1 Metabolismo de Carboidratos: Gliconeogênese A gliconeogênese é a “síntese de novo de glicose” a partir de precursores que não são carboidratos. O principal órgão responsável pela gliconeogênese é o fígado, apesar de algumas células renais também serem capazes de realizar essa via metabólica. Trata-se de uma reação que consome ATP e GTP, ou seja, consome energia. Compostos como lactato, piruvato, aminoácidos gliconeogênicos e glicerol entram na via da gliconeogênese, que vai originar glicose-6-fosfato e, posteriormente, glicose. O fígado regula a homeostase da glicose no sangue, controlando o nível glicêmico. Se o fígado percebe, através de hormônios hiperglicemiantes como o glucagon, que os níveis de glicemia no sangue baixaram muito, ele começa a fazer gliconeogênese e envia a glicose sintetizada para a corrente sangüínea para que tais níveis glicêmicos voltem ao normal. Enzimas e Processos Gliconeogênicos O lactato e os aminoácidos gliconeogênicos podem ser convertidos em piruvato, sendo assim capazes de entrar na gliconeogênese. O próprio piruvato é, então, capaz de entrar na gliconeogênese e, também, há a possibilidade de entrada na gliconeogênese de aminoácidos que, quando degradados, formam oxalacetato. O piruvato e o oxalacetato são, portanto, pontos de entrada da gliconeogênese. Muitas das reações da gliconeogênese são as reações opostas às catalisadas durante a glicólise. Somente as reações irreversíveis não entram na gliconeogênese, por motivos óbvios. Nesse caso, sete são as reações que acontecem na glicólise e que acontecerão na gliconeogênese, porém no sentido inverso. As três reações da via glicolíticas que são irreversíveis são substituídas por novas reações. A piruvato-quinase converte o fosfoenolpiruvato a piruvato. Trata-se da última reação da glicólise, sendo ela irreversível. Nesse caso, a piruvatoquinase será substituída, na gliconeogênese, por outras duas enzimas: a piruvato-carboxilase e a fosfoenolpiruvato-carboxiquinase. Essas duas enzimas vão iniciar o caminho oposto da glicólise, convertendo o piruvato a oxalacetato e, depois, o oxalacetato a fosfoenolpiruvato. Então, durante a conversão do piruvato a fosfoenolpiruvato, forma-se um intermediário: o oxalacetato. A formação do oxalacetato é um ponto importantíssimo na gliconeogênese, pois é a partir dele que aminoácidos gliconeogênicos e o próprio oxalacetato do Ciclo de Krebs vão entrar no processo de gliconeogênese. Assim: PIRUVATO → OXALACETATO → FOSFOENOLPIRUVATO Piruvato-carboxilase Fosfoenolpiruvato-carboxiquinase A gliconeogênese acontece, de maneira geral, no citossol. Porém, essa fase inicial da gliconeogênese (conversão do piruvato a fosfoenolpiruvato) acontece, em parte, dentro da mitocôndria, visto que há a necessidade de uso de algumas enzimas mitocondriais. O processo acontece da seguinte forma: o 2 piruvato entra na mitocôndria e é convertido a oxalacetato pela piruvatocarboxilase. O oxalacetato precisa sair da mitocôndria, e o único meio para que isso aconteça é através da lançadeira malato-aspartato. Dessa forma o oxalacetato é reduzido a malato, oxidando um NADH + H+ mitocondrial a NAD+. O malato sai da mitocôndria e é oxidado, já no citossol, a oxalacetato pela malato-desidrogenase, formando um NADH + H+ citossólico. Enfim, o oxalacetato sofre a ação da fosfoenolpiruvato-carboxiquinase citossólica transformando-se em fosfoenolpiruvato. Quando o precursor gliconeogênico é o lactato, este será oxidado a piruvato pela lactato-desidrogenase, havendo assim redução de um NAD+ a NADH + H+. O piruvato entra na mitocôndria e é convertido a oxalacetato pela piruvato-carboxilase e, ainda dentro da mitocôndria, o oxalacetato é convertido a fosfoenolpiruvato pela fosfoenolpiruvato-carboxiquinase mitocondrial. O fosfoenolpiruvato sai, assim, da mitocôndria e pode ir para as demais reações da gliconeogênese. A diferença de direcionamento do lactato e do piruvato na mitocôndria e no citossol se dá por causa da redução do NAD+ a NADH + H+. Quando se tem o piruvato como precursor, este entra diretamente na mitocôndria sem a formação essencial do NADH + H+ citossólico. O piruvato será convertido em oxalacetato, que será reduzido a malato, que transportará elétrons capazes de formar o NADH + H+ citossólico e oxalacetato novamente. Este processo não é necessário quando o lactato é o precursor, visto que sua transformação a piruvato pela lactato-desidrogenase no citossol já gerou o NADH + H+ citossólico necessário para o posterior funcionamento da gliconeogênese. A formação de NADH + H+ é importante para a gliconeogênese porque a enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase precisa oxidar uma molécula de NADH + H+ para catalisar sua reação na gliconeogênese, ao contrário do que fazia no processo da via glicolítica. Assim, a formação do NADH + H + durante a conversão do piruvato a fosfoenolpiruvato faz-se essencial. O fosfoenolpiruvato será convertido a 2-fosfoglicerato pela enzima enolase, a mesma da glicólise, porém funcionando em sentido oposto. O 2fosfoglicerato será convertido a 3-fosfoglicerato pela enzima fosfogliceratomutase, também presente na glicólise e funcionando em seu sentido reverso. Depois, o 3-fosfoglicerato será convertido, pela enzima fosfoglicerato-quinase também funcionando em sentido oposto, a 1,3-bifosfoglicerato, consumindo um ATP por molécula de piruvato (dois ATPs por molécula de glicose formada). O 1,3-bifosfoglicerato será reduzido a gliceraldeído-3-fosfato pela enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase que, para tal, oxidará uma molécula de NADH + H+ (proveniente da transformação do piruvato em fosfoenolpiruvato). Enfim, o gliceraldeído-3-fosfato será convertido em di-hidróxi-cetona-fosfato pela enzima triose-fosfato-isomerase e, então, o gliceraldeído-3-fosfato e a dihidróxi-cetona-fosfato serão condensados em uma molécula de frutose-1,6bifosfato pela enzima aldolase. O ponto de entrada do glicerol na gliconeogênese é a partir da di-hidróxi-cetona fosfato. O glicerol pode vir, por exemplo, da degradação de triglicerídeos. Todos esses processos, incluindo as enzimas e co-enzimas, são os mesmos da glicólise, porém sempre funcionando em sentido oposto. No ponto onde há a frutose-1,6-bifosfato como substrato da gliconeogênese, houve uma reação irreversível na glicólise: a conversão da 3 frutose-6-fosfato a frutose-1,6-bifosfato pela fosfofruto-quinase-1. Dessa forma, a presença da enzima frutose-1,6-bifosfatase é essencial, pois ela vai clivar o fosfato da posição 1, degradando a frutose-1,6-bifosfato e gerando a frutose-6fosfato. A frutose-6-fosfato será transformada em glicose-6-fosfato pela enzima fosfoglicose-isomerase. Essa enzima está presente na glicólise e funciona, na gliconeogênese, em sentido reverso. A glicose-6-fosfato precisa ser fosfatada para que seja capaz de sair da célula, visto que os transportadores GLUT não são capazes de transportar a glicose fosforilada. A conversão de glicose a glicose-6-fosfato feita pela hexoquinase durante a glicólise é irreversível. Desta forma, para a formação de glicose a partir de glicose-6-fosfato durante a gliconeogênese, faz-se necessária a presença de uma enzima especial: a glicose-6-fosfatase. Esta enzima vai retirar o fosfato da glicose-6-fosfato gerando a glicose, produto final da gliconeogênese. A glicose-6-fosfatase é encontrada na membrana do retículo endoplasmático. Para que a reação aconteça, a glicose-6-fosfato presente no citossol tem que passar para dentro do retículo endoplasmático através do transportador T1. Após a conversão da glicose-6-fosfato à glicose e fosfato inorgânico pela enzima de membrana glicose-6-fosfatase, transportadores de membrana T2 e T3 levam os produtos da reação novamente para fora do retículo, no citossol. Existe uma proteína chamada SP que se encontra ligada à glicose-6-fosfatase. Essa proteína possui a função de regular a glicose-6fosfatase. A glicose-6-fosfatase é um fator determinante na razão pela qual a gliconeogênese só acontece no fígado e em algumas células renais, visto que ela só é presente em hepatócitos e em algumas células renais. Porém, ao contrário da glicose-6-fosfatase, as enzimas da glicólise estão presentes em todas as células. Já foi identificada a presença da glicose-6-fosfatase em algumas células nervosas. Entretanto, o papel dessa enzima nos tecidos cerebrais não foi ainda bem definido, visto que tais tecidos não são gliconeogênicos. Alguns pesquisadores acreditam que a glicose-6-fosfatase dos tecidos nervosos possui a função de equalizar a disponibilidade de glicose para todas as células, ou seja, as células que estão com “combustíveis” a mais, devem clivar suas glicose-6-fosfato através da glicose-6-fosfatase para fornecer glicose para as células que estão com “combustíveis” a menos. Uma equação geral da gliconeogênese, excluindo-se os subprodutos formados, seria: 2 PIRUVATO + 4 ATP + 2 GTP + 2 (NADH + H+) + 6 H2O → GLICOSE Os ATPs e GTPs consumidos na gliconeogênese são consumidos durante as reações catalisadas pelas enzimas piruvato-carboxilase, fosfoenolpiruvato-carboxiquinase e fosfoglicerato-quinase. Trata-se, assim, de uma reação muito dispendiosa para o fígado. Mesmo sendo uma reação que consome muita energia, a glicose produzida não será consumida pelo fígado para fornecer energia para ele, mas sim enviada para tecidos onde sua energia faça-se necessária. 4 Regulação da Gliconeogênese Assim como a glicólise, a gliconeogênese precisa de regulação. Em momentos de jejum em que o organismo precisa de glicose, a gliconeogênese deve acontecer mais acentuadamente. A gliconeogênese acontece em conjunto com a glicogenólise (quebra do glicogênio para formação de glicose) para que haja quantidade suficiente de glicose para as necessidades metabólicas do organismo. Dessa forma, os genes que codificam para as enzimas específicas da gliconeogênese (piruvato-carboxilase, fosfoenolpiruvato-carboxiquinase, frutose-1,6-bifosfatase e glicose-6-fosfatase) devem ter uma maior expressão durante esses momentos de jejum. Outra regulação da gliconeogênese é sua estimulação na presença do glucagon e sua inibição na presença de insulina. As regulações também são feitas, assim como o processo geral, de maneira reversa à glicólise. Dessa forma, a frutose1,6-bifosfatase será inibida por moléculas que estimulariam a fosfofrutoquinase-1 (sua enzima oposta na glicólise), como a frutose-2,6-bifosfato e o AMP. O glucagon vai causar, através de sua cascata de reações específicas, a fosforilação de um ativador de transcrição, que é a CRED. A CRED fosforilada torna-se ativa. A CRED liga-se ao DNA e favorece a expressão do gene da fosfoenolpiruvato-carboxiquinase. É dessa forma que o glucagon é capaz de regular a expressão gênica das enzimas da gliconeogênese e estimular a via gliconeogênica. Glicerol e Ácidos Graxos na Gliconeogênese O glicerol, como dito anteriormente, pode entrar na gliconeogênese a partir da di-hidróxi-cetona-fosfato. Esse glicerol pode vir da degradação de triglicerídeos. Esse glicerol será convertido a glicerol-fosfato por uma enzima chamada glicerol-quinase. O glicerol-fosfato sofre a ação de uma enzima chamada glicerol-fosfato-isomerase, gerando di-hidróxi-cetona-fosfato, que vai entrar na via gliconeogênica através de sua condensação a uma molécula de gliceraldeído-3-fosfato, formando a frutose-1,6-bifosfato. A conversão do glicerol a di-hidróxi-cetona-fosfato forma um subproduto importante: a enzima reduzida NADH + H+. Para a formação da frutose-1,6bifosfato, não basta a presença da di-hidróxi-cetona-fosfato. Faz-se necessária, também, a presença de uma molécula de gliceraldeído-3-fosfato. Essa molécula pode ser sintetizada a partir da di-hidróxi-cetona-fosfato pela enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase, que vai reduzir a di-hidróxi-cetonafosfato a gliceraldeído-3-fosfato e oxidar uma molécula de NADH + H+ a NAD+. Quando o organismo encontra-se em jejum, é o glucagon o hormônio que está predominando com suas ações catabólicas. É por ação do glucagon, que acontece a chamada “mobilização dos triglicerídeos no tecido adiposo”. Essa mobilização ocorre para que haja combustível a ser degradado na obtenção de energia. O triglicerídeo será quebrado em ácidos graxos e glicerol, e o glicerol será enviado ao fígado, onde participará dos processos de gliconeogênese. Os ácidos graxos, por sua vez, podem ser utilizados pelo próprio tecido adiposo ou podem ser enviados para outros tecidos que utilizam os ácidos graxos como combustível. O fígado, por exemplo, é um tecido que não vai utilizar a glicose para obtenção da energia necessária para seu metabolismo. Precisará, então, utilizar os ácidos graxos para tal fim. 5 Os ácidos graxos vão formar metabólitos diferentes dependendo do número de carbonos pares ou ímpares de sua cadeia graxa. Por exemplo, os ácidos graxos com um número par de carbonos, quando totalmente degradados, formarão várias moléculas de acetil-CoA (2C). Os ácidos graxos com um número ímpar de carbonos, por sua vez, formarão várias moléculas de acetil-CoA (2C) e uma única molécula de propionil-CoA (3C). O acetil-CoA pode gerar energia através de sua participação no Ciclo de Krebs, mas ele não é um composto gliconeogênico, visto que não há nenhuma via que converta o acetil-CoA em qualquer intermediário da gliconeogênese. Entretanto, o propionil-CoA poderá, sim, ser utilizado na gliconeogênese. Após sofrer a ação da enzima propionil-CoA-carboxilase, ele é transformado em Dmetil-malonil-CoA. O D-metil-malonil-CoA será convertido a L-metil-malonilCoA por uma enzima racemase, cuja função é inverter a estereoquímica de um composto opticamente ativo. O L-metil-malonil-CoA será convertido à succinilCoA pela enzima L-metil-malonil-mutase. O succinil-CoA, enfim, é capaz de ser convertido em oxalacetato, este sendo um composto gliconeogênico. Uma mobilização excessiva de ácidos graxos será sinalizada como uma alta concentração de acetil-CoA. Essa alta mobilização de ácidos graxos e conseqüente alta concentração de acetil-CoA indica que há necessidade de glicogenólise e gliconeogênese, para que os níveis de glicose no sangue fiquem normais. Assim, o acetil-CoA ativa (efetor alostérico positivo) a piruvatocarboxilase, estimulando as vias gliconeogênicas. Dessa forma, pode-se perceber que há uma inter-relação entre o metabolismo de ácidos graxos e a gliconeogênese, já que o produto gerado pela degradação de ácidos graxos consegue atuar sobre enzimas da gliconeogênese. Geralmente, todas as vias metabólicas são capazes, através de efetores alostéricos e produtos das vias, de se relacionar, indicando uma maior ou menor necessidade de cada uma delas em determinadas situações. Ciclo de Cori e Ciclo da Glicose-Alanina São ciclos iniciados quando entra-se em estado de jejum e que vão fornecer precursores gliconeogênicos constantemente para o fígado. a) CICLO DE CORI Acontece entre o eritrócito e o fígado. O eritrócito, através da glicólise anaeróbia, converte a glicose a lactato. Esse lactato é enviado para o fígado, onde será convertido em piruvato, que vai entrar na gliconeogênese, formando glicose. Essa glicose será enviada para o sangue, onde o eritrócito, mais uma vez, converterá essa glicose a lactato, e assim o ciclo continuará. O eritrócito utiliza-se desse processo porque não é capaz de fazer gliconeogênese. Assim, ele utiliza a glicose, gera energia e manda o subproduto (lactato) para o fígado. Esse lactato, no fígado, será convertido pela gliconeogênese em glicose, que será enviada novamente para o eritrócito como fonte de energia. b) CICLO DA GLICOSE-ALANINA Envolve a troca de alanina que vem do músculo para o fígado. A alanina é um aminoácido gliconeogênico que, quando perde seu grupamento amino, gera piruvato. No músculo, a alanina pode vir da degradação de proteínas musculares ou o piruvato formado através do metabolismo do músculo pode 6 ser convertido em alanina e essa alanina, então, será transportada para o fígado, onde acontecerá a gliconeogênese. A alanina, no fígado, é convertida em piruvato e entrará na gliconeogênese, formando glicose que será enviada para outros tecidos através da corrente sangüínea. Gliconeogênese e o Álcool Ingestões exageradas de álcool causam uma queda brusca de glicose no sangue. Essa hipoglicemia severa pode ser uma das causas do chamado “coma alcoólico”. A queda dos níveis de glicose acontece porque o etanol, quando ingerido, deve ser metabolizado a acetaldeído no fígado. Durante essa metabolização, o etanol é oxidado, gerando uma coenzima reduzida NADH + H+. O NADH + H+ vai sinalizar para as enzimas lactato-desidrogenase e malato-desidrogenase, que vão “achar” que não está ocorrendo nenhuma reação que utilize NADH + H+ e que há abundância de glicose, visto que as coenzimas reduzidas encontram-se sobrando em abundância. Assim, a lactatodesidrogenase e a malato-desidrogenase catalisam reações glicolíticas utilizando esse NADH + H+ ao invés de reações gliconeogênicas, causando uma diminuição de precursores da gliconeogênese e conseqüente diminuição desta, causando queda brusca nos níveis de glicose. Via das Pentose-Fosfato A via das pentose-fosfato é importante porque ela pode produzir ácidos nucléicos e uma coenzima reduzida NADPH + H+, além de outros produtos importantes. O NADPH + H+ produzido durante a fase oxidativa da via das pentoses-fosfato é muito importante, pois ele é utilizado na síntese de várias outras moléculas, como, por exemplo, hormônios esteróides. A via das pentose-fosfato inicia-se com a glicose-6-fosfato. Na fase oxidativa produzemse a ribose-5-fosfato, utilizada na síntese de ácidos nucléicos, e o NADPH + H+. Na fase não-oxidativa ocorre a formação de várias moléculas de monossacarídeos com diferentes números de carbono, sendo estas moléculas intermediários importantes na formação de outras moléculas. O NADPH + H+ é importante não só para as vias de síntese, mas também para as vias de detoxificação do organismo. A citocromo P450, por exemplo, é uma enzima que metaboliza xenobióticos (compostos exógenos estranhos a um organismo) ou, também, metabólitos endógenos tóxicos. Ela, dessa forma, utiliza o NADPH + H+ para catalisar suas reações detoxificantes. A citocromo P450 é a enzima que metaboliza a maioria dos medicamentos e drogas ingeridos pelo organismo. O NADPH + H+ é utilizado na síntese de ácidos graxos, colesterol e hormônios esteróides, neurotransmissores e nucleotídeos. Órgãos que fazem algumas dessas vias de biossíntese (glândulas adrenais, fígado, testículos, ovários, glândulas mamárias, tecido adiposo e eritrócitos) são os órgãos onde a via das pentose-fosfato encontra-se mais ativa.