Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao FORMAÇÃO DE PROFESSORES APLICADA À INCLUSÃO: O CONTEXTO DE UMA ESCOLA DE ALVORADA - RS Luciane dos Anjos Nunes Almeida1 Patrícia Beatriz de Macedo Vianna2 Resumo Este artigo visa apresentar uma análise do processo de formação continuada e a atuação do professor em sala de aula, com o advento da inclusão em uma escola da rede pública municipal de Alvorada, cidade localizada no Estado do Rio Grande do Sul/RS, bem como subsidiar a ação pedagógica, propondo adaptações curriculares para a educação inclusiva, considerando a necessidade de compreender os diferentes espaços onde ocorre a diversidade no contexto educacional para se pensar a formação do professor como uma constante reconstrução a partir do projeto político-pedagógico, instrumento norteador e que o auxiliará a refletir sobre sua atuação e sobre a necessidade de se investir na formação continuada fundamentada nos pressupostos da educação inclusiva. A metodologia adotada é de cunho qualitativo com coleta de dados em campo, por meio de questionário com perguntas destinadas aos professores, à orientadora pedagógica da escola e à coordenadora do núcleo de inclusão da Secretaria Municipal de Educação de Alvorada (SMEd), a fim de identificar de que forma a rede municipal de ensino está se organizando para atender às novas exigências impostas pela legislação atual. Palavras chave: Educação, Formação Continuada, Inclusão. Abstract This paper aims to present an analysis of the Continuing Education process and the teacher´s work in class considering the advent of inclusion in a public school at the city of Alvorada, in the state of Rio Grande do Sul/Brazil. This work also intends to subsidize the pedagogic action, proposing curricular adptation for the Inclusive education. It takes in consideration the need of comprehending the different places where diversity occurs in teaching context in order to think about teacher´s education as recurrent reconstruction which starts with the political-pedagogical project. The political-pegagogical project is a guiding element which will help the teacher to reflect on his actuation and on the need of investing on Continuing Education based on the assumptions of Inclusive Education. The methodology adopted consists in qualitative analysis and data collection in research field. A questionary has been applied to teachers, to the school´s pedagogical advisor, and to the coordinator of the Inclusion Department Core of the City´s Education Department (Smed) at Alvorada-RS, to identify the way the city´s educational system is getting organized to fullfill the new requirements of the current law. Keywords: Education, Continuing Education, Inclusion. 1 Pós-graduanda em Educação Especial – Recursos e Tecnologias para a Inclusão do CESUCA – Complexo de Ensino Superior de Cachoeirinha/RS e graduada em Letras pela FAPA/RS. 2 Pedagoga. Mestre em Educação. Doutoranda em Educação (UFRGS). Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 100 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao 1 INTRODUÇÃO As novas exigências impostas pela evolução da tecnologia, bem como, o advento de novas leis que contribuem para as inovações educacionais, com as teorias sobre o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos e ainda o atendimento às diferenças, que são temas presentes em nosso dia-a-dia e que necessitam de um professor mediador, o qual deve acompanhar as mudanças, rever conceitos e desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe, com o intuito de dar sentido à aprendizagem, incentivando o espírito crítico e cooperativo do educando, fora e dentro da sala de aula, denotam a necessidade de compreender a formação do professor como uma constante reconstrução a partir do projeto político pedagógico da escola, instrumento norteador e que o auxiliará a refletir sobre sua atuação e sobre a necessidade de se investir na formação continuada fundamentada nos pressupostos da educação inclusiva, buscando uma nova forma de pensar a escola em seus aspectos cognitivo, emocional e social. A metodologia adotada para a pesquisa é de cunho qualitativo com coleta de dados em campo, por meio de questionário com perguntas destinadas aos professores, à orientadora pedagógica da escola e à coordenadora do Núcleo de Inclusão da Secretaria Municipal de Educação de Alvorada (SMEd), a fim de identificar quais as ações estão sendo implementadas pela rede municipal de ensino para atender às novas exigências impostas pela legislação atual. O artigo está dividido em quatro partes. A primeira apresenta a Introdução, seguida pelo Cenário Atual da Escola Pública Brasileira. Segue abordando o Contexto da Escola Analisada, bem como a Análise dos Dados coletados nas entrevistas. Por fim, nas Considerações Finais, aponta as perspectivas para a formação continuada dos professores, as políticas públicas voltadas à formação de profissionais para a educação e as possibilidades de formar espaços para grupos de estudos sobre a temática inclusão. 2 CENÁRIO ATUAL DA ESCOLA PÚBLICA BRASILEIRA No contexto atual da maioria das escolas públicas brasileiras há ainda muitos professores desqualificados, desestimulados e com uma tendência pedagógica Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 101 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao conteudista. Alguns estão centrados na “transmissão” do conhecimento de forma estanque, os quais se consideram os detentores do saber, focados num currículo tradicional e fechado para as novas concepções educacionais. Outros ignoram o respeito pelo desenvolvimento da construção da autonomia do educando, não reconhecem seus potenciais e não procuram entender suas limitações neuropsicomotoras. Acreditam, firmemente, que todos os alunos são iguais, portanto, devem apresentar o mesmo desempenho escolar e aqueles que não se enquadram na avaliação são excluídos do processo de aprendizagem e rotulados como incapazes. É sabido que vários fatores influenciam a postura desses profissionais, tais como a desvalorização salarial, má formação inicial, excessiva carga horária de trabalho, ausência de investimentos em formação continuada, desestruturação familiar, desrespeito de pais e alunos à pessoa do professor, falta de reconhecimento da sociedade, entre outros. Paralelamente, percebe-se que a lista de insatisfações, reclamações e doenças adquiridas com as frustrações dos professores vem tomando grande proporção com o passar dos anos. Soma-se a tudo isso, a organização do currículo desarticulado da diversidade existente dentro da sala de aula, assim como seus componentes dissociados entre si. Segundo Michaelis (2012), no sentido etimológico, o verbo incluir (do latim includere), significa inserir, introduzir, abranger, compreender, envolver. Partindo desta definição, para incluir um aluno especial, não basta apenas criar leis e inseri-lo dentro de uma escola com alunos “normais”. Há a necessidade de conscientizar os professores, os alunos, a comunidade escolar, e as famílias, além de adaptar os espaços físicos, os currículos, a avaliação e ainda dispor de uma equipe de multiprofissionais para atender às deficiências que exigem formação específica. Urge, vontade política, investimento, valorização, reconhecimento e motivação para transformar a realidade de inúmeras escolas públicas. Necessário se faz analisar as mudanças que estão ocorrendo e buscar a melhores respostas para uma educação de qualidade. Estamos assistindo nas últimas décadas – mas também produzindo e fabricando – a um turbilhão irrefreável de mudanças educacionais: mudanças nos parâmetros curriculares nacionais, mudanças nas leis de acessibilidade, mudanças na universalização do acesso à escola, mudanças na obrigatoriedade do ensino, mudanças na passagem entre um Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 102 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao tipo de escola quase sempre excludente e (em aparência) a fundação de outro tipo de escola que se pretende inclusiva, que se pretende para todos e etc. (Skliar, 2006, p.16) Tal percepção de mudanças deve ser acompanhada da responsabilidade do Estado em ofertar condições para propiciar de fato a inclusão em todos os seus ideais previstos em seus textos legais. Assim, enfatiza Mantoan (2006, p. 185): A escola é a instituição por intermédio da qual a criança se introduz no mundo público, e daí o papel do Estado em relação a todas elas. À família cabe o dever de garantir à criança o que é típico do domínio privado do lar, e ao Estado cabe garantir o direito indispensável da criança à educação escolar, pois nela que faz a transição entre essas duas vidas. Para a autora, “a inclusão é produto de uma educação plural, democrática e transgressora. Ela provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional, que por sua vez, abala a identidade dos professores e faz que a identidade do aluno seja ressignificada” (Mantoan, 2006, p.192). Diante desta crise, no primeiro momento, a ansiedade, o medo e o despreparo causam angustias ao professor que está diante de uma nova realidade na qual ele não teve alternativa de escolha, pois lhe foi imposta. De outra banda, o poder público não lhe garante os recursos materiais, a valorização salarial e a formação necessária para trabalhar com a inclusão. Com a falta de informação sobre o tema, a insegurança predomina no ambiente escolar, promovendo a indiferença, a recusa e o preconceito. Reconstruir a Proposta Político-Pedagógica (PPP) da escola é o primeiro passo para promover ações educativas inclusivas, com vistas a enfrentar a crise de identidade imposta pela inclusão. Para tanto, é indispensável a presença de um supervisor conhecedor das leis, capaz de buscar recursos e disposto a modificar a mentalidade da comunidade escolar. A este profissional caberá a responsabilidade de mobilizar o interesse dos educadores, percebendo a necessidade de cada professor em se sentir integrado, estimulado e valorizado, co-autor do projeto político-pedagógico da escola, uma vez que ele pertence a uma estrutura que busca atender com competência os interesses da instituição e dos alunos. A escola deverá buscar recursos para equipar seus espaços pedagógicos e qualificar seu corpo docente, visando proporcionar uma educação de boa qualidade, a qual não significa uma educação idêntica para todos, mas um ensino que leva em Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 103 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao conta as diferenças individuais, encorajando o desenvolvimento de talentos, potencializando as capacidades intelectuais e físicas dos educando. O PPP deve prever a sala de recursos e o laboratório de aprendizagem, bem como contar com a presença de um professor especialista em educação especial ou capacitado para atender as necessidades educacionais especiais dos alunos. Seguindo nesta perspectiva, Carvalho (2009) esclarece que “na escola inclusiva a dança cósmica de Capra será bailada com todos participando e se integrando, sem exclusões, sendo cada qual reconhecido em sua individualidade”. Assim uma escola inclusiva vai além do “eu”, do “nós”, objetivando o “todos nós”. Para a autora, “a palavra de ordem é a equidade, o que significa educar de acordo com as diferenças individuais, sem que qualquer manifestação de dificuldade se traduza em impedimento à aprendizagem”. Carvalho sugere ainda o abandono do olhar positivista, da igualdade como padrão, como uniformidade para enaltecer a igualdade de direitos humanos, de cidadania, de oportunidade de acesso, de ingresso e permanência com êxito na escola, a qual deve ter postura receptiva e responsiva. 3 O CONTEXTO DA ESCOLA ANALISADA A cidade de Alvorada está situada na região metropolitana de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Seu território é de 70.811 Km². De acordo com o ultimo Censo, sua população compreende 211.233 habitantes. Por muitos anos vem sofrendo o estigma de ser considerada uma cidade com altos índices de violência, o qual é explicado por possuir uma renda per capita muito baixa aquém dos níveis desejáveis e pelo número excessivo de habitantes, os quais escolheram a cidade para morar, principalmente, em virtude da proximidade à capital. Para superar esta visão marginalizada, a cidade recebeu o título de Capital da Solidariedade e desde então vem promovendo ações para garantir o acesso a uma vida mais digna aos seus moradores. Alvorada foi o primeiro município a propiciar o programa de planejamento familiar, ofertando a vasectomia aos pais residentes no município, bem como a oferecer uma frota de ônibus adaptado para os cadeirantes. Recentemente lançou o programa inclusão digital, o qual oferece internet gratuita Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 104 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao aos seus moradores, além de distribuir gratuitamente material escolar para os alunos da rede pública de ensino. Com tantos investimentos, parece ser mesmo a Capital da Solidariedade. Mas num olhar mais atento, observa-se que ainda há muito por fazer em matéria de inclusão, adaptações arquitetônicas e valorização do quadro docente. O prédio da Prefeitura, por exemplo, não oferece acesso ao deficiente físico, caso ele tenha de se dirigir até o departamento de pessoal e as calçadas do centro da cidade não dispõem de rampas acessíveis. Partindo para a área de interesse deste estudo, encontramos as escolas com uma boa estrutura física e o quadro docente completo, dentro do possível. Com o objetivo de ofertar uma escola para todos, mote do governo federal atual, o processo de inclusão na rede municipal de ensino está acontecendo através da implantação de escolas pólos, as quais estão sendo adaptadas para atender os alunos com necessidades educacionais especiais matriculados na própria escola e nas escolas situadas em regiões próximas. Serão sete escolas núcleos equipadas para atender os alunos da rede municipal, as quais totalizam vinte e sete escolas. A forma de organizar as escolas inclusivas em pólos de atendimento especializado esta previsto no parecer CNE/CEB Nº: 13/2009, o qual estabelece, entre outras medidas, que a escola deve organizar espaços educacionais separados para alunos com deficiência, assim ofertando no turno inverso da escolarização, recursos adequados as suas necessidades educativas e disponibilizando os serviços e apoios que complementam a formação desses alunos nas classes comuns da rede regular de ensino, em todas as etapas, níveis e modalidades. Estes espaços são oferecidos em salas de recursos multifuncionais da escola, podendo também utilizar a de outra escola de ensino regular no turno inverso da escolarização, ou ser realizado, também, em centro de atendimento educacional especializado da rede pública ou de instituição privada, sem fins lucrativos, conveniada com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente. A escola, objeto de estudo deste trabalho, é uma das escolas pólos da rede municipal de ensino. Ela tem uma boa estrutura física, disposta em dois pisos, com salas de aula no primeiro e segundo piso. Dispõe de rampa de acesso e banheiro adaptado. As salas especializadas, tais como: ambiente informatizado contendo trinta computadores, sala de vídeo com equipamentos modernos, laboratório de Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 105 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao aprendizagem, estão localizadas no segundo piso do prédio. A biblioteca está situada no primeiro piso, bem como o refeitório, a secretaria, a direção e a sala dos professores. Há um prédio antigo, no qual estão localizadas as demais salas de aula. A direção da escola é composta por uma diretora, cinco vice-diretoras, divididas em três turnos, as quais desempenham também a função de supervisoras, visto que o município não dispõe deste profissional tão essencial para o desenvolvimento das ações pedagógicas da escola, e apenas uma orientadora educacional, a qual trabalha apenas vinte horas semanais, divididas em dois turnos para conseguir atender a demanda da escola. È ela a professora responsável pela implantação da sala de recursos multifuncionais e a intermediária entre a escola e a rede de apoio do município. Atualmente, a escola possui 1.345 (mil trezentos e quarenta e cinco) alunos matriculados na rede comum de ensino regular, divididos em dez turmas de currículo por atividade e onze turmas de área. Cada turma é composta por trinta e cinco a quarenta alunos, aproximadamente. Dentre o total de alunos, sete apresentam necessidades educacionais especiais diagnosticadas ou somente identificadas pelos professores. Os professores denominam estes alunos como “alunos de inclusão”. Como a sala de recursos multifuncionais ainda não está funcionando, os professores não contam com apoio para desenvolverem suas aulas. Nenhum deles recebeu formação e ou qualificação da Secretaria Municipal de Educação (SMEd) para trabalhar com os alunos que necessitam desse atendimento especializado. Conforme a orientadora da escola, a responsabilidade do governo está sendo repassada para a escola e para o professor, o qual não recebeu nenhum apoio e tem de dar conta de uma turma com no mínimo trinta e cinco alunos, quando a legislação prevê vinte e cinco alunos. Neste aspecto, a escola ainda não está em consonância com o artigo 18 do parecer nº 2, de 11 e fevereiro de 2001, o qual estabelece: § 1º São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para: I – perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e valorizar a educação inclusiva; Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 106 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao II - flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento de modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem; III - avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o atendimento de necessidades educacionais especiais; IV - atuar em equipe, inclusive com professores especializados em educação especial. Recentemente foi construída uma sala de aula de madeira com recurso financeiro oriundo do governo federal para a construção da sala de recursos multifuncionais. Após análise do Núcleo de Inclusão da SMEd, ficou decidido que a sala construída não estava situada num local apropriado, tendo em vista a proximidade com o pátio da escola, o que dificultaria o trabalho naquele espaço, devido ao excesso de ruídos sonoros dos alunos durante as aulas de educação física. Assim, foi determinado que a sala de recursos multifuncionais deveria ser implantada no mesmo local do Laboratório de Aprendizagem, dividindo a sala em dois ambientes. O inicio das atividades na sala de recursos está prevista para o final do primeiro semestre de 2012. Ela já dispõe de uma professora especialista em educação especial, a qual foi aprovada no último concurso para esta finalidade, e que dedicará vinte horas-aulas semanais para o atendimento dos alunos com necessidades educacionais especiais, tanto da própria escola, quanto das escolas vizinhas. Como a sala de recursos multifuncionais está situada no segundo piso da escola, a ideia de adquirir um elevador para o acesso aos alunos com dificuldade de locomoção foi colocada como prioridade para a escola. Segundo a orientadora educacional, a proposta da compra do elevador já existia anteriormente e surgiu com a necessidade de um aluno cadeirante ter acesso às salas especializadas. O montante para a aquisição do elevador foi angariado pela própria escola, porém devido a dificuldades impostas pela Secretaria da Educação com a licitação, há três anos a proposta não sai do papel. E o aluno que seria beneficiado não estuda mais na escola. Uma das maiores dificuldades encontradas pela escola é a integração com a rede de apoio. O município possui apenas uma fonoaudióloga e um médico na área psiquiátrica, os quais atendem a demanda de toda a cidade. Ou seja, não existe uma rede de apoio multiprofissional efetiva. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 107 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao Outro limitador da inclusão apontada pela orientadora é o fato de algumas mães não aceitarem que o filho necessite de atendimento especializado, não oportunizando o seu acompanhamento na rede, quando em situações esporádicas se consegue um encaminhamento. São barreiras, como aponta Mantoan (2006), “que impedem a transformação de nossas escolas: (...) a ignorância de muitos pais, a fragilidade de grande maioria deles diante do fenômeno da deficiência de seus filhos”. 4 ADAPTAÇÃO DO CURRÍCULO E DA AVALIAÇÃO Quando se questiona sobre o significado de currículo, a primeira definição que vem a mente é a relação de disciplinas e conteúdos que integram um determinado curso. E se buscar refletir sobre a organização do currículo na chamada escola tradicional, verifica-se que os seus componentes estão amplamente dissociados entre si, inclusive, com a completa desarticulação das disciplinas de uma mesma área. Porém, se provocado, logo surge a resposta que currículo denota também os conhecimentos que o educando traz consigo, suas vivências, assim como a adequação dos conteúdos à realidade dos alunos, devendo estar relacionado ao cotidiano e à prática, o que seria a transdisciplinaridade. No entanto, tem-se consciência que o significado de currículo é muito mais abrangente. Segundo Carvalho (2008), currículo é o conjunto de experiências que a escola oportuniza aos alunos, objetivando seu desenvolvimento integral, pois é a educação que permite ao homem assimilar a experiência historicamente acumulada e culturalmente organizada. Portanto, o aluno possui uma bagagem de suas vivências no seu círculo familiar, no qual os valores econômicos, sociais e culturais têm um grande peso sobre a sua formação. Em virtude disso, quando ele chega à escola não se encontra vazio, sendo a tarefa do professor observar tais diversidades, e então enriquecer o espaço escolar através das trocas de experiências que possivelmente virão. Nesse sentindo, a fim de atingir suas metas educacionais, a escola através de seu projeto político-pedagógico pode envolver seus professores na busca pela inclusão dessas crianças que chegam à escola, ansiosas por aprender, identificando em cada uma delas as suas necessidades educacionais e assim promover Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 108 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao mudanças curriculares que atendam as suas diferentes especificidades. Para tal, é imprescindível que o professor esteja atento as necessidades educacionais do aluno, para poder fazer as possíveis alterações curriculares necessárias ao seu aprendizado e desenvolvimento. Atualmente, existe uma tendência cada vez maior para currículos abertos e flexíveis que respondem ao desafio da compreensibilidade e da diversidade. Dentro dessa linha, as escolas buscam reorganizar seus projetos político-pedagógicos, buscando dar conta de todas as demandas existentes na atual conjuntura educacional, levando em consideração as individualidades de cada educando. Este novo paradigma vem de encontro com as ideias ultrapassadas do currículo fechado, provocando o olhar diferenciado do educador de modo a incluir todos os seus alunos no sistema educacional que promove a educação de qualidade para todos, conforme previstos na legislação brasileira. Na mesma linha, Coll et al. (2004, p.290) enfatiza que a escola deve conseguir o difícil equilíbrio de oferecer uma resposta educativa, tanto compreensiva quanto diversificada, proporcionando uma cultura comum a todos os alunos, que evite a discriminação e a desigualdade de oportunidades e, ao mesmo tempo, que respeite suas características e suas necessidades individuais. Um currículo adaptado tem como objetivo atender as diversas necessidades do aluno, que variam conforme a dificuldade de aprendizagem. Esta, por sua vez, depende da origem da mesma, a qual pode ser de ordem cognitiva, física ou mental, desta forma se caracterizando a maneira como se dará a intervenção do educador junto ao aluno. Segundo Coll et al. (2004, p.290), “tradicionalmente a escola centrouse na satisfação das necessidades educativas comuns, que expressavam em objetivos traçados em função do enganoso e inexistente “aluno médio”, sem preocupar-se com as necessidades individuais”. Nessa perspectiva, os alunos que não conseguem alcançar os objetivos estabelecidos são segregados. Essa concepção deu origem a propostas fechadas e homogeneizadoras, sem levar em conta os processos de ensino e de aprendizagem que ocorrem em contextos bastante diversos. Conforme modificações Carvalho (2008, espontaneamente p.105), realizadas as adaptações pelos curriculares professores que são são intencionalmente organizadas para dar resposta às necessidades de cada aluno, Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 109 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao particularmente os que apresentam dificuldade na aprendizagem. No entanto não se trata de elaborar um outro currículo, mas sim, trabalhar o que for adotado, fazendo neles os ajustes necessários de modo a oferecer para todos os educandos as mesmas oportunidades. Seguindo nesta linha, Coll et al. (2004, p.296) acrescenta que para que todas as necessidades dos alunos sejam contempladas, algumas vezes, é necessário adaptar o currículo de forma individual. Esta é uma outra via de resposta da diversidade, e são utilizadas quando uma programação diversificada da turma não for suficiente para responder a determinada necessidade de um aluno. Convém, todavia, reservar o conceito de adaptações curriculares individualizadas para os casos em que as necessidades do aluno requerem ações, recursos ou medidas de caráter especial ou extraordinário durante toda a sua escolarização ou em algum momento dela. Conforme o autor, os programas de desenvolvimento individual têm uma concepção mais psicológica ou evolutiva em vez de curricular, portanto, partem de uma avaliação centrada basicamente na obtenção de informação acerca das dificuldades ou das alterações nas diferentes áreas do desenvolvimento, ignorando a influência do contexto escolar no desenvolvimento e na aprendizagem dos alunos. Neste caso, o ponto de partida para a tomada de decisão é o desenvolvimento psicológico e não o currículo escolar. Os objetivos de desenvolvimentos são traçados a partir de currículos paralelos que tem enfoque mais reabilitador do que educacional; centram-se em compensar as dificuldades dos alunos, mas não se preocupam com as modificações que devem ser introduzidas nas respostas educativas; e são elaborados por especialistas e não estão vinculados a proposta da turma. As adaptações curriculares, ao contrário da programação individual, têm uma concepção mais educacional do que reabilitadora. As fases do processo de adaptações curriculares ocorrem em quatro etapas: Avaliação inicial psicopedagógica, identificação das necessidades educativas especiais, respostas educativas e acompanhamento. Assim, pontua Coll et al. (2004, p.301): Estabelecer as necessidades especiais e as correspondentes adaptações implica fazer um julgamento baseado em uma avaliação psicopedagógica ampla do aluno em interação com o contexto escolar em que se desenvolve e aprende. A avaliação coletará informações relevantes para tomar decisões ajustadas e fundamentadas quanto à proposta curricular mais Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 110 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao adequada para o aluno, aos recursos materiais e ajudas pessoais que se deve oferecer a ele e às modificações que se deve fazer no contexto educativo. O importante é identificar, por meio da avaliação, as necessidades do aluno com relação ao currículo escolar e os apoios (tipo e grau de ajuda) de que necessita para avançar na escola e ser competente na vida social. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As novas exigências educacionais pedem uma reformulação constante do currículo a partir da reconstrução da prática docente, para tal é necessário que a comunidade escolar reveja o seu plano político-pedagógico conforme as necessidades educativas dos alunos, tendo em vista o seu contexto cultural, econômico e social, a fim de que o educando seja de fato incluído na escola. Nos alunos que apresentam dificuldades educativas especiais, há a necessidade da intervenção psicopedagógica, buscando o auxilio da equipe multidisciplinar para facilitar o seu desenvolvimento, independente de suas dificuldades ou necessidades, a fim de estabelecer relações com o conhecimento. Sendo assim, minimizando as diferenças e propiciando a todos os alunos a possibilidade do enriquecimento dos seus potenciais, através do estímulo do professor e da interação do grupo. Observa-se que no município de Alvorada há uma preocupação com a estrutura física das escolas e com a capacitação dos professores. Acredita-se que a barreira atitudinal deve ser a primeira a ser trabalhada nas escolas com o intuito de sensibilizar toda a comunidade escolar para a nova realidade, buscando a informação, a qualificação e a superação dos obstáculos pouco a pouco. Sem a capacitação dos professores não há inclusão, assim como, se não houver dedicação, empenho e vontade de todos os segmentos da sociedade, a lei não sairá do papel, em outras palavras, não haverá aplicabilidade. Iniciativas como da Prefeitura de Alvorada, que desde 2009 oportuniza a formação continuada aos professores da rede interessados em se qualificar, é um dos primeiros passos nessa caminhada. Em contrapartida, são poucos os educadores que procuram a qualificação, já que a maioria trabalha sessenta horas Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 111 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao semanais, tem filhos pequenos e indisponibilidade de recursos financeiros para arcar com deslocamento até a faculdade e outras despesas advindas como o estudo. Percebe-se que a escola está em processo de transição de paradigma. Uma mudança de concepção, de identidade que já está ocorrendo paulatinamente e que realmente se efetivará com a conscientização e a sensibilização de todos os segmentos da escola e da sociedade em geral, cujo objetivo é alcançar um ensino integral no sentido exato da palavra: amplo, significativo, emancipador. Sendo assim, nesta nova realidade de inclusão, de adaptação, de transformação, urge, além de um “super professor”, vontade política, investimento, valorização, reconhecimento e motivação para transformar a realidade de inúmeras escolas públicas, as quais estão buscando se inserir neste novo contexto social, político e emergente, que exige propostas educativas que façam sentido e dê autonomia ao aluno. A formação continuada dos professores, o desenvolvimento de projetos de programas de formação na área da educação especial e para a utilização das tecnologias da informação, bem como a possibilidade de organizar grupos de estudos para investigar e buscar suporte para atender a diversidade de casos de inclusão devem estar previstos no projeto político pedagógico escolar para poder exigir da mantenedora os recursos necessários para cumprir o que foi estabelecido no projeto. Assim, a busca destes recursos é facilitada, tendo em vista que nenhuma mantenedora poderá se opor aos programas oferecidos pelo MEC, alegando falta de interesse e procura por parte das escolas, ocultando nessas falas seus verdadeiros interesses que é a sua própria falta de vontade em aderir aos programas por serem financiados pelo governo federal, cujo partido político é seu oponente. Durante a realização deste trabalho pode-se verificar que dentre tantas barreiras que há para transpor e que são limitadoras do processo de inclusão dentro das escolas, há também a barreira político-partidária. E esta somente o conhecimento, através da educação, poderá superar, buscando fazer valer o que determinada a legislação e denunciando aos órgãos competentes quando os recursos financeiros são desviados para outras esferas da administração municipal. A falta de profissionais habilitados nas prefeituras para elaborar projetos, e em Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 112 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao muitos casos falta de vontade política também podem ser levados ao conhecimento dos órgãos responsáveis pelas escolas – Mec. Uma forma de incentivar a procura pela formação continuada, além de propor um auxílio de custos, é modificar o plano de carreira, aumentando a porcentagem de aumento salarial para quem apresenta certificados de cursos de pós-graduação. Sendo assim, a escola também pode motivar seus professores através da participação e do envolvimento, a fim de atingir suas metas educacionais, buscando vinculá-los em suas vivências diárias, em suas tomadas de decisões e resoluções de conflitos, proporcionando espaços para formação e debates, trazendo palestrantes diversos para abordar temas que sejam de interesse do grupo da escola. Também pode-se angariar recursos para custear palestras fora da escola, não esperando que a iniciativa para a formação venha da Secretaria de Educação, já que em muitos casos os cursos ofertados pela rede não vem ao encontro das perspectivas e necessidades do professor. As ações objetivando a formação do professor devem ser uma constante prática de incentivo de seu trabalho em sala de aula, observando a realidade de seu cotidiano, visto que é notória e louvável a atitude de muitos educadores, que, mesmo dispondo de poucos recursos materiais, realizam trabalhos edificantes e exemplares junto aos seus alunos, contando, para tanto, somente com a motivação intrínseca que trazem consigo. Com a motivação extrínseca, um incentivo externo que deve partir da vontade da equipe diretiva, embora não seja em sua integralidade o que os educadores realmente almejam na atual conjuntura, mas, conscientes de suas responsabilidades, os professores podem, unindo esforços, revolucionar o “mundo” em que vivem. Os elementos desmotivadores que prejudicam o sucesso da proposta inclusiva não são obstáculos intransponíveis. A tarefa não é fácil, todavia, pode ser executada com competência se dividida por muitos. Dificuldades, certamente sempre ocorrerão, mas elas não serão suficientes para diminuir o ânimo de prosseguir de uma equipe motivada, crítica e cooperativa, porque o segredo do sucesso é a união e a crença em tudo aquilo que fazemos para tornar a sociedade mais justa, solidária e humana. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 113 Revista Pós-graduação: Desafios Contemporâneos http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/revposgraduacao REFERÊNCIAS BRASIL. Resolução CNE/CEB nº. 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf> Acesso em: 21 abr. 2012. CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva com os Pingos nos Is. Editora: Meditação, Porto Alegre, 2009. CARVALHO, Rosita Edler. O Trabalho Pedagógico na Diversidade in Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. Porto Alegre: Mediação, 2008. CARVALHO, Rosita Edler. Currículo e Adaptações Curriculares: do que estamos falando in Escola Inclusiva: a reorganização do trabalho pedagógico. Porto Alegre: Mediação, 2008. COLL, César, MARCHESI, Álvaro e PALACIOS, Jesus. A atenção à diversidade na sala de aula e as adaptações do currículo in Desenvolvimento Psicológico e Educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. INCLUIR. In: DICIONÁRIO Michaelis. Disponível <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portuguesportugues&palavra=incluir>. Acesso em: 11 março. 2012. em: MANTOAN, Maria Teresa Eglér. O direito de ser, sendo diferente, na escola. In: RODRIGUES, Davi (org.). Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006. Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: [email protected] REVISTA PÓS-GRADUAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS v.1, n. 1, jun/2014 114