1 Atuação do fisioterapeuta na preparação do coto na amputação de Syme Regina Coeli Pereira Corrêa 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia2 Pós-graduação em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual- Faculdade Ávila – Faculdade Ávila Resumo Este trabalho aborda a Atuação do fisioterapeuta na preparação do coto na amputação de Syme.Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo e tem por objetivo descrever o tratamento para reabilitar os pacientes amputados de membros inferiores,com ênfase na preparação do coto na amputação de Syme, que futuramente irá receber uma prótese.Sendo que os objetivos específicos foram: apresentar a técnica de amputação de Syme;demonstrar a importância da fisioterapia e os recursos fisioterápicos utilizados para a preparação do membro residual na amputação de Syme.Essa amputação é também conhecida como desarticulção do tornozelo que proporciona ao paciente deambular sobre o seu próprio coto de amputação.Pode-se observar neste trabalho que a presença do fisioterapeuta se faz importante na preparação do coto,para que ocorra a restauração da locomoção do paciente. Os principais recursos utilizados pelo fisioterapeuta para preparar e modelar o coto inclui enfaixamento massoterapia, cinesioterapia. O profissional de reabilitação tem papel importante no tratamento, não só pela proximidade pacienteprofissional, ele é um instrumento de reabilitação e devolução da funcionalidade. Palavras-chave: Amputação; Coto;Fisioterapia. 1. Introdução O presente estudo tem como tema a Atuação do fisioterapeuta na preparação do coto na amputação de Syme. Para o seguinte estudo foi traçado como objetivo geral: descrever o tratamento para reabilitar os pacientes amputados de membros inferiores, com ênfase na preparação do coto na amputação de Syme, que futuramente irá receber uma prótese. Sendo que os objetivos específicos foram: apresentar a técnica de amputação de Syme;demonstrar a importância da fisioterapia e os recursos fisioterápicos utilizados para a preparação do membro residual na amputação de Syme. O problema que direcionou a presente abordagem foi: Quais os recursos utilizados pelo fisioterapeuta para preparar o coto na amputação de Syme? A amputação de Syme também conhecida com desarticulação do tornozelo, proporciona ao paciente deambular sobre o seu próprio coto de amputação.Deve-se ter em mente que a amputação obriga qualquer paciente a passar por um grande processo de adaptação,mesmo aqueles que já haviam sofrendo muito antes de terem sido submetidos a operação.Por isso a 1 Pós-graduação em Fisioterapia em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. Graduada em fisioterapia,especialista em metodologia do ensino superior; mestrado em bioética e direito em saúde. 2 2 reabilitação deve ser a mais precoce e nas melhores condições possíveis (PEDRINELLI,2004). O fisioterapeuta acompanha o amputado de membros inferiores em todas as fases desde o pré e pós-operatório até o pré e pós – protetização, onde vários profissionais estão envolvidos na ua reabilitação à sua imagem corporal e social.Dentre os tratamentos diversificados para o amputado, daremos um enfoque maior para a preparação do coto, neste momento, o coto é de estrema importância na reabilitação desse paciente. A amputação apesar de ser o procedimento cirúrgico mais antigo, descrito na história da medicina continua sendo muito utilizado até os dias de hoje. Na reabilitação de um paciente amputado de membros inferiores, o fisioterapeuta têm estado envolvido no tratamento elaborando um programa de exercícios para cada caso de acordo com sua avaliação. Logo, o crescente interesse pelo assunto surgiu após experiência em unidades hospitalares, no qual foi possível observar que o coto é importante para o ortostatismo e deambulação na amputação de Syme.Vale ressaltar que o fisioterapeuta acompanha o amputado de membros inferiores em todas as fases desde o pré e pós-operatório até o pré e pós – protetização. Além desse, vários profissionais estão envolvidos na reabilitação da imagem corporal e social do paciente. 2. Anatomia A perna é aquela parte do membro inferior que se estende do joelho até o tornozelo pela tíbia e pela fíbula (LIPPERT,2008).A tíbia ou osso da canela é o osso longo e medial da perna que transmite o peso do corpo do fêmur para os ossos distais do membro inferior(DI DIO, 2002). Já a fíbula é um osso delgado longo expandido em suas extremidades superior e inferior sua principal função é proporcionar a fixação dos músculos. Também atua como ancoragem assegurando suporte para a tíbia( MOORE,1994). O pé e o tornozelo são formados por 26 ossos que estão interligados por ligamentos e músculos. As inter-relações estáticas e dinâmicas das estruturas ósseas e dos tecidos moles permitem ao pé funcionar como uma base de apoio para a extremidade inferior, absorvente dos choques, conversor do torque e adaptador móvel para as alterações de reação ao solo (HALL & BRODY,2007). Os ossos do pé incluem os tarsais, os metatarsais e as falanges. Os sete ossos tarsais e seu pontos de referências são: calcâneo,tuberosidade do calcâneo,sustentáculo do tálus,navicular,tuberosidade do navicular,cubóide,cuneiformes.Os metatarsais são numerados de 1 a 5,começando medialmente e as falanges do pé têm a mesma composição daquelas da mão (LIPPERT,2008). Segundo Hall & Brody(2007) são três articulações no complexo formado pelo pé e o tornozelo talocrural, articulação subtalar e a articulação mediotársica. Para Palastanga et al (2000) a articulação do tornozelo é crucial na transmissão de força do corpo e para o corpo durante a sustentação de peso e outras cargas.Essa articulação possui o aspecto de uma junta de macho e fêmea, com encaixe semelhante a uma caixa sendo construído pelas extremidades distais da tíbia e da fíbula e o corpo do tálus formando o macho. Para Smith et al(1997), a tíbia e fíbula são firmemente conectadas nas articulações tibiofibulares superior e inferior pela membrana interóssea, que é classificada como sindesmose ( do grego syndemos, faixa ou ligamento ). Articulação tibiofibular superior é uma articulação entre a cabeça da fíbula e a face lateral posterior da parte proximal tíbia. É uma articulação plana uniaxial. Sendo uma articulação sinovial, tem uma cápsula ( LIPPERT,2008). De acordo com Lippert (2008), a articulação talocalcânea ou subtalar, considerada na face anterior do tálus articula-se com a face superior do calcâneo. Esta articulação tem um movimento chamado de deslizamento. O movimento do pé através da articulação subtalar 3 pode ser modelado representando-se o tornozelo (classificando anatomicamente como um gínglimo) como uma articulação esferóide (RASCH et al,1991). De acordo com Hamill & Knutzen (1999),o tornozelo possui suporte ligamentar excelente nas partes medial e lateral, os ligamentos ao redor do tornozelo limitam-se a flexão plantar, dorsiflexão, movimento anterior e posterior do pé, inclinação do tálus e inversão e eversão. A estabilidade do tornozelo depende da orientação dos ligamentos, do tipo de carga e da posição do tornozelo no momento de sobrecarga. Os principais ligamentos que sustentam a articulação incluem a parte distal da membrana interóssea, a cápsula articular, ligamentos deltóide (medialmente), ligamentos talofibulares anterior e posterior (lateralmente) e ligamento calcaneofibular (lateralmente) os quatro últimos são considerados ligamentos colaterais (RASCH ET AL, 1991). Em relação à parte muscular,o tibial posterior é o músculo mais profundo da panturrilha, fica junto à membrana interóssea entre a tíbia e a fíbula.O espalhamento das suas fixações proporciona um suporte tendomuscular no lado plantar do pé, é inervado pelo nervo tibial, sua ação anatômica são inversão e auxilia na flexão plantar do tornozelo (SMITH ET AL. 1997). O Gastrocnêmico constitui a principal parte dos músculos da panturrilha, possui fixações proximais sendo duas cabeças tendinosas, a medial e a lateral. Já o flexor longo dos dedos é um músculo profundo que reside medialmente na panturrilha, coberto pelo sóleo e a cabeça medial do gastrocnêmico. É inervado pelo nervo tibial (L5-S1). Ações anatômicas são flexão das articulações metatarsofalangeanas (MTF) e articulações interfalangeanas (IF), e flexão plantar do tornozelo. Enquanto o flexor longo do hálux localiza-se em baixo do sóleo no lado lateral da panturrilha. É inervado pelo nervo tibial (L5-S2). Ações anatômicas são flexão da primeira articulação metatarsofalangeana e articulação interfalangeana, e flexão plantar do tornozelo(SMITH ET AL, 1997). O fibular longo aparece como uma continuação direta do bíceps da coxa. É inervado pelo ramo superficial do nervo fibular comum (L4-S1). Ações anatômicas são eversão e flexão plantar do tornozelo e depressão da cabeça do primeiro metatarsiano.O fibular curto tem fixações proximais na fíbula, mas embaixo que o longo, e septos intermusculares. Ações anatômicas são eversão e flexão plantar do tornozelo (SMITH ET AL, 1997). Assim como no pulso e na mão,existem músculos extrísecos e intrínsecos no tornozelo e no pé. Os músculos extrínsecos se originam na perna e os músculos intrínsecos nos ossos tarsais. Então teremos o seguintes músculos: gastocnêmio,sóleo,plantar e no grupo profundo tibial posterior,flexor longo do hálux,flexor longo dos dedos; grupo anterior:tibial anterior,extensor longo do hálux,extensor longo dos dedo;grupo lateral: fibular longo,fibular curto,fibular terceiro.Os músculos do tornozelo e do pé pertencem a grupo meticulosamente ordenados de acordo com a inervação.Aqueles músculos localizados na parte posterior da perna e na face plantar do pé recebem inervação do nervo tibial .Os nervos plantares se dividem em dois grupos semelhante aos da mão. O ramo plantar lateral do nervo tibial inverva os músculos localizados no lado lateral e o ramo plantar medial inerva aquele no lado medial.O nervo superficial inerva os músculos no lado lateral da perna (fibulares).O músculo fibular terceiro é a exceção,porque cruza o tornozelo,anteriormente,para receber inervação,com os outros músculos anteriores,proveniente do nervo fibular profundo (HALL & BRODY,2007). 3.Amputação de Syme Segundo Porter (2005), a amputação é uma experiência devastadora e traumática. A decisão de amputar é frequentemente a última opção, não importa qual seja a patologia ou o problema subjacente. Para Carvalho (1999), a amputação significa retirada geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro, e sua incidência geral se eleva devido principalmente ao aumento da média de vida os acidentes de trânsito e de trabalho. Para as amputações adquiridas de membros 4 inferiores hà predomínio absoluto de alterações vasculares seguidas por um número decrescente devido a trauma, infecções e tumores. Na amputação de Syme(figura 01), o pé e tornozelo são removidos, mas os maléolos da fíbula e tíbia são encurtadas. A amputação de Syme tem vantagem, ela é projetada de maneira que o paciente mantém seu calcanhar, que é muito resistente contra pressão como superfície para carregar peso. Ainda mais, as pessoas com amputação do tipo de Syme, podem andar em casa sem o membro artificial. O seu próprio calcanhar suporta todo o peso ( NAGLER,1976). Figura 01: Desarticulação de tornozelo bilateral. Fonte: De Luccia, 2006. De acordo com Lianza (2001), primeiro nível que implica a perda de todo o pé, realizada logo acima da articulação do tornozelo, a nível subcondral da tíbia, com a remoção dos maléolos medial e lateral. Este procedimento, foi descrito por Sir James Syme, na tentativa de viabilizar a amputação neste nível, os cirurgiões primeiro removiam a área infectada por meio de uma desarticulação do tornozelo. A desarticulação verdadeira do tornozelo é feita principalmente como uma amputação aberta e procedimento de drenagem em adultos. O corte supra-articular na amputação de Syme não deve ser perpendicular ao eixo longo da tíbia, mas paralelo ao solo quando o paciente fica em pé para proporcionar uma superfície plana para sustentação de peso( KOTTKE E LEHMANN,1994). A preservação da cartilagem articular coberta pelo coxim do calcanhar permite sustentação, direta sobre a extremidade do membro residual. Essa vantagem frequentemente é proposta como a razão principal para escolher esse nível de amputação porque o amputado pode ficar em pé facilmente e andar sobre a extremidade do membro residual sem usar uma prótese (DE LISE E GANS,2003). Segundo De Luccia (2006), na operação como descrita por Syme, a incisão dorsal se inicia no extremo distal do maléolo externo e cruza a face anterior do tornozelo até a ponta do maléolo medial. A incisão plantar une os pontos finais da incisão dorsal, sendo realizada com ligeira convexidade em direção aos dedos, e preservando toda a área de apoio do calcâneo. Dorsalmente, a incisão é aprofundada, seccionado-se os tendões extensores. O feixe neurovascular tibial anterior é identificado, sendo os vasos ligados e o nervo cortado para se retrair proximalmente. A safena interna é ligada, e o nervo safeno interno, seccionado após tração ( DE LUCCIA, 2006 ). Nas amputações ósseas devem ser cortados de forma a permitir a cobertura por partes moles, mas serras elétricas ou pneumática, quando disponível, podem tornar o manuseio das estruturas mais delicado. O uso deste equipamento pode facilitar também o arredondamento 5 de arestas ósseas. A mobilização excessiva de retalhos é evitada, para não comprometer irrigação (DE LUCCIA, 2006). Ainda segundo o autor acima,complicação óssea é frequente em cotos de amputados e ás vezes negligenciadas. Trajetos fistulosos na pele em continuidade com o osso caracterizam osteomielite. Revisão da cirurgia é indicada.A formação de neuroma após a secção de nervos é inevitável. Os neuromas sintomáticos são aqueles que ficam aderentes a cicatrizes, ou superficial, perto de regiões de apoio. A identificação do neuroma nas operações de revisão, em caso de sintomas que a justifiquem, nem sempre é fácil. A abordagem proximal do tronco que se julguem seja responsável pelo neuroma, por incisão separada, pode ser opção de tratamento (DE LUCCIA, 2006). O nível de amputação é decidido pela viabilidade do tecido. Um membro precisa ser amputado em nível que assegura que todo o tecido necrótico tenha sido excisado e que a porção residual do membro irá cicatrizar e ser viável( Porter, 2005 ). 4. Coto De acordo com Carvalho (2003), o membro residual é denominado coto. O coto de amputação, agora considerado como um novo membro, é o responsável pelo controle da prótese durante o ortostatismo e a deambulação. Segundo Kuhn (1997), independente do nível da amputação, o primeiro passo a ser dado, é verificar se o coto ainda está edemaciado. Se estiver, o paciente deverá usar uma faixa elástica até o edema diminuir: isto não significa que posteriormente com o uso da prótese o coto não poderá atrofiar mais. Espículas ósseas, neuromas e peles aderentes são problemas importantíssimos, que muitas inviabilizam o uso de uma prótese. Para Adams et al,(1985), mesmo sob circunstâncias ideais, o coto, quando colocado com uma prótese, está sujeito a certas condições que podem levá-lo a alterações físicas que tornem o uso da prótese impossível. De um modo geral, o coto deve ser cônico, como no caso das amputações realizadas na diáfise dos ossos longos dos membros, com extremidade distal mais estreita que a proximal. Por outro lado, a musculatura do coto não deve estar atrofiado(o que é comum quando os músculos seccionados não tiverem sido fixados no ato operatório), ou o coto com excesso de partes moles na sua extremidade ( LIANZA,2002). 5. Atuação da Fisioterapia na preparação do coto na amputação de Syme A fisioterapia nos pacientes amputados deve visar objetivos precisos e exequíveis .A avaliação funcional define as capacidades residual e potencial, a partir das quais serão estabelecidos meios, metas e parâmetros de segmento para esse processo (( PEDRINELLI, 2004 ). O exame meticuloso de cada indivíduo é parte integrante da conduta fisioterápica.A meta do programa fisioterapêutico deve ser conseguir o melhor uso das habilidades remanescentes do paciente amputado, no intuito de se obter o melhor nível de função possível,restaurando sua condição de vida social.Por isso, é importante a anamnese e o exame físico cuidado do paciente,com a finalidade de ser elaborado um programa de reabilitação funcional adequado às suas necessidades e possibilidades (LIANZA,2000). 5.1 Avaliação do Coto Na análise do coto, avalia-se a forma, edema, cicatrização, proeminência óssea, movimento mioplástico, sensação do membro fantasma, dor fantasma, palpação, comprimento e circunferência ( PEDRINELLI, 2004 ). 6 De modo geral, as medições do membro residual são tomadas e relatadas em centímetros. As medidas circunferências do membro residual são tomadas assim que o curativo permitir e,depois disso,são tomadas assim que o curativo permitir e,depois disso,mede-se regularmente durante todo o período pós-cirúrgico.As medidas são feitas em intervalos regulares ao longo de todo o comprimento do membro residual.As medições circunferenciais do membro de uma amputação de Symes se iniciam na porção medial do platô tibial,sendo tomada a cada 5 ou 8 centímetros,dependendo do comprimento do membro.Mede-se o comprimento do membro residual desde o platô medial até a extremidade do osso.Outros informações acerca do membro residual que devem ser coletados são os seguintes:forma,condição da pele,sensibilidade e propriocepção (O’SULLIVAN E SCHMITZ , 2004). As condições de um coto em relação a problemas de níveis de amputação, má posição, problemas de ordem muscular, vascular, cutânea e óssea, estão diretamente ligados à correta indicação da prótese e só existirá se tirarmos conclusões precisas sobre o estado geral do coto (KUHN, 1997). Para Carvalho (2003), o exame do membro residual, ou seja, do coto de amputação, será um exame mais detalhado e complexo em virtude de ser resultado de um ato cirúrgico. Sempre que possível, devemos ter em mãos as radiografias do membro amputado para observar as condições em que se encontra o tecido ósseo. De acordo com Adams et al, (1985), é igualmente importante que qualquer alteração na pele do coto receba tratamento imediato, pois apesar de parecer uma lesão pequena, ela rapidamente torna-se incapacitante, e o amputado deve procurar um médico para o tratamento.Já a forma do coto pode ser globosa, cônica ou irregular.Deve-se verificar se há presença de edema ou não (PEDRINELLI, 2004 ). O edema está presente em todos os pacientes amputados nunca protetizados. Em determinados níveis, observamos maior ou menor aumento de volume. Os que recebem enfaixamento gessado ou curativo rígido imediatamente após a amputação, apresentam cotos menos edemaciados.Ainda segundo, há cicatrizações fechadas ou abertas, com deiscência de suturas, aderidas, invaginadas, livres ou retraídas, inflamadas ou infectadas, com presença ou não de secreções, ou mesmo em locais não-clássicos, como em algumas amputações traumáticas(CARVALHO,2003) Para esse tipo de cicatrização deverão ser realizados tratamentos específicos.A cicatrização pode ser normal, inadequada ou aderida: normal apresenta a incisão cirúrgica cicatrizada;Inadequada: com saída de secreção, deiscência da sutura, o coto não apresenta cicatrização;Aderida: mostra cicatriz aderida.Também verificar se o coto apresenta ou não espícula óssea (PEDRINELLI,2004). De acordo com Carvalho (2003), as proeminências ósseas podem ser responsáveis por dores localizadas durante a palpação ao uso de prótese. Dependendo da região, podem comprometer a protetização. Em crianças é comum o crescimento ósseo com a formação de grandes espículas, deixando o coxim bastante escasso. Em casos, há indicação cirúrgica de ressecção. A mioplástia é a inserção do músculo agonista com o antagonista, para verificar se a mioplástia é funcional ou inadequada, é preciso que o paciente faça o movimento de flexão e extensão imaginando o membro fantasma e assim realize a contração desses músculos. Se ele conseguir realizar a contração, o movimento mioplástico é funcional. Quando não consegue realizar a contração dizemos que a mioplástia é inadequada.Já a sensação fantasma é a sensação do membro que não está presente. Ela ocorre geralmente depois da cirurgia e é frequente descrita como um formigamento, sensação de pressão, ou algumas vezes, como um anestesiamento, a extremidade geralmente é a mais sentida. Para Kottke e Lehmann (1994), “sensação fantasma” é uma ocorrência normal após a amputação de um membro. É a sensação da presença da parte amputada. O paciente 7 experimenta as sensações como de um membro intacto, que agora está ausente. No início a sensação fantasma pode ser tão enganosa que o paciente tenta andar sem uma perna. Segundo Porter(2005 ), a dor fantasma pode ser descrita como uma sensação de dor distressante sentida por pacientes no membro que não existe mais. Ela é bem documentada e é uma característica que pode ter um impacto significativo sobre a vida do paciente. A dor fantasma, por sua vez, caracteriza-se por uma sensação de câimbra ou aperto ou uma dor em pontada ou queimação. Algumas pessoas referem as três características. A dor pode ser localizada ou difusa, contínua ou intermitente e desencadeada por algum estímulo externo. Pode diminuir com o passar do tempo ou de se tornar uma condição permanente e, com frequência, incapacitante (O’SULLIVAN E SCHMITZ, 2004). Ainda na avaliação, a palpação deve ser feita nas estruturas que estão sendo incriminadas como fonte dos problemas. Geralmente, as palpações são mais bem executadas após os testes funcionais, de modo não aumentar a irritabilidade das estruturas antes do teste. Deve-se palpar a pele, tecido subcutâneo, e notar a temperatura e se há presença de dor ( PEDRINELLI,2004). Deve-se ensinar o paciente a inspecionar o membro residual todas as noites com um espelho, a fim de certificar-se de que não há feridas ou problemas visíveis. A inspeção é particularmente importante quando a pessoa tem comprometimento de sensibilidade (O’SULLIVAN E SCHMITZ , 2004). 5.2 Dor Fantasma Em relação ao tratamento da dor fantasma deve partir das medidas simples e não-invasivas para as mais complexas ou invasivas e basear-se nos princípios gerais do bom tratamento. Os 10 pontos seguintes resumem um programa prático de tratamento da dor,descritos abaixo ( KOTTKE E LEHMANN, 1994). a) No pré-operatório, preparar o paciente informando-o que após a amputação ele pode esperar a dor fantasma, a qual é normal e não prejudicial; b) No pós-operatório, examinar o coto regularmente, checando sua aparência, sensibilidade e função; c) Os cuidados pós-operatórios são tão importantes quanto a técnica cirúrgica para a cicatrização da incisão; qualquer evidência de infecção deve ser tratada vigorosamente; d) Quando a incisão estiver suficientemente cicatrizada, o terapeuta deve instruir o paciente a massagear o coto com uma loção emoliente e posteriormente aplicar tintura de benzoína para enrijecer a pele; e) O paciente deve exercitar os músculos do coto com movimentos imaginários do membro fantasma ( por exemplo, pedalar uma bicicleta imaginária usando o coto e o membro inferior remanescente de maneira recíproca; f) Fornecer uma prótese funcional e cosmética assim que possível, uma vez que isso pode evitar ou aliviar a dor fantasma; g) Pode-se tomar diversas medidas para tentar bloquear a condução neural e aliviar a dor fantasma: spray de cloreto de etila; injeção local de procaína em áreas sensíveis do coto; h) Diversos procedimentos não-cirúrgicos têm sido defendidos; nenhum é permanente. Provavelmente os melhores resultados relatados ântero-lateral. Tem sido usada eletroestimulação da coluna dorsal na medula espinhal com eletrodos subdurais implantados e ativados por um controle estimulador de radiofreqüência subcutânea; i) Alguns casos podem exigir tratamento psiquiátrico. Têm sido utilizados hipnose, condicionamento de distração, imaginação e psicoterapia. O tratamento psicológico se 8 torna mais necessário principalmente nos pacientes que não tiveram pronta intervenção; j) Quando qualquer procedimento resulta em alívio da dor fantasma, o paciente deve começar a manusear e movimentar normalmente o coto, fazer exercícios, massagear e usar a prótese a fim de diminuir a probabilidade de recorrência da dor fantasma. 5.3.Tratamento do Coto Conforme De Luccia (2006), a restauração da locomoção através da deambulação é o objetivo final da reabilitação no paciente amputado. A utilização dos diversos recursos disponíveis deve resultar numa melhor qualidade de vida para o paciente. Exercícios do coto terão início sob a supervisão de um fisioterapeuta no dia subsequente à cirurgia, ou depois, tão logo seja tolerável. Seria então a cinesioterapia no coto,visando fortalecer e combater as retrações musculares.Os exercícios devem ser do tipo que utilizam contrações isométricas dos músculos, seguindo-se exercícios de mobilização das articulações. Pacientes com amputações da extremidade inferior terão permissão de andar com muletas assim que possam controlar o membro, e quando estiverem suficientemente confortáveis (CRENSHAW ET AL, 1996). O tratamento do paciente amputado consta principalmente do condicionamento físico geral, para que ele possa, melhorado suas condições física, suportar o esforço que se exigirá dele. Os exercícios visam principalmente o aumento da potência, resistência muscular, a melhora do equilíbrio, da coordenação de movimentos e preparo de coto de amputação para o uso de prótese (LEITÃO E LEITÃO,1995). Inicialmente, o controle do edema é promovida pela elevação do membro afetado,sempre que possível.Assim que for liberado pelo cirurgião,será iniciado o enfaixamento do coto com atadura elástica ou,mais facilmente,come meias elásticas compressivas (LIANZA,2002). De acordo com Kuhn (1997) o procedimento da higienização é, lavar o coto todas as noites com sabonete anti-séptico; aplicar algum tipo de pomada anti-séptica, localizada, caso aparecer pequenas irritações ou feridas; procurar um médico caso persistam as lesões. Para Kottke e Lehmann (1994), a higiene do coto é ensinada, uma vez que este é o fator mais importante na prevenção dos problemas cutâneos, o paciente é ensinado a lavar a pele e os componentes protéticos com sabão suave e água à noite de modo que eles terão tempo de secar antes de serem colocados no dia seguinte pela manhã. O coto deve ser bem enxugado e secado com palpação ao invés de esfregação vigorosa. Ressalta-se que a higiene e cuidados apropriados com a pele são importantes. Assim que a incisão cicatriza e as suturas são removidas, a pessoa pode tomar banho normalmente.O membro residual é tratado como qualquer parte do corpo e deve ser mantido limpo e seco.Os indivíduos com pele seca podem usar uma boa loção para pele,deve-se ter o cuidado de evitar abrasões,cortes e outros problemas cutâneos (O’SULLIVAN E SCHMITZ 2004). Segundo Brito et al (2005), relata que a dessensibilização é estímulo sensitivo realizado na extremidade distal do coto que levarão ao saturamento dos receptores das vias aferentes sensitivas, tendo em vista uma normalização da sensibilidade local. Devido a isso, há uma diminuição da hipersensibilidade local, para que seja suportável a adaptação à prótese, mediante movimentos lentos e graduais, iniciando do estímulo mais fino para o mais áspero, sendo passado de uma fase para outra à medida que o paciente relata não ser mais um incômodo o estímulo realizado pelo fisioterapeuta. Ainda segundo o autor acima as etapas de dessensibilização são respecitvamente:algodão;esponja de face fina;esponja de face grossa;lixa fina;lixa grossa;calor superficial pode ser utilizado como o objetivo pré-cinético;ultra-som pulsátil com dose de 0.5 podendo ser utilizado até 1.5 w/cm² ,utilizando de 3 a 5 minutos com frequência 9 de 1 M.Hz; tateatização são tapinhas realizados pelo fisioterapeuta na extremidade distal do coto de amputação, também são utilizadas tábuas finas ou papel dobrado;9º - Pressão do coto sobre colchonete. A massagem por fricção, na qual as camadas de pele, tecido subcutâneo e músculo são movimentados sobre o respectivo tecido subjacente, pode ser usada para evitar ou mobilizar a aderência do tecido cicatricial. A massagem é feita suavemente, após a cicatrização da ferida, quando não há nenhuma infecção. O paciente pode aprender a fazer corretamente uma suave massagem de fricção, de modo a mobilizar o tecido cicatricial e ajudar a diminuir a hipersensibilidade do membro residual à pressão e ao toque (O’SULLIVAN E SCHMITZ 2004). 5.4 O enfaixamento do coto Conforme Pedrinelli (2004), após a cicatrização do membro residual,é importante moldá-lo e maturá-lo,utilizando-se faixas elásticas para facilitar o encaixe protético.Elas fornecem proteção dos tecidos moles e minimizam a formação do edemas.Essa técnica de enfaixamento também deve ser empregada no curativo compressivo,que utiliza a atadura de crepe . De acordo com Carvalho (2003), as técnicas de enfaixamento devem ser realizadas sempre com bandagens elásticas. Dependendo do nível de amputação, são necessárias, para um correto enfaixamento, duas ou três faixas. Os enfaixamentos com faixa crepe não apresentam resultados progressivos, não diminuem o edema e não modelam o coto. Os enfaixamentos devem ser realizados em oito de distal para proximal com maior pressão distal, as paredes laterais devem ser regulares não deve existir tecido coberto e não deve causar desconforto ao paciente. O coto pode ser enfaixado com ataduras elásticas, ou crepom, feitas para apoiar e sustentar os tecidos em cicatrização, para reduzir o edema e produzir o formato cilíndrico desejado para o uso da prótese.Já pressão realizada deve ser maior de distal para proximal.Enquanto atadura de crepom somente deve ser utilizada enquanto o paciente estiver com os pontos da cirurgia, após a retirada utilizar a atadura elástica.O paciente deve permanecer vinte e quatro horas enfaixado retirando a atadura elástica 3 a 4 vezes ao dia, para uma auto-massagem e recolocar novamente a atadura elástica( KUHN 1997). Recomenda-se que na primeira semana, o enfaixamento deverá ser realizado de hora em hora,intercalando-se um intervalo de descanso de 5 minutos.Na semana seguinte,o tempo de enfaixamento deverá ser aumentado para 2 horas,mantendo-se ainda o intervalo de descanso já citado.E dessa maneira o tempo será aumentado gradativamente até se chegar a 6 horas,desde que as condições circulatórias se mantenham preservadas.É importante orientar e reforçar a observação do paciente quanto ás condições do membro residual:condições circulatórias e de pele.A ação do tipo torniquete é indesejável (PEDRINELLE,2004). O Enfaixamento do coto é extremamente importante no que diz respeito à diminuição do edema pós operatório, pois não se pode tirar o molde negativo sem que o coto já tenha pelo menos atingido um ponto satisfatório em relação ao edema ( KUHN, 1997). Um sistema de enfaixamento que emprega basicamente voltas angulares e em forma de oito foi desenvolvida especificamente para atender ás necessidades de pacientes idosos, e está em uso há 30 anos. Segundo Kuhn (1997) é descrito as seguintes orientações sobre o enfaixamento: Usar somente faixa elástica (8cm a 10cm de largura); a) Enfaixar o coto sempre de distal para proximal ; b) A pressão na parte distal deve ser maior diminuindo a parte proximal; c) Devemos observar pressões irregulares que são prejudiciais pois podem deformar o coto; 10 d) e) f) g) Cuidados com as dobras na faixa, pois esta pode causar ferimento no coto; A faixa deve ser usada durante todo dia se for possível à noite; É possível que observemos o coto algumas vezes por dia, removendo a faixa elástica. Controlar as medidas do coto desde o primeiro enfaixamento assim teremos uma noção exata com relação á diminuição do edema. Quando notarmos que o coto não diminui mais na sua circunferência chegou à hora de colocarmos uma prótese. Segundo Quintana e Silva, apud Pedrinelli (2004), o paciente amputado deve ter uma participação independente no procedimento de enfaixamento,ou seja ele deve aprender o procedimento para facilitar sua vida diária. Agora em casos de quadro de dor exacerbada,recomenda-se a retirada da faixa por 5 minutos e, persistindo os sinais e sintomas,o paciente deverá ser orientado a retornar o enfaixamento no intervalo de tempo que antecedia ao aparecimento dos sintomas(PEDRINELLI,2004). Torna-se necessário o retorno sistemático à unidade de reabilitação para reavaliação das condições do paciente,para onde deve-se levar os problemas e dificuldades que estão aparecendo na sua vida cotidiana,longe do ambiente protegido em que fez seu treinamento.Ele também precisa ser ensinado a detectar a redução do volume do coto que ocorrerá com o decorrer do tempo,especialmente quando se tratar da adaptação da primeira prótese.Estas alterações precisam ser corrigidas antes que o coto seja ferido. Sob condições normais, o coto de amputação, em qualquer nível cirúrgico, estará preparado para a acomodação protética de oito a dez semanas após o procedimento cirúrgico (LIANZA,2001). 6. Metodologia Esta pesquisa trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo.Os dados foram colhidos nas pesquisas bibliográficas por meio dos livros sobre tema,na BIREME e nas bases de dados da Scielo,na qual, pesquisou-se os artigos. 7.Discussão Há vários conceitos de amputação, alguns a consideram como sendo a retirada cirúrgica, total ou parcial, de um membro. Estes autores afirmam ainda que as amputações possam ter indicações eletivas, como nos casos das doenças e más-formações ou indicações de urgência, como em traumas importantes e infecções graves (BOCCOLINI1 E CARVALHO apud BARAUNA,2001). De acordo Guccione (2002) a perda do potencial de capacidade de deambular ameaça a independência de tal forma que, possivelmente, nenhuma outra limitação funcional o faça. A amplitude dessa ameaça pode ser suposta apenas quando a deambulação é comprometida por uma amputação de membro inferior. Na reabilitação há uma "uma combinação de terapia física, ocupacional e de linguagem; aconselhamento psicológico; e trabalho social com a finalidade de auxiliar os pacientes a manterem ou se recuperarem de incapacidades físicas".É entendida como um processo dinâmico, criativo, progressivo e educativo, com objetivos direcionados à restauração funcional do indivíduo, reintegrando-o à família, à comunidade e à sociedade, através da independência nas atividades cotidianas( BEERS E BERKOW,2000). Nessa pesquisa, observou-se de acordo com os autores que a amputação é uma experiência devastadora e traumática,na qual poderá haver a retirada total ou parcial de um membro.Quando ocorre a amputação de Syme,o tratamento desse paciente amputado consta principalmente do condicionamento físico geral, para que ele possa, melhorado suas condições física, suportar o esforço que se exigirá dele. Lianza (2000), Leitão e Leitão (1995) afirmam que os exercícios visam principalmente o aumento da potência, resistência muscular, a melhora do equilíbrio, da coordenação de movimentos e preparo de coto de amputação para o uso de prótese .E o fisioterapeuta tem 11 estado envolvido no manejo de amputados e na elaboração do programa de exercícios. A reabilitação de um paciente amputado de membros inferiores requer um exame detalhado de cada indivíduo.Os objetivos do programa fisioterapêutico deve ser alcançar o melhor uso das habilidades remanescentes do paciente amputado, no intuito de se obter o melhor nível de função possível,restaurando sua condição de vida social.Por isso, é importante a anamnese e o exame físico cuidado do paciente,com a finalidade de ser elaborado um programa de reabilitação funcional adequado às suas necessidades e possibilidades. Para preparar o membro residual na amputação de Syme, cabe ao fisioterapeuta realizar uma avaliação detalhada do coto, para em seguida escolher os recursos mais adequados. Observouse que para modelar o coto, utiliza-se diversas etapas das quais o enfaixamento,a massoterapia cinesioterapia e a dessensibilização possuem um papel importante.Sendo que através desses recursos o coto será moldado e não apresentará edema. Após a cicatrização do membro residual,é importante moldá-lo e maturá-lo,utilizando-se faixas elásticas para facilitar o encaixe protético.Agora em casos de quadro de dor exacerbada,recomenda-se a retirada da faixa por 5 minutos e, persistindo os sinais e sintomas,o paciente deverá ser orientado a retornar o enfaixamento no intervalo de tempo que antecedia ao aparecimento dos sintomas.Já a massagem por fricção, na qual as camadas de pele, tecido subcutâneo e músculo são movimentados sobre o respectivo tecido subjacente, pode ser usada para evitar ou mobilizar a aderência do tecido cicatricial. É importante segundo as literaturas pesquisadas que o paciente amputado participe de maneira independente em alguns procedimento tal como no enfaixamento,ou seja ele deve aprender o procedimento para facilitar sua vida diária. De acordo com Pagliuca et al.,(2006) é necessário que se compreenda que é possível adaptar a novas experiências e praticar os princípios da bioética que diz sobre o respeito à vontade do paciente, mesma quando não se consegue convencer sobre a importância do cuidado planejado, estando esclarecido, tem o direito de se recusar a receber determinados cuidados. 8.Conclusão A amputação significa retirada geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro, e sua incidência geral se eleva devido principalmente ao aumento da média de vida os acidentes de trânsito e de trabalho. Na cirurgia para a amputação de Syme, o pé e tornozelo são removidos, mas os maléolos da fíbula e tíbia são encurtadas. Diante disso,o fisioterapeuta tem papel fundamental na prevenção das deformidades do membro residual (coto),realizando a avaliação do coto,utilizando os recursos fisioterápicos adequadamente,seguindo as técnicas de enfaixamento e posicionando o paciente,diminuindo assim a possibilidade do mesmo adquirir contraturas ou algum problema no coto que possa prejudicar sua protetização. O trabalho fisioterápico tem função de educar, e incorporar o desenvolvimento do ser humano como um todo, não só no aspecto físico, num projeto de resgate de cidadania, a noção de direitos e deveres, liberdade e igualdade, onde ele receberia seu novo membro residual, e não teriam muitos problemas. Na reabilitação de um paciente amputado de membros inferiores, os fisioterapeutas têm estado envolvidos no manejo de amputados na elaboração do programa de exercícios destinados a preparar o indivíduo para a colocação da prótese. Torna-se necessário o retorno sistemático à unidade de reabilitação para reavaliação das condições do paciente,para onde deve-se levar os problemas e dificuldades que estão aparecendo na sua vida cotidiana,longe do ambiente protegido em que fez seu treinamento. Levando-se em conta todos os aspectos, o tratamento de pessoas amputadas exige por parte dos fisioterapeutas consideração de todos os seus problemas físicos funcionais, educacionais e emocionais. O profissional de reabilitação tem papel importante no tratamento, não só pela 12 proximidade paciente-profissional, ele é um instrumento de reabilitação e devolução da funcionalidade, deve estar preparado para auxilio do paciente a superar suas dificuldades. Portanto,o sucesso da reabilitação envolve vários fatores,além da participação de equipe multiprofissional,deverá haver também a aceitação da amputação pelo paciente.E dessa maneira colaborando para alcançar os objetivos traçados durante a avaliação fisioterapêutica. O fisioterapeuta caminha para sua finalidade que é a de ajudar o paciente a superar as mudanças necessárias no seu padrão de vida, buscando a reabilitação precoce nas melhores condições possíveis. Referências ADAMS RONALDO C.; DANIEL ALFRED N.; Mc Cubbin,m.a. Jeffrey a.; RULLMAN LEE. Jogos, Esportes e Exercícios para O Deficiente Físico. 3ª ed São Paulo: Manole, 1985. BRITO, D. et al. Tratamento fisioterapêutico ambulatorial em paciente submetido à amputação transfemoral unilateral por acidente motociclístico: estudo de caso. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, set./dez., 2005. BARAUNA, MA et al . Avaliação do equilíbrio estático em indivíduos amputados de membros inferiores através da biofotogrametria computadorizada. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 10, n. 1, 2006 . Available from Aug. 2011. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141335552006000100011&lng=en&nrm=iso>. access on 23 http://dx.doi.org/10.1590/S1413-35552006000100010. BEERS, M.H.; BERKOW, R. Manual Merck: diagnóstico e tratamento. 17 ed. São Paulo, SP: Roca, 2000. BOCCOLINI F. Reabilitação: amputados, amputações e próteses. São Paulo: Robe Livraria e Editora; 2001. CARVALHO, JOSÉ A. Amputação de Membros Inferiores em Busca de Plena Reabilitação. 1ª Ed São Paulo: Manole, 1999. CARVALHO, JOSÉ A. Amputação de Menbros Inferiores em Busca de Plena Reabilitação. 2ª ED SÃO PAULO: MANOLE, 2003. CRENSHAW,M.D.A.H.; DAUGHERTY KAY; CURRO CHARLES. Cirurgia Ortopédica de Campell Vol. II 8ª ED. São Paulo : Manole 1996. DE LISE, JOEL A.; GANS, BRUCE M.; Tratado de Medicina de Reabilitação Princípios e Prática 3ªed São Paulo: Manole 2002. DE LUCCIA, NELSON; Amputaçãoes e Reconstruções nas Doenças Vasculares e no Pé Diabético. 1ª Ed Rio de Janeiro: Revinter 2006. 13 DI DIO, LIBERATO J.A.; Tratado de Anatomia Sistêmica Aplicada Vol I 2ª ed São Paulo: Atheneu 2002. GUCCIONE, A. A. Fisioterapia Geriátrica. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. HALL, C.M.; BRODY, L.T. Exercício Terapêutico na Busca da Função. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. HAMILL, J.; KNUTZEN KATHLEEN M.; Bases biomecânicas do movimento humano. São Paulo: Manole, 1999. KOTTKE, F.J.; LEHMANN J.F.; Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen Vol II 4ª ed. São Paulo : Manole 1994. KUHN, P; As Amputações do Membro Inferior e Suas Próteses 1ª ed. São Paulo : Lemos 1997. LEITÃO, A.; LEITÃO, V. DE A.; Clínica de Reabilitação 1ª ed. São Paulo: Atheneu, 1995. LIANZA, S; Medicina de Reabilitação 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. LIANZA, S; Medicina de Reabilitação 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001 LIPPERT, L. Cinesiologia Clínica para Fisioterapeutas. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.MOORE, K.L.; Anatomia Orientada para a Clínica 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. NAGLER, W.; Manual de Fisioterapia 1ª ed. São Paulo : Atheneu 1976. O’ SULLIVAN, SUSAN B. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2. ed. São Paulo: Manole, 2004. PALASTANGA, N. ; DEREK, F.; SOAMES, R.; Anatomia e Movimento Humano Estrutura e Função 3ª ed. São Paulo : Manole, 2000. PAGLIUCA, L.M.F. Pessoa com Amputação e Acesso ao Serviço de Saúde: cuidado de enfermagem fundamentado em Roy. Rev. Enferm UERJ. Rio de Janeiro: p. 100-106, jan/mar 2006. Disponível em: <http://www.portalbvsenf.eerp.usp.br/scielo>.Acesso em: 28 de agosto de 2008. PEDRINELLI, A.; Tratamento do Paciente com Amputação 1ª ed. São Paulo: Roca, 2004. PORTER, S.; Fisioterapia de Tidy 13ª ed Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. RASCH, P.J.; GRABINER, M.D.; GREGOR, J.R.; GARHAMMER, J.; Anatomia Aplicada 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. Cinesiologia e