Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM EAD Glaucia Therezinha de Jesus Fraga RESUMO A educação a distância surgiu com o intuito de suprir algumas das deficiências existentes na educação. Devido ao trabalho, correia do dia a dia, trânsito e outros fatores, o ensino presencial se tornou inacessível para muitas pessoas. No EAD, existem diversos recursos. Tais como: material impresso, rádio, TV, internet e outros. Os recursos tecnológicos disponíveis hoje diminuem as dificuldades existentes pela distância física entre alunos e professores. A tecnologia da informática e a internet permitem a criação de ambientes virtuais de aprendizagens. Além de possibilitar o armazenamento, distribuição e acesso às informações independente do local. Alguns exemplos de ferramentas são fóruns, chats e outros. Toda esta tecnologia digital trouxe possibilidades inesgotáveis para a aprendizagem. A prática docente online fez surgir um novo professor, isso aconteceu porque há um novo perfil de aluno. E também surgiram novas formas de se relacionar com o conhecimento. Palavras-chave: Mediação. Aprendizagem. Ead. ABSTRACT: Abstract: Distance education has emerged in order to meet some of the deficiencies in education . Due to work, everyday belt, traffic and other factors, classroom teaching has become unaffordable for many people. In ODL , there are many resources . Such as print, radio, TV, internet and others. The technological resources available today diminish the difficulties the physical distance between students and teachers . Computer technology and the Internet allow the creation of virtual learning environments . In addition to enabling the storage , distribution and access to information regardless of location. Some examples of tools are forums , chats and others. All this digital technology has brought limitless possibilities for learning. The online teaching practice has a new teacher, this is because there is a new student profile arise. And there were also new ways of relating to knowledge. Keywords: Mediation. learning. Ead. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 105 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual 1 INTRODUÇÃO A educação é e sempre foi um processo bem complexo que usa a mediação de algum tipo de meio de comunicação, como complemento ou apoio à ação do educador em sua interação pessoal e direta com os alunos. A sala de aula pode ser considerada uma tecnologia, da mesma forma que o quadro, o giz, o livro e outros materiais são ferramentas pedagógicas que realizam a mediação entre o conhecimento e o estudante. Na educação a distância, a interação com o professor é indireta e tem de ser mediatizada por uma combinação dos mais adequados suportes técnicos de comunicação, o que torna essa modalidade educacional bem mais dependente da mediatização que a educação convencional, do que decorre grande importância dos meios tecnológicos. 2 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 2.1 OS DESAFIOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Mesmo que a experiência humana tenha sido sempre mediada pelo processo de socialização e linguagem, é a partir da modernidade, com o surgimento de suas mídias que se observa um grande crescimento da mediação da experiência decorrente dessas maneiras de comunicação. Essas mídias são ao mesmo tempo manifestações das tendências globalizadoras e descontextualizadas da modernidade instrumentos das mesmas tendências. Tanto o material impresso quanto as mídias eletrônicas funcionam como modalidades de reorganização do tempo e espaço e não apenas mostram as realidades, como em certas medidas as formam. A interação entre o aluno e o professor ocorre de modo indireto no espaço e no tempo. Sendo em locais diferentes e comunicação não simultânea, o que acrescenta complexidade ao já bastante complexo processo de ensino e aprendizagem em Ead. Analisando a Ead, verificamos que a ênfase é colocada na descontiguidade, onde temos alunos dispersos, não podendo se deslocar-se para reunir-se. Mas é importante salientar que o aspecto temporal, embora muitas vezes negligenciado, é de extrema importância: o contato regular e eficiente, que contribui para uma interação satisfatória e propicia de segurança psicológica entre os estudantes e a Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 106 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual instituição, é crucial para a motivação do aluno, condição indispensável para a aprendizagem autônoma. A comunicação diferida, entre os professores, responsáveis pela concepção de cursos materiais, e os alunos destinatários colocam problemas bem mais difíceis de superar. A produção de um novo curso e de seus materiais exige um longo trabalho e planejamento, realização e distribuição, que pode afetar de maneira negativa as condições de estudo e a motivação dos estudantes. Alguns desses exemplos são: dificuldade de acesso aos materiais e demora nas respostas sobre dúvidas ou avaliações formativas. Para o professor essa separação no tempo pode prejudicar seu desempenho e a qualidade de seu trabalho, seja por desconhecer as necessidades de seus alunos, seja obsolescência ou impropriedade de currículos, ou pela falta de retorno que lhe permita corrigir distorções. Para o aluno pode ser mais fácil lidar com a separação tempo e espaço do que com a dimensão imaterial do tempo. Não há salas de aula e nem aulas presencias. O estudante pode estudar em casa, no trabalho, na praia e nunca ir à escola ou a universidade. Em se tratando de tempo, observa-se, ao contrário uma grande rigidez ou pouca flexibilidade quanto aos prazos, o que ainda revela um enfoque de controle concebido a partir da sala de aula convencional. Embora o aluno seja livre para organizar seus horários de estudo, ele encontra pouca flexibilidade quanto aos prazos. Para superar essas dificuldades precisamos ter uma escolha cuidadosa dos meios técnicos, que considere não apenas as facilidades tecnológicas disponíveis, mas as condições de acesso dos alunos a tecnologia escolhida, mas, além disso, sua eficiência com relação aos objetivos pedagógicos e curriculares. Para este tipo de aprendizagem, é necessária uma equipe multidisciplinar, que pense e organize todo o processo, produzindo materiais de estudo com conteúdos específicos a cada curso e atividades e que facilitem a autoaprendizagem, além de guias que orientem o estudante em todas as etapas de estudo. Enfim, este é um método de aprendizagem cuja preocupação não está centrada no professor, mas no estudante que é o foco de todo este processo. A respeito da aprendizagem em EAD, Maia e Mattar (2007, p. 83-84) apresentam duas ideias sobre as quais é importante refletirmos: Em primeiro lugar, em EAD, o centro do processo de ensino e aprendizagem não é mais interesse do professor na disciplina, mas, sim, o que o aluno precisa aprender. O aprendiz, portanto, deve ser levado em conta na fase do planejamento e da implementação da experiência de Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 107 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual aprendizado a distância, e não apenas no final, quando o conteúdo de um curso a distância já estiver pronto. Em segundo lugar, esse aprendiz não precisa mais estar fisicamente presente em um ambiente para aprender: ele o faz em qualquer lugar. Além disso, seu aprendizado é também contínuo e permanente: o estudo não é mais encarado, em nossa sociedade, como algo que deva ocorrer somente em determinado momento da vida, mas, sim, algo que deve nos acompanhar por toda vida, isto é, tempo e espaço não são mais limites para as ambições de conhecimentos do aprendiz virtual. Em resumo a preocupação principal das instituições que oferecem Ead é com o aprendizado do estudante. Além do mais, o aluno pode aproveitar todos os momentos de que dispõe para dedicar aos seus estudos, já que a aprendizagem é entendida como algo contínuo e permanente. A Ead exige “[...] um aprendiz autônomo e independente, mais responsável pelo processo de aprendizagem e disposto à autoaprendizagem” (MAIA; MATAR, 2007, p. 85). 2.2 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA A Terceira geração da educação à distância começou a surgir nos anos de 1990, com o desenvolvimento e disseminação das novas tecnologias de informação e comunicação, sendo muito mais uma proposta a realizar do que uma realidade a analisar. Quanto à seleção dos meios técnicos mais adequados, uma tendência que aparece com força é a diminuição do uso de materiais divulgados por meios de comunicação de massa substituídos por ambientes virtuais de aprendizagem, e a crescente utilização de uso pessoal, cada vez menores, mais sofisticados e mais fáceis de utilizar. Cada vez mais a educação à distância tem usado as tecnologias de informação e comunicação (TIC) como instrumento para a construção do conhecimento. Esse, por sua vez, pode ser construído e midiatizado por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), considerados “espaços das relações com o saber [...], ambientes de aprendizagem que favorecem a construção do conhecimento” (COSTA; OLIVEIRA, 2004, P. 118). Sabemos que existem no Brasil vários tipos de AVAs consagrados no mercado, é importante destacar que várias instituições de ensino e empresas têm ou estão desenvolvendo seus próprios ambientes. Estes ambientes possuem vários recursos visando á informação, comunicação, interação, interatividade, que favorece a reflexão e a construção do conhecimento dos acadêmicos. Levando em conta os avanços da tecnologia, a utilização de ferramentas cada vez mais interativas e o novo contexto social, em que as pessoas compartilham experiências, criando ambientes de aprendizagem, percebidos atualmente como facilitadores do processo de ensino e aprendizagem na Ead. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 108 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual 2.3 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM As TIC (tecnologias de informação e comunicação) possibilitam outras ferramentas e espaços pedagógicos para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, antes limitado fisicamente e temporalmente. Chamamos estes espaços de Ambientes virtuais de aprendizagem. Segundo Almeida (2003, p. 331): [...] sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação. Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira organizada, desenvolver interações entre as pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos. As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e espaço que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade explícita e um planejamento prévio denominado design educacional, o qual constitui a espinha dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado continuamente no andamento da atividade. Muito usados nos cursos de educação à distância, os AVAs caracterizam-se como um espaço de interações assíncronas ou síncronas entre pessoas e objetos técnicos, favorecendo a construção de um conhecimento e promovendo a aprendizagem. Os AVAs estão configurados a partir de trilhas de aprendizagens, onde os acadêmicos têm a disposição inúmeras ferramentas que possibilitam o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa, cooperativa e colaborativa. Essas trilhas de aprendizagem devem fazer com que aluno aprenda a aprender de forma mais prazerosa. Dessa forma, as trilhas aumentam a possibilidade de o acadêmico se envolver com os conteúdos de maneira significativa, ou seja, potencializam a aprendizagem significativa. Nesta perspectiva, o aluno torna-se cada vez mais interessado por um tema ou área do conhecimento, se compromete com a própria aprendizagem e, assim, se mantém motivado ao longo do curso. A aprendizagem cooperativa e colaborativa também é potencializada no Ava, quando os saberes são um processo comunicativo de negociar. Nesse sentido, os Avas apresentam ferramentas que ora propiciam a aprendizagem cooperativa ora a aprendizagem colaborativa. Assim, os professores-tutores internos e externos se convertem em mediadores do processo de ensino e aprendizagem e assumem, conforme a situação, ora de dividir tarefas entre os grupos e ora a missão de retornar ao status de aprendiz. Em geral, é no Ava que ocorre promoção e desenvolvimento de competências. Além disso, permitem que os sujeitos geograficamente separados Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 109 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual possam construir seus conhecimentos, favorecendo a interação tanto com a equipe pedagógica, professores, quanto aos colegas de curso. É no contato com diversos materiais e diferentes pessoas, que compartilham diferentes leituras e experiências, que o acadêmico encontra provocação e motivações necessárias para continuar e aprofundar seus estudos. 2.4 MÍDIAS SOCIAIS E INTERAÇÃO PEDAGÓGICA Não há dúvida de que a internet trouxe uma nova forma de comunicação com o mundo. Não importando distâncias. Por isso podemos ter comunicação nos ambientes virtuais de aprendizagens. As pessoas estão distantes entre si mais mesmo assim se comunicam. Os mecanismos de ensino e aprendizagem na Ead ocorrem principalmente por meio das tecnologias de informação e comunicação. Apesar de não estarem juntos, de maneira presencial, alunos e professores “podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a internet” ( PEREIRA 2007, p. 35). Assim, as TIC (tecnologias de informação e comunicação) têm se apresentado como elemento fundamental para que ocorra a comunicação educativa no processo de interação entre os atores pedagógicos institucionais da educação à distância. Tem que se levar em consideração que a mídia escolhida para trabalhar na Ead pode influenciar na qualidade do diálogo estabelecido por professores e alunos. Conforme Maia e Matar (2007), algumas mídias, como a internet, podem ser ferramentas que proporcionem trocas, comentários e tornem o aluno ativo no processo de aprendizagem. É importante lembrar que as utilizações das TIC no espaço educacional auxiliam a interação entre professores e alunos e mesmo entre os próprios alunos. Assim, a Ead pode possibilitar, também, uma educação para as mídias, que tem como objetivo á formação do usuário ativo, crítico e criativo de todas as tecnologias de informação e comunicação. Na Ead, as TIC atuam como um suporte e complemento para desenvolver e criar novos métodos de ensino e aprendizagem. Além disso, possibilitam ampliar o olhar quanto ao seu uso, para instigar o aluno no âmbito educacional e criar possibilidades de construção do conhecimento. Relacionando com o tema mediação, de certa forma quando o professor prepara suas aulas e os materiais que vai utilizar, ele mediatiza, embora o meio mais importante nesse caso seja a linguagem verbal direta, o que significa que mediatizar o ensino não é uma competência totalmente nova. O que é novo é o grande elenco das mídias cada vez mais diferentes no mercado, já sendo usada por muitos alunos fora da escola, o que traz uma crescente exigência de qualidade técnica da parte dos estudantes. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 110 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual Assegurar essa dupla qualidade: pedagógica e técnica, dos cursos mediatizados do Ead é uma missão quase impossível para o professor coletivo do futuro. Isto é, para as equipes responsáveis por sua concepção e realização. 3 MEDIAÇÃO E EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA 3.1 MEDIATIZAÇÃO: DA TECNOLOGIA À COMUNICAÇÃO EDUCACIONAL Mediatizar significa codificar as mensagens pedagógicas traduzindo-as sob diversas formas, segundo o meio técnico escolhido, respeitando as regras, isto é as características técnicas e as peculiaridades de discurso do meio técnico. Na Ead, mediatizar significa definir as formas de apresentação de conteúdos didáticos, previamente selecionados e elaborados, de modo a construir mensagens que potencializem ao máximo as virtudes comunicacionais do meio técnico escolhido e que possibilite ao estudante realizar sua aprendizagem de modo autônomo e independente. O significado mais amplo de mediatização é desde a perspectiva do processo de aprendizagem em sua totalidade. Significam conceber métodos de ensino e estratégias de utilização de materiais de ensino-aprendizaagem que ampliem o máximo as possibilidades de aprendizagem autônoma. Isto é desde a elaboração dos conteúdos, a criação de metodologias de ensino e estudo à distância, centradas no aluno, a seleção dos meios mais adequados, a produção de materiais, até a criação e criação de estratégias de utilização desses materiais e de acompanhamento do aluno de modo que assegure a interação do estudante com o sistema de ensino e o retorno de informações sobre os cursos. Isso significa não somente explicar os objetivos pedagógicos e didáticos de cada unidade de disciplinas, mas também tornar claro para o aluno quais caminhos a serem seguidos para um melhor aproveitamento, quais condições de estudo e formas de pesquisa pessoal poderão levá-lo a melhores resultados. 3.2 INTEGRAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO É fundamental reconhecer a importância das TIC e a urgência de criar conhecimentos e mecanismos que possibilitem sua integração à educação. Cabe lembrar que as TIC não são necessariamente mais relevantes ou mais eficazes do que as mídias tradicionais em qualquer situação de aprendizagem. Mas é preciso não esquecer que, embora essas técnicas ainda não tenham demonstrado toda sua eficácia pedagógica, elas estão cada vez mais presentes na vida cotidiana e fazem parte do universo dos adolescentes, sendo essa uma das principais razões da importância de sua integração com a educação. Segundo Silva (2006 p. 75-76): Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 111 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual Criar a possibilidade da sala de aula interativa significa modificar a gestão das instituições de ensino, e não apenas o que acontece em uma sala de aula. Superar o modelo fordista em EAD. Um sistema em que impera a alienação do professor em relação ao produto e processo de trabalho, e do aluno em relação ao conteúdo e ao método de aprendizagem. Aqui está o maior impedimento à interatividade. Não é de qualquer forma o vínculo entre a Ead e a interatividade. A interatividade não ocorre sozinha, precisa ser planejada, o que implica investimentos, tempo e principalmente treinamentos. É preciso pensar em professores treinados e capacitados. Em um nível mais amplo, também em currículos criativos e flexíveis. E, em um nível ainda mais amplo, em uma nova gestão das instituições. Não podemos também deixar e pensar na formação de formadores, pois não se pode pensar em qualquer inovação educacional sem duas condições prévias: a produção de conhecimentos pedagógicos e a formação de professores. A perspectiva da formação de professores exige a reflexão sobre como integrar as TIC à educação como caminho para pensar e como formar os professores na qualidade de futuros usuários ativos e críticos, e como conceptores de materiais para aprendizagem aberta e a distância. A internet permite o compartilhamento e acesso a um universo de informações, fato que a diferencia de outras tecnológicas surgidas nos últimos anos. Além disso, na internet há uma grande quantidade de conteúdos, cada vez mais acessíveis, em diferentes formatos, como: hipertexto, vídeos, animações, blogs, chats que podem ser usados para fins educacionais. Esse aspecto permite dizer que a sua utilização provoca impactos na educação que traduzem na redefinição de papéis de alunos e professores. Surgem novas práticas educacionais diferenciadas no ato de aprender no espaço virtual. Os Avas, potencializados pelas TICs, permitem experiências de ensino e aprendizagens diferentes das experiências presenciais. Assim neste novo contexto, as teorias de aprendizagem e as estratégias de ensino devem ser revistas. 3.3 SITUAÇÕES DIDÁTICAS E ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM As situações podem ser definidas como um conjunto de relações estabelecidas explícitas ou implícitas entre um aluno ou grupo de alunos, um determinado meio (que abrange instrumentos e objetos) e um sistema educativo Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 112 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual representado pelo professor e os alunos, com o intuito de conseguir que esses alunos apropriem-se de um saber. Segundo Galvez (1996), as principais características das situações didáticas são: Os alunos responsabilizam-se pela organização de sua atividade para resolver o problema proposto. A atividade dos alunos está orientada para a obtenção de um resultado explicitado e que pode ser identificado pelos próprios alunos. A resolução do problema envolve a tomada de decisões por parte dos alunos, para adequá-las ao objetivo perseguido. Os alunos podem recorrer a diferentes estratégias para resolver o problema formulado. Os alunos estabelecem relações sociais diversas: debates ou negociações com outros alunos e com o professor. O que define uma situação didática é, portanto, o seu caráter intencional, ou seja, o fato de já haver sido construída com o propósito explícito de garantir a aprendizagem dos alunos. O uso das TIC na Ead poderá levar à tomada de consciência sobre a importância da participação de professores e tutores em todas as etapas da formação, a qual implica em compreender o processo do ponto de vista da educação, tecnológico e da comunicação. Daí a possibilidade de transferir tal percepção para o Ead convencional e buscar novas alternativas que beneficiem a interação entre os participantes e a representação do pensamento do aprendiz, o que começa a evidenciar nas mudanças que aparecem na utilização de novos meios de comunicação. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Está claro que a discussão a respeito da autonomia do estudante de Ead é algo que demanda reflexões constantes. Porém a partir do que foi abordado neste trabalho podemos compreender o quanto é complexa esta questão. Vale lembrar que a educação á distância é uma modalidade de estudos que incentiva o educando a buscar e aprimorar a sua autonomia, pois é ela quem gerencia as suas próprias atividades de acordo com o cronograma previsto pela instituição. O desafio esta no aspecto de se encontrar meios de fazer com que os acadêmicos busquem informações e criem suas próprias maneiras de construir conhecimentos, pois a autonomia é algo imprescindível nos processos de aprendizagem, tanta na vida acadêmica quanto na vida profissional. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 113 Revista Cesuca Virtual: Conhecimento sem Fronteiras http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/cesucavirtual É importante que os professores busquem sempre inovar suas aulas na Ead. Buscando ferramentas diferenciadas de aprendizagens (TIC). Assim seus alunos estarão mais motivados e interessados a continuarem seus estudos. Por fim, gostaria de salientar a importância de se estabelecer uma via de comunicação dialógica entre professores e alunos, em virtude de que o conhecimento deve ser construído de forma coletiva, o que torna a experiência da Ead ainda mais enriquecedora. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. Educação à distância na internet: abordagens e contribuições dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e pesquisa, São Paulo, FE/ USP, v. 29, n. 2, jul.-dez. 2003. COSTA, J. W da; OLIVEIRA, M. A .M. (Orgs). Novas Linguagens e novas tecnologias: educação e sociabilidade. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2004. MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EAD: a educação a distância hoje. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PEREIRA, J. L. O cotidiano da tutoria. In: CORRÊA, J. A educação a distância: orientações metodológicas. Porto Alegre: Artmed, 2007. SILVA, Marco. Sala de aula interativa. 4 ed. Rio de Janeiro, Quartet, 2006. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA CESUCA VIRTUAL: CONHECIMENTO SEM FRONTEIRAS - ISSN 2318-4221 - v.2, n. 3, Ago/2015 114