Rafaela Fernandes Lima Campos da Silva Assistência de

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Rafaela Fernandes Lima Campos da Silva
Assistência de Enfermagem a pacientes idosos críticos com
Delirium
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA
RIO DE JANEIRO
2012
Rafaela Fernandes Lima Campos da Silva
Assistência de Enfermagem a pacientes idosos críticos com
Delirium
Artigo apresentado ao Curso de
Mestrado Profissionalizante em Terapia
Intensiva (MPTI) do Instituto Brasileiro
de Terapia Intensiva (IBRATI), como
requisito parcial para conclusão do
mestrado.
Orientadores:
José Milton Oliver Segundo
Hermínio Alisson Pereira de Araújo
RIO DE JANEIRO
2012
A Deus
Ao meu Pai (in memorian)
Ao meu Marido
Ao Centro de Terapia Intensiva Dr. José de Castro Braga
Aos pacientes idosos gravemente enfermos
Assistência de Enfermagem a pacientes idosos críticos com Delirium
Rafaela Fernandes Lima Campos da Silva1
Hermínio Alisson Pereira de Araújo2
José Milton Oliver Segundo3
RESUMO
O envelhecimento populacional destaca-se como uma realidade brasileira e um desafio
para o cuidado dos intensivistas. Os idosos são parcela significativa das internações nas
Unidade de Terapia Intensiva e um dos distúrbios mais incidentes nesta população é o
delirium. O delirium é definido como um distúrbio da consciência, cognição e
percepção de início agudo e de curso flutuante de exarcebações, que acomete 56% dos
idosos críticos e até 80% dos pacientes em ventilação mecânica. Embora incidente e
associada à maior morbidade e mortalidade é ainda pouco diagnosticada e tratada pelos
intensivistas. Este trabalho tem como objetivo descrever a assistência de enfermagem na
prevenção e controle do delirium no paciente idoso crítico na unidade de terapia
intensiva. Utilizou-se a busca de artigos nas bases de dados virtuais: Scielo, Cochane,
Lilacs, Dare, Ibecs, Pub Med no período de 2000 a 2012, nos idiomas português,
espanhol e inglês. Foram encontrados 141 artigos e escolhidos 20 para análise, no
período de 2005 a 2012. Constatou-se que a assistência de enfermagem ao paciente
idoso crítico com delirium pode ser organizada em assistência clínica, ambiental e
comunicação. Acredita-se que esta sistematização possa auxiliar a detecção precoce dos
sinais e sintomas de delirium em idosos críticos e dessa forma orientar estratégias de
controle e tratamento eficazes.
DESCRITORES: Delirium, demência, transtornos amnestésicos e outros transtornos
cognitivos; idoso,unidade de terapia intensiva, geriatria e cuidados de enfermagem
1.Enfermeira do Centro de Tratamento Intensivo Deputado José de Castro Braga e Enfermeira do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência –Pirapora (MG),Brasil. Especialista em Saúde coletiva com ênfase epidemiologia e serviço de informação de saúde
(UFMG). Especialista em Trauma, Emergências e Terapia Intensiva para Enfermeiros (FCM). Mestranda da Sociedade Brasileira de
Terapia Intensiva (SOBRATI).
2. Coordenador de Enfermagem do Centro de Tratamento Intensivo Deputado José de Castro Braga e Enfermeiro do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência –Pirapora (MG),Brasil. Pós Graduado em Urgência e Emergência (FASA).
3. Coordenador Médico do Centro de Tratamento Intensivo Deputado José de Castro Braga. Professor Universitário da Faculdade
Pitágoras.
Autor para correspondência
Rafaela Fernandes Lima Campos da Silva
Rua: João Dias da Costa n° 62- Nova Pirapora
CEP:39270-000 Pirapora (MG)
Brasil
Fone: (38) 9152-1858
E-mail: [email protected]
Abstract
Population aging stands out as a Brazilian reality and a challenge for the care of
intensivists. The elderly are a significant portion of admissions to the Intensive Care
Unit and one of the most insidious disorders in this population is delirium. Delirium is
defined as a disturbance of consciousness, cognition and perception of acute onset and
fluctuating course of exacerbations, which affects 56% of older critics and 80% of
patients on mechanical ventilation. Although the incident and associated with increased
morbidity and mortality is poorly diagnosed and treated by intensivists. This paper aims
to describe the nursing care in the prevention and control of delirium in elderly patients
in critical intensive care unit. Was used to search for articles on virtual databases: Scielo
Cochane, Lilacs, Dare, IBECS, Pub Med from 2000 to 2012, in Portuguese, Spanish and
English. We found 141 articles and selected 20 for analysis in the period from 2005 to
2012. It was found that nursing care for elderly patients with delirium can be critical in
organized clinical care, and environmental communication. It is believed that this
systematic may assist the early detection of signs and symptoms of delirium in elderly
critical and thus steer control strategies and effective treatment.
WORDS: Delirium, dementia, disorders and other cognitive disorders amnestésicos;
elderly intensive care unit, geriatrics and nursing care
Sumário
1. Introdução .....................................................................................................10
2. Objetivo.........................................................................................................12
3. Justificativa....................................................................................................13
4. Métodos.........................................................................................................14
5. Resultados e Discussão..................................................................................15
5.1 Assistência Clínica...................................................................................18
5.2 Assistência Ambiental..............................................................................22
5.3 Comunicação............................................................................................23
6. Considerações Finais.....................................................................................26
Referências.......................................................................................................
Lista de Abreviaturas
APA: American Psychiatric Association
CAM: Confusion Assessement Method
CAM-ICU: Confusion Assessement Method in a Intensive Care Unit
CTI: Centro de Terapia Intensiva
DSM-IV: Diagnostical and Statistical Manual Disorders Fourth Edition
IBECS: Índice Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde
ICUESS: Intensive Care Unit Environ Mental Stressor Scale
LILACS: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
DARE: Database of Reviews of Effects
PUB MED: Publicações Médicas
RASS: Richmond Agitation Sedation Scale
SCIELO: Scientific Electronic Library Online
SOBRATI: Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
Lista de Figuras
Figura 1: Alterações encontradas no delirium...............................................18
Figura 2: Avaliação do delirium....................................................................19
Figura 3: Escala de RASS.............................................................................19
Figura 4: Escala de RAMSAY......................................................................19
Lista de Quadros
Quadro I: Base de dados consultadas e respectivos descritores utilizados....15
Quadro II: Assistência de Enfermagem preventiva a pacientes idosos críticos
(2005-2012)...................................................................................................17
Quadro III: Método de Avaliação do delirium (CAM-ICU) adaptado de
Pessoa (2006)................................................................................................20
1 INTRODUÇÃO
O Brasil envelhece rapidamente trazendo novos desafios para à saúde pública.
Em 2025 estima-se que a população de idosos brasileiros será de 32 milhões (1).
A longevidade é uma conquista que demanda melhora dos recursos em saúde,
tanto no tipo quanto na quantidade de serviços ofertados. Nas Unidades de Terapia
Intensiva (UTI), a utilização de cuidados intensivos por pacientes idosos tem sido
crescente. Esta faixa etária é responsável por 50% das admissões e 60% das diárias
disponíveis (1).
Nestas internações o distúrbio mais comumente observado é o delirium.
Entende-se por delirium um estado confusional agudo com comprometimento
importante do nível de consciência e atenção associado à maior mortalidade do idoso
em terapia intensiva, acomete 14 a 56% dos idosos hospitalizados, 15 a 53% em pósoperatório e 70 a 87 % nos idosos em unidade de terapia intensiva. (2,3,11)
A incidência de delirium está associada a maior mortalidade na UTI
(4,5)
. A
literatura descreve o delirium associado também ao comprometimento da recuperação
funcional global em longo prazo, principalmente reconhecimento de quadros
demenciais
(6)
; aumento da morbidade, que gira em torno de 25-33% ; ao aumento da
permanência hospitalar e aos piores desfechos, ou seja, aos piores prognósticos. Além
disso aumenta a duração da ventilação mecânica, é preditor de reintubação
(11)
; trás
impacto na qualidade de vida devido sequelas neurocognitivas, maior incidências de
complicações clínicas cirúrgicas, pior recuperação funcional
hospitalar
(5,6)
inclusive pós alta
(12)
, aumenta custos hospitalares, os pacientes que desenvolvem delirium na
UTI tem a internação 39% mais cara do que aqueles sem delirium
(10)
. Buscar baixa
incidência de delirium é considerado uma medida de qualidade nas UTI (5).
Os idosos são atualmente parcela significativa das internações nas unidades de
terapia intensiva, e ainda são um público dotado de peculiaridades pouco discutidas na
formação dos intensivistas, conhecer a assistência de enfermagem ao idoso que
desenvolve delirium é um tema importante para os profissionais de saúde, em especial
os enfermeiros, que prestam cuidados diários e em horário integral a esta clientela. A
atitude do enfermeiro é um instrumento de ação no cuidar do idoso, abrindo portas para
uma nova especialidade a enfermagem gerontológica intensiva (7).
2 OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo descrever a assistência de enfermagem na prevenção e
controle do delirium no paciente idoso crítico na unidade de terapia intensiva.
3 JUSTIFICATIVA
O binômio do crescimento populacional dos idosos brasileiros e a escassa formação do
enfermeiro intensivista no que diz respeito à informação, detecção e tratamento do
delirium faz do estudo deste tema assunto relevante na conscientização e
direcionamento de ações de enfermagem para a assistência ao idoso crítico (3). Acreditase que esta assistência possa contribuir na identificação precoce dos sinais e sintomas
desta doença, em seu tratamento e na implementação de estratégias preventivas. E nos
clientes idosos gravemente enfermos acometidos por delirium a assistência de
enfermagem direcionada auxiliam no tratamento adequado, previne agravos e reduz
complicações.
4 MÉTODOS
Trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada por discente do curso de
Enfermagem da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI), como trabalho
de conclusão do curso de Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva.
Para o trabalho foi realizada a busca de artigos nas bases de dados virtuais: Scielo,
Cochane, Lilacs, Dare, Ibecs, Pub Med no período de 2001 a 2012, nos idiomas
português, espanhol e inglês, com os descritores: delirium, unidade de terapia intensiva,
cuidados de enfermagem, idoso. Foram encontrados 141 artigos e destes escolhidos 20
para análise. Os artigos escolhidos para análise compreenderam o período de 2005 a
2012.
Para o desenvolvimento do trabalho foram lidos todos os resumos dos artigos
encontrados. Mediante esta leitura foram inclusos no estudo os artigos que abordavam
sobre assistência de enfermagem, preventivos ou corretivos, para diminuição da
ocorrência de delirium em pacientes idosos críticos. Foram excluídos artigos com data
inferior a 2000 e artigos que não abordavam assistência de enfermagem.
5 RESULTADOS
Quadro I – Base de dados consultadas e respectivos descritores utilizados.
Base de Dados
Cochane
Descritores
Delirium, unidade de terapia intensiva,
Artigos
Artigos
encontrados
selecionados
(2001 a 2012)
(2005 a 2012)
3
2
cuidados de enfermagem.
DARE
Delirium
27
2
IBECS
Delirium,
13
3
58
2
15
4
25
7
141
20
Idoso, unidade de terapia intensiva,
cuidados de enfermagem.
Pub Med
Delirium and intensive care units and
aged and nursing care
Lilacs
Delirium and Intensive Care Units and
Nursing Care
Scielo
Unidade de terapia Intensiva and idoso
and delirium and geriatria and cuidados
de enfermagem
Total
O delírium é definido como distúrbio, síndrome neurocomportamental, síndrome
mulifatorial, síndrome psiquiátrica, caracterizada por início agudo, de curso flutuante de
exarcebações, intermitente e estereotipada, transitório, com duração de curto período
mensurado em horas ou em dias e geralmente é reversível
(3,4,6)
. É caracterizado por
distúrbio da consciência, cognição e percepção. Entende-se por distúrbio da consciência
a alteração do nível de percepção do ambiente e déficit de atenção. O paciente idoso
mostra desatenção, letargia, sonolência, torpor e incapacidade de obedecer a ordens
complexas ou manter raciocínio sequenciado distraindo-se com muita facilidade (4).
Quando a função cognitiva do idoso está alterada há incapacidade de receber,
processar e armazenar informações, ou seja, ocorre perda da memória
(4,5)
.
Pode ocorrer
também perda da consciência, atenção, desorientação, linguagem memória funções
motoras
(2)
. Nos pacientes idosos com delirium a fala é arrastada e desconexa, a
compreensão é falha e a escrita quase impraticável. Acrescido a estes sintomas podem
ocorrer ilusões e alucinações. O comprometimento do nível de atenção pode ser
observado como capacidade reduzida para direcionar, focar, manter e mudar o foco da
atenção (4).
A palavra delirium é derivada do latim De (fora) e Lira (Trilha)
(2)
, este distúrbio
possui mais de vinte e cinco sinônimos incluindo encefalopatia aguda e séptica, psicose
tópica, psicose de CTI e estado agudo confusional. Ele foi validado pelo DSM-IV
(Dianostical and Statistical Manual Disorders Fourth Edition), manual que estabelece
critérios de diagnóstico e tratamento para desordens mentais publicado por American
Psychiatric Association (APA) (4).
A maioria dos episódios de delirium está relacionada a insultos tóxicos e
metabólicos, que alteram a concentração de neurotransmissores que modulam a função
cognitiva, comportamento e o humor
(4)
. O idoso apresenta capacidade reduzida de
regulação homeostática em face de qualquer estresse.
O delirium é subdividido em 3 tipos: o hiperativo, o hipoativo e os casos mistos.
No primeiro, há aumento do estado de alerta com presença de agitação, no segundo,
ocorre diminuição dos estímulos e o misto há oscilação entre esses extremos. Os casos
hipoativos são mais frequentes
(5,11)
. A forma hiperativa com presença de agitação e
alucinações é fonte de preocupação com a segurança do paciente. Pode ocorrer
extubação acidental de cateteres e outras lesões auto infligidas que podem levar a
consequências graves
(5)
. Flores e colaboradores realizaram um estudo em 4 UTI
brasileiras de diversas regiões do país, foi averiguado incidência de delirium de 38%.
Destes, 70% foram de casos de delirium hipoativo, 20% de casos hiperativos e 11% de
casos mistos (14) .
Diante deste distúrbio complexo faz-se necessário sistematizar assistência de
enfermagem. Acredita-se que o trabalho do enfermeiro está muito além do
reconhecimento dos sinais e sintomas da patologia ou da atuação frente ao distúrbio
instalado. Cabe ao profissional estabelecer metas para diminuir este distúrbio através de
condições adequadas de rastreamento da doença e principalmente implementação de
ações preventivas para não ocorrência deste agravo. A assistência de enfermagem foi
então dividida em tópicos para facilitar o entendimento do estudo. A assistência de
enfermagem ao paciente idoso crítico com delirium deve abranger a assistência clínica,
assistência ambiental e a comunicação eficaz.
Quadro II- Assistência de Enfermagem preventiva e corretiva a pacientes idosos críticos (20052012).
Assistência de Enfermagem
Assistência Clínica
Resultados

Conceito da patologia

Tipos de Delirium

Classificar paciente conforme uso ou

Ano/Autor
Milisen et al (2005) (8)
Pessoa, Nácul (2006) (4)
Devlin et al. (2008) (9)
não de sedativo
Mori et al. (2009) (10)
Caso esteja em uso de sedativo aplicar
Toro et al. (2009) (11)
escalas de sedação (RASS e
Herrejón (2010) (12)
RAMSAY)
Holroyd et al. (2010) (13)

Aplicar CAM-ICU
Pitrowsky et al. (2010) (5)

Administração de haloperidol

Contenção leve prescrita pelo médico
Flores et al. (2011) (14)
e avaliada pelo enfermeiro
Gesin et al (2012) (15)

Grades elevadas
Veiga et al. (2012) (16)

Evitar mudanças ambientais

Evitar privação do sono,

Proporcionar conhecimento do
Silva et al. (2011) (3)
ambiente,
Assistência Ambiental

Diminuir ruído dos alarmes,
Wacker et al. (2005) (6)

Evitar mudança constante dos
Pessoa, Nácul (2006) (4)
profissionais que prestam a
Finotto et al. (2006) (18)
assistência,
Ayllón et al. (2007) (17)

Promover iluminação natural,
presença de relógios.

Evitar isolamento do paciente.

Retirar assim que possível suporte a
vida intensiva (tubos, cateteres e
drenos).
 Evitar o prejuízo sensorial
 Estimular uso de próteses para melhor
interação para o meio (auditiva,
Holroyd et al. (2010) (13)
Pitrowsky et al. (2010) (5)
ocular e dentária)
 Estimular a orientação temporal espacial
 Estimular o idoso em seus cuidados
 Localização tempo e espaço
 Presença de relógio e calendário.

Diferenciada

Estimular a participação da família no
cuidado
Comunicação
Coulson, Almeida (2002) (2)
Brum et al. (2005) (8)

Flexibilização do horário de visita
Schein, César (2010) (1)

Permitir fotos, recados da família e
Vazquez et al. (2010) (20)
objetos pessoais.

Black et al. (2011)
Em casos de embotamento solicitar
interconsulta com psicologia
5.1 Assistência Clínica
A assistência de enfermagem inicial ao paciente idoso crítico com risco de
desenvolver delirium inicia com a clareza do conceito do distúrbio. Classifica-se
delirium como distúrbio das funções:
Figura 1: Fluxograma das alterações encontradas no delirium.
Com o conceito claro do distúrbio, observa-se se o idoso crítico esta sob efeito
de sedação. Caso não esteja sedado continue rastreando delirium. Caso esteja, este devese ser classificado pela a escala de sedação, a escolha do profissional, na atualidade
contamos com duas escalas: RAMSAY e RASS.
(19)
Figura 2: Avaliação do Delirium
Figura 4: Escala de RAMSAY
Figura 3:Escala de RASS
Grau 1 -paciente ansioso, agitado, colabora e atende
Pontos
Classificação
Descrição
+4
Agressivo
Violento, perigoso
+3
Muito agitado
Conduta agressiva; remoção de tubos
ou cateteres
+2
Agitado
Movimentos
frequentes
+1
Inquieto
Ansioso, mas sem movimentos
agressivos ou vigorosos
sem
coordenação
Grau 2 -cooperativo, orientado, tranquilo colabora e
atende
Grau 3 -sonolento, atendendo aos comandos
Grau 4 -dormindo, responde rapidamente ao
estímulo glabelar ou ao estímulo sonoro
vigoroso
0
Alerta, Calmo
-1
Sonolento
Não se encontra totalmente alerta,
mas tem o despertar sustentado ao
som da voz (> 10 s)
Grau 5 -dormindo, responde lentamente ao estímulo
glabelar ou ao estímulo sonoro vigoroso
-2
Sedação leve
Acorda rapidamente e faz contato
visual com o som da voz ( < 10 s)
Grau 6 -dormindo, sem resposta
-3
Sedação moderada
Movimento ou abertura dos olhos ao
som da voz (mas sem contato visual)
-4
Sedação profunda
Não responde ao som da voz, mas
movimenta-se ou abre os olhos com
estimulação física
-5
Incapaz de
despertado
Não responde ao som da voz ou ao
estímulo físico
ser
Ambas escalas avaliam se o paciente tem condições de continuar na avaliação
para delirium, pacientes que apresentam abertura ocular apenas com estimulação verbal
estão aptos a seguirem com os testes. Caso se observem valores de RASS -4 e -5 e
RAMSAY Grau 5 e 6, deve-se reduzir a sedação para que posteriormente o paciente
seja avaliado. O primeiro passo da avaliação clínica é este, identificar se o idoso tem
condições de ser avaliado para delirium, uma vez que nas UTI é comum a presença do
paciente sedado.
Após esta fase utiliza-se como escala para rastreamento do delirium em
pacientes críticos, o método de avaliação conhecido por CAM-ICU ( Confusion
Assessment Method in a Intensive Care Unit ) (14) .
O CAM foi criado por Inouye et al. na década de 1980 para avaliação de
delirium em pacientes conscientes. Em 2001 este instrumento foi adaptado para
avaliação de pacientes graves e intubados sob ventilação mecânica em terapia intensiva
Quadro III: Método de Avaliação do Delirium (CAM-ICU) adaptado de Pessoa (2006)
Característica 1
Início agudo e curso
1.Existe evidência de alteração aguda do estado mental a partir do estado base?
2. O comportamento anormal flutuou durante as últimas 24h, isto é, tende a “ir e
vir”, “aumentar e diminuir” em severidade?
flutuante
Característica 2
1. O paciente tem dificuldade em focalizar a atenção?
Inatenção
2. Existe redução na capacidade de manter ou desviar a atenção?
Característica 3
1.
O pensamento é desorganizado? Incoerente?
2.
Existe fluxo ilógico de ideias?
3.
O discurso consiste numa imprevisível mudança de assunto para assunto?
4.
O paciente é capaz de seguir comandos durante a avaliação?
Pensamento
desorganizado
Característica 4
Alteração do nível
1. Existe qualquer outro nível de consciência que não alerta? (considerar estado
hiperalerta como anormalidade do nível de consciência).
de consciência
sendo
denominado CAM-ICU (10) .
Para o diagnóstico de delirium é necessário confirmar as duas primeiras
características, ou seja, um quadro de desatenção e início agudo ou curso flutuante
associado a características 3 ou 4, que descreve a presença de pensamento
desorganizado ou alteração do nível de consciência (Quadro III).
A sociedade espanhola de Medicina intensiva recomenda o monitoramento de
delirium em todos os pacientes egressos na UTI através do CAM-ICU e o
estabelecimento de um programa de prevenção de delirium (12) .
A terapia farmacológica é utilizada no controle de comportamentos agressivos.
Não existe droga oficialmente indicada, a literatura sugere o uso de haloperidol
endovenoso ou oral, como fármaco de escolha. Outros antipsicóticos como a rispiridona
via oral também são indicados
. Pitrowsky et al.
(13)
(5)
descreve o uso de haloperidol
profilático em pequenas doses em episódios menos graves e mais curtos de delirium,
com menor hospitalização em pacientes idosos com fratura de quadril.
O haloperidol pode ser usado pela via endovenosa a dose de 0,5 a 1,0 mg a cada
15 minutos até que a agitação tenha sido controlada. Se a dose de escolha for
intramuscular pode variar de 2,0 a 10 mg com intervalo entre doses de 90 minutos.
Acredita-se que os fármacos antipsicóticos antagonizam a dopamina e podem ser
utilizados para combater o delirium (4).
As contenções são utilizadas quando o idoso com delirium está em risco de
queda, retirada de suporte a vida, agressão auto-infligida, agressão a equipe que presta
atendimento, está restrição deverá ser prescrita pelo médico intensivista e acompanhada
pelo enfermeiro para evitar iatrogenias. Estudos apontam que as contenções podem
colaborar para o desenvolvimento e piora do delirium, além de agravar a agitação e a
confusão (1) .
5.2 Assistência Ambiental
A Unidade de Terapia Intensiva constitui uma unidade complexa que requer
assistência de enfermagem técnica científica apurada, pois os pacientes estão
gravemente enfermos. A UTI é vista como ambiente hostil, frio e muitas vezes
desumanizado pelo senso comum. Desmistificar este conceito deve ser foco do
enfermeiro intensivista.
Acredita-se que o enfermeiro possa intervir no ambiente da UTI trazendo conforto e
orientação para os pacientes.
A UTI conta com uma estrutura física separada em leitos denominados box estes,
por sua vez, são separados por divisórias plásticas, flexíveis que permitem proteção e
privacidade aos pacientes. Devemos informar sobre o ambiente da UTI com o objetivo
de ajudar o idoso a se orientar no tempo e no espaço.
A falta de luz natural nas UTI tem dificultado a orientação dia/noite dos idosos,
acredita-se que promover iluminação natural poderia auxiliar nesta questão. Quando for
necessário a presença do profissional no leito o uso de iluminação noturna menos
intensa é recomendado
(4)
. Os box são reservados, mas não devem ser instrumento de
isolamento dos pacientes, quando possível estimule a presença da família e entes
queridos. Outra atitude simples utilizada pelo enfermeiro intensivista para orientação
temporal e espacial é o uso de calendário e relógios
(4)
situando o cliente idoso quanto
aos dias da semana e os principais horários de refeições, banho, exames de rotina e
visitas.
A temperatura da UTI é baixa para evitar disseminação de bactérias
multirresistentes, deve-se orientar o paciente sobre este fato e dispor cobertores para
aquecimento corporal adequado.
Os estímulos estressores como alarmes e ruídos devem ser evitados ou diminuídos
para evitar a privação do sono
(5)
. Adequar horário de medicações noturnas e
procedimentos com o intuito de não alterar o ciclo sono-vigília é uma medida possível.
A privação do sono provoca desatenção, flutuação da capacidade mental e disfunção
cognitiva.
Orienta-se assim que possível à retirada de suporte a vida como tubos, cateteres e
drenos
(5)
a fim de diminuir processos dolorosos e infecção e promover mobilidade
precoce.
O uso de próteses (auditiva, ocular e dentária), deverá ser estimulado com o intuito
de melhorar a orientação temporal e espacial. As próteses oculares auxiliam no
envolvimento do idoso com o meio. O uso de material educativo com letra maior
estimularia a leitura do idoso. Com o uso das próteses dentárias é possível inserir
alimentos mais diversos e de várias de consistências. No caso de rebaixamento do
sensório, ou dispneia é importante retirar as próteses como proteção de via aérea. As
próteses auditivas permitem uma comunicação eficiente, a musicoterapia poderia ser
estimulada.
Deveria ser evitada a mudança constante dos profissionais que prestam a assistência,
(4)
uma vez que para ao idoso a constante troca pode desencadear processos de confusão.
Promover um ambiente seguro também deverá ser preocupação do enfermeiro, as
grades devem se manter elevadas para evitar quedas.
Realizou-se um estudo randomizado na Itália para averiguar as intervenções de
enfermagem para a prevenção do delirium. Apesar do grupo controle ter tido incidência
de delirium similar a do grupo experimental , as atividades de orientação no tempo e no
espaço (assistência sensorial) e intervenções ambientais foram capazes de reduzir a
incidência de delirium em ambos os grupos (18) provando a eficácia de medidas simples.
Na Espanha em 2007 realizou-se um estudo descritivo com o objetivo de
conhecer quais fatores ambientais causava estresse nos pacientes críticos. Os fatores
estressantes foram: 63% ter sede, 43% sono e dificuldade de dormir, 35%, presença de
suporte a vida, 34% não saber o tempo. A escala de estressores em UTI foram descritos
no Intensive care unit environmental stressor scale (ICUESS) (17).
Os procedimentos descritos dependem apenas de ações por parte dos profissionais e
são extremamente úteis para prevenção do delirium. Não podemos permitir que a
tecnologia de ponta e os procedimentos invasivos sejam superiores ao cuidado humano.
5.3 Comunicação
A assistência de enfermagem é baseada em um processo de interação entre
profissional enfermeiro e idoso crítico. Esta interação denominamos de comunicação. A
comunicação pode ser verbal e não-verbal.
Para uma comunicação verbal eficaz com o idoso é necessário que o profissional
não tenha preconceitos sociais e não trate o idoso de forma fragilizada
(7)
ou
infantilizada. Este tipo de comportamento despersonifica o idoso que é um ser maduro e
vivido.
O profissional deverá agir de modo claro
(4)
, sereno, respeitoso e humano e ter
uma postura firme e empática, demonstrando confiança e envolvimento. O profissional
enfermeiro deverá chamar o idoso pelo nome, personalizando o atendimento, deverá se
identificar pelo nome e especialidade principalmente com idosos com acuidade visual
prejudicada. Na UTI isso deve ser realizado com muita cautela, pois muitas vezes
nossos uniformes e o uso de equipamento de proteção individual podem confundir o
idoso.
Se posicione de frente ao idoso e mantenha no nível dele, isso ajuda na
identificação e orientação espacial.
Na admissão na UTI o idoso deverá ser orientado sobre as rotinas do setor,
exames em que será submetido e ao horário de visita, afim de não se criar expectativas
irreais. O profissional enfermeiro deve estar preparado, pois o idoso costuma responder
com calma e pausa os questionamentos da equipe, oferecer tempo suficiente para o
idoso responder as questões que lhe foram perguntadas é essencial para uma
comunicação efetiva. As respostas dadas ao idoso deverão ser simples, breve e lenta
para ajudar no entendimento, evite frases longas. Somente eleve a voz para o idoso em
casos de acuidade auditiva prejudicada, no mais devemos falar em tom baixo. O idoso
deve ser informado repetidas vezes, se necessário, o local e data de onde se encontra (3) .
É importante manter contato visual e tátil enquanto se dialoga com o idoso, um
recurso da comunicação não verbal é a prática do toque terapêutico segurando na mão
do idoso ou ombro enquanto dialoga com ele.
O horário da visita é um recurso de avaliação precioso, perguntar o idoso sobre
quem são os familiares que o visitam a fim de identificar picos de confusão. O horário
da visita poderá ser flexibilizado caso haja benefício para o idoso crítico, a participação
da família costuma ser benéfica no tratamento.
Durante toda assistência de enfermagem o idoso devera ser estimulado a
executar seus próprios cuidados, fato que auxilia na autoestima e preservação da
autonomia, mesmo que limitada.
A comunicação não verbal poderá ser estimulada pelos familiares que, por
alguma razão ou circunstância não puderem visitar o idoso, o enfermeiro poderá
permitir a presença de fotos de entes e amigos queridos e a leitura de cartas. Em casos
de embotamento solicitar interconsulta com a psicologia é de extrema valia.
Devemos oferecer ao idoso apoio emocional (7) durante a internação na UTI uma
vez que este ambiente é inóspito no senso popular, desmitificar esta imagem é dever do
profissional enfermeiro como forma de ajuda no enfrentamento da doença. Informar a
finalidade de cada aparelho, exame e conduta ajuda o idoso a entender e suportar a
terapêutica.
A comunicação com a equipe de enfermagem também é de suma importância
para que a prevenção, detecção precoce e tratamento do delirium sejam realizados de
maneira adequada. Isso é conseguido através de educação continuada para toda equipe
multidisciplinar que presta assistência a esta clientela
(9,10)
. Foi comprovado por estudo
realizado nos Estados Unidos que a capacitação melhora a detecção e acompanhamento
do delirium (15) .
A comunicação com a família é de extrema importância durante a internação do
idoso. Em alguns casos pode-se inserir uma política de flexibilização do horário de
visitas para permitir maior interação com familiares e amigos. Esta interação é benéfica
e foi avaliada na Irlanda do Norte. A enfermeira neste estudo, estimulou a participação
da família no cuidado, apesar desta variável não ter alterado a incidência de delirium no
grupo controle e intervenção, foi obervado que houve melhor recuperação e relato de
bem estar no grupo controle, comprovando que a assistência de enfermagem ao idoso e
sua família pelo profissional enfermeiro trás benefícios sobre a qualidade de vida (19) .
A enfermagem gerontológica desempenha hoje nas UTI um papel fundamental
(7)
uma vez que desempenhamos atendimento técnico científico de ponta agregado a
assistência às necessidades específicas do idoso humanizando o atendimento.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O delirium
é uma doença multifatorial que acomete principalmente idosos
críticos. As principais alterações relatadas na literatura são letargia, torpor nos casos
hipoativos e agressividade nos casos hiperativos, casos mistos também são relatados.
Ocorrem distúrbios na função cognitiva principalmente memória e linguagem.
Faz-se necessário que os enfermeiros intensivistas, estejam familiarizados com
os principais sinais e sintomas para delirium no idoso, uma vez que, somos os
profissionais que prestamos cuidados diários e contínuos a esta clientela. A assistência
de enfermagem deve ser direcionada para uma assistência clínica adequada, com
habilidade em identificar sinais e sintomas, aplicar escalas de rastreamento e propor
medidas de enfrentamento. Assistência sobre o ambiente e estímulo a comunicação
eficaz são fatores essenciais na prevenção deste distúrbio.
Apesar de freqüente e associado à maior mortalidade dos idosos, o diagnóstico
do delirium ainda é confundido com outras desordens psíquicas. São utilizados escalas
de rastreamento de delirium mundialmente validadas para auxiliar na detecção precoce
da doença e tratamento adequados.
O tratamento mais efetivo do delirium atualmente é o preventivo. São
implementados também o tratamento
farmacológico e investiga-se o fator
desencadeante. A droga de escolha mais amplamente utilizada na terapia intensiva é o
haloperidol.
Esta revisão mostrou a relevância da assistência de enfermagem no ambiente,
paciente, família e profissional para a prevenção e correção do delirium em pacientes
idosos críticos. Buscar redução da incidência de delirium nas unidades de terapia
intensiva deve ser considerado como uma medida de qualidade da assistência de
enfermagem.
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