18/10/2015 CARBOIDRATOS: função, classificação, química, digestão e absorção D i s c i pl i n a : B i o q uí m i ca , P ro fa . P r o f. Va g ne O l i ve i ra E-mail: [email protected] Medicina Veterinária CARBOIDRATO: definição Carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas, ou substâncias que liberam estes compostos quando hidrolisadas. Possuem a fórmula empírica de (CH2O)n, por isso são também chamados de hidratos de carbono ou açucares. 1 18/10/2015 CARBOIDRATO: características gerais São as biomoléculas mais abundantes na Terra; Divididos em 3 classes principais de acordo com o seu tamanho; “Sacarídeo” derivada do grego sakcharon que significa “açúcar”; Monossacarídeo mais abundante na natureza: Dglicose/dextrose Atuam como fonte de energia para os organismos; São elementos estruturais e protetores nas paredes celulares bacterianas e em tecidos animais (glicanos); Lubrificam as articulações e auxiliam o reconhecimento e adesão intercelular; ◦ São formados por C, H, O. CARBOIDRATO: funções Fonte primária de energia Estrutural Reconhecimento e sinalização celular 2 18/10/2015 CARBOIDRATO: funções A produção de carboidratos ocorre nas plantas verdes pelo processo denominado fotossíntese. CARBOIDRATO: funções Esquema mostrando a relação entre a fotossíntese e a respiração celular CO2 + H2O O2 + carboidratos O2 CO2 H2O Plantas, algas e algumas bactérias Energia luminosa carboidratos + O2 H2O + CO2 CO2 Carboidratos e outras moléculas orgânicas O2 Maioria dos organismos vivos H2O Energia química p/ o metabolismo celular 3 18/10/2015 CARBOIDRATO: funções CARBOIDRATO: funções Hemácias novas: glicoproteínas com ácido sálico. Hemácias velhas: glicoproteínas com galactose. Hemácias tipo A: N-acetilgalactosamina (glicídio) . Hemácias tipo B: galactose (glicídio). 4 18/10/2015 CARBOIDRATO: classificação CARBOIDRATOS MONOSSACARÍDEOS AÇÚCAR SIMPLES OLIGOSSACARÍDEO PRINCIPAIS: DISSACARÍDEO S GLICOSE FRUTOSE GALACTOSE SACAROSE POLISSACARÍDEOS Vegetal: AMIDO e FIBRAS Animal: GLICOGÊNIO MALTOSE LACTOSE CARBOIDRATO: classificação •Quanto ao número de unidades monoméricas • Monossacarídeos: constituídos por uma única unidade poliidroxicetona ou poliidroxialdeído. Exemplo: D-glicose • Oligossacarídeos: constituídos por cadeias curtas de unidades de monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas; Exemplo: Sacarose (D-glicose e D-frutose); • Polissacarídeos: contém mais de 20 unidades de monossacarídeos. Exemplo: Celulose. 5 18/10/2015 CARBOIDRATO: classificação •Quanto a natureza química dos grupo funcional • Aldose: se o grupo carbonila é um aldeído; • Cetose: se o grupo carbonila é uma cetona. D-Gliceraldeído Aldotriose Diidroxicetona Cetotriose CARBOIDRATO: monossacarídeos Nomenclatura: Quanto à função química •Aldoses (prefixo aldo-) contém grupamento aldeído •Cetoses (prefixo ceto-) contém grupamento cetona •Sufixo –ose geralmente indica que se trata de um açúcar Aldeídos ou cetonas polihidroxílicos Monossacarídeos são : •sólidos cristalinos •Incolores • muito solúveis em água • insolúveis em solventes apolares. Quanto ao numero de carbonos •Quatro tetrose •Cinco pentose •seis hexose •Sete heptose A maioria tem um sabor doce Um dos carbonos tem uma ligação dupla com um átomo de O, os demais está ligados à hidroxilas 6 18/10/2015 Modelo de bola e bastão Isomeria nos açúcares Todos os monossacarídeos exceto a dihidroxiacetona contêm um ou mais átomo de carbono assimétrico (quiral) e por isso ocorrem formas isoméricas opticamente ativas A aldose mais simples (gliceraldeído), contém um centro quiral e apresenta dois isômeros ópticos, ou enantiômeros Por convenção, uma destas duas formas é chamado isômero D, o outro isômero L . Para representar as estruturas tridimensionais de açúcares no papel, podemos usar fórmulas de projeção de Fischer As aldoses de 4 ou mais carbonos são classificadas também em famílias D e L caso sua conformação espacial seja igual ao do D- ou do Lgliceraldeído no centro quiral mais distante do carbonílico. A maioria das hexoses presentes nos organismos vivos são isômeros D. Projeção de Fischer D-gliceraldeído L-gliceraldeído Fórmula em perspectiva D-gliceraldeído L-gliceraldeído CARBOIDRATO: monossacarídeos A família das Aldoses Três carbonos D-gliceraldeído Quatro carbonos D-eritrose D-treose Cinco carbonos D-ribose D-arabinose D-xilose D-lixose D-galactose D-talose Seis carbonos D-alose D-altrose D-glicose D-manose D-gulose D-idose 7 18/10/2015 CARBOIDRATO: monossacarídeos A família das Cetoses Três carbonos Quatro carbonos Cinco carbonos Diidroxiacetona Seis carbonos D-eritrulose D-ribulose D-xilulose D-psicose D-sorbose D-frutose D-tagose CARBOIDRATO: monossacarídeos Furanoses e piranoses Os compostos com anel de seis membros são chamados piranoses porque se assemelham ao pirano Cetohexoses também podem existir na forma de anel de cinco membros, chamada furanose por se assemelhar ao furano, contudo a forma piranosídica é muito mais estável e abundante Cetohexoses também ocorrem em formas anoméricas a e b. Nestes compostos a hidroxila no C-5 (ou C-6) reage com o grupo ceto no C-2, formando um furanose (ou piranose) contendo um anel de ligação hemiacetal A frutose (ex. ao lado), uma cetose de seis carbonos tende a formar anéis furanosídicos 8 18/10/2015 CARBOIDRATO: monossacarídeos CARBOIDRATO: dissacarídeos •Os dissacarídeos consistem de dois monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação glicosídica, formada quando o grupo hidroxil de um açúcar reage com carbono anomérico de outro açúcar. Ligação Glicosídica α (1 → 4) Maltose Ligação Glicosídica α (1 → 2) Sacarose 9 18/10/2015 CARBOIDRATO: dissacarídeo - sacarose Dissacarídeo mais abundante; Sintetizado por plantas; Principal produto intermediário da fotossíntese; Constituído pela união de uma α-D-glicose com uma β-Dfrutose Açúcar não-redutor CARBOIDRATO: dissacarídeo - lactose Açúcar do leite; Ocorre naturalmente no leite em uma concentração de 0 a 7%, dependente da espécie; Constituído pela união de uma D-galactose e D-glicose; Açúcar redutor 10 18/10/2015 CARBOIDRATO: dissacarídeos 11 18/10/2015 CARBOIDRATO: polissacarídeos Polímeros de médio a alto peso molecular, também chamados de glicanos. CARBOIDRATO: polissacarídeos São vários monossacarídeos unidos entre si por ligações glicosídicas Classificação: Quanto a variedade das unidades monoméricas Quanto a presença de ramificações Lineares (não ramificados) Ramificados Homo polissacarídeo (apenas um tipo de unidade monomérica) Hetero polissacarídeo (mais de um tipo de unidade monomérica) 12 18/10/2015 Homopolissacarídeos Não ramificado Ramificado Heteropolissacarídeos Não ramificado, Ramificado, dois monômeros múltiplos monômeros Diferem: a) na identidade de seus monossacarídeos b) no comprimento de suas cadeias c) nos tipos de ligação entre suas unidades d) no grau de ramificação Homopolissacarídeos contem apenas um único tipo de monômero, servem como: •formas de armazenamento de monossacarídeos que são utilizados como combustíveis (amido e glicogênio) •elementos estruturais das paredes das célula vegetais e dos exoesqueletos de animais. (celulose e quitina, ex.) Heteropolissacarídeos contêm dois ou mais tipos diferentes •Presentes em: o Paredes celulares das bactérias o Exoesqueletos de insetos •Em tecidos animais, o espaço extracelular é ocupado por vários tipos de Heteropolissacarídeo, que formam uma matriz que mantém as células juntas e fornece proteção, forma e suporte para células, tecidos e órgãos. CARBOIDRATO: polissacarídeos Homopolissacarídeos utilizados como reservas de combustível (armazenamento energético) Grânulos de amido Os polissacarídeos armazenamento de mais importantes são: • o amido em células vegetais •o glicogênio em células animais Grandes grânulos de amido em um único cloroplasto. O amido é feito no cloroplasto à partir de D-glicose formada fotossinteticamente Grânulos de glicogênio em hepatócitos (manchas escuras). Eletromicrografias de grânulos de amido e de glicogênio 13 18/10/2015 CARBOIDRATO: polissacarídeos - amido Forma de armazenamento de glicose nas plantas e importante nutriente para os animais. Grânulos de Amido CARBOIDRATO: polissacarídeos - glicogênio É o polissacarídeo de reserva dos animais; A sua estrutura assemelha-se a da amilopectina, exceto pelo maior número de ramificações que ocorrem em intervalos de 8-12 resíduos de glicose. 14 18/10/2015 glicose Glicogênio (α1→6) (α1→4) Ligações α1→4 α1→6 (ramificações) Unidade monomérica Glicose Tecidos onde é encontrado Fígado Músculo Glicogenina (proteína) CARBOIDRATO: polissacarídeos - celulose Homopolissacarídeo estrutural Estrutura molecular da celulose resíduos de D-glicose apresentam ligação b(14). linear, fibrosa, resistente, insolúvel em água encontrada nas paredes celulares das plantas, constitui grande parte da massa de madeira algodão é quase celulose pura ligação b(14). Estabilizada por pontes de hidrogênio Flor do algodão Fibra de algodão vista ao MEV 15 18/10/2015 CARBOIDRATO: polissacarídeos - quitina Representação de uma unidade constituinte da Quitina A quitina é um homopolissacarídeo linear composto por resíduos N-acetilglucosamina unidos por ligação b A diferença da celulose é a substituição do grupo hidroxila em C-2, por um grupo amino acetilado Quitina forma fibras estendidas semelhantes às da celulose Não pode ser digerida por vertebrados A quitina é o componente principal do exoesqueleto cerca de um milhão de espécies de artrópodes (insetos, lagostas e caranguejos... ) e é provavelmente o segundo polissacarídeo mais abundante, depois da celulose, na natureza. CARBOIDRATO: glicoconjugados São carboidratos unidos à estruturas que não são carboidratos como: Bases púricas e pirimídicas (ácidos nucléicos); Anéis aromáticos (esteróides e bilirrubina); Proteínas (glicoproteínas e glicosaminoglicanos); Lipídeos (glicolipídeos). 16 18/10/2015 CARBOIDRATO: polissacarídeos 17 18/10/2015 Resumo de polissacarídeos e glicoconjugados Parede vegetal Celulose Quitina Peptídeoglicano Lilopolossacarídeo Agarose Homopolissacarídos Exoesqueletos Parede bacteriana Glicogênio Membrana bacteriana Amido Reserva energética Parede de algas Estruturais Proteoglicanos Glicoproteínas Matriz extracelular Glicosaminoglicans (GAGs) Polissacarídeos Heteropolissacarídos Copolimeros CARBOIDRATO: metabolismo – digestão e absorção 18 18/10/2015 CARBOIDRATO: metabolismo – digestão e absorção CARBOIDRATO: metabolismo – digestão e absorção 19 18/10/2015 Polímeros de glicose Amido, glicogênio Amilase Dissacarídeos CARBOIDRATO: metabolismo – digestão e absorção 20 18/10/2015 CARBOIDRATO: metabolismo – digestão e absorção Duodeno: A amilase pancreática é capaz de realizar à digestão completa do amido, transformando-o em maltose e dextrina. Intestino Delgado: Temos a ação das dissacaridases (enzimas que hidrolisam os dissacarídeos), que estão na borda das células intestinais: ◦ Sacarase ou invertase, lactase, maltase CARBOIDRATO: metabolismo – digestão e absorção 21 18/10/2015 Por que comer açúcar engorda? Até a próxima aula... (Bons estudos!) E-mail: [email protected] 22