precauções padrão - isolamentos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Atualizado em
Fevereiro/2013
PROTOCOLOS DE CONTROLE DE INFECÇÃO
PRECAUÇÕES PADRÃO – Contato – Respiratório
(Gotículas, aerossóis)
1- Precauções Padrão
As Precauções Padrão (PP) representam um conjunto de medidas que devem
ser aplicadas no atendimento de todos os pacientes hospitalizados,
independente do seu estado presumível de infecção, e na manipulação de
equipamentos e artigos contaminados ou sob suspeita de contaminação. As PP
deverão ser utilizadas quando existir o risco de contato com: sangue; todos os
líquidos corpóreos, secreções e excreções, com exceção do suor, sem
considerar a presença ou não de sangue visível; pele com solução de
continuidade (pele não íntegra) e mucosas.
São recomendadas para aplicação em todas as situações e pacientes,
independente da presença ou ausência de doença transmissível comprovada.
- Higienização das mãos
Deve ser realizada antes e após contato com paciente, e entre dois
procedimentos realizados no mesmo paciente. Também é recomendada
lavagem de mãos após a retirada das luvas.
- Luvas
Recomenda-se uso de luvas, caso haja contato com sangue ou líquidos
potencialmente infectantes.
- Avental
Recomenda-se uso de avental, caso haja possibilidade de contato da pele ou
roupas do profissional com sangue ou líquidos potencialmente infectantes.
- Máscara, óculos, protetor facial
Recomenda-se uso de máscara e óculos ou protetor facial, caso haja
possibilidade de respingos de sangue ou líquidos potencialmente infectantes
atingirem a face do profissional de saúde.
- Prevenção de acidentes com materiais pérfuro-cortantes
Deve haver educação quanto ao uso e descarte destes materiais. O reencape
é proibido. As caixas de descarte devem ser dispostas em locais visíveis, de
fácil acesso. O transporte destes materiais deve ser feito com cuidado,
evitando-se acidentes.
- Descontaminação de superfícies
A descontaminação de superfícies deve ser feita caso haja presença de
sangue ou líquidos potencialmente infectantes em superfícies.
sistema de precauções ________________________________________________________________1
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- Artigos e equipamentos
Artigos utilizados devem ser submetidos à limpeza e desinfecção ou
esterilização, antes de serem utilizados em outro paciente.
2- Precauções para transmissão através de contato
Os microorganismos podem ser transmitidos de uma pessoa a outra
através do contato com a pele ou mucosa. Podemos classificar este modo de
transmissão em duas categorias:
2.1- Contato direto
Ocorre quando um microorganismo é transmitido de um paciente a
outro, através do contato direto da pele, sem que haja a participação de um
veículo inanimado ou fômite como, por exemplo, herpes simples, Herpes zoster
não disseminado em imunocompetente, feridas com secreção abundante não
contida, diarréia infecciosa em paciente incontinente.
2.2- Contato indireto
Quando a transmissão ocorre pelo contato da pele e mucosas com
superfícies ambientais e nos artigos e equipamentos de cuidados aos
pacientes contaminados por microorganismos, como por exemplo, Enterococo
resistente a vancomicina.
QUARTO
LUVAS E AVENTAL
TRANSPORTE DO PACIENTE
ARTIGOS E EQUIPAMENTOS
Privativo ou comum para o mesmo
microorganismo.
Deverão ser utilizadas ao contato com o
paciente ou material infectante.
Deverá ser evitado; quando necessário, o
material infectante deverá estar contido com
curativo, avental ou lençol, para evitar a
contaminação de superfícies.
Deverão ser de uso exclusivo para cada
paciente.
Quando possível, pacientes com microorganismos altamente
transmissíveis e/ou epidemiologicamente importantes devem ser colocados em
quartos privativos com banheiro e pia próprios.
Quando um quarto privativo não estiver disponível, pacientes infectados
devem ser alocados com companheiros de quarto infectados com o mesmo
microorganismo e com possibilidade mínima de infecção.
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PROTOCOLOS DE CONTROLE DE INFECÇÃO
Exemplo de doenças que requerem Precauções de Contato
PRECAUÇÃO DE CONTATO
Infecção / Condição / Microrganismo
Período
Abscesso Drenante (Drenagem não contida pelo curativo)
Durante a doença
Bactérias multirresistentes – Colonização / infecção:
solicitar avaliação da CCIH
*contato (a critério da CCIH)
Bronquiolite / Infecção Respiratória – Vírus Sincicial
Respiratório e Vírus Parainfluenzae – lactente e pré-escolar
Celulite: drenagem não contida
Clostridium difficile (Colite associada antibiótico)
Cólera
Colite Associada a antibiótico
Conjuntivite viral aguda (hemorrágica)
Difteria cutânea
Enteroclite por Clostridium difficile
Enterovirose (Coxackie e Echovirus) lactente e pré-escolar
Escabiose
Estafilococcia – S. aureus – pele, ferida e queimadura: com
secreção não contida
Estreptococcia – Streptococcus Grupo A – pele, ferida e
queimadura: com secreção não contida
Furunculose Estafilocócica: lactentes e pré-escolares
Gastroenterite: Campylobacter, Cholera, Criptosporidium
spp
Gastroenterite: Clostridium difficile
Gastroenterite: Escherichia coli em incontinente ou uso de
fralda
Hepatite Viral – Vírus A: Uso de fralda ou incontinente
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
Terapêutica eficaz + 2
culturas neg. em dias
diferentes
Durante a doença
Durante a doença
Terap. eficaz 24h
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
Durante a doença
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Herpes Simplex: Mucocutâneo, disseminada ou primária,
grave
Herpes Simplex: Neonatal
Impetigo
Infecção de Ferida Cirúrgica: com secreção não contida
Pediculose
Pneumonia Viral lactentes e pré-escolar
Rotavírus e outros vírus em paciente incontinente ou uso de
fralda
Rubéola Congênita
Durante a doença
Durante a doença
Terap. eficaz 24h
Durante a doença
Terap. eficaz 24h
Durante a doença
Durante a doença
PRECAUÇÃO DE CONTATO E AEROSSÓIS
Infecção / Condição / Microrganismo
Período
Varicela
Até todas lesões
Herpes Zoster – Localizado em imunossuprimido ou
disseminado
tornarem-se crostas
Até todas as lesões
tornarem-se crostas
PRECAUÇÃO DE CONTATO E GOTÍCULAS
Infecção / Condição / Microrganismo
Período
Adenovírus, infecção por: lactente e pré-escolar
Durante a doença
Pneumonia Adenovírus
Durante a doença
3- Precauções para transmissão por via aérea ou respiratória
A transmissão de microorganismos por via aérea ou respiratória é
dividida em transmissão por gotículas ou por aerossóis.
Diferenças entre a transmissão por via aérea e a transmissão por
partículas aerossolizadas.
CARACTERÍSTICA
Tamanho da partícula
Distância que percorre a
partícula a partir do
paciente fonte
Tempo de permanência
da partícula no ar
GOTÍCULAS
>5µ
Até um metro
AEROSSÓIS
<5µ
Vários metros (pode
atingir outros quartos)
Segundos
Horas
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CARACTERÍSTICA
Eficiência da máscara
cirúrgica na redução da
eliminação de partículas
pelo paciente fonte
Eficiência da máscara
cirúrgica
para
contactantes
GOTÍCULAS
Sim
AEROSSÓIS
Sim
Sim
Não
3.1- Transmissão por gotículas
Ocorre através do contato com o paciente, por gotículas eliminadas pela
fala, tosse, espirros e realização de procedimentos como a aspiração de
secreções. As gotículas de tamanho considerado grande (>5µ), atingem até um
metro de distância e rapidamente se depositam no chão. Exemplos: Doença
meningocócica, Gripe, Coqueluche, Difteria, Caxumba e Rubéola.
Precauções Respiratórias para Gotículas
QUARTO
MÁSCARA
TRANSPORTE DO PACIENTE
ARTIGOS E EQUIPAMENTOS
Privativo obrigatório ou comum para o
mesmo microorganismo, mantendo a porta
fechada.
É obrigatório o uso de máscara comum,
durante o período de transmissibilidade de
cada doença, e para todas as pessoas que
entrarem no quarto.
Deverá ser evitado; quando necessário, o
paciente deverá sair do quarto de máscara
comum.
Deverão ser exclusivos para o paciente ou
comum para pacientes com os mesmo
microorganismos.
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Exemplos de doenças que requerem precauções com gotículas
PRECAUÇÃO DE GOTÍCULAS
Infecção / Condição / Microrganismo
Período
Adenovírus
Caxumba
Até 9 dias após início
tumefação
Coqueluche
Terap. eficaz 5 dias
Difteria faríngea
Terapêutica eficaz + 2
culturas neg. em dias
diferentes
Epiglotite (Haemophylus influenzae)
Terap. eficaz 24h
Estreptococcia – Streptococcus Grupo A – escarlatina:
Terap. eficaz 24h
lactante e pré-escolar
Estreptococcia – Streptococcus Grupo A – faringite: lactante
Terap. eficaz 24h
e pré-escolar
Estreptococcia – Streptococcus Grupo A – pneumonia:
Terap. eficaz 24h
lactante e pré-escolar
Influenza: A, B, C
Durante a doença
Meningite Haemophilus influenzae (suspeita ou confirmada)
Terap. eficaz 24h
Meningite Neisseria meningitidis (suspeita ou confirmada)
Meningococcemia
Terap. eficaz 24h
Parvovírus B19 – Crise aplástica transitória ou de células
Durante 7 dias
vermelhas
Parvovírus B19 – Doença crônica em imunossuprimido
Durante a internação
Peste Pneumônica
Terap. eficaz 3 dias
Pneumonia Haemophilus influenzae lactentes e crianças de
Terap. eficaz 24h
qualquer idade
Pneumonia Meningocócica
Terap. eficaz 24h
Pneumonia Mycoplasma (pneumonia atípica primária)
Durante a doença
Pneumonia Streptococcus, grupo A lactentes e pré-escolares
Terap. eficaz 24h
Rubéola
Início do rash até 7 dias
3.2- Transmissão por aerossóis:
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Ocorre por partículas eliminadas durante a respiração, fala, tosse ou
espirro (<5µ) que quando ressecados permanecem suspensos no ar, podendo
permanecer por horas, atingindo outros ambientes, inclusive áreas adjacentes,
pois podem ser carreadas por correntes de ar. Como exemplos têm: M.
tuberculosis, Sarampo, Varicela, Herpes Zoster, SARS.
Precauções Respiratórias para Aerossóis
QUARTO
MÁSCARA
TRANSPORTE DO PACIENTE
ARTIGOS E EQUIPAMENTOS
Privativo obrigatório, com porta fechada;
idealmente, o quarto deverá dispor de
sistema de ventilação com pressão negativa
e 6 trocas de ar por hora, com o uso de filtro
HEPA
È obrigatório o uso de máscara tipo N95
(possui capacidade de filtrar partículas <
3µm de diâmetro), por todo o profissional
que prestar assistência ou realizar
procedimento a pacientes com suspeita ou
confirmação das doenças supracitadas.
Deverá ser colocada antes de entrar no
quarto e retirada somente após a saída do
mesmo.
Deverá ser evitado; quando necessário o
paciente deverá sair do quarto utilizando
máscara comum.
Deverão ser exclusivos para o paciente ou
comum para pacientes acometidos com o
mesmo microorganismo.
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Exemplo de doenças que requerem precauções aéreas
PRECAUÇÃO DE AEROSSÓIS
Infecção / Condição / Microrganismo
Período
Sarampo
Durante a doença
Tuberculose Laríngea (suspeita ou confirmada)
3 BAAR + Terap. eficaz
Tuberculose Pulmonar (suspeita ou confirmada)
3 BAAR + Terap. eficaz
PRECAUÇÃO DE AEROSSÓIS E CONTATO
Infecção / Condição / Microrganismo
Período
Varicela
Até todas lesões
Herpes Zoster – Localizado em imunossuprimido ou
disseminado
tornarem-se crostas
Até todas as lesões
tornarem-se crostas
4- Isolamento protetor ou reverso
Será instituído principalmente em pacientes imunodeprimidos
neutropênicos, a fim de garantir a proteção do paciente contra infecções.
e
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
APECIH. Precauções e Isolamento. 2º Ed. 2012.
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