas estão também interessados em informação que lhes facilite determinar a capacidade da entidade pagar dividendos. b) Empregados – os empregados e os seus grupos representativos estão interessados na informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão também interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade proporcionar remuneração, benefícios de reforma e oportunidade de emprego. c) Mutuantes – os mutuantes estão interessados em informação que lhes permita determinar se os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos quando vencidos. d) Fornecedores e outros credores comerciais – os fornecedores e outros credores estão interessados em informação que lhes permita determinar se as quantias que lhes são devidas serão pagas no vencimento. e) Clientes – os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma entidade, especialmente quando dela estão dependentes. É o que se passa relativamente a empresas que fornecem determinado bens e serviços. f) Governos e seus departamentos – o Governos e seus departamentos estão interessados na alocação de recursos e, por isso, nas actividades das entidades. Também exigem informação a fim de regularem as actividades das entidades, determinar as políticas de tributação e como base para estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes. 25 g) Público – as entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar uma contribuição substancial à economia locar de muitas maneiras incluindo o número de pessoas que empregam e patrocinar o comércio dos fornecedores locais. As demonstrações financeiras podem ajudar ao proporcionar informação acerca das tendências e desenvolvimentos recentes na prosperidade da entidade e leque das actividades. No entanto, pode-se notar que são vários interessados na informação financeira da empresa ou seja entidades que querem saber da realidade económica e financeira da empresa. Mas existe uma entidade que não foi referido, ou seja o administrador da empresa, este exerce um papel muito importante, pois é este que análisa e usa a informação de modo a tomar decisões que podem influenciar no desempenho da estrutura económica e financeira da empresa. 2.2.7 Demonstração de Fluxos de Caixa De acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro e do quadro das IFRS emitidas até outubro de 2008, o mapa de fluxo de Caixa em si constitui um dos elementos que compõe as demonstrações financeiras de uma empresa. E, é obrigatório para as médias e grandes empresas. De acordo com Nabais & Nabais (2011), DFC é um documento de informação referente aos fluxos de dinheiro gerados e utilizados pelas actividades operacionais, de investimento e de financiamento das empresas, visando complementar a informação recolhida no Balanço. Enquanto Brigham & Ehrhardt (2010), conceituam a demonstração de fluxo de caixa como um mapa que apenas aponta os efeitos de actividades operacionais, de investimentos e de financiamento sobre os fluxos de caixa durante um determinado período contabilístico. E para Da Costa & Alves (2008), a demonstração de fluxos de caixa é a demonstração financeira adoptada para apresentar as alterações na posição financeira e na qual os influxos e os exfluxos de caixa são devidamente explicados e justificados. Estes atribuem à DFC os seguintes benefícios: 26 Proporcionar informação sobre o contributo das actividades operacionais, de investimentos e de financiamento para obtenção de caixa e equivalentes a caixa; Ajudar os utentes a melhorarem os conhecimentos das alterações ocorridas na estrutura financeira da empresa ou entidade (incluindo a liquidez e solvabilidade) e da sua capacidade de gerar meios de pagamento e do respectivo tempo, tendo em conta a necessidade de adptação a situações de mudança e de oportunidade de mercado; Ajudar aos utentes a avaliar a capacidade da empresa em satisfazer as suas obrigações e propocionar retornos aos seus investidores e desenvolver modelos para determinar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa de diferentes empresas; Relacionar a lucratividade da empresa com a capacidade de gerar dinheiro; Facilitar a comparabilidade do desempenho operacional entre empresas uma vez que elimina o efeito das diferentes políticas contabilísticas adoptadas relativamente a idênticas operações. Das atribuições alocadas por Da Costa & Alves (2008) à DFC, pode-se notar vários espectos importantes, embora este documento seja recente a nível nacional e internacional veio contribuir na melhor percepção da informação financeira, destacando a informação relativa a actividade operacional, de investimento e de financiamento. E ainda, fornece informações da empresa no que diz respeito a envidências claras da solvabilidade e liquidez da empresa, através da distinção de lucro com a capacidade da empresa gerar meios financeiros capazes de manter a empresa estável e contínua, pois veio facilitar a compreensão entre políticas contabilísticas baseadas em reconhecimentos das operações da empresa com base no acréscimo e com as operações que devem ter a base de caixa, permitindo diferenciar entre o ter lucro e o ter dinheiro. Em suma a DFC, traz claras evidência das diferenças entre base de acrescimo e a base de caixa, dai a sua importancia para a Gestão, pois permite tomar decisões sob ponto de vista económico e financeiro. Por isso, Gitman (2004) como forma de dar mais ênfase na 27 importância de base de caixas e dos fluxos de Caixa afirma dizendo “os administradores a partir do fluxo de caixa mantém a solvência da empresa planejando os fluxos de caixa necessários para que ele cumpra nas obrigações e adquira activos necessários para alcançar seus objectivos”. As empresas ao elaborarem os fluxos gerais através da DFC, tem por objectivo apurarem os meios liquidos da empresa, caixa e equivalentes de caixas. Estes dois elementos, conforme no apêndice 2.1 que poderiam ser facilmente encontrados no Balanço patrimonial da empresa mas para a sua análise detalhada necessitam da DFC e ainda de modo a permitir a diferenciar os princípios contabilístico, base de acréscimo e base de caixa. Ou seja, conforme Da Costa & Alves (2013), afirmam que as Df’s tradicionais, como sejam o Balanço e a Demonstração de resultados, são preparados em regime (bae) de acréscimo, o qual constitui o pressuposto fundamental da contabilidade e enquanto que a DFC, como próprio nome india, tem subjacente a adopção do regime (base) de caixa. E uma vez que constituem princípios diferente de tratamento de informação contabilística, estes autores afirmam que para ultapassar a dificuldade proviniente desta diferença, há instalar na empresa um subsistema de informação adequada ou a adopção de métodos que permitam a conversão da informação obtida em regime de acréscimo em informação que traduza os recebimentos e os pagamentos verificados no período, principalmente no que se refere às actividades operacionais da empresa, como se pode verificar na figura 2.4. Figura 2.4:Método de conversão da informação de regime de acréscimo à de caixa Rendimentos obtidos Eliminação de Rendimentos não recebidos Fluxos das Actividades operacionais Resultado Líquido Gastos Incorridos Eliminação dos Gastos não desembolsado Fonte: Adaptado por Autor na base de Da Costa e Alves (2013) 28 2.2.8 Componentes da Demonstração de Fluxos de Caixa Weston & Brigham (2000) dividem o fluxo de caixa em duas classes: fluxo de caixa operacional e outros fluxos de caixa. E difinem o fluxo de caixa operacional como sendo aquele que surge de operações normais e constitui em essência, a diferença entre as receitas de vendas e as despesas que resultam em saída de caixa, incluindo-se os impostos pagos. E, outros fluxos de caixa consideram aqueles que provêm da emissão de acções, de empréstimos ou de venda de activos imobilizados. Assim, estes autores concentram a sua maior atenção sobre o fluxo de caixa operacional, reconhecendo que este é o que surge de operações normais ou seja a diferença entre a receita de vendas e as despesas que significam saida de caixa, afirmam que este é o responsável pela diferença entre este e o lucro, destacando dois motivos: A possibilidade de nem todos os impostos divulgados na DRE terem sido pagos no ano corrente; As vendas poderem ser a crédito e, assim, não representarem o dinheiro, e algumas das despesas (ou custos) deduzidas das vendas para determinar os lucros não serem custos de caixas. Por fim, fazem referência a depreciação dizendo que estes não constitui um custo de que resulta em desembolso. De um modo geral e de acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro, a DFC é composto por três elementos provenientes de cada classes de actividades a saber: as operacionais, as de investimentos e as de financiamento. Por isso pode não diferir muito com a divisão de Weston e Brighan (2000), havendo diferenças de designações. Gitman (2010) diz que os fluxos operacionais são os que estão directamente relacionados à venda e á produção de bens e serviços. E segundo o Comitê de Pronunciamento Contábeis (s.d) afirma que fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais são basicamente derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade e que portanto, estes geralmente resultam das transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro líquido ou prejuízo liquidos. 29 Fluxos de caixa de investimentos, referem-se a operações de alienação e aquisição de investimentos de capital (investimentos financeios, activos fixos tangives e activos fixos fixos intagiveis). Da Costa e Alves (2008), afirmam que este fluxo ser relevante na medida que representa a extensão de dispêndios feitos para a obtenção de recursos que tenham em vista gerar resultados e fluxos de caixa futuros. E por fim, relativamente aos fluxos de financiamento, Gitman (2010) diz que estes são os que resultam de transações de financiamento com capital de terceiros e capital próprio. E Da Costa e Alves (2008), concordando com o Gitman, afirmam que estes fluxos têm como consequência alterações na extensão e composíção dos empréstimos obtidos e do capital próprio da empresa e, acrescentam que através deste fluxo a empresa consegue estimar as necessidades de meios de pagamentos e de novas entradas entradas de capital (necessidade de financimento). Mas, deve aqui ficar claro que os empréstimo obtidos a que se refere nestes fluxos são as de médio e longo prazo, pois os empréstimos de curto prazo (descoberto bancário, overdraft, empréstimo a conra corrente, entre outros) uma vez que são liquidadas ao longo do mesmo exercício económico são assim consideradas fluxos de actividade operacional. Assim, o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro apresenta os seguintes influxos e exfluxos que podem provir de cada actividade: a) Acividade Operacional: Recebimentos de clientes pela venda de bens e da prestação de serviços; Recebimentos de royalties, honorários, comissões e outros rendimentos; Pagamentos a fornecedores de bens e serviços; Pagamentos aos trabalhadores; Recebimentos de, e pagamentos a, uma companhia de seguros relativos a prémios, indemnizações, anuidades e outros benefícios das apólices; Pagamentos ou reembolsos de impostos excepto se puderem ser especificamente identificados com actividades de investimentos; e Pagamentos e recebimentos relativos contratos detidos para negociação. 30 b) Actividade de investimento: Pagamentos para aquisição de activos tangíveis, intagíveis e outros activos não correntes incluindo os relativos a custos de desenvolvimento capitalizados e trabalhos para a própria empresa; Recebimentos da venda de activos tangiveis, intagiveis e outros activos correntes; Pagamento para aquisição de instrumentos de capital próprio de outras entidades e interesses em empreendimentos conjuntos (desde que não sejam pagamentos de instrumentos considerados como equivalentes de caixa ou detidos para negociação); Recebimentos da venda de instrumento de capital próprio de outras entidades e interesses em empreendimentos conjuntos (desde que não sejam pagamentos de instrumentos considerados como equivalentes de caixa ou detidos para negociação); Adiantamentos e empréstimos concedidos a terceiros (que não sejam concedidos por instituições financeiras); Reembolso de adiantamentos e empréstimos concedidos a terceiros (que não sejam concedidos por instituições financeiras); Recebimentos de contratos futuros, contratos forward, contratos de opções e contratos swap, excepto se tais contratos forem detidos para negociação ou os pagamentos forem classificados como actividades de financiamentos; e Recebimentos de contratos futuros, contratos forward, contratos de opções e contratos swap, excepto excepto se tais contratos forem detidos para negociação ou os pagamentos forem classificados como actividades de financiamentos. c) Actividade de financiamento: Recebimentos resultantes de emissões de acções ou outros instrumentos de capital próprio; Pagamentos aos detentores do capital para aquisição ou remissão de acções da entidade; Recebimentos resultantes da emissão de título de dívida, empréstimos, livranças, obrigações e outros financiamentos; Reembolsos de financiamentos; Pagamentos feitos pelo locatário para reduzir a responsabilidade de um contrato de locação financeira. 31 Na mesma classificação, Brigham & Ehrhardt (2010), diferenciam as actividades operacionais, de investimentos e de financiamentos da seguinte maneira: a) Actividade operacionais, incluem o lucro líquido, a depreciação e as mudanças em outros activos e passivos circulantes que não caixa, os investimentos de curto prazo e as dívidas de curto prazo; b) Actividades de investimento, incluem investimentos ou vendas de activos permanentes; c) Actividade de financiamento, incluem o levantamento de caixa por meio da venda de investimentos de curto prazo e pela emissão de dívidas de curto prazo, dívidas de longo prazo ou acções. E ainda, são incluídas os dividendos pagos e o caixa utilizado para a recompra de acções ou títulos de dívida em circulação. Esta forma de deferenciação, conforme será abordado nos próximos tópicos da pesquisa, está mais inclinada para o Método indirecto de elaboração de fluxo de caixa. Ou seja, a forma como define as actividades operacionais parece estar a falar apenas do método directo. Pelo que, para quem tem pouco domínio da contabilidade este conceito de fluxo de caixa é mais fácil perceber. 2.2.9 Método de Elaboração das Demonstrações de Fluxos de Caixa A demonstração de fluxos de caixa segue dois métodos: Método directo e Método indirectos. a) Método directo Da Costa e Alves (2008) em relação a este método afirmam o seguinte: “.....é aquele em que são divulgados os principais componentes dos recebimentos de caixas e dos pagamentos de caixa, em termos brutos, permitindo aos utentes compreender o modo como a empresa gera e utiliza os meios de pagamentos”. Os mesmo autores, acrescentam ainda que neste método os recebimentos e os pagamentos podem ser obtidos directamente dos registos contabilísticos mediante a existência de um subsistema de informação apropriado. Mas, a usar estes registos sempre deve-se tomar o 32 cuidado de tratar adequadamente os movimentos relacionados cujo estão incluídos enventuais juros ou então imposto sobre valor acrescentado (IVA). De acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro, as componentes de pagamentos e recebimentos neste método podem ser obtidas por duas vias: 1. A partir dos registos contabilísticos das entidades; 2. Pelo ajustamentos das vendas, os custos das vendas e outros itens da demonstração dos fluxos relativos a: Variações, durante o período, nos inventários e nas contas a receber e contas a pagar de natureza operacional; b) Outros intens que não representem recebimentos e pagamentos; e Outros itens relativos a actividades de investimento e financimento. Método indirecto De acordo com o Decreto 70/ 2009 de 22 de Dezembro, resulta dos resultados líquidos do período na qual são ajustados dos efeitos de transações que não tenham a natureza de pagamento e recebimentos, dos acréscimos e diferimentos, e também dos itens de rendimentos ou gastos relativos a fluxos de caixas das actividades de investimento ou de financiamentos. A diferença entre os dois métodos, conforme ilustram os apêndices 2.2. e 2.3, está exclusivamente relacionada com o cálculo a determinação dos fluxos referentes a actividades operacionais, pois as actividades de investimentos e financiamento são determinados do mesmo modo em ambos métodos. Contudo, o método directo é desejável em relação ao método indirecto, pois este proporciona informação que pode ser útil para estimar os fluxos de caixa futuros. 33 2.2.10 Vantagens e de Desvantagens dos Métodos de Elaboração das Demonstrações de Fluxos de Caixa Dentre os métodos acima apresentados, cada um têm suas vantagens e desvantagens. Começado pelo método directo, ela apresenta mais informações que sustentam as actividades operacionais da empresa e ainda evita o risco de transportar erros de elaboração da DRE e as estão inseridas nas dificuldades de elaboração, exige que o indivíduo conheça muito bem a empresa e acompanhe todas as operações. E o método indirecto é mais fácil de elaborar, pois transporta o resultado liquido proveniente da DRE e faz ajustes das diferenças provenientes de base de caixa e a base de acréscimo, ou seja as despesas e custos que não são consideradas saidas de caixa. E quanto a inconveniênvia deve-se ao risco que se corre ao buscar apenas o resultado liquido, pois em caso da DRE estar mal elaborado e apresentar dados distorcidos pode-se incorrer a falhas e ainda este demonstrativo não permite uma análise detalhada das actividades operacionias, pois assemelha-se aos critérios tradicionalmente utilizados ou seja, recorrer a DRE para busca de dados. Quanto aos objectivos a que se pretende no trabalho, é preferível o uso da DFC método directo pois só assim será possível destacar a real importância. Isso, deve –se facto do DFC método indirecto recorrer a DRE na integra, pelo que pouco se notará a importância das DFC’s na empresa. E é importante referir que a diferença entre estes dois métodos está basicamente na demonstração das actividades operacionais, visto que as restantes actividades, de investimento e de financiamento são demonstradas de igual forma. O Decreto nº 70/ 2009 de 22 de Dezembro dá maior primazia ao método directo de elaboração de DFC por motivos ligados às vantagens atrás mencionadas relativamente ao método. E ainda, devido a forma de adopção, ou seja todos estes países consideraram as normas da IASB para harmonização contabilística dos seus sistemas de contabilidade. E, esta instituição de emissão de normas internacionas de contabilidade dá maior importância ao método directo devido a maior clareza que este método para análise e interpretação das actividades operacionais das empresas e este facto vai influenciando aos países que forem a adoptar as IAS/IFRS. 34 2.3 Literatura Empírica Nesta literatura o pesquisador traz uma informação sobre os estudos em torno das DFC’s em outros países. Tendo –se baseado em estudos já realizados por alguns países membros da CPLP, traz uma visão por estes colhida relativa a realidades vivida nas matérias de elaboração e análise das DF’s, uma vez que adoptaram as IAS e as IFRS recentemente e por sua vez a DFC constitui um elemento novo, legal e obrigatório no conjunto das suas DF’s. Referir que, os elementos que esta literatura fornece para a presente pesquisa, constitui de facto uma componente de extrema importância, pois o pesquisador tem a possibilidade de colher experiências relativas as metodologias utilizadas por outros pesquisadores bem como acatar as recomendações deixadas para as futuras pesquisas em torno desta matéria., em pró do desenvolvimento do tema que é novo nos sistemas de contabilidade da maioria dos Países. 2.3.1 Demonstrações de Fluxo de Caixa no Brasil Macário (2009) apresentou um estudo na sua monografia para conclusão do curso em gestão de negócios financeiros na Universidade Federal de Rio Grande de Sul intitulado “ a importância da Gestão de Fluxos de Caixa no Controle da Inadimplência”. Este estudo tinha como objectivo analisar a inadimplência no fluxo de caixa na empresa e teve sua premissa demonstrar a importância deste para a sobrivivência das empresas. O autor supracitado, ao desenvolver o estudo tinha em vista obter resposta às dificuldades vividas pelas empresas Brasileiras, diante dos desafios impostos pela globalização da economia e pelo dinamismo do ambiente interno e externo. Deste modo, este traz uma informação que realça a importância da demonstração de fluxo de caixa na busca do senso crítico, bases concretos e subsídios teóricos de modo a efectuar uma análise mais próxima da realidade e auxilio na melhoria dos cálculos e projeções futuras das empresas quanto a inadimplência. Pelo que, Macário afirma que a gestão de risco e o equacionamento da incerteza passa pela utilização de fluxo de caixa como ferramenta de gestão. Pois, este posssibilita o administrador a programar e acompanhar as entradas e saidas de recursos financeiros, tanto a curto e longo prazo e consequentemente o controle dos meios financeiros, o que lhe permite a medição da 35 escassez de caixa ou um possível excesso de recursos financeiros que poderiam ser aplicados no mercado financeiro rendendo recursos a mais para a empresa. Como forma de reforçar sua opinião, fundamenta-a afirmando que o fluxo que caixa ajuda o administrador a manter a empresa no mercado. Pois geralmente, este tem sido um dos elementos usados para concessão de créditos e neste espelha a competência da tesouraria da empresa em administrar o dinheiro gerado pelas vendas, dado que a insuficiência em caixa pode ser um motivo de rejeição de crédito e ainda a suspensão de fornecimento de materias para a continuidade da empresa, pelos fornecedores. Para o desenvolvimento do estudo, o autor apoiando do método cientifico, utilizou o modelo dedutivo. E de acordo com este apud Lakato (2008), afirma que este método, consiste no facto da necessidade de explicação não residir nas premissas, mas ao contrário, na relação entre as premissas e a conclusão. Devido a este facto, o Macário traz uma abordagem de informações quem só em si são verdadeiras e condizem com a realidade, de modo que não houve necessidde de ampliação dos conteúdos, pois a conclusão e os objectivos traçados são certos. E para a busca de tais informações baseou-se na técnica de documentação indirecta abrangendo a pesquisa documental e bibliográfica. Assim, ao longo da sua redação foi possível constatar um aspecto que deve servir de um dado para as empresas que estão constantemente preocupados em manter a sua contabilidade organizada. Ou seja, diferentemente o que tem acontecido, as empresas elaboram a DFC no final de cada exercício, pelo que pode não permitir o uso adequado deste demonstrativo ao escopo destinado, para que isto não aconteça, Macário afirma que este pode ser elaborado no final de cada mês, trimestre e se possível diariamente. Um outro aspecto importante que pode-se notar na abordagem deste autor, é o facto de usar o termo Fluxo de Caixa para designar a DFC. Em poucas palavras, utiliza o primeiro termo como uma abreviatura do segundo, pelo que toma atenção a observação dos seguintes objectivos para elaboração de um bom e eficiente fluxo de caixa: 36 Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para execução do plano geral de operações e, também realização de transacções económico-financeiras pela empresa; Empregar, da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e estudando antecipadamente a melhor aplicação, o tempo e a segurança dos mesmo; Planear e controlar os recursos financeiros da empresa, em termos de ingressos e de desembolsos de caixa, através das informações constantes nas projeções de vendas, produção e despesas operacionas, assim como relativos a indices de actividades: prazos médio de rotação de estoques, de valores a receber e de valores a pagar; Saldar as obrigações da empresa na data de vencimento; Analisar as fontes de crédito que oferecem empréstimos menos onerosos, em caso de necessidade de recursos pela empresa; Evitar desembolsos vultuosos pela empresa, em época de baixo encaixe; Desenvolver o controle dos saldos de caixa e dos créditos a receber pela empresa; Permitir a coordenação entre recursos que serão alocados em activo circulante, vendas, investimentos e débitos; Em conclusão, Macário afirma que as receitas da empresa não representam fluxo de caixa disponível aos accionistas e estes recebem os dividendos apenas somente quando um aumentos dos lucros é acompanhado por uma elevação do fluxo de caixa actual e/ ou esperado. E por isso há necessidade que todas demonstrações financeiras sejam avaliadas de forma criteriosa, de modo que a DFC seja um instrumento poderoso para a empresa. A pesquisa do Macário tem uma relação com a presente. Pois, ambas tem o escopo de comprovar que o facto da empresa auferir muita receita não quer dizer que tem um disponibilidade estável ao ponto de assumir o cumprimento das obrigações com os seus os credores, quer comerciais, por emprestimo ou então fornecedores de capital numa data mais recente do que a de recepção dos seus valores, em outra outras palavra, fixar uma data de pagamento de obrigações inferior a data de recebimento das dívidas. Assim, como nos aspectos mencionados anteriores no que tange a elaboração de um fluxo de caixa eficiente, encontra-se mais uma relação que é da gestão de recursos financeiros. Ou seja, o objectivo da presente pesquisa demonstrar a importância do DFC na tomada de decisões 37 administrativas financeiras e no entanto a pesquisa do Macário estava inclinada numa das componentes da administração financeira, que era do uso da DFC na análise da inadimplência das empresas que certo modo envolve uma coordenação de vários recursos na empresa a serem alocados e ou aplicados. Ainda no Brasil, foi desenvolvido e apresentado um estudo por Costa (2009) na Universidade Federal Santa Catarina, com o tema “Análise financeira de uma empresas através de fluxos de caixa”. O objectivo do estudo era evidenciar a situação financeira de uma empresa através da DFC. Na definição do tema e do problema, Costa apud Gitman (2002), afirma o seguinte: “uma empresa pode ser lucrativa e mesmo assim fracassar, devido a um insuficiente fluxos de caixa para satisfazer as suas obrigações nas datas de vencimento”. Com esta citação, este pretendia alertar às empresas e aos administradores financeiros que o lucro não é sinónimo de caixa, de forma que a empress pode apresentar lucros em suas demonstrações financeiras e estar com dificuldade de geração de caixa. A escolha do tema deve –se sobretudo de muitos administradores financeiros esquecerem –se da adequada administração de recursos financeiros, o que leva as empresas a insolvência. Pois, confundindo o lucro com o caixa, faz com que muitas empresa encontre a falência devido a falta de caixa e não de lucro. Ainda, ao escolher o tema, Costa visava responder algumas questões que deram origem da substituição da Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos (DOAR) com a DFC. Isto é, no Brazil como forma de responder ao cenário internacional do mercado, através Lei 11.637 de 28 de Dezembro de 2007, tornou obrigatória a elaboração do DFC e facultativa a DOAR, pelo que não foi num passado longiquo na qual a DFC passou a ser considerado um elemento obrigatório das DF’s. Para a concretização da pesquisa, o autor em questão, tendo a necessidade de delinear a sua pesquisa quanto aos objectivos, enquadra como uma pesquisa exploratória, pois trata-se de uma tema pouco conhecido e que exige uma busca profunda de assuntos em seu torno, de tal forma que se possa tornar mais claro. 38 Para a busca de informações, o autor recorreu ao material divulgada em formatos electrónicos, ainda colecta em livros e em demonstrações financeiras da empresa Beta, S.A. E assim, por isso este afirma que a sua fundamendação teórica foi baseada em pesquisa bibliográfica e documental e aplicou o procedimento de estudo de caso, de modo a tornar o estudo profundo e exaustivo através de um ou pouco objectos. Mas, para complementar o estudo e torná-la rica, para a abordagem do problema seguiu a linha qualitativa e quantitativa. A aplicação destes dois métodos em conjunto por Costa, devese sobretudo em querer interpretar uma realidade, através de documentos e registos levantados, dai que considera ser antes qualitativa e a medida que pesquisa foi tomando uma linha que exigiu um maior aprofundamento desta realidade e do assunto investigado teve que complementar usando a pesquisa quantitativa. A abordagem geral da pesquisa do Costa, inicia por levantamento de conceitos gerais de contabilidade e das informações contabilistica. E por fim, dado relevancia sobre o tema em questão, ele ressalta a importância da DFC é a tomada de decisões de forma eficiente e que constitui uma ferramenta para informar aos administradores acerca da capacidade da empresa liquidar os seus compromissos financeiros de curto prazo e longo prazo. Ainda acrescenta que a DFC mostra a necessidade de caixa da empresa, evidencia o confronto entre as entradas e as saidas de caixa, se ocorrem sobras e faltas de dinheiro, permitindo a administração da empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los. Ao longo da dissertação do Costa, este aponta os seguintes requisitos que uma DFC deve atender: Evidenciar o efeito periódico das transações de caixa segregadas por actividades operacionais, actividades de investimento e actividades de financiamento, nesta ordem; Evidenciar separadamente, em notas explicativas que façam referencia a DFC, as transações de investimento e financiamento que afetam a posição patrimonial da empresa, mas não impactam directamente os fluxos de caixa do período; Reconciliar o resultado liquido (lucro/ prejuízo) com o caixa liquido gerado ou consumido nas actividades operacionais. 39 Costa, concluíu que uma melhor gestão envolve o domínio e a capacidade de interpretação dos elementos das DF’s e ainda a busca de elementos para a tomada de decisões. Por fim, encontra-se uma relação entre as duas pesquisas brasileiras, pois ambas foram realizadas em virtude da recém aprovação da obrigatoriedade da DFC no Brazil.. Ainda, considerando as pesquisas no seu interior estas vem para validar a grande importância deste demonstrativo financeiro na evidênciar dos recursos financeiros da empresa do lucro apurado pela demonstração de resultados.Não obstante, importa referir das duas uma apresenta um exploração cientifica do que a outra. Ou seja, o Costa procurou reunir e aplicar de forma criteriosa para a realização da sua pesquisa relativamente ao Macário. 2.3.2 Demonstração de Fluxo de Caixa em Portugal Em Portugal, foi desenvolvida uma dissertação, no Instituto Politécnico do Porto, sob autoria de Barbosa (2011), cujo teor era “NCRF 2 – Demonstração dos Fluxos de Caixa e Suas Implicações Fiscais e de Auditoria”. Esta tinha por objectivo estabelecer ligação com a necessidade e importância que ela tem para a gestão das entidades e ainda, avaliar o impacto da adopção da NCRF 2- Demonstração dos Fluxo de Caixa ao nível da implementação e do benefício da informação dela decorrente e efectuar a contraposição à situação existente aquando do Plano Oficial de Contabilidade (POC). Uma das grandes motivações que levaram, a Barbosa a escolher o seu tema, estavam relacionadas com questões profissionais. Pelo que, no âmbito da pesquisa, buscou encontrar resposta a diversas questões, destacando –se o facto de que a determinação do lucro líquido não fornecer um indicador seguro da capacidade de gerar dinheiro, uma vez que a contabildade em regime de acréscimo é demasiado permiável face aos significativos fluxos de caixa da empresa. Assim, para efectivação da pesquisa, primeiramente considero-a como sendo uma pesquisa qualititativa na parte da revisão teórica e quantitativa na parte tratamento e processamento do resultado dos inquéritos. Conforme a autora, a primeira metodologia utilizada estava assente na revisão da literartura relativa ao tema, análise das Demonstração de Fluxo de Caixa de 40 acordo com vários normativos, como a SNC, POC e a IAS. E a segunda na elaboração de inquéritos e na conclusão sobre o estudo desenvolvido. Barbosa (2011), traz uma pequena referência sobre o processo de introdução e aprovação da DFC em Portugal. Esta referência inicia por um historial acerca do primeiros passos que Portugal deu para o melhoramento da qualidade das suas DF’s e o momento em que começa a preocupar-se com os fluxos de caixa e não apenas no lucro contabilístico. Este processo, conforme o Barbosa, diz que iniciou com a aprovação do “ Mapa de Origem e Aplicação de Fundos ” doravante conhecido por MOAF, através do primeiro POC em 1977, o POC/ 77. Este mapa tinha a função de apresentar as variações patrimoniais de activos, passivos e capitais próprios através de comparação de dois Balanços consecutivos. Já em 1989, foi aprovado o segundo POC, POC/89. Nesta altura, este normativo veio alterar a designação do MOAF passando para a Demonstração de Origens e Aplicação de Fundos ou seja DOAF, mantendo-se os mesmos objectivos. No entanto, com o processo de normalização contabilística, em 2003, através do Decreto –Lei nº 79/ 2003 veio eliminar do POC a DOAF e tornou obrigatória a DFC pelos métodos directos ou indirectos. Assim, o Portugal estava a dar os primeiros passos rumo a harmonização contabilística. Mais tarde, com o Decreto-Lei nº 158/ 2009, a DFC passou a ser obrigatória e deveria ser elaborada e apresentada pelo método directo. Neste momento, Portugal estaria a integrado no processo de harmonização contabilística internacional na plenetude. Com vista a fundamentar a escolha do DFC em relação a DOAF pelo Portugal, Barbosa apud Barata (1999) afirma o seguinte: “razões que fundamentam a opção pela DFC em detrimento da DOAF terão por base não tanto a maior objectividade da primeira demonstração relativamente à segunda, mas muito mais no facto de ter lucros (perspectiva financeira/liquidez), razão pela qual dificilmente haverá correlação entre os resultados apurados e os fluxos de caixa, ou, dito de outra forma: ter lucros não significa ter dinheiro!”. 41 No entanto, a autora supracitada teve uma abordagem abrangente o que tornou a pesquisa até certo ponto pouco perceptível. Pois ao estudar a DFC no controle interno da empresa (auditoria) e na área da fiscalidade tornou-a a pesquisa mais ambiciosa, pelo que foi possível ter condições de criar relações com as pesquisas do Brazil muito menos com a presente. Este facto pode-se notar desde a metodologia até a forma de abordar os factos. Isto sobretudo quando apenas diz que a sua pesquisa é qualitativa e quantitativa e mais nada e, não mais detalhes em relação a este aspecto que é muitíssimo importante para um trabalho de pesquisa científica. Mas, ainda em Portugal, De Azevedo (2012) realizou um estudo sobre a importância dos fluxos de caixa na análise da solvência, liquidez e viabilidade das empresas, na mesma instituição de ensino superior, cujo objectivos eram de verificar como o fluxo de caixa interfere na gestão financeira das entidades, caracterizar a estrutura financeira das empresas, verificar como as empresas faziam o controlo dos fluxos de caixa, identificar as naturezas financeiras de recebimentos e pagamentos e verificar se os empréstimos e financiamentos estão a ser registados de forma adequada. Um aspecto semelhante com a realidade empresarial moçambicana encontrado neste estudo é pelo facto de muitas empresas não darem grande importância na DFC, isto deve-se pelo facto de Portugal só ter alargado a obrigatoriedade deste demonstrativo à todas médias e grandes empresas em 2005, onde deixou de abranger apenas à empresas que estão cotadas nas bolsas de valores. Ainda, este autor afirma que a obrigatoriedade da divulgação da DFC demonstra uma mais-valia para o trabalho dos auditores, pois a análise deste demonstrativo permite inferir sobre a continuidade da entidade do que antes quando a base era apenas a DRE e o Balanço. Para realização da pesquisa, o autor supra citado, recorreu ao método qualitativo e também quantitativo, pois teria que inquerir pessoas ou organizações envolvidas no processo financeiro da empresa e por fim analisar os respectivos dados ou números. Quanto a técnica, recorreu a exploratória, tendo para tal escolhido duas empresas para efectuar o estudo de caso e por fim apoiou-se a dados primários e secundários para a compilação da dissertação, tendo realizado pesquisas bibliográficas e análise de relatórios financeiros bem como questionários. 42 Este autor, não considera que a DFC seja um mapa evolutivo da demonstração de origem e aplicação de resultados (DOAR), como muitos outros tem afirmado, pois consta no seu estudo que estas demonstrações são ambas de fluxos e tém finalidades diferentes. Assim, como forma de enfatizar a importância de DFC, ele diz que esta é que melhor permite inferir acerca das decisões de investimento e aponta de um modo mais claro e objectivo a situação de liquidez e solvência da empresa, e acrescenta que para o IASC, as informações sobre fluxos de caixa de uma empresa são úteis na medida em que proporcionam aos utentes das DF’s uma base para avaliar a capacidade de a empresa gerar caixa e equivalentes de caixa e as suas necessidades para utilizar esses fluxos de caixa. Nesta ordem de ideia, Azevedo (2012) afirma que a informação sobre o fluxo de caixa é uma informação sobre fluxo financeiro de uma empresa e é através deste que as empresas planeiam e tomam decisões de investimentos, financiamentos, distribuição de recursos, entre outros aspectos, fundamentais para a continuidade das operações normais das entidades. Assim, da mesma forma que o estudo de Azevedo pretendia comprovar que o DFC envidencia e explica que disponibilidade não significa lucro, e lucro nem sempre significa disponibilidade de caixa, no presente estudo pretende –se também atingir a mesma prova mas aqui vai incedir-se muito mais para as decisões que os administradores tomam nas actividades operacionais, de investimentos e de financiamentos. Um aspecto importante abordado no estudo de Azevedo está relacionado com a manipulação de fluxos de caixa, pois devido a importância para análise do desempenho e capacidade financeira da empresa, o autor fez referência ao estudo efectuado por Megan, Hategan, Caciuc e Cotlet (2009) onde confirmam que as empresas conseguem adulterar a DFC através de uma alteração na forma como reconhecem os seus pagamentos pendentes, citando um exemplo de uma empresa que passa um cheque para pagar a um fornecedor, enquanto o cheque se encontra em trânsito a empresa pode optar por não reduzir as suas contas a pagar e, assim, manipular os fluxos de caixa operacionais. Uma outra referência trazida por Azevedo é do estudo realizador por Professor Paulo Miller da Universidade do Colorado publicado em 2007, tendo estudado a empresa Hertz e Abercrombie & Fitch ambas dos EUA, fundadas em 1918 e 1892 respectivamente. Do estudo 43 efectuado a empresa Abercrombie & Fitch diz que a estratégia utilizada por esta empresa para a manipulação dos fluxos de caixa consistia no facto de no final do ano, apresentar os cheques que ainda não tinham sido descontados como um passivo em vez de uma redução do saldo de caixa, esses cheques eram registados numa conta do passivo para ser divulgado no balanço e, no dia seguinte, os cheques eram depositados e a conta anteriormente utilizada ficava saldada. Assim, Azevedo (2012) apartir dos resultados obtidos dos inquéritos concluíu no seu estudo que os auditores independentes reconhecem de forma explicita a utilidade da DFC e que a sua análise auxilia a compreensão da solvência, liquidez e viabilidade das empresas e ainda que os credores tendem a dar maior importância pois apartir deste demonstrativo obtem informações sobre a capacidade da empresa para cumprir as suas obrigações de pagamento. Entretanto, do estudo da De Azevedo (2012) nota-se uma maior clareza e objectividade na abordagem dos assuntos realativamente a o estudo efectuado pelo Barbosa (2010). E consequentemente, neste estduo possível encontrar traços comum com a presente pesquisa desenvolvida, isto é, no que diz respeito a metodologia, uma vez que considerou-a a sua pesquisa exploratória e como também qualitativa embora também quantitativa, não constituindo um motivo para tirar o mérito da pesquisa. 2.3.3 Demonstração de Fluxo de Caixa em Cabo Verde Vieira (2010) na sua monografia para a obtenção de grau de licenciatura apresentado ao Instituto Superior de Ciências Económicas e Empresariais, afirma o seguinte: A Demonstração de Fluxo de Caixa (out – put da Contabilidade) revela -se como um instrumento de excelência na tomada de decisões que envolvam aspectos monetários mas acabam por reflectir em toda a organização, tomando a sua análise fundamental para a continuidade dos negócios das empresas. (Vieira, 2010, p.5) Esta afirmação revela mais uma vez, a necessidade de tomar a DFC como instrumento que ajudará os administradores das empresas a desenvolverem e tomarem decisões eficientes e eficazes dentro da organização ou da conjuntura empresarial. O estudo desenvolvido por Vieira (2010) teve motivações que se assemelham a realidade do nosso País e a Portugal, pois em Cabo Verde passou-se a adoptar o Sistema de Normalização 44 Contabilística e de Relato Financeiro em 2009, através de Decreto – Lei nº 5/ 2009, de 5 de Fevereiro, tendo instituido às médias e grandes empresas Cabo Verdianas mais um elemento nas Demonstrações Financeiras, a DFC, pelo que trata-se de uma elemento muito novo nos sistemas de contabilidade deste Países. Por isso Viera, achou melhor elaborar a sua Monografia com vista a despertar atenção sobre a importância da DFC na estabilidade dos negócios das empresas Cabo Verdianas, tendo estabelecido como objectivo geral, evidenciar a necessidade da utilização da DFC como instrumento útil para a gestão das empresas em Cabo Verde e um meio para obtenção de informações fiáveis e úteis que contribuem para o acompanhamento dis objectivos estabelecidos pela empresa se este for implementado com rigor. E como forma de tornar mais interessante a sua pesquisa, a autora inicou deduzindo que as empresas não entram em solvência por acumularem prejuízos sucessivos mas sim pela falta de liquidez que lhes permita solver o passivo não corrente. Esta afirmação desperta muita atenção, pois no entender de muitos, ter lucro significa uma empresa estável. Ao longo da sua dissertação Viera traz uma classificação de fluxos de Caixa ou seja, indentificou dois tipos de fluxos de caixa, a DFC histórico ou realizado e a DFC previsional. A primeira refere a componente do conjunto das DF’s que as empresas divulgam, servindo principalmente para análise comparativas e históricas e a segunda DFC é aquele que é utilizado principalmente pela gerência das empresas no planeamento operacional e estratégico na gestão da actividade financeira, inclinada para o futuro, sendo uso interno da empresa. Assim, a autora (2010) afirma que: “...A DFC previsional permite o conhecimento a priori da capacidade de gerar fluxos de caixa suficientes para o cumprimento das suas obrigações e ainda avaliação da sua folga financeira para novos “ataques” em termos de competitividade na sua área de negócios, ou para alargamento de mercado com a implementação de novos projectos, diversificação e/ ou aumento dos seus segmentos” E por sua vez destaca três niveis tomada de decisões: estratégico, operacionais e decisões de tesouraria. 45 Para a concretização da pesquisa, Viera classificou a sua pesquisa como exploratória e de modo a aprofundar definiu as suas hipóteses e ainda uma empresa para o estudo de caso. No entanto, de modo a contextualizar ainda sobre a pesquisa ela inicia por uma abordagem descritiva, tendo deste modo recorrido a diversas referências bilbliográficas. E por fim através de inquérito conseguiu obter cerca de 40 questinários respondidos pelo mesmo número de empresas, num universo de 60. Assim, pode-se verificar, que não existe muita diferença entre a pesquisa de Viera com a de Azevendo (Portugal), bem como as metodologias definidas na presente. Em termos do tema, a presente pesquisa assemelha –se com a de Azevedo em termos no teor desenvolvido. Pois, enquanto o Azevedo específicou area de estudo, neste caso a solvabilidade, a liquidez e a viabilidade das empresas portuguesas, tendo definido estes elementos como critérios que os administradores usam para com este analisarem as DF’s e tomarem as decisões enquanto que Vieira, simplesmente busca estudar a DFC na integra sem antes indentificar os critérios que o administrador pode utilizar na tomada de decisões, em poucas palavras ela é mais genérica. E ainda, quer as pesquisa do Macário e Costa quer De Azevedo têm uma extrema relação mas cada uma com traços bem definidos, pois esta última pretende revelar a importâncias da DFC nas empresas Cabo Verdianas. E no entanto, na sua pesquisa concluiu que existe um esforço as empresas em Cabo Verde tendem a aumentar o seu esforço no sentido de se organizarem e considerarem as exigências da actual realidade da conjuntura contabilística, pois muitas empresas até então não elaboram este demonstrativo financeiro. 2.4 Literatura Focalizada No que diz respeito a literatura focalizada, fez-se aqui referência a pesquisas realizadas no território nacional. Esta componente desempenha um importante papel, ao revelar as áreas do tema em questão já pesquisadas em Moçambique, trazendo deste modo uma visão das diversas abordagens dos pesquisadores moçambicanos e que poderão servir de contrapartida e ou variável de estudo para a presente pesquisa. 46 2.4.1 Estudos Sobre a Demonstração de Fluxo de Caixa em Moçambique Nhampossa (2007), desenvolveu uma pesquisa com o tema “ Avaliação de empresas através do Modelo dos Fluxos de Caixa Descontado para Firma – Caso CETA SARL”, tendo remetido à Universdade Eduardo Mondlane - Faculdade de Economia. A pesquisa tinha como objectivo estudar os modelos de avaliação de empresa, e procurar aplicar o modelo de fluxo de caixa descontado para firma (FCDF) no apuramento do valor de referência para caso real e, tendo escolhido a CETA, SARL para a sua pesquisa. Da mesma forma que a Viera (2010), para atingir os seus objectivos bem como testar as suas hipóteses classificou a sua pesquisa quanto aos meios como sendo pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso. Mas, diferentemente das outras pesquisas aqui referidas, este traz uma nova classificação e, afirma que sua pesquisa é descritiva pelo facto de ter procurado descrever uma série de modelos de avaliação económica da empresa e, metodológica, na medida que a sua pesquisa ilustra vários caminhos, formas de procedimentos com vista ao apuramento de um valor Valor Referência para transações e ou tomada de decisões. A pesquisa de Nhampossa não tem nenhuma ligação com a pesquisa da Viera (2010) muito menos com a presente, pois este realizou a sua pesquisa muito antes das DFC’s serem obrigatórios em Moçambique. Ou seja há uma diferença de realidade temporal, uma vez ao desenvolver a sua pesquisa a sua visão estava virada no dos processos de fusões, aquisições, investimentos em outras empresariais e ou activos, como as opções dos administradores em expandirem as suas empresas. Assim, de um modo geral, o autor supracitado defendia que antes da aceitação ou então de aplicação das estratégias acima referidas, para uma melhor tomada de decisões e garantir uma capacidade de negociação nestes negócios há necessidade de usar uma ferramenta adequada, facto que naquela altura o SCE nacional não apresentava qualidades e instrumentos para tal. Assim, referiu-se dos Modelos de fluxos de caixa descontados como uma ferramenta ideal para a tomada decisões dos administradores das empresas no âmbito da reestruturação, integração, investimento, desinvestimento e gestão baseada no valor. No entanto, antes mesmo de destacar o FDCF, como Modelo de avaliação de empresas, ele inicia por trazer outros modelos a destacar: 47 Avaliação baseada no valor contabilístico ou no valor patrimonial; Avaliação baseada no valor contabilístico com a inclusão de Goodwill; Avaliação relativa por comparação através de múltiplos; Avaliação por FCD; Avaliação pelo modelo do Valor Presente Ajustado e valiação baseado no Lucro Económico. Contudo, tal como os objectivos estabelecidos, termina por destacar o Modelo de fluxo de caixa descontado como o mais utilizado pelas empresas de consultoria e bancos de investimento, sendo amplamente difundido no mercado financeiro. Assim, Nhampossa (2007) apud Calvacante et al (2004), diz que modelo de FCD está fundamentado no conceito de que o valor de uma empresa está directamente relacionado aos montantes e às épocas nas quais os fluxos de caixa operacionais estarão disponíveis para a distribuição. E ainda acrescentado diz que o valor da empresa é medido pelo montante de recursos financeiros que serão gerados no futuro pelo negócio. Por fim, conclui que o modelo de FCD é ideal para avaliação de uma empresa, embora no contexto das economias emergentes seja difícil de aplicar devido a fraca disponibilidade e da qualidade das informações financeiras e contabilísticas. No entanto, depois de se verificar a abordagem de Nhampossa é importante mais uma vez referir que devido a diferença da realidade temporal o estudo é diferente de todas as pesquisas apresentadas neste projeto de pesquisa final. Pois, ele busca apenas inteirar-se sobre aspectos mais financeira dos fluxos de caixas, embora algumas recorra aos mesmos conceitos usados por pesquisadores Macário, Costa e De Azevedo. Todavia, existe algum em comum entre esta e as pesquisas dos outros países, que é a supremacia que dá aos valores liquidos da empresas, ou seja os meios que permitem a empresa a apurar os seus valores liquidos ou seja os fluxos de caixa. 48 CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DE PESQUISA 3.1 Introdução Neste capítulo dá-se uma visão relativamente ao critério de abordagem da pesquisa, dos métodos e das técnicas recorridas. Entretanto, iniciou-se por uma integração do desenho da pesquisa, procurando clarificar o método, tipo e procedimentos técnicos de pesquisa utilizados. Posteriormente, a população na qual a pesquisa incediu e os critérios usados para a escolha da mesma. E uma vez que o processo todo envolveu um procedimento para a colecta de dados, o capítulo revela o método usado para o efeito e o tratamento destes e por fim a forma como foram analisados. De referir que, esta componente da dissertação é de extrema importância, pois qualquer pesquisa para ser considerada científica a metodologia usada deve estar bem clara. 3.2 Desenho da Pesquisa Para qualquer pesquisa de carácter científico deve-se primeiramente difinir a metodologia. Este facto, é confirmado por De Andrade (2009) ao afirmar que metodologia constitui o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca de conhecimento. Assim como, Major e Vieira (2009) concordando com De Andrade, dizem claramente que o conhecimento do método de investigação constitui um factor chave para que o investigador potencie os seus pontos positivos e reduza as suas fraquezas, resultando dai investigação de maior valor reconhecidos pelos pares. Deste modo, na presente pesquisa foram inicialmente desenhados os passos a serem percorridos e definidos os respectivos métodos e consequentemete as técnicas. Seguindo assim a metodologia do trabalho científico, a definição do tema da presente pesquisa, avaliação da importância da demonstração de fluxo de caixa na tomada de decisões financeiras na Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA, iniciou pela recolha de chuvas de ideias e de discussão com estudantes e profissionais da àrea de gestão e contabilidade, tendo-se identificado a dificuldade da distinção entre os lucros ou 49 prejuízos com os recursos financeiros (Caixa e seus equivalente). Estes elementos constituem chaves para a tomada de decisões financeiras nas empresas e podem influenciar na continuidade, expansão ou então na dissolução da empresa. Para o efeito, uma vez que os lucros são apurados pela DRE e o caixa e seus equivalentes pela DFC , de modo a estudar com mais detalhes a situação, surgiu a oportunidade de efectuar a presente pesquisa em torno deste último demonstrativo financeiro aplicável recentemente no SCE em Moçambique. Este aplicativo, demonstra que a estabilidade da empresa não está na existência de lucros liquidos mas sim de meios liquidos financeiros capazes de satisfazer as necessidades financeiras da empresa. Com o tema já em vista foram claramente traçados os objectivos com as respectivas questões de pesquisa que fossem capazes de responder e consequentemente solucionar ou tirar as possíveis conclusões do problema identificado e formulado. Depois desta fase, o pesquisador em mente o que realmente pretendia pesquisar e mais uma vez de modo a recorrer a métodos científicos adequados a pesquisa, ao problema e aos objectivos traçados, classificou a pesquisa da seguinte forma: 3.2.1. Método de abordagem da pesquisa A pesquisa é considerada como sendo qualitativa. Esta classificação deve-se a natureza desta, isto é, foram colhidos de forma aprofundada uma série de informações relacionadas com questões de gestão e tomada das decisões financeiras nas empresas pelos administradores utilizando determinadas ferramentas de contabilidade. E conforme Major e Viera (2009) a pesquisa qualitativa proporciona uma compreensão mais profunda dos fenómenos sociais do que aquela obtida pelos métodos adoptados na investigação quantitativa. Com esta afirmação verifica-se claramente, que ao definir a pesquisa como sendo de perspectiva qualitativa, permitiu uma aplicação de critérios e técnicas adequados, visto que ao seleccionar os métodos para coleta de dados, análise e sua interpretação o pesquisador procura sempre atender aos métodos e procedimentos qualitativos. 50 Importa referir que a posição em torno da objectividade de aplicar a pesquisa qualitativa quando se pretende perceber universo de informações para melhor interpretar, é compartilhada pelo Siena (2007), quando afirma o seguinte: “[...] a pesquisa qualitativa tem muito a oferecer no entendimento do universo organizacional e da prática administrativa. Embora tenha grande valia para a administração, a pesquisa de natureza quantitativa pode não ser mais suficiente, em muitos casos, para entender organizações complexas, seus processos, estruturas, contexto e inter-relações.” (Siena, 2007 apud Goulart e Carvalho, 2005, p.136-137) 3.2.2. A Pesquisa quanto ao seu objectivo O tema em questão é novo e pouco desenvolvido a nivel das empresas e das instituições de ensino. Uma vez que procurou-se aprofundar mais sobre o tema considera-se ser uma pesquisa exploratória. Pois, por meio desta foi possível aprofundar o tema e perceber das entidades jurídicas (empresas) qual o grau de importância que estes dão a DFC de modo a tomar decisões financeiras e o nível de percepção dos administradores no que concerne a este demonstrativo. Ainda, verificar os efeitos das decisões financeiras tomadas por via da DRE e DFC, isto de acordo com os objectivos e questões de pesquisa traçados. E segundo Lakatos e Marconi (2010) as pesquisas exploratórias são investigações cujo objectivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver questões de pesquisa, aumentar a familiaridade do pesquisador com um fenómeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos. Este facto veio de certo modo servir de guia para execução da pesquisa, pois o pesquisador foi tomando atenção, o carácter e o objectivo da pesquisa de modo a não desviar-se dos procedimentos metodológicos recomedados e característicos. Este facto veio permitir ao pesquisador buscar por uma informação de maior qualidade de modo que fosse pertinente na efectivação, aprofundamento e clarificação do problemático da pesquisa e ainda dar respostas em torno das questões levantadas no âmbito da mesma. 51 3.2.3. Procedimento Técnico da Pesquisa A identificação do procedimento técnico da pesquisa de carácter qualitativa é bastante complicado. Pois, a título de exemplo, aqui foram usadas as diversas linhas para pesquisar, como a bibliografia e a análise documental, isto é, desde o momento da familiarização com o tema, recorreram-se livros de contabilidade e administração financeira e ainda nos artigos científicos. A utilização destas técnicas deve-se sobretudo ao facto da pesquisa apresentar componentes tais como a literatura empírica e focalizada que de algum momento exigiu ao pesquisador a recorrer a dissertações, monografias e trabalhos de fim de curso, elaborados por vários autores. E relativamente ao aspecto da análise documental foi realizada uma busca em torno das variáveis estudadas, a DFC, DRE, o lucro, prejuízo, caixa e seus equivalentes. No entanto, a chegada às conclusões da pesquisa bem como a obtenção das respostas das questões proposta inicialmente só foi possível pelo estudo efectuado nas duas empresas localizadas na Provincia de Sofala. E pela seguinte afirmação do Da Silva e Menezes (2005): “A pesquisa exploratória visa proporcionar mais familiariadade com o problema com vista a torná-lo mais explícito ou contruir hipóteses. Envolve levantamento bibliografico, entrevisa com pessoas que tiveram experiências práticas com problemas, em geral, as formas de pesquisa bibliográfico e estudo de caso.” Permitiu que classificasse o procedimento técnico da pesquisa como sendo um estudo de caso. Pois, antes a pesquisa já fora considerada exploratória e, foram estudadas duas empresas de modo colher informação acerca da sua prática por via de entrevistas e perceber delas a utilidade da DFC, DRE e outros demonstrativos e o papel que estes desempenham na tomada de decisões financeiras. Esta entrevista, conforme foi traçado o tema, deu mais enfoque a avaliação importância da DFC nestas empresa. Lembrar que, como foi afirmado anteriomente pelos autores supracitados, o estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objectos de maneira que se permita um conhecimento amplo e detalhado e umas das vias de puder detalhar é por via de entrevista. 52 3.3 Definição da População de Estudo Antes mesmo da definição da população do estudo, foi necessário definir termo população de modo a adequar e limitar a ambiguidade da utilização desta palavra. Assim, Murteira et al (2010, p. 4) define o termo população da seguinte maneira: “População, designa o conjunto dos elementos cujos atributos são objecto de um determinado estudo. Deste modo a população são conjuntos fundamentais para efectuar análise estátisticos.” Um outro conceito de população é dado por Sincish (2009), que afirma ser um conjunto de unidades (geralmente pessoas, objectos, transações ou eventos) que nos interessa estudar. Adequando este último conceito à presente pesquisa, a população de estudo ou então população alvo é definida por Reis (2008) como sendo a totalidade dos elementos sobre os quais se deseja obter determinado tipo de informação. A esta afirmação também é compartilhada por Kumar et al (2007) que diz que a população é constituida por elementos e objectos que contém informação necessária para a pesquisa. No entanto, atendendo e considerando que o tema em questão versa sobre a DFC, um demonstrativo novo em Moçambique e cuja a sua aplicação é apenas recomendável e obrigatório a nível de médias e grandes empresas cuja características foram apresentadas no capítulo anterior, a escolha da população da presente pesquisa foi precedida por uma avaliação da dimensão e por fim da situação económica de algumas empresas sedeadas na Provincia de Sofala. A avaliação económica, tinha por objectivo através do conhecimento dos resultados obtidos nas empresas durante o período em estudo escolher duas empesas, uma com resultado negativo e outra positivo. Este facto, deve-se sobretudo ao pressuposto definido pelo pesquisador ao entendre que a DFC deve ser importante na tomada de decisões financeiras eficazes, independentemente de terem obtido lucro ou prejuízo. Posto isto, a população da pesquisa realizada, foi constituida por duas empresas localizadas no território moçambicano, na provincia de Sofala, sendo uma na cidade da Beira e outra no Distrito de Dondo. E devido ao carácter do estudo, na qual incedi numa àrea sensível e confidencial, as empresas escolhidas foram designadas por Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar , SA. Estas duas empresas, apresentam características e requisitos que as obrigam a elaborarem a DFC ou seja tratam-se de empresas de média e 53 grande dimensão e, uma vez que trata-se de apenas duas empresas, achou-se melhor optar pela aplicação do censo na recolha das informações desejadas na pesquisa. A Transporte Kanimambo, Limitada, é uma sociedade comercial por quotas, localizada na cidade da Beira e foi legalmente constituida em Março de 1998 por seis sócios. O objecto principal da sociedade é a exploração de transporte rodoviário de cargas e exploração de manutenção e reparação de equipamento para industria de transporte e manuseamente de carga. De acordo com o historial, a Transporte Kanimambo, Limitada conheceu várias fases de evolução tendo começado por exercer a sua actividade com apenas duas viaturas e actualmente apresenta-se em média com mais de 170 viaturas de cargas. Esta expansão de actividade deve-se sobretudo a crescente procura pelos seus serviços e a preocupação que esta sociedade tem em satisfazer as necessidadse do mercado e dos seus clientes. Por este motivo, tem cada vez mais alargado o volume dos serviço e para o efeito para além do seu objecto principal, em anos últimos cresceu rapidamente passando a fazer parte das médias empresas da Cidade da 2006 incrementou no volume das suas actividades outras actividades acessórias, a saber: O exercício da actividade de transporte rodoviário, marítimo e aéreo de cargas e de passageiros nas rotas nacionais e internacionais; A exploração de oficinas de reparação e de manutenção de equipamentos de transporte de passageiros e de manuseamento de cargas; A exploração de parques d e estacionamento de viaturas; Comercialização de combustíveis e lubrificantes para viaturas e equipamentos; A comercialização de peças e acessórios para viaturas e máquinas; A exploração de terminais marítimos, ferroviários, rodiviários e multimodais, de carácter nacional e internacional e de trânsito; A exploração de portos secos, vulgarmente denominados dryports; Prestação de serviços de armazenagem , processamento de cargas e logística; Prestação de serviços especializados de operação de equipamentos de manuseamento de carga portuária em terra e à bordo de navios. No entanto, para além destes serviços a empresa pode presta ainda outros que esteja directa ou indirectamente relacionada com o seu objecto social. 54 A Companhia Industrial de Açucar, SA, foi instalada em Moçambqiue na década 70, no distrito do Dondo a 40 (quarenta) anos. Actualmente, está sob gestão de uma empresa sul africana, considerada a segunda maior fábrica de produção de açucar naquele País vizinho e está presente em Moçambique, Botswana, África do Sul, Swazilândia, Zimbabwe e Namíbia. No entanto, a firma sul africana detém cerca de 85% de participação da Companhia Industrial de Açucar, SA, o restante pertence ao estado moçambicano. E conforme a quantidade de açucar produzido, ao seu volume de venda e aos investimentos em activos é considerada uma grande empresa. Depois de definição do alvo de estudo e considerando a perspectiva qualitativa, de modo a chegar aos objectivos traçados, que consistiu em avaliar a importância da DFC em situação de lucro ou prejuízo tomou-se como base para interação e adequação da população alvo aos fins pretendidos o esquema presente na Figura 3.1. Figura 3 1. Perspectiva na investigação qualitativa Estudo do Sujeito A e do seu ponto de vista Análise da interacção e do discurso Estudo do Sujeito B e do seu ponto de vista Estudo do enquadramento cultural das práticas Fonte: Flick , (2005) Este esquema, conforme Fick (2005) ilustra a interacção das variáveis envolvidas nas situações a estudar e dos significados que essa situação têm para eles. Ou seja, uma vez que pretende-se demonstrar que a DFC é importante na tomada de decisões pelo facto de este não tomar em conta aos lucros ou prejuízos da empresa, a técnica de selecção das duas empresas com caracteristicas e situações económicas e financeiras diferentes veio permitir a retirada de conclusões concretas relativamente a importância da DFC. Isto é, com as informações contabilísticas das empresa, referente ao período de 2010 à 2012, fez-se análise sobre as alterações havidas nestes demonstrativos por meio de comparação horizontal e vertical dos 55 valores. E ainda, através da entrevista procuraram-se os motivos que levaram a alterar as contas em análise, isto é, as contas de investimento operacional, de capital e de financiamento bem como a forma como foram levado a cabo as decisões para cada uma das actividades operacional, de investimento e operacional na empresa. 3.4 Processo de amostragem Levin et al (2012) dizem que a amostra é quando se estuda um número menor de indivíduos da população. Segundo estes autores, o tal o estudo é efectuado por meio de processo de amostragem, onde os pesquisadores buscam generalizar a partir de uma amostra (um grupo pequeno) da populaçãoda qual ela foi extraida (um grupo maior). E De acordo com Lakatos e Marconi (2010) a amostra é uma parcela convenientemente selecionda do universo (população) e acrescentam que é um subconjunto do universo. Estas autoras afirmam que o processo de amostragem é aplicado quando se deseja colher informações sobre um ou mais aspectos de um grupo grande ou numeroso onde é impossível fazer um levantamento de todo, o que implica a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população ou universo. E para o efeito podem ser aplicados técnicas de processo de amostragem probablisticas ou então a não probabilísticas. A técnica de processo de amostragem probabilísticas de acordo com Lakatos e Marconi (2010) tem como característica primordial de poderem ser submetidas a tratatamento estatístico, que permite compensar erros amostrais e outro aspectos relevantes para a representatividade e siginificância da amostra. Enquanto que as técnicas de amostragem não probabilística a sua principal característica, é a de, não fazendo uso de formas aleatórias de seleção, torna-se impossível a aplicação de fórmulas estatísticas para o cálculo de amostra. Portante, conforme foi anteriormente referido, a população desta pesquisa é constituída por apenas duas empresas, pelo que o pelo número não se justificou a aplicação do processo de amostragem ou seja estudar o subconjunto deste conjunto, pois foi possivel recolher as informações desejadas nas empresas alvo. E consequentemente, o pesquisador não precisou de aplicar nenhuma das técnicas de processo de amostragem. 56 3.5 Método de Coleta de dados Para a coleta de dados primários aplicou-se a entrevista e para os dados secundários aplicouse a analise documental, de modo a permitir uma recolha de informações e confrontar com os documentos existentes nas empresas em análise. 3.5.1 Dados Primários Major e Viera (2009), relativamente aos métodos de procedimentos de uma investigação qualitativa afirmam que se o objectivo for compreender como é que uma ou várias ferramentas de Contabilidade estão a ser utilizadas numa empresa ou num conjunto de empresas, então o recurso à entrevista e à observação são os métodos mais típicos das investigações qualitativas a revelar-se mais apropriados. Conciliando esta afirmação à finalidade da pesquisa, os dados primários foram coletados por via de entrevista semi-estruturada, com questões fechadas e abertas. Com a entrevista semiestruturada pretendia-se adequar a roteiro elaborado, isto é, este tipo de entrevista permite que as questões que são colocadas sejam flexiveis e facilmente alteradadas conforme o desenrolar da entrevista bem como com as respostas que forem a se obter e consequentemente faciltando o alcance dos objectivos traçados.. Em relação as questões fechadas pretendia-se obter evidências relacionadas com o processo de elaboração ou não de determinados mapas contabilísticos de modo a confirmar se as empresas pesquisadas estão a integrar no seu sistema de contabilidade os demonstrativos financeiros preconizados pelo decreto 70/2009, isto no período em análise. Depois de levantamento dos tipos de Df’s que as empresas elaboraram no período de 2010 à 2012, procurou-se recorrer a questões com ordenação, ou seja questões que cuja resposta consistia em atribuir um determinado grau que variava de 1 a 5. Com este tipo de questões, tinha-se por objectivo, avaliar o grau de importância que as empresas atribuem a cada um dos demonstrativos financeiros no processo de tomada de decisão e desta forma levaria a atingir um dos objectivos traçados na presente pesquisa. E quanto as questões abertas, a sua utilização tinha por objectivo colher informações e opiniões pessoais dos entrevistados sobre determinados aspectos relativamente a tomada de 57 decisões financeiras, pois atendendo e considerando que os entrevistados tem uma larga experiência na àrea de contabilidade e gestão e ainda, exerce as suas funções na empresa há muito tempo eraa necessário auscultar as suas exeperíências. No entanto, de referir que a aplicação definitiva do roteiro da entevista nas empresas alvos, antecedeu a um teste em outras empresas da mesma àrea, de modo a concluir a sua eficiência e eficácia. Pois, de acordo com Margarida e Andrade (2005), a entrevisa constitui um instrumento eficaz de recolha de dados fiáveis para elaboração de uma pesquisa desde que seja bem elaborada, bem realizada e interpretada para tal, é necessário definir os objectivos e os tipos de entrevista e como deve ser planeada e executada. Esta acto, ajudou bastante, visto que o roteiro depois da fase de teste e devidamente rectificado os pontos fracos, foi possivel alcançar os objectivos traçados. Dizer que, entrevista incediu sobre pessoal responsável da àrea de contabilidade e finanças e, para melhor qualidade da mesma, o pesquisador inicialmente efectuou uma análise documental (análise de dados secundários) neste caso, Balanço, Demonstração de resultados, Demonstração de fluxos de caixa, demonstração da alteração de capital próprio e os relatórios da gestão, elaborados nos período de 2010 à 2012 para melhor conhecer a empresa. 3.5.2 Dados Secundários Os dados secundários foram levantados por via de análise documental, cujo o objectivo era exatamente preparar a entrevista realizada nas empresas e enriquecer a pesquisa. Não só, o sucesso de uma comunicação no processo de entrevista está exatamente em conhecer a empresa, isto, a sua natureza, o nível de desempenho e execução, entre outros aspectos. Assim, para o conhecimento da estrutura social da empresa recorreram-se aos boletins da república bem como aos outros documentos que historiam a empresa desde o momento da sua constituição. E de modo a verificar o valor dos activos e dos proveitos bem como dos resultados na empresa recorreu-se as Df’s financeiras (Balanço e DRE) elaborados pela empresa nos períodos em análise. 58 3.6 Análise de Dados Primeiro, a pesquisa é meramente qualitativa, pois a entrevista foi realiazada com base em informações constante nos relatórios financeiros das empresas e ainda das análise efectuadas nos documentos que dão a conhecer sobre a criação e as características actuais das empresas (boletim da república e outros materiais). E devido alguma característica das questões colocadas na entrevista e de modo a aplicar o esquema anteriomente 3.1, que ilustra a interação na perspectiva qualitativa, recorreu-se a ao microsoft excell, de modo a concluir até que ponto as empresa consideram a DFC um demonstrativo importante na tomada de decisões. O pesquisador ao recorrer ao microsoft excell, tinha por objectivo lançar as respostas que foram obtidas através das questões de ordenação, conforme está ilustrado nos apêndice 4.3 e 4.4 e consequemente permiti-lo a representar graficamente o resultados destas questões. E assim, permitiria facilitar a leitura bem como a retirada das conclusões, relativamente ao nível de solicitações e de relevância que as empresas atribuem a cada uma das Df’s. Relacionando a presente metodologia com os estudos apresentados na literatura focalizada e impírica, verificou-se uma semelhança com a metodologia recorrida por Costa (2009) no seu estudo efectuado no Brazil, cujo o objectivo era de evidenciar a situação financeira de uma empresa através da DFC. Neste contexto, isto começa por classificar a pesquisa quanto ao seu objecto, dizendo ser exploratória, procedimento, considera ser um estudo de caso e uma vez que recorreu a diverso material teórica afirma que a técnia recorrida ser bibliográfica e relativamente a abordagem considera ser qualitativa. No entanto, esta forma tipo de metodologia de pesquisa não foi recorrida pelos outros autores, pois mesmo no Brazil, Macário (2009) no seu estudo que tinha por objectivo demonstrar a importância de caixa para a sobrivivência da empresa recorreu ao modelo dedutivo, pesquisa documental e bibliográfica e por fim optou por um estudo de caso, tendo escolhido uma empresa e comparado com mais outras duas localizadas na mesma àrea para lhe permitir a retirada de melhores conclusões E quanto aos estudos realizados em Portugal e Cabo Verde, por Barbosa (2011) e Viera (2010), respectivamente, diferem complementamente em termos de Metodologia utilizada em 59 Brazil e na presente pesquisa. Embora a Viera considera a sua pesquisa de carácter exploratória e apoiada a técnica bibliográfica, ambas pesquisa recorreram ao um inquerito para a recolha de dados, tenho utilizado correio electrónico, o qual destinou a uma amostra seleccionada da população alvo. E posteriormente aplicaram método quantitativo para anâlise e interpretação dos dados. Devido esta situação estas pesquisas foram consideradas como sendo qualitativas no que diz respeito ao aspecto teórico e quantitativa no levantamente, análise e interpretação dos dados. Na pesquisa de Viera, para além de inquérito ela recorreu a um estudo de caso na empresa para demostrar a importância de DFC como um elemento na tomada de decisões. Com este estudo de caso ela conseguiu demonstrar qual é papel desempenhado por cada um dos elemento da DFC no processode tomada de decisões financeiras. E do estudo realizado em Moçambique, por Nhapossa (2007) foi possível encontrar alguns pontos comuns com o presente estudo. O primeiro ponto esta relacionada na aplicação de estudo de caso e outro por ter recorrido a entrevista de modo a colher dados da empresa. Ainda, classificou pesquisa como bibliografica e documental. 60 CAPÍTULO 4: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 4.1 Introdução Esta componente precede ao processo de levantamento de dados no âmbito da análise documental e da entrevista. Deste modo, foram aqui analisados os dados buscados através destas técnicas de pesquisa, com vista a ter ideias claras sobre a realidade do problema bem como a forma como as empresas estão a lidar com a DFC após sua aprovação pelo Decreto nº 70/ 2009. Referir que a interpretação foi seguida de uma análise profunda dos dados levantados com vista a não incorrer à falácia no momento da retirada das conclusões. No entanto, de realçar que esta parte do trabalho é muito importante, visto que dela foi possível retirar as conclusões e obter respostas práticas sobre a real importância da DFC na tomada das decisões financeiras bem como a comparação deste com a DRE para os mesmo fins. E ainda, colheu-se das empresas o nível de percepção do lucro e dinheiro, uma vez que existem os dois demonstrativos atrás mencionados com a finalidade de apurar estas duas grandezas nas empresas. 4.2 Perfil dos Entrevistados na População de Estudo O estudo, como foi anteriormente referido, teve como alvo à duas empresas moçambicanas localizadas na Provincia de Sofala, as quais foram na presente pesquisa designadas por Transporte Kanimambo, Limitada e Companhia Industrial de Açucar, SA. Na Transporte Kanimambo, Limitada, foram recolhidos dados primários e secundários, através da entrevista e análise documental, respectivamente. Para o efeito, a entrevista foi dirigida aos responsáveis das áreas de gestão financeira e de contabilidade e finanças. Tendose apurado que o responsável pela área de gestão financeira tem formação superior nesta área e uma certificação Internacional em contabilidade. Enquanto o responsável pela administração e finanças, embora com formação superior em economia e gestão, tem uma formação técnico médio profissional em Contabilidade e trabalha nesta área a mais de 25 anos. Na Companhia Industrial de Açucar, SA a recolha dos dados primários e secundários seguiu os mesmos moldes da empresa anterior. Todavia, contrariamente a Transporte Kanimambo, 61 apenas a responsável pela contabilidade da empresa foi entrevistada e por sua vez esta tem uma formação superior em Contabilidade e Auditoria e trabalha nesta área a mais de 20 anos. O facto de não entrevistar o mesmo número de trabalhadores que a empresa anterior deve-se a facilidade havida na comunicação e na obtenção de respostas. Isto é, a entrevistada foi capaz de responder positivamente o roteiro preparado e participar activamente na entrevista, permitindo deste modo alcançar integralmente os objectivos traçados. 4.3 A Elaboração das Demonstrações Financeiras nas Empresas Já antes, foi aqui mencionado que com a aprovação do Decreto 70/2009, isto é, o PGC – NIRF, as média e grandes empresas são obrigadas a elaborar um conjunto de elementos de demonstrações financeiras no final de cada exercício económico. E no entanto, a prática actual é que muitas empresas por vários motivos ainda não estão a seguir o estabelecido neste novo normativo de contabilidade em Moçambique, por isso partiu-se pela busca de constatações do nível elaboração das DF’s nas empresas pesquisadas. 4.3.1. Tipos de Df’s Elaboradas no Período de 2010 à 2012 Para o início de recolha de dados e a respectiva análise e interpretação na presente pesquisa, procurou-se colocar questões de reconhecimento dos tipos de Df’s elaboradas pelas empresas pesquisadas no período em análise. Este reconhecimento permitiu o pesquisador ficar a saber se as empresas pesquisadas tem ou não o conhecimento das Df’s que devem elaborar ou então se já estão ou não a seguir o preconizado no decreto 70/ 2009. E consequentemente, ao saberse se estas elaboraram ou não todos tipos de Df’s que este normativo as obriga, permitiu o enriquecimento das questões subsequentes, ao apenas não cingir-se em comparar a DFC com a DRE mas sim incluiu-se as demais Df’s que porventura as empresas têm recorrido no processo de tomada de decisões financeiras, como é o caso do Balanço e a DACAP. Ou por outra, devido a utilização de uma entrevista semi-estruturada e com questões abertas foi possível constatar que ao nível das empresas recorrem a outros demonstrativos contabilísticos e financeiros para lhes facilitar a análise da sua situação económica e financeira. E assim, as empresas estavam abertas a dar as suas opiniões na pesquisa no que concerne ao todo o conjunto das Df’s financeiras na qual permitem a tomadas das suas decisões de carácter financeira. 62 Este tipo questão constitui uma das que foi utilizada pela Viera (2011) na sua pesquisa em Cabo Verde, mas com a sua questão pretendia saber apenas se as empresas tem a noção da DFC. E uma vez que das 60 empresas inqueridas, apenas 40 responderam o inquérito, chegou a conclusão de que 97,5% tinham noção da DFC enquanto 7,5%, responderam negativamente. E nas empresas alvo da presente pesquisa, começando pela Transporte Kanimambo averigouse que esta, até 2012 apenas tinha elaborado o Balanço, a Demonstração de resultados e o Relatório Técnico no seu processo de contas. No entanto, no final deste mesmo exercício económico, por incumbência das autoridades competentes, a empresa foi obrigada a fazer parte no seu processo de conta, a DFC sob pena de devolverem o processo deste ano e até sofrer uma penalização. Mais uma vez, esta acção, mostra claramente o impacto e a influência que estes orgãos ou seja as finanças têm sobre as demonstrações financeiras das empresas em Moçambique. Pois, mesmo com a introdução das NCRF no sistema de contabilidade nacional para o sector privado, o estado e os seus orgão fiscalizam e regulam os relatórios financeiros das empresas, sujeitando-as à auditorias fiscais em caso de existir irregularidades no processo de contas. Isto, de um modo reduz a autonomia das empresas apresentarem as Df’s de acordo com a substância e não com a forma, de modo a ajudar a administração interna, pois existe maior preocupação em responder mais as exigências impostas pelo fisco e geralmente esta acção provoca um atrito entre as finanças e os empresários. Por conseguinte, o responsável da Contabilidade e Finanças acrescentou que embora nos anos 2010 e 2011 a empresa não tivesse elaborado a DFC para integração no seu processo de contas que foi submetido às Finanças, ela sempre elaborava um mapa que se assemelha à DFC. Este mapa, ajudava a empresa a ilustrar as entradas e saidas de dinheiro, isto é, permitia deferenciar as receitas geradas e as despesas consumidas com as recebidas e pagas, respectivamente. Com esta resposta, permitiu o pesquisador a não descartar-se da empresa na sua população de estudo, pois verificou-se que a empresa tem noção sobre a DFC e actualmente ela está a elaborar e já antes elaborava um demonstrativo que ilustrava entradas e saidas de recursos financeiros cujo estrutura não se igualava a de DFC previsto no PGC-NIRF e na estrutura conceptual do IASB. Esta decisão tomada pelo pesquisador, deve-se a facto do seu objectivo 63 da pesquisa não estar virado ao estudo da DFC das empresas mas sim avaliar a importância que as empresas atribuerm a DFC na tomada decisões financeiras. Na Companhia Industrial de Açucar, SA, colocada é mesma questão, conforme ilustra o apêndice 4.2., destacou –se o exercício de 2010, com a falta de alguns elementos que completam o processo de contas de acordo com o preconizado no PGC –NIRF. E questionada a empresa sobre este facto, respondeu que deveu-se a dificuldade havida aquando da elaboração das demonstrações finaceiras no processo de transição do PGC anterior para o actual e não só, deveu-se ao enquadramento do período económico, pois a empresa o seu período económico não concide com o período civil conforme está estipula pelo Decreto 34/ 2007 de 31 de Dezembro, isto é, inicia em um de Abril e términa no final de Março do ano seguinte. E tal como a Transporte Kanimambo, a Companhia de Açucar por exigência da sede, empresa mãe, localizada na Àfrica de Sul, desde muito, antes mesmo da introdução das NIRF’s em Moçambique, tem vindo constantemente e em período não uniformes a ser solicitada a elaborar a DFC. Pois, pela característica da empresa mãe, isto é, prioriza os interesses dos accionistas e já há muito tempo implementa as IFRS, faz com que considere a DFC um elemento que lhes possibilite a controlar a situação financeira da empresa e consequentemente tomar algumas decisões. Portanto, na Transporte Kanimambo, Limitada verifica-se que existia dificuldades de elaborar a DFC, facto que é normal para a maioria de empresas nacionais. Isto é, desde a introdução do PGC-NIRF muitas empresas gastam somas avultadas com o objectivo de capacitar o seu recurso humano em matéria das NIRF’s e ainda em consultorias com vista a efectuar uma reclassificar e requalificação do Patrímónio com vista a adequar a empresa realidade contabilística. Neste caso, a Transporte Kanimambo, para além do seu histórial em torno de crescimento económico, isto é, passou a pertencer a classe de médias e grandes empresa a uma data não muito longíqua tem vindo a empreender esforços no sentido de enquadrar todo o seu sistema de contabilidade à exigências contabilísticas que estas empresas são alvo. Contrariamente, na Companhia Industrial de Açucar, SA, graças a empresa mãe ela tem elaborado DFC’s para fins internos mas, só agora com a aprovação do Decreto 70/ 2009, passou a integrar a DFC no processo de prestação de contas às autoridades competentes. E 64 ainda, ao passar a elaborar a DFC nos anos 2011 e 2012, deveu-se a ajuda que esta empresa tem tido no processo de elaboração das contas por empresas internacionais de consultoria, como a KPMG e a Ernest and Young, cuja a sua vasta experiência não tiveram muitas dificuldades de elaboração. Finalmente, pode-se dizer que a nível da CPLP ainda existe empresas que não tem noção da DFC ou ainda tem apresentam dificuldade em elaborar este demonstrativo. Pois, embora as NIRF’s estejam a ser aplicáveis nestes países ainda existem dificuldade em seguir como devem ser ou seja a passagem da aplicação do modelo contabilístico anterior para o actual que vai de acordo com o normativo da IASB está sendo feito de forma progressiva nestes Países. 4.3.2 Nível de solicitação das Demonstrações Financeiras a) Transporte Kanimambo, Limitada Depois de averiguar os tipos de Df’s elaboradas pelas empresas e antes de avaliar e comparar o nível de importância da DFC em relação aos outros mapas, principalmente a DRE, conforme está ilustrado na figura 4.1 e apêndice 4.1, procurou-se antes apurar a frequência de solicitação das Df’s elaboradas nas empresas pelos utilizadores internos. E assim, foi aberto um intervalo de um a cinco, na qual deveria ser atríbudo um valor que faça parte deste intervalo a cada uma das Df’s de acordo com o seu grau de solicitação pelos utilizadores internos. Deste modo para cada ordem de numeração, foi classificado da seguinte maneira: um indica mapa não solicitado, dois mapa pouco solicitado, três que dizer solicitado e quatro e cinco, bastante solicitado e muito socilitado, respectivamente. Assim, da análise feita na empresa Transporte Kanimambo, de acordo com a figura 4.1 verificou-se que o Balanço ocupa o nível quatro (bastante solicitado) em relação a frequência requerida pelos utilizadores internos da informação financeira. Mas a que recordar que acordo com o conceito de Balanço, este mapa ilustra o activo e o passivo da empresa, evidenciando a situação liquida da empresa (capital próprio) e, embora a empresa tenha a faculdade de elaborar diversos tipos de balanços desde, o inicial, extraordinário e até ordinário, esta ocupase geralmente a elaborar este o último, no final de cada exercício económico, que por sua vez nesta empresa concide com o ano cívil. Assim, uma vez que no Balanço está ilustrado a situação económica e financeira da empresa e apresenta-se nela os balanço comparativos, ou seja balanço do exercício económico em encerramento com o do ano anterior, a administração 65 da empresa ao solicitar tem por objectivo avaliar o nível de crescimento dos activos e através do passivo e o capital próprio efectuar algumas análises económicas e financeiras. Relativamente a DRE, nesta empresa ocupa o primeiro lugar no nível de solicitações, isto é, é muito solicitado, o que obriga a contabilidade constantemente a manter actualizado o processo de contas, principalmente o controle das receitas e dos custos. Este nível de solicitação, devese sobretudo aos custos operacionais que constantemente a empresa deve incorrer e muitas vezes não orçados e que têm origem em acontecimentos extraordinários, causados por danos e perdas em acidentes que ocorrem nas suas frotas. E como é evidente, trata-se de factos não controláveis mas que de um modo pode-se criar uma provisão, de modo a empresa precaver-se destes custos. Com os custos que a DRE ilustra a empresa poderá alterar o seu orçamento e até criar mecanismo e medidas de contingência para prevenção destes acidentes, que por vezes são causados por erro humano. No que concerne a DFC, verifou-se que a empresa tem solicitado bastantemente mas não ao nível da DRE. Pois, como foi anteriormente dito, a empresa já elaborava o mapa da mesma espécie que a DFC, com vista a controlar as entradas e saidas e dar a conhecer a gestão, as receitas efectivamente cobradas e as despesas pagas. Deixando neste caso, o papel da DFC para o final de ano, no momento de encerramento de contas e quando se pretende resumir todos os movimentos anuais de caixa e seus equivalentes. No entanto, deve aqui ficar claro, que o facto da empresa não solicitar este demonstrativo deve-se a dificuldade que esta tem em elaborar mensalmente, trimenstral e até semestralmente. Contudo, ao se elaborar existe uma solicitação por parte da empresa, pois este demonstrativo ilustra um conjunto de elementos muito importante na análise dos movimentos financeiros ou dos recursos financeiros aplicados nas diversas componentes da empresa, como é o caso de valores dispendidos ou recebidos nas actividades operacionais, de investimento e de financiamentos, cuja com as demonstrações tradicionais, o Balanço e a DRE, não seria possível obter esta informação. E por último, sobre a DACAP, constatou-se que este é um dos mapas não usado na empresa. E uma vez que ainda não lhes foi exigido pela adminstração geral da empresa e pelas autoridades fiscais, este mapa não ainda é elaborado. Deve ficar bem claro que este 66 demonstrativo ilustra a alteração no capital próprio e que um modo geral, pela característica dos sócios-gerentes da empresas, não há necessidade de ocupar-se em analisar este mapa. Isto é, para além de serem sócios da empresa, estes tem um certo grau de parantesco com os restantes sócios e dai que raramente podem ocorrer o problemas de agency ou seja problemas em que os adminsitradores das empresa colocam os seus interesses pessoais em primeiro lugar relativamente aos da empresas. Não só, este tipo de demonstrativo é frequentemente utilizado nas sociedade accionistas, onde existe um interrese muito grande em avaliar os preços das acções. b) Companhia Industrial de Açucar, SA Entretanto, a mesma análise foi realizada na Companhia Industrial de Açucar, SA e verifou-se uma disparidade na respostas, pois conforme está ilustrado na figura 4.1, o Balanço e a DRE nesta companhia constituem os mapas que receberam o grau de atribuição inferior em termos de solicitação para o processo de tomada de decisões relativamente na Transporte Kanimambo. Tendo recebido o grau de solicitado e conforme os dados colhidos, ficou-se a saber que estes mapas são elaborados uma vez por ano, dai que não são muito solicitados. E a atribuição deste nível de solicitação, está relacionado ao número de vezes que as autoridades fiscais, auditorias, as instituições financeiras e ainda a sede para efeito de consolidação das contas solicitam. As autoridades fiscais, ao solicitarem tem em vista averiguar se as contas estão devidamente encerradas de acordo com os preceitos fiscais, pois a empresa até então ainda não contribuíu em imposto sobre rendimento, devido a acumulação dos prejuízos anuais. Quanto as instituições financeiras, solicitam estes mapa com vista averiguar a situação económica e financeira da empresa afim de averiguar a capacidade financeira da empresa bem como as garantias que a empresa dispõe. Enquanto, a DFC é o mapa mais solicitado pelos utilizadores internos, isto é, pela Sede e pelo Conselho de Administração da Empresa na Assembleia Geral, devido aos resultados anuais negativos que a empresa está até então a obter. Pelo que, a DFC ajuda aos administradores do mais alto nível a acompanhar a situação financeira da empresa e tomar conhecimento sobre a capacidade da mesma continuar a gerar produção, cumprir com os compromissos com os terceiros. 67 Outro dado colhido, é o facto da empresa mãe ser uma das grandes financiadoras do investimento de capital da Companhia. Por este motivo, para averiguar a capacidade da Companhia de Açucar em restituir os valores em contrapartidas dos adiantamentos das aquisições realizadas tende a manter o controlo financeiro da companhia. Relativamente a DACAP, constitui um mapa pouco solicitado na empresa, sendo apenas pelo conselho da administração e ainda pelas Finanças. Este facto não retira o grau de importância que o mesmo tem para a empresa. Figura 4.1: Nivel de solicitação das DF’s Fonte: Dados primários, 2014 E mais uma vez recorrendo a pesquisa de Viera (2011), ela ao invés de questionar sobre o nivel de solicitação deste demonstrativo, preferiu colocar uma questão relacionada com a periodicidade com que este é elaborado nas empresas. E assim, 7,5% estiveram equivocados com a questão ao confunderem a DFC com diários de caixa, pois responderam que elaboram diariamente, 45% responderam que elaboram anualmente, 15% semanalmente, 20% mensalmente, 7% semestralmente e 5% trimestralmente. No entanto, estes dados colhidos pela Viera, podem servir de experíência para as empresas moçambicanas que pensam que a DFC apenas deve-se elaborar apenas anualmente mas desde já verifica-se este demonstrativo 68 tem uma grande utilidade de modo que as empresas devem criar condições de elaborarem no mais curto período após a realização de operações que envolvem recursos financeiros. Isto de um modo, criará uma cultura de utilização deste demonstrativo na empresa, pois é de mais fácil análise em relação as outras Df’s quando se diz respeito aos valores que entraram e sairam na empresa. E não só, administradores séniores da empresa ao solicitarem constantemente obrigará o sector de contabilidade a manter constantemente os registos actualizados. 4.3.3 Nível de Relevância das Demonstrações Financeiras a) Transporte Kanimambo, Limitada No entanto, depois de avaliar o nível de solicitação das Df’s nas empresas pesquisadas e com vista a atingir o objectivo geral da pesquisa, que é avaliação da importância da DFC na tomada de decisões nas empresas, foram aqui recolhidos dados nas empresas alvos da pesquisa que permitissem apurar, primeiramente, o nível da importância deste demonstrativo. E de modo a não limitar as empresas, abriu-se mais uma vez as opções aos entrevistados, pois o objectivo não era de força este em apenas considerar a DFC e a DRE e lançar a sua opinião, deixando por fora os outros demonstrativos que nas opiniões da empresa poderão ser importantes para o processo de tomada de decisões financeiras. Por isso, para esta análise foram incluídos o Balanço e a DACAP. Portanto, a distribuição do grau de relevância entre as diversas Df’s foi uma tarefa bastante difícil para as empresas. Pois, as empresas ainda não tinham feito uma análise que envolvesse a avaliação do grau de relevância de cada uma das Df’s no processo de decisões financeiras. Deste modo, contou-se com experiência dos entrevistados, resultante de vários anos de trabalho na área de contabilidade e administração para ultrapassar esta dificuldade. Pelo que, na empresa Transporte Kanimambo, devido aos objectivos pretendidos ou seja a empresa ainda está em crescimento e para tal as receitas e os custos são elemento chaves para o alcance da sua visão. Por isso, de acordo com a figura 4.2 a DRE é considerado um dos mapas muito relevante na empresa. Assim, questionada a empresa sobre esta atribuição de grau de relevância, ela respondeu que tem permitido uma análise e o controle dos custos e despesas variáveis e fixas e ainda traçar políticas que envolvem a sua maximização e 69 minimização, respectivamente. E ainda, procurar cada vez mais atingir niveís elevados de receitas capazes de forncerem um retorno sustentável e excelente sobre os investimento dos sócios da empresa, mesmo que estas não estejam efectivamente realizadas. Enquanto que o Balanço e a DFC tem o mesmo grau de relevância. Pois, o primeiro é usado para efectuar comparação em torno do crescimento e a situação económica e financeira da empresa e o segundo para avaliar capacidade da empresa em efectuar o pagamento das obrigações contraídas. Enquanto a DACAP não é elaborado. No entanto, ao verificar esta situação, pode-se notar que a empresa atribui um nível elevado de relavância a um demostrativo que em algum momento poderá não ajudar muito no processo de tomada de decisões de carácter financeira. Pois, ao longo da entrevista ficou-se a saber que esta trabalha com capital alheio e a sua restituição ou reembolso depende da capacidade financeira da empresa proveniente do recebimento efectivo da receitas, deste modo a DRE não está capacitada em apresentar esta informação a empresa pois ela constitui um mapa que segue o princípio de especialização de exercício. b) Companhia Industrial de Açucar, SA E portanto, feita análise da relevância das Df’s na Companhia Industrial de Açucar, SA, a atribuição do grau de relevância das DF’s foi diferente da outra empresa em análise. Isto é, conforme mostra a figura 4.2, a DRE e DFC são considerados os demonstrativos muito relevantes para a tomada de decisão. Mas, há considerar um aspecto, esta igualdade de relevância deve-se a constante utilização destes demonstrativos financeiros pelos diferente níveis da empresa para tomadas de várias decisões conforme será abordado nas próximas linhas. Isto é, a DRE para empresa é relevante porque permite controlar as receitas e os custos e saber se a empresa conseguiu invertir a sua situação económica enquanto que a DFC demonstra aos administradores que mesmo com prejuízos a empresa tem uma situação financeira estável e que não há motivos de alarme. Enquanto que o Balanço apresenta-se no nível três, isto porque, este demonstrativo não é usado para a empresa tomar as decisões financeiras mas sim para apresentar a administração fiscal (Autoridade Tributária) bem como às instituições financeiras quando lhe solicitado no 70 momento que requisitarem fundos externos. Relativamente a DACAP, embora com o nivel pouco relevante a sua existência é pertinente, pois sendo a companhia uma sociedade anónima, os sócios preocupam-se em saber o ponto situação do capital próprio. Figura 4.2: Nivel de relevância das DF’s Fonte: Dados primários, 2014 No entanto recorrendo mais uma vez a pesquisa da Viera (2011), ela procurou buscar sobre a utilização de DFC nas empresas Cabo Verdiana, tendo verificado que esta consideram importante no processo de tomada de decisões de investimento. E como foi anteriormente no capítulo 2, que as decisões de investimento dão origem as decisões de financiamente, isto é, para que haja um investimento na empresa, ela é obrigada a procurar um financiamento para satisfazer o investimento requerido. Por isso, mais uma vez de acordo com o objectivo da pesquisa verifica-se que a DFC é um importante demonstrativo neste processo de decisão. E assim, encontramos uma concordância entre as empresas Cabo Verdianas com as Moçambicanas, pois estas consideram que a DFC é importante, pois avalia a capacidade da empresa cumprir com as obrigações financeiras perante os valores que estas recorrem ao exterior. Do outro lado, também para além de demonstrar os movimentos de entradas e saidas de cada actividade, este demonstrativo vem ilustrar os valores acumulados aplicados em investimentos e actividades operacionais ainda se ela teve que requerer ao financiamento ou ainda se aplicaram em actividades de financiamento. 71 4.4 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Transporte Kanimambo, Limitada A tomada de decisões financeiras é um processo que envolve muita prudência, uma das caraterísticas qualitativas exigidas desde o momento da elaboração das Df’s. Assim, visto que existem vários tipos de decisões na empresa, aqui apenas procurou-se analisar como as empresas tomam as decisões de investimento de capital, operacional e de financiamento, bem como qual dos demonstrativos financeiro é utilizado e de que forma. Assim, conforme foi dito anteriormente, a Transporte Kanimambo, Limitada até 2012 elaborava as Df’s tradicionais, nomedamente o Balanço e a DRE, tendo elaborado neste mesmo ano a DFC por incumbência da administração fiscal. No entanto, diante desta situação procurou-se saber qual era o procedimento utilizado por esta empresa no processo de tomada de decisões financeiras, uma vez que estas Df’s tradicionais, não ilustram os movimentos dos recursos financeiros na integra. Em resposta, a empresa frisou que está ciente de que o lucro proviniente da DRE não constitui a existência de recursos financeiros na empresa muito mais a capacidade da empresa em puder cumprir com certas obrigações. Em outras palavras, recorrendo a tabela 2.4., estes pretendiam afirmar que sempre preocuparam-se em apurar primeiro o lucro económico posteriormente seguindo a figura 2.4 apuravam o lucro financeiro e assim a empresa tomava as decisões financeiras. Isto comprova que de um ou de outro modo, a empresa recorre aos fluxos de caixa com vista a tomar as suas decisões financeiras, embora não estivessem a elaborar a DFC. Para o efeito, actualmente, depois de terem elaborado a primeira DFC em 2012, este elemento passou a ter influências nas decisões de carácter financeiro, principalmente as que dizem respeito a actividades de financiamento e investimento ou seja a empresa utiliza a DFC para tomar decisões de financiamento e de investimento. Relativamente, a actividade operacional devido os factos patrimoniais envolvidos a empresa ainda apoia-se a DRE de modo a efectuar uma análise dos movimentos operacionais e posteriormente recorre a DFC para verificar os valores aplicados nestas actividades. Sendo assim, verificou-se que a Transporte Kanimambo, Limitada ao elaborar ou seja ao incluir no seu processo de contas a DFC conforme será abordado nos próximos temas, procurava conjugar a DRE com o mapa que ilustrava os seus movimentos financeiros e, 72 actualmente esta DRE com a elaboração da DFC ainda continua a apoiar no processo de tomada de decisões financeiras pois é sabido que existem dois métodos de elaboração de DFC, o indirecto e o directo. O indirecto ilustra a movimentação dos recursos financeiros depois de apurar o resultado liquido ou seja na parte que diz respeito as actividades operacionais não difere com o que está ilustrado na DRE, pois apenas na DFC acrescentasse ao lucro os custos que não envolvem saidas ou dispêndio de recursos financeiros. Dai que, a empresa ao adoptar o método indirecto não acha conveniente descartar a DRE na tomada de decisões que envolvem actividades operacionais. Portanto, nos próximos temas pretende-se abordar como cada uma das decisões financeiras são tomadas na Transporte Kanimambo, Limitada. 4.4.1 Decisão de Investimento Operacional Depois de verificar e demonstrar os demonstrativos recorridos pela Transporte Kanimambo, Limitada na tomada de decisões financeiras relacionadas com cada uma das actividades, pretende-se aqui demonstrar o processo de interligação das informações das DF’s, utilizado pelos administradores para a tomada de decisões financeiras de forma prudente, eficiente e eficaz, principalmente no que diz respeito as actividades operacionais. Deste modo, conforme foi referido no capítulo 2, as decisões de investimento operacional são as que estão relacionadas com a venda e à produção de bens e serviço e ainda são de curto prazo e, por sua vez contribuem nas receitas e no apuramento do resultado líquido da empresa. Portanto, como foi anteriormente dito, esta empresa na tomada de decisão apoia-se a DRE para posteriormente através da DFC tomar as decisões operacionais. Isto é, a DRE contem a informação que ilustra o lucro da empresa que por sua vez é utilizado na elaboração da DFC no seu método indirecto. Portanto, sabe-se no entanto que a DFC apenas passou a ser elaborado na empresa apartir de 2012 e na presente pesquisa constitui como período de análise 2010 à 2012. Daí, quando colocada a empresa a questão como procedia está ligação nos restante períodos em análise, esta respondeu que recorria a DRE para calcular o margem de resultado operacional e caso este índice fosse superior que um, buscavam elaborar o mapa de entradas e saidas com vista a verificar se as receitas e os gastos foram efectivados ou então se as receitas geradas foram capazes de produzir recursos financeiros de tal modo que a empresa está capacitada em cumprir com os seus cumpromissos financeiros. E com a introdução da DFC na empresa, este processo torna-se mais fácil, pois ao invês de recorrer aos 73 índices financeiros simplesmente a empresa mantem o controlo de recursos financeiros, pois este mapa já ilustra as entradas e saidas e constitui um demonstrativo obrigatório. E, aqui mais uma vez a DRE mostra-se incapaz de ajudar a empresa em tomar esta decisão, deixando-se na responsabilidade da DFC. Mas na empresa, a DRE constitui um demonstrativo importante quando se pretende efectuar orçamento, pois neste mesmo capítulo este mapa foi considerado mais relevante em relação aos outros a medida que ilustra custos que geralmente são extraordinários e que a empresa deve passar a orçar para os anos subsequentes. 4.4.2 Decisão de Investimento de Capital No que concerne a decisão de investimento de capital, há que considerar que este constitui um dos grandes componentes do seu Património, fazendo parte do activo não corrente e que é mentor pela execução de actividade principal da empresa, por isso a constante renovação do mesmo é importante para que a empresa continue a prestar serviços aos seus clientes. Portanto, para esta renovação ou seja aquisição de investimento de capital passa por um processo de análise com vista a decidir se a empresa pode ou não acrescer o seu investimento de capital. Portanto, aqui há exclusão total da DRE, pois este mapa ilustra movimentos relacionados com movimento operacionais da empresa e não com investimento. Para, tal há maior preocupação da empresa em procurar interligar as informações do Balanço com as informações constantes na DFC. Com o Balanço, pretende-se verificar os investimentos de capital existentes na empresa e como tem sido a sua evolução e apartir daí, a empresa busca informações constante na DFC com vista a examinar os valores dispendidos nos tais investimentos. Só que, mais uma vez voltou-se a aquela situação ou seja a forma como procedia antes de passarem a elaborar a DFC, pelo que esta respondia que esta análise não era efectuada, apenas recorriam aos Balanços sucessivos da empresa com vista a verificar o crescimento da conta investimento de capital ou então recorriam ao plano orçamental elaborado pelo sector da gestão financeira da empresa com o objectivo de determinar as necessidades de investimento na empresa. De referir que, em algum momento a empresa tende a verificar a DRE com vista a verificar se os investimentos efectuados estão a surtir efeitos positivos sobre as receitas e o lucro da empresa. Pois, a empresa ao investir tem por objectivo incremental a sua actividade 74 operacional, isto porque o volume de negócio da empresa está directamente ligado ao seu activo tangível e intangível. 4.4.3 Decisão Financiamento A decisão de financiamento ou de necessidade de financiamento é de grande importância para a empresa devido a frequência da empresa em recorrer a empréstimos para fazer face ao investimento de capital. Deste modo, aqui é um dos únicos momentos em que a empresa busca as informações de todas as Df’s excluindo a DACAP. Primeiro, foi referido anteriormente que esta decisão tem recurso a DFC devido a característica deste mapa em ilustrar a capacidade da empresa em satisfazer as suas necessidades financeiras ou então determinar se deve recorrer a um financiamento. No entanto, quando se afirma que neste processo busca-se conjugar as informações de Balanço, da DRE e do DFC, deve-se ao facto dos elementos destes demosntrativos directa ou indirectamente sofrerem impacto resultante do financiamento. Por exemplo, a Transporte Kanimambo, Limitada quando pretende incrementar as suas operações ou a suas receitas primeiro recorre a DRE para verificar o volume actual e, posteriormente verifica se as receitas foram efectivadas. Dai dependedo do grau de incremento pretendido e se este estiver ligado com a capacidade de prestação de serviço instalada, a empresa recorre ao Balanço para avaliar o investimento de capital existente na empresa. Então, a empresa encontra-se confrontada com duas situações, a primeira constitui a pretensão de aumentar o volume de negócios e o segundo, aumentar a capacidade dos serviço para atingir o primeiro objectivo. É daí, começa a pensar noutros mecanismo de modo a efectivar duas situações, pois se a empresa é obrigada a investir primeiro deve obter um financiamento. E de acordo com os dados recolhidos, este financiamento é externo, portanto mais uma vez busca-se informações da DFC com vista a verificar se a empresa não tem capacidade de pelo menos investir com seus recursos financeiros, de modo a reduzir a devida externa bem como a dependência externa. É daí, que a DFC e DRE são chamados a fornecerem informações de carácter financeiro e económico de modo, que a empresa proceda da melhor maneira a decisão de recorrer ou não a um financiamento externo. A conjugação entre a informação da DFC e da DRE é muito importante, pois primeiro mapa ilustra o lucro financeiro e o segundo o lucro económico. 75 4.5 O Processo de Tomada de Decisões Financeiras na Companhia Industrial de Açucar, SA A Companhia Industrial de Açucar, SA, além de ser uma empresa moçambicana ela é uma subsidiária de uma empresa sul africana, consequentemente é inevitável a centralização de algumas decisões. E uma vez que as políticas de gestão são diferentes, para evitar que a Companhia Industrial de Açucar, SA tome decisões ineficientes, constantemente solicita consultorias externas com vista a apoiar na elaboração das Df’s bem como na sua certificação. Não obstante, sabe-se que as Df’s são elaboradas geralmente no final de um exercício económico, mas as decisões são tomadas constantemente, para tal a empresa mãe solicita com maior frequência a DFC com vista a delinear alguns aspectos de carácter financeiro. Esta solicitação, ajuda de certo modo a tomada das decisões que envolve os investimentos e financiamentos. Ou seja, uma vez que a empresa apresentou prejuízos no período em análise e consequentemente estas duas decisões tem como base a DFC, pois, os investimentos da companhia tem sido financiados pela empresa mãe e o seu reembolso é efectuado quando a empresa tiver capacidade financeira ou recursos financeiros. Então, perante a presença de prejuízos avultados não há alternativa a deixar de usar a DRE e recorrer a DFC, pois este segundo apresenta-se como melhor demonstrativo nesta situação. Portanto, também importa referir que, de acordo com os princípios da empresa mãe oriundos do modelo contabilístico aplicável, ou seja esta empresa sofre uma influência do modelo anglo-sãxao, daí que há maior primazia na base de caixa no âmbito de elaboração e análise das Df’s. Sendo assim, na situação em que a DRE é elaborado na base de acréscimo e a DFC base de caixa, leva com que a empresa mãe exclua a DRE na tomada de algumas decisões financeiras, principalmente a de investimento e a de financiamento. E relativamente, as decisões relacionadas com as actividades operacionais há que referir de certo modo estas estão ligadas aos outros investimentos mas, a sua análise é por via da DRE, pois este vai ilustrar se a empresa conseguiu reduzir os prejuízos e ainda verificar as causas que levaram para que a empresa tivesse arrecadado prejuízos. E algum momento, recorrem a DFC para verificar quais os valores que estão a dispender para no processo de produção e em outras despesas operacionais mas, até então estas decisões recorrem a DRE para programação e elaboração do plano de produção e outras despesas. 76 4.5.1 Decisão de Investimento Operacional Como foi anteriormente referido, a empresa está a acumular prejuízos, dai que qualquer decisão que envolve a operacionalidade da empresa requer muito cuidado pois, pode vir a prejudicar a empresa. Mas, deve aqui ficar claro que a empresa esclareceu que embora a sua situação económica não esteja estável ela apresenta uma capacidade e autonomia financeira estável, pois consegue até então cumprir com as suas obrigações financeiras, evitando acumular dívidas externas além das que já contraíu com a empresa mãe. Portanto, aqui pretende-se abordar a forma como a Companhia Industrial de Açucar, SA efectua a interligação das informações financeiras e económica no processo de tomada de decisões de carácter operacional. Neste âmbito, partindo de que a empresa recorre a DRE para este tipo de decisão, ela interliga as informações deste demonstrativo com a DFC, pois como foi referido no capítulo 2, a DRE ilustra o resutado económico que é negativo na empresa e havendo a necessidade de verificar se as receitas foram cobradas integralmente recorre a DFC, na qual este responsabiliza-se em apurar o lucro financeiro através da expurgação dos custos e despesas cuja sua ocorrência a empresa não necessitou de efectuar desembolso de valores. Neste caso, este constitui o ponto de ligação entre a DFC e DRE. E ainda, para além efectuar interligação no processo de apuramento de lucro económico e financeiro, também no processo de maximização e minimizar os custos fixos e variáveis, respectivamente, a empresa recorre a estes demonstrativos, pois existem custos controláveis (variáveis) cuja empresa tende a preocupar-se em saber qual a parte dos seus recursos financeiros é aplicado nestes. Isto, permitirá o uso racional e ou aplicação racional dos seus recursos nos custos e despesas variáveis. 4.5.2 Decisão de Investimento de Capital Quanto ao processo de decisão que envolve as actividades de investimento, como referiu-se, constitui uma responsabilidade da empresa mãe, que tendo conhecimento da situação económica ela recorre a DFC para verificar se a Companhia de Açucar já esta capacitada em devolver ou desembolsar os fundos provinientes dos investimentos realizados. E também, a empresa mãe recorre as informações de Balanço com vista a analisar a capacidade instalada bem como as grandes manutenções efectuadas na fábrica e ai através destas informações ajudar-lhes-á a tomar decisões se podem ou não investir. 77 Portanto, relativamente as decisões locais, a Companhia Industrial de Açucar, SA ciente dos prejuízos e pretendendo efectuar um investimento sem recorrer a empresa mãe mas sim ao financiamento externo, ela procura reunir o Balanço e DRE, com vista a canalizar às Instituições financeiras. Mas esta decisão é somente tomada depois de avaliar se a empresa terá capacidade de restituir estes valores em curto tempo, de modo que não possa acumular divida externa na empresa. E aqui, a DFC é chamada de modo a responder que quantidade (valores monetárias) a empresa deve fixar como pagamento das suas prestações. Neste, caso pode-se notar que esta Companhia busca informações de Balanço para verificar a capacidade instalada e ainda as grandes reparações efectuadas nos anos anteriores. E depois as informações da DFC com vista a medir capacidade de restituição dos investimentos realizados na empresa. 4.5.3 Decisão de Financiamento Esta empresa até então continua a obter prejuízos contudo está estável e operacional, visto que apresenta uma situação financeira estável. E recordando mais uma vez, o processo de tomada de decisão de financiamento é da responsabilidade da empresa sul africana e geralmente, está ligado na necessidade de incrementar a capacidade instalada da empresa ou então emissão de títulos financeiros. Mas, no período em análise e conforme é sabido, para que haja um investimento é necessário que a empresa possua um determinado financiamento, dessa forma a empresa após verificar a necessidade de investir tomava a decisão de recorrer a um financiamento externo ou então a empresa mãe. Neste contexto, são reunidas diversas informações do balanço e da DFC, pois a DRE não entra neste tipo de decisão por não apresentar um lucro financeiro senão económico e ainda negativo. Posto isto, através do Balanço a empresa verifica qual a situação das dividas e se vale a penas recorrer ao financiamento bancário. A resposta é dada pela DFC, pois se o DFC apresenta saldos em caixa e seus equivalentes que possam fazer face ao objectivo pretendido não há necessidade de recorrer a nenhum financiamento, caso contrário, será obrigado a recorrer e mais tarde com o mesmo demonstrativo ajudará a empresa tomada a decisão em relação a liquidação das dividas provinientes de tal financiamento. 78 4.6 Comparação do Processo de Tomada de Decisão 4.6.1 Transporte Kanimambo, Limitada Versus Companhia Industrial de Açucar, SA Depois de verificar o processo de tomada de decisões nas duas empresas, notou-se algumas semelhanças e também diferenças relativamente aos procedimentos recorridos. Diante desta situação, a primeita constatação é que a Transporte Kanimambo, Limitada na maior parte do período em análise buscou auxiliar-se das Df’s tradicionais relativamente a Companhia Industrial de Açucar, SA, pois esta devido a sua filiação a uma empresa estrangeira, mesmo antes de introdução das NIRF’s em Moçmbique ela procurou sempre elaborar as restantes Df’s que actualmente são preconizados pelo PGC –NIRF. Assim, a Transporte Kanimambo estando ciente da diferença entre lucro económico e financeiro, procurou sempre arranjar mecanismos que podessem ajudar em demonstrar o lucro financeiro de modo a lhe permitir a tomar decisões de todo carácter operacional, de investimento e financiamento. E após a aprovação e a introdução do Decreto 70/ 2009, a empresa passou a usar a DFC para tomar as decisões que envolvem dinheiro embora em algum momento ter que recorrer a DRE quando pretende-se tomar as decisões operacionais, visto que, a empresa ao utilizar o método indirecto da DFC tende a recorrer o lucro económico para efeitos da elaboração deste demonstrativo. Em relação a Companhia Industrial de Açucar, SA a empresa recorre exclusivamente a DFC para a tomada de todas as decisões financeiras. Pois, a empresa ao apresentar prejuízos é obrigada a recorrer a este mapa visto que a DRE não estará capacitada para tal. Não só, se a empresa for a recorrer a este mapa corre o risco até de declarar falência devido aos avultados prejuízos aculumados até então, enquanto ela possui uma capacidade de resolver os problemas financeiros relacionados com a empresa. Portanto, de tudo quanto foi abordado, a diferença encontrada neste processo de decisão insere-se no facto da Transporte Kanimambo, Limitada no seu processo de decisão recorrer a indíces financeiros mesmo antes de proceder a avaliação da diferença do lucro apurado pela DRE e os dados que a DFC vai ilustrar. Facto que a Companhia Industrial de Açucar, SA não procede, pois já apresenta prejuízos e assim só pode recorer a DFC. 79 4.6.2 Moçambique Versus Brazil Um dos estudos efectudos no Brazil, neste caso do Costa (2009), ela apresenta uma forma de utilização da DFC na avaliação das empresas e não está relacionado com o processo de tomada de decisão. Contudo, foi possível encontrar no seu estudo de caso, um aspecto que interessante, ao calcular o resultado operacional em termos absolutos e relativos e posteriormente procurar comparar com o fluxos das actividades operacionais. Este procedimento de tomada de decisão também é utlizado na empresa Transporte Kanimambo, mas para o caso da empresa escolhida por Costa, este pretendia demonstrar que as empresas não devem se preocupar com o lucro, pois, partindo mesmo do resultado operacional, sobre este são contabilizados as receitas, as despesas e custos e por sua vez não afectam o caixa do período, o que acarreta uma variação anormal entre o lucro e a geração de caixa. 4.6.3 Moçambique Versus Cabo Verde Das empresas pesquisadas em Moçambique, concretamente na Provincia de Sofala verificouse que estas dão uma maior primazia a DFC pois este ilustra situação financeira destas. A título exemplo, foi constatado que a Companhia Industrial de Açucar, SA, apresenta-se sempre com prejuízos mas tem uma capacidade financeira robusta. Esta mesma situação também foi constatada pela Viera (2011) na sua pesquisa realizada em Cabo Verde, quando verificou que, das empresas pesquisadas mais de 50% responderam que o motivo da utilização da DFC deve-se ao facto deste ilustrar a realidade financeira da empresa. No entanto, quanto a utilização da DFC no processo de tomada de decisões, o estudo de caso apresentado pela Viera (2011), de acordo com a empresa escolhida para o seu estudo, ela refere que para as decisões operacionais, a empresa através do DFC busca verificar as vendas, principalmente a crédito e, dependendo da capacidade e realidade financeira que a DFC for apresentar ela poderá renegociar os prazos de pagamentos com os fornecedores, ou seja utiliza a DFC para o processo de renegociação das dívidas com fornecedores e ao mesmo tempo isto permitirá a empresa tentar melhorar a eficiência da sua produção bem como reduzir o prazo de recebimento. 80 Quanto as decisões de investimento, o alvo de estudo da Viera, mais uma vez recorre a DFC, pois a semelhança das empresas alvo da presente pesquisa, ela recorre aos fundos exteriores, devido a incapacidade de gerar grande fluxos de caixa. No entanto, esta empresa após avaliar até que ponto está capacitada em assumir os compromissos, ela poderá ou não decidir recorrer ao capital alheio, pois se se verificar que os benefícios monetários que provirem dos investimentos são superiores que os exfluxos então a decisão de recorrer ao financiemento externo é viável, pois terá a capacidade de reembolsar. Por fim, relativamente a tomada de decisões de financiamento, primeiro a empresa estudada por Viera (2011), em 2009 não conseguir gerar um fluxo de caixa operacional positivo, dado que teve que recorrer ao financimento externo para fazer face aos investimentos. Este facto até então continua, isto é, por depender das actividades operacionais para gerar fluxos de caixa que possam financiar as actividades ela tende a recorrer ao capital alheio, devido os resultados abaixo de níveis aceitáveis. E assim, a empresa continua a pagar juros elevados devido ao empréstimo, facto que só pode se alterar se ela decidir com os investimentos e distribuição de lucros e adoptar medidas estratégicas de gestão das actividades operacionais da empresa. 4.7 A Importância da Demonstração de Fluxo de Caixa Após a análise da forma como as decisões financeiras são tomadas nas empresas pesquisadas pode-se dizer que a DFC exerce um papel muito importante nestas decisões. Isto porque, em quase todas as decisões as empresas recorrem actualmente a DFC para a tomada das decisões financeiras, devido a função que este tem neste processo. Assim sendo, este mapa ilustra a capacidade e a realidade financeira das empresas, sendo utilizado na determinação da necessidade de financiamento e ou então verificar a capacidade da empresa em liquidar o tal financiamento obtido. Pois, quer das empresa desta pesquisa, quer as empresa dos estudos empirrícos apresentados elas apresentam-se com uma situação económica instável. Isto contrária a política de boa gestão das empresas, pois, as actividades operacionais em princípio devem ser capazes de financiar as restante actividades da empresas, principalmente as de investimento de modo que as empresas reduzam o financiamente por via de capital alheio. No entanto, nas empresas pesquisadas bem como dos outros estudos apresentados, verificou-se que continuam a 81 depender do financiamento externo para aumentar a capacidade dos seus investimentos de capital, este facto deve-se ao facto do lucro financeiro operacional ainda não estar capacitado em satisfazer as necessidades de investimento da empresa. De um modo geral, as empresas embora tenham reconhecido que este mapa é de extrema importância ainda continuam com ideia de que constitui mais um mapa cujo administração fiscal as obriga a elaborar. 82 CAPÍTULO 5: CONCLUSÕES E RECOMEDAÇÕES DA PESQUISA 5.1 Introdução Depois deste todo processo de pesquisa, com este capítulo pretende-se concluir os aspectos pesquisados bem como deixar algumas considerações que o pesquisador acha necessário e importantes quer para as empresas, ou então todos os que terão a oportunidade de ler a presente dissertação. Por isso, esta componente de extrema importância é composta pelas conclusões e pelas recomendações. 5.2 Conclusões Concluindo, o pesquisador considera ter atingido os seus objectivos, quer gerais, quer os específicos, bem como ter conseguido responder as questões de pesquisa. Pois, relativamente ao objectivo geral, concluíu-se que a DFC desempenha um papel bastante importante na tomada de decisões de carácter financeira, a nivel das empresas pesquisadas assim como nas empresas alvos dos outros estudos apresentados. Pois, as empresas necessitam da informação que a DFC fornece com o objectivo de avaliar a capacidade financeira bem como verificar a necessidade de financiamento. Deste modo, contrariamento ao procedimento de Brigham & Ehrhardt (2010), na qual apresentam a equação 2.1, para a determinação de financiamento, as empresas alvo ainda não aplicam o tal procedimento, pelo que apenas baseam-se na informação disponibilizada pela DFC e daí tomam as decisões financeiras. Quanto, ao primeiro e o segundo objectivo específico, verificou-se que, no que concerne a tomada de decisões de carácter financeiro, que são tomadas por via de utilização de DFC são mais prudente em relação as que consideram a DRE. Pois, as decisões financeiras para serem tomadas, as empresas necessitam de informações relacionadas com os fluxos financeiros ou de caixa da empresa, que possibilitem avaliar a realidade e a capacidade financeira da empresa. Assim, perante uma DRE que ilustra o lucro meramente económico que não condiz com as entradas e saidas de caixa da empresa, tornasse ineficaz a sua utilização para este fim. Quanto a DFC, pelo facto de constituir um mapa que apresenta as entradas e saidas de caixa, ela ajuda as empresas e aos seus administradores a tomarem decisões financeiras prudentes e eficazes, pois estarão a tomar decisões com consciência da realidade financeira da empresa. 83 Assim sendo, de acordo com terceiro objectivo traçado, verificou-se que a nível das empresas a DFC entre várias informações, permite proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para execução do plano geral de operações e, também a realização de transações económicos-financeiras e ainda saldar as dívidas da empresa. No entanto, perante uma situação em que as empresas não consiguiram efectivar as suas receitas, de modo a cumprir com as suas obrigações estes recorrem a DFC para verificar o volume de recurso financeiros disponíveis para efectuar o pagamento das obrigações e ainda para aplicar nas operações da empresa de modo a continuar a gerar receitas. Contudo, de acordo com o último objectivo específico, embora a DFC seja um importante mapa para a verificação e análise da liquidez e solvabilidade da empresa quando apresenta-se com prejuízos ou lucros, estas tem a necessidade de recorrer aos outros mapa de modo a procederem a interligação algumas informações afim de tomarem uma decisão eficaz. A primeira interligação de informações constatada, está entre a DFC com a DRE, isto é, as empresas ao usarem o método indirecto de elaboração da DFC tendem a buscar o lucro patente na DRE e posteriormente eliminam as receitas e despesas não recebidas e não desembolsáveis, respectivamente, de modo obter lucro financeiro ou os fluxos de caixa das actividades operacionais da empresa. Uma outra ligação está entre o Balanço e os restantes mapa. Isto ocorre a medida em que o Balanço resume todas informações da DRE e da DFC assim como da DACAP, nomeadamente, o valor do lucro obtido e acumulado, a variação do capital próprio, os valores dos investimentos anteriores e actuais e ainda os financiamentos acumulados e a sua origem e por fim os valores de disponibilidades na qual na DFC são designadas por caixa e seus equivalentes. No entanto, com a introdução das IFRS em Moçambique, notou-se que muitas empresas tiveram dificuldades de integração destas normas no seu sistema de contabilidade, ao ponto de trabalharem com consultorias externas para lhes auxiliar na elaboração de alguns demonstrativos financeiros. Assim sendo, nas duas empresas alvo, verificou-se que contam com ajuda externa para elaborarem a DFC e consequentemente, estes elaboram geralmente uma vez por ano, no momento de encerramento de contas, justificando que os seus sistemas não tem capacidade de elaborar constantemente este mapa. Assim como, o pesquisador verificou-se que embora a DFC seja um mapa de gestão que auxilia na tomada de decisões financeiras, as empresas ainda tem o pensamento de elaborarem apenas para não ter problemas com a Autoridade Tributária. 84 5.3 Recomendações Nesta última secção, pretende-se deixar algumas recomendações na qual tiveram base as análise efectuadas nas empresas e das conclusões retiradas. Deste modo, atendendo ao tema pesquisado, para além de se deixar recomendações a Transporte Kanimambo, Limitada e a Companhia Industrial de Açucar, SA, procura-se deixar algumas recomendações ao Governos e aos futuros pesquisadores. 5.3.1 À Transporte Kanimambo, Limitada A esta empresa recomenda-se a actualização do seu Sistema de Contabilidade. Pois a empresa, ao afirmar que enfrentam dificuldades em elaborar a DFC, constatou-se que está ligado com o sistema operativo de contabilidade utilizado na empresa, visto que este apena extrai DRE, o Balanço e outros mapas e não está programado para extrair a DFC. Assim, estes elaboraram através do microsoft excell, utilizando o Balanço referente a dois exercício e com a DRE do exercício em análise. Este facto, faz com que o sector de gestão financeira que é responsável pela elaboração da DFC, fique refém da DRE e do Balanço. Consequentemente, pela característica de outros mapa, são elaborados uma vez por ano, a DFC também passa a se elaborar uma vez por ano, limitando a sua utilização na tomada de decisões financeiras. No entanto, actualmente, os pacotes de contabilidade, como por exemplo a Primavera versão 8, permite a elaboração da DFC de forma muito fácil e já está actualizado de acordo com o PGC-NIRF, bastando apenas a empresa constantemente actualizar os dados de modo a extrair o mapa de fluxo de caixa em qualquer período. 5.3.2 À Companhia Industrial de Açucar, SA Quanto a Companhia Industrial de Açucar, SA, a primeira recomendação que se deixa está relacionado com o pacote informático que também acarreta dificuldade na elaboração da DFC. Depois, recomenda-se a Direcção Geral a capacitar aos trabalhadores do sector de Contabilidade e de outros sectores afins na elaboração deste mapa, pois até então o que se tem verificado na empresa é que estes contam com ajuda das consultorias, pelo que há muita dependência aos consultores externos. Isto, de um modo não ajuda aos contabilistas da empresa no domínio deste mapa, no que diz respeito a sua elaboração e a sua dívida percepção. 85 5.3.3 Ao Governo Foi referido na Pesquisa que a introdução da DFC em Moçambique foi por via da aprovação do Decreto 70/ 2009. Assim, de acordo com a realidade relacionada com o processo de implementação deste normativo nas empresas moçambicano constitui uma tarefa bastante difícil, levando as empresas a desembolsar recurso financeiros avultados com vista a seguir com o que está preconizado neste Decreto. No entanto, um dos elementos que até então as empresas apresentam dificuldades na sua elaboração é a DFC e ao ponto de muitas destas desconhecerem a sua real utilidade. Deste modo, o pesquisador recomenda ao Governo, principalmente ao orgão competente pela àrea de adminstração fiscal, a melhorarem nas formações na àrea das NIRF’s que esta tem promovido para os agentes económicos. Pois, o que se verifica é uma simples apresentação teórica de algumas normas sem se apoiar a questões práticas que possam permitir aos profissionais que trabalham com estes agentes identificar as suas dificuldades. 5.3.4 Aos futuros pesquisadores A pesquisa de um tema que junta duas àreas como a Contabilidade e Gestão Financeira proporciona um lote de conhecimentos para o pesquisador. Deste modo, recomenda-se aos futuros pesquisadores a explorarem temas que interligam estas duas àreas, pois o profissional de Contabilidade, actualmente de acordo com as exigências do mercado, principalmente a necesidade do Governo Moçambique em desenvolver o Mercado de Capital, é obrigado a conhecer e aprofundar os conceitos da Gestão Financeira, de modo a interpretar e contabilizar alguns aspecto relacionados. Neste caso, na presente pesquisa buscou-se informar acerca da DFC, com o intuito de diferenciar o lucro financeiro do lucro económico, consequentemente estava-se a falar de dois princípios, de caixa e outro o de acréscimo. Portanto, como forma de sugestão, os pesquisador podem buscar temas que abordem acerca de: Efeitos Económico-Financeiro e Fiscal do Critério de Valor Presente Liquido na Mensuração Subsequente dos Activos Tangíveis nas Empresas; Instrumentos Financeiros : Sua Importância Para Empresas e o Nivel de Reconhecimento em Moçambique 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, A. M. P.& ASSAF, A. Introdução à Contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2004. BARBOSA, J. R. R. NCRF 2- Demonstração de Fluxo de Caixa e Suas implicações Fiscais e de Auditoria.. (Dissertação para obtenção de Grau de Mestrado em Auditoria). Porto: Instituto Poletécnico de Porto, 2011. 108p. BORGES, A. at al. Elementos de Contabilidade Geral. 25. Ed. Lisboa: Áreas Editora, 2010. BRIGHAM, E. 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São Paulo: Person Makron Books, 2000. 90 APÊNDICES Apêndice 2.1:Balanço Patrimonial Fonte: Adaptação do Autor, 2013 91 Apêndice 2.2: Demonstração de Fluxos de Caixa – Método Indirecto Fonte: Adaptado pelo autor com base no Decreto nº 70/ 2009 92 Apêndice 2.3 : Demonstração de Fluxos de Caixa – Método directo Fonte: Adaptado pelo autor com base no Decreto nº 70/ 2009 93 Apêndice 4.1: DF’s elaboradas na Transporte Kanimambo, Limitada, 2010 - 2012 Demonstração Financeira Ano 2010 Balanço Demonstração de Resultados Demonstração de Fluxos de Caixa Demonstração de alteração de capital próprio 2011 2012 Fonte: Dados primárias, 2013 Apêndice 4.2: DF’s elaboradas na Companhia Industrial de Açucar, SA 2010 - 2012 Demonstração Financeira Ano 2010 Balanço Demonstração de Resultados Demonstração de Fluxos de Caixa Demonstração de alteração de capital próprio 2011 2012 Fonte: Dados primárias, 2013 Apêndice 4.3: Solicitação das Demonstrações financeiras, 2010 - 2012 Fonte: Dados primárias, 2013 Apêndice 4.4: Relevância das Demonstrações financeiras, 2010 – 2012 Fonte: Dados primárias, 2013 94 Apêndice 4.5: Roteiro de Entrevista FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO DEPARTAMENTO EM CONTABILIDADE E AUDITORIA ROTEIRO PARA ENTREVISTA BOM DIA/ BOA TARDE! Desde já quero agradecer a disponibilidade para a presente entrevista que terá a duração de 45 minutos. Tal como foi inicialmente comunicado, esta constitui um instrumento de uma pesquisa para dissertação de mestrado em Contabilidade e Auditoria a ser remetida a comissão julgadora da Universidade Católica de Moçambique que tem como objectivo geral avaliar a importância da Demonstração de Fluxos de Caixa na tomada de decisões de investimento de capital e investimento operacional e na determinação da necessidade de financiamento nas empresas e visa responder às seguintes perguntas: Qual é a importância da DFC na tomada de decisões financeiras? Qual é a diferença entre as decisões financeiras tomadas por via da DFC e da DRE? Qual é o melhor demonstrativo financeiro para a tomada de decisões financeiras? Como é que os administradores podem utilizar as informações das DF’s de forma conjunta para auxiliar as suas decisões? A informação a ser recolhida nesta destina-se especialmente a carácter académico e será apresentada a Universidade Católica de Moçambique – Faculdade de Economia e Gestão para fins de julgamento dos resultados da pesquisa, garantindo o absoluto sigilo dos dados identificativos das empresas participantes nesta entrevista. Dados da empresa Actividade principal da empresa/grupo Alistada na Bolsa Número de trabalhadores Sim (por favor especifique onde) ______________ Não Menos de 250 250 - 500 Mais de 500 Lucros (Valores em milhões de Menos de 500 meticais) Ganhos (Valores em milhões de Menos de 500 meticais) Activos (Valores em milhões de Menos de 500 meticais) 500 – 1.275 Mais de 1.275 500 – 1.275 Mais de 1.275 500 – 1.275 Mais de 1.275 95 1 PERFÍL D ENTREVISTADO 1.1 Sector Contabilidade Aprovisionamento Gestão Financeira Produção/ Prestação de Serviços Estudos e Projectos Direcção Geral Outro (Especifique)___________________________________________________ 1.2 Posição (facultativo) 1.3 Área de Formação 1.4 Qual é o nível académico? Doutoramento Mestrado Licenciatura Bacherelato Nível Médio Nível Secundário Nível Primário Nenhum nível 2 ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS NA EMPRESA (SECTOR DE CONTABILIDADE) 2.1 Em 2009, foi aprovado o decreto 70/2009 com efeito em 01 de Janeiro de 2010 e este institui as médias e grandes empresa um conjunto de demonstrações financeiras. Para cada ano marque com “X”, caso a empresa elaborado os demonstrativos abaixo Demonstração Financeira Ano 2010 Balanço Demonstração de Resultados Demonstração de Fluxos de Caixa Demonstração de alteração de capital próprio 2011 2012 2.2 Atribuia um valor correspondente ao nível de “solicitação” das seguintes “demonstrações financeiras” pelos utilizadores internos na empresa (de 1 a 5, onde 1= não solicitaado, 2= pouco solicitado, 3= solicitado, 4= bastante solicitado, 5 = muito solicitado) Demonstração Financeira Balanço Demonstração de Resultados Demonstração de Fluxos de Caixa Demonstração de alteração de capital próprio Solicitação 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 96 3 UTILIZAÇÃO DAS DFC E DRE NA TOMADA DE DECISÕES FINANCEIRAS 3.1 Atribuia um valor correspondente ao nível de “relevância” para as “demonstrações Financeiras” abaixo para a tomada de decisão Finaceira (de 1 a 5, onde 1= não relevante, 2= pouco relevante, 3= relevante, 4 = bastante relevante, 5 = muito relevante) Demonstração Financeira Relevância Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC) 12345 12345 Balanço 1 2 3 4 5 Demonstração de alteração de capital próprio 1 2 3 4 5 Demonstração de Resultados (DRE) Justifique a sua escolha: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3.2 Qual das demonstrações Financeiras é usada para cada uma das decisões? Decisão Demonstração Financeira Decisão de Investimento de Capital DFC DRE Balanço Alteração de Capital Justifique: Decisão de Investimento Operacional DFC DRE Balanço Alteração de Capital Justifique: Necessidade de Financiamento DFC DRE Balanço Alteração de Capital Justifique: 3.3 A empresa faz a conjugação das informações patentes nas Demonstrações Financeiras para tomada de decisões Financeiras? Sim Não(se não, vá para a Secção 4) 97 3.4 Que informação são estas ? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 3.5 De que forma a empresa efectua esta interligação __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 3.6 Para cada um dos anos qual foi o resultado económico da empresa? Demonstração Financeira Ano 2010 Lucro Prejuízo 2011 2012 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 4.1 Em pouca palavras, qual dos mapas aconselha as outras empresas a usarem para fins de tomada de decisões financeiras? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 5 AGRADECIMENTOS 5.1 Mais uma vez, muito obrigado por ter cedido o seu precioso tempo para esta entrevista e garantimos que todos os dados serão usados de forma cuidadosa e sigilosa e não publicados sem prévio consentimento da empresa bem como para fins que possam prejudicar a empresa. 98