Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Universidade Federal do Triângulo Mineiro Comissão de Controle de Infecção Hospitalar Precauções e isolamentos Enfª Francielle Toniolo Enf ª Luiza Casaburi Contaminação X Colonização X Infecção Contaminação: Presença de microrganismos em superfícies sem invasão tecidual. Pode ocorrer em objetos inanimados ou humanos. Ex. Microbiota transitória da mão. Colonização: Crescimento e multiplicação de um microrganismo em superfícies epiteliais do hospedeiro sem expressão clínica ou imunológica. Ex. Microbiota humana normal. Infecção: Danos decorrentes da invasão, multiplicação microbiana no hospedeiro, ocorrendo a interação imunológica. A presença de sinais e sintomas caracteriza a doença. Cadeia epidemiológica de transmissão Hospedeiro Susceptível Imunossuprimidos idosos RN Queimados Cirúrgicos Porta de Entrada Trato GI Trato Respiratório Trato urinário Pele não íntegra Mucosas Agente infeccioso Bactérias Fungos Vírus Protozoários Parasitas Formas de Transmissão Contato (Direto / Indireto) Aérea (Gotículas / Aerossol) Fonte Pessoas Água Soluções Medicamentos Equipamentos Porta de Saída Excreções Secreções Gotículas Outros Fluidos Medidas de Controle Hospedeiro Susceptível - Tratamento da doença de base - Reconhecer os pacientes de risco Porta de Entrada - Higiene das mãos - Técnica asséptica -Cuidado com feridas - Cuidados com dispositivos invasivos Agente infeccioso - Identificação rápida dos microrganismos - Tratamento adequado Formas de Transmissão -Higiene das mãos -Cuidado do preparo e transporte dos alimentos - Desinfecção / Esterilização - Precauções Específicas Fonte -Boas condições de saúde e higiene pessoal - Limpeza ambiental - Desinfecção / Esterilização - Preparo e adm adequada de med. Porta de Saída -Uso adequado de EPIs - Descarte adequado de resíduos -Contenção das secreções e excreções Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmision of Infectious Agents in Healthcare Settings, CDC 2007. Precauções Padrão Precauções Expandidas – Contato – Gotícula – Aerossóis Precauções Padrão Conjunto de medidas aplicadas no atendimento de TODOS os pacientes; Devem ser utilizadas quando houver risco de contaminação com sangue ou outro fluido corporal, mesmo que estes não sejam visíveis; Risco de contato com: - Material biológico; - Pele não íntegra; - Mucosas; - Manipulação de equipamentos e artigos contaminados Precauções Padrão Higiene das mãos Manter unhas curtas e retirar adornos; Lavagem com água e sabão ou álcool em gel Quando? Precauções Padrão Seleção adequada os EPIs Luvas – Usar luvas de procedimento quando houver possibilidade de contato com sangue ou outros fluídos corporais ou artigos contaminados. – Trocar de luvas no atendimento do mesmo paciente se houver risco de contaminação cruzada entre diferentes sítios anatômicos. – Retirar luvas após uso, antes de tocar em superfícies ambientais ou de contato com outro paciente. – Lavar as mãos imediatamente após a retirada das luvas. Precauções Padrão Máscara e Óculos de Proteção Recomendados sempre que houver risco de respingos de sangue ou outro fluído corpóreo na face. Oferece proteção individual de mucosa dos olhos, nariz e boca. Precauções Padrão Avental Usar avental limpo de manga longa para proteção individual, sempre que houver risco de sujar a roupa / MMSS com sangue ou fluídos corpóreos. Escolha do avental apropriado para a atividade (descartável? de tecido? Impermeável?) Retirar o avental o mais rápido possível e lavar as mãos. Seqüência de Vestimenta de EPI 1. Primeiro o jaleco 2. Máscara ou respirador 3. Óculos de segurança ou Protetor facial 4. Luvas Seqüência de Retirada de EPI 1. Luvas 2. Óculos de segurança ou Protetor facial 3. Jaleco 4. Máscara ou respirador Precauções Padrão Artigos e equipamentos de assistência ao paciente : Manusear com cuidado os artigos sujos de sangue ou outro fluído corpóreo para evitar a disseminação. Se houver a sua reutilização entre diferentes pacientes deve ser realizado limpeza / desinfecção ou esterilização. Ambiente: Estabelecer e garantir procedimentos de rotina para a limpeza e descontaminação das superfícies ambientais, especialmente na presença de matéria orgânica extravasadas. Precauções Padrão Roupas: Manipular, transportar e processar as roupas usadas prevenindo a exposição da pele, mucosas e roupas pessoais. Manipular com o mínimo de agitação possível. Utilizar sacos impermeáveis. Material pérfuro-cortante: Descarte adequado em caixas rígidas de papelão. Não ultrapassar o limite de preenchimento da mesma. Montar as caixas conforme a instrução do fabricante. Precauções Padrão Higiene Respiratória/Etiqueta de Tosse Educar o pessoal sobre a importância de contenção das secreções respiratórias, especialmente durante surtos sazonais de infecções virais do trato respiratório. Ex. Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), gripe, adenovirus, parainfluenza. Práticas seguras na administração de medicações Técnica asséptica ao preparar e administrar medicações; Realizar a desinfecção com álcool a 70% no frasco antes de perfurar; Controle rigoroso pela farmácia e enfermagem (temperatura, rótulo, validade...); Aplicação imediata após o preparo; Obrigação do uso de máscara para realização de punção lombar, mielograma, colocação de cateter ou injeção de solução no espaço epidural ou peridural. Disseminação de microrganismos no ambiente hospitalar Infecção Colonização PRECAUÇÕES ESPECÍFICAS Guideline for Isolation Precautions in Hospitals, CDC 2007 Precauções de contato Indicação: Colonização / infecção (suspeita ou confirmada) de microrganismos epidemiologicamente importantes, passíveis de transmissão por contato direto ou indireto. 1 – Propensão de causar surtos: Clostridium difficile, vírus influenza, vírus sincicial respiratório, rotavírus, norovírus. 2 - Alta morbimortalidade: Acinetobacter spp, Clostridium difficile, Staphylococcus aureus resistente a oxacilina, Enterococcus resistente a vancomicina. 3 – Poucas opções de tratamento: Bactérias Multirresistentes Precauções de contato Internação de paciente: Quarto privativo (preferência) ou coorte com a mesma doença ou microrganismo. Higiene das mãos Uso de antisséptico. Luvas - Qualquer contato com o paciente e equipamentos/superfícies próximas; – Trocar luvas após contato com área ou material infectante; – Devem ser calçadas dentro do quarto e desprezadas ao término do cuidado; – Após retirar as luvas lavar as mãos com antisséptico. Precauções de contato Avental – Usar avental ao entrar no quarto, quando se prevê um contato direto com o paciente. – Retirá-lo antes de deixar o quarto/box do paciente. – Assegurar que as roupas pessoais não entrem em contato com superfícies ambientais potencialmente contaminadas. Equipamentos de cuidado ao paciente – Exclusivos sempre que possível, caso contrário devem ser limpos e desinfetados entre pacientes. Precauções de contato Ambiente: – Superfícies ambientais: limpeza diária – Superfícies próximas ao paciente: desinfecção com álcool 70% a cada plantão Visitas: – Restritas, reduzidas e orientadas. Transporte do paciente – Limitado. O profissional que transportar o paciente deve utilizar as precauções padrão, realizar desinfecção das superfícies após uso pelo paciente. A transmissão de microorganismos por via aérea ou respiratória pode ser por gotículas ou por aerossóis Gotículas Aerossol Partículas grandes: > 5 µm Partículas pequenas: < 5 µm Não atravessam longas Disseminam-se por vários metros distâncias Limite: 1 m Até outros quartos (corrente de ar) Não se mantém suspensas no ar Mantém-se suspensas no ar por horas AEROSSOIS GOTÍCULAS Precaução para gotículas Indicação: Colonização / infecção (suspeita ou confirmada) por microorganismos transmissíveis por gotículas. Ex: Coqueluche, caxumba, rubéola, meningite por Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis, Menigococcemia. Precaução para gotículas Internação do paciente – Quarto privativo (preferência) ou coorte com a mesma doença. – Ambiente compartilhado: distância mínima entre pacientes deve ser de um metro. - Manter a porta do quarto fechada. Máscara - Deve ser utilizada máscara comum (tipo cirúrgica) por todos que entrarem no quarto. Transporte de paciente – Limitado. Utilizar máscara comum. Visitas – Restritas, reduzidas e orientadas. Precaução para aerossóis Indicação: – Infecção suspeita ou confirmada por microrganismos transmitidos por aerossóis que permanecem suspensas no ar e podem ser dispersadas a longas distâncias. Ex: Tuberculose, Sarampo, Varicela e Herpes Zoster disseminado ou localizado em imunodeprimido. Precaução para aerossóis Local de internação – Quarto privativo com pressão negativa em relação às áreas adjacentes com no mínimo 6 trocas de ar por hora, - Filtragem do ar com filtros de alta – eficiência (HEPA). – Manter as portas do quarto sempre fechadas. Transporte de paciente – Limitado. Utilizar máscara cirúrgica para o paciente. Visitas – Restritas, reduzidas e orientadas. Precaução para aerossóis Proteção respiratória – Utilizar máscaras (N95). Cuidados: - Colocar a máscara antes de entrar no quarto e retirá-la após sair e fechar a porta; - Verificar se a mascara está perfeitamente ajustada à face e com boa vedação; - A máscara é de uso individual; - Descartar a máscara ao final do plantão. CASO NÃO EXISTA ESTRUTURA FÍSICA ADEQUADA Manter quarto privativo ou coorte de pacientes, Manter identificação padronizada, Manter porta fechada, Manter janelas abertas, Preferencialmente locais com ante-sala, Utilizar máscara N95, Orientar o paciente a tossir de maneira contida (com lenço sobre a boca e nariz), Transporte cuidadoso (uso de máscara comum pelo paciente). Isolamento Reverso (Ambiente Protetor) Isolamento reverso Este isolamento é estabelecido para proteger das infecções um indivíduo imunocomprometido. Materiais : Quarto privado Luvas de procedimentos Máscara comum Avental de manga longa Será instituído principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, a fim de garantir a proteção do paciente contra infecções. REFERÊNCIAS GUIDELINES FOR ISOLATION PRECAUTIONS – CDC, 2007 Precauções e isolamentos, Angela F. Sola Livro CCIH Ministério do Trabalho. Normas regulamentadoras: segurança e medicina do trabalho. 48ª ed. São Paulo: Atlas; 2001.