PPGEdu e PGIE – 2011/1

UFRGS: PPGEdu e PGIE – 2011/1
Aprendizagem Humana: processo de construção
Prof. Dr. Fernando Becker
Para apresentar uma noção adequada
de aprendizagem é necessário explicar
primeiro como o sujeito consegue
construir e inventar, e não apenas como
ele repete e copia (Piaget, apud
Carmichael, p. 88).
O desenvolvimento é realmente uma formação que leva
ao aparecimento de caracteres
que não “preexistem” (Ottavi,
2001, p. 49).
Esperar de alguém mais do
que ele é capaz de dar é ajudálo a crescer; esperar apenas o
que ele pode efetivamente
fazer é diminuí-lo (Goethe)
INTRODUÇÃO
1. Relações entre os pontos de vista epistemológico, psicológico e pedagógico. As insuficiências do empirismo
behaviorista e do apriorismo/inatismo gestaltista
Textos:
a) BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. In: Educação e construção do
conhecimento, Artmed, p.81
b) PIAGET, Jean. Desenvolvimento e aprendizagem. In: LAVATELLY, C. S. e STENDLER, F. Reading in
child behavior and development. New York: Hartcourt Brace Janovich, 1972.
c) PIAGET. Aprendizagem e conhecimento (II). Primeira Parte, p.33-89.
d) BECKER, F. Introdução. In: ___. O caminho da aprendizagem em Piaget e Freire. Ed. Vozes, p. 13-50.
e) O mito da origem sensorial dos conhecimentos científicos. In: PIAGET. Psic. e epistemologia, p.69.
f)
O apriorismo e a psicologia da forma. In: NIC - O nascimento da inteligência na criança, p. 351-368.
Objetivo: Compreender como uma teoria crítica da aprendizagem relaciona-se com o desenvolvimento,
superando entre outros os limites do behaviorismo e da Gestalt, e implica ao mesmo tempo uma psicologia e
uma epistemologia e desdobra-se numa pedagogia e numa didática.
EPISTEMOLOGIA CONSTRUTIVISTA OU INTERACIONISTA
A construção das capacidades cognitivas pela interação: o construtivismo interacionista
2.
A função da ação, da experiência e os estádios de desenvolvimento cognitivo
Textos:
a) Os estádios de desenvolvimento intelectual. In: PIAGET. Problemas de Psic. Genét. (Cap.III)
b) Estádios do desenvolvimento. BECKER, F. & MARQUES, Tania. (Impresso avulso)
c) Ensino e construção do conhecimento: o processo de abstração reflexionante. In: BECKER, F. Educação e
construção do conhecimento, Cap.3
d) BECKER, F. Caracterização da ação. In: ___. O caminho da aprendizagem em Piaget e Freire. Vozes, p. 51-102.
e) DELVAL, J. Aprender a aprender. Papirus, 1997. Aprender na vida; aprender na escola. Artmed, 2001.
f)
BECKER, F. O sujeito do conhecimento. In: A origem do conhec. e a aprendizagem escolar, p.11.
Objetivo: Compreender como o construtivismo articula uma explicação interacionista do desenvolvimento do
conhecimento e da aprendizagem humana. Recuperar o conceito de estádio (Στάδιον) da epistemologia
genética e criticar, a respeito, as “compreensões” da escola como estágio. Para isso, definir os conceitos de
esquema, experiência (física e lógico-matemática) ou abstração (empírica e reflexionante, pseudo-empírica e
refletida).
1
3. A função simbólica.
Textos:
a) BECKER, F. Ação, função simbólica e capacidade representativa. In: Função simbólica e aprendizagem, p.7-32.
b) BECKER, F. Vygotski versus Piaget. In: LEITE BARBOSA. Formação de educadores. Ed.Unesp, p.233-55.
c) Os fatores sociais do desenv. intelectual. In: PIAGET, Psicol. da inteligência. p. 201-206.
d) A linguagem e as operações intelectuais. In: PIAGET. Estudos de Psic. Genética.
e) BECKER, F. A representação como condição da tomada de consciência das ações. In: ___. O caminho da
aprendizagem em Piaget e Freire. Vozes, p. 103-146.
f) CASTORINA & BAQUERO. Dialética e psicologia do desenvolvimento; o pensamento de Piaget e
Vigotsky, Porto Alegre: Artmed, 2008.
Objetivo: Compreender como a Epistemologia Genética articula a explicação interacionista ou construtivista
da gênese da função simbólica e conseqüente gênese da linguagem. Como esta explicação teórica pode
determinar a prática pedagógica e a aprendizagem escolar, especialmente na educação infantil.
4. As operações – concretas e formais (6.2).
Textos:
a) O pensamento do adolescente. In: LCLA, p. 249.
b) HERCULANO-HOUZEL, Suzana. O cérebro em transformação. RJ, Objetiva, 2005.
c) Apresentar experimentos apropriados do Fazer e compreender, do Tomada de consciência, do Abstração
reflexionante, do Da lógica da criança à lógica do adolescente, d’O Possível e Necessário.
d) BECKER, F. A operação como ação significante (I), p. 147-210; A operação como ação significante (II),
p. 211-266. In: ___. O caminho da aprendizagem em Piaget e Freire. Vozes.
Objetivo: Compreender o conceito de “operação” e sua gênese a partir da ação. Como se pode articular
aprendizagem escolar e não-escolar. Compreender a adolescência como transformação profunda do cérebro.
Criticar as compreensões de aprendizagem, presente nas últimas séries do ensino fundamental e, em especial,
no ensino médio e universitário.
5. Aprendizagem e Memória
Textos e Filmes:
a) RIESGO, Rudimar. (1) Transtorno da memória; (2) Desenvolvimento neuropsicomotor normal do
período neonatal até a adolescência.
b)
(1) SOBRE MEMÓRIA – biológica, molecular e de pensamento. Viver mente & Cérebro: Memória –
Edição Especial. São Paulo, n.2, 2005. [Todo o fascículo]. (2) Esquecer para lembrar (p.38); Os sete
pecados (p.46); Códigos da memória (p.52); Que medo (p.70); Mitos sobre o cérebro (p.74). Mente &
Cérebro. Ano XV, Nº. 183, abr. 2008. (3) Inteligência em expansão: Aumentos de QI (p.42); Múltiplos
talentos (p.50); Mentes brilhantes (p.56). Mente & cérebro. maio 2008.
c) IZQUIERDO, Ivan. Sobre neurônios e diferenças (p.73ss); A memória (p.97ss). In: ___. Tempo e
tolerância. Ed.da UFRGS.
d) Filmes: Memento (Amnésia, de Christopher Nolan); Brilho eterno de uma mente sem lembranças (com Jim
Carey); Hiroshima Mon Amour; os labirintos da memória (de Alain Resnais, c/Emmanuelle Riva).
Objetivo: Incluir as conquistas da Neurologia, especialmente sobre memória, inteligência e percepção, para
melhor compreender a aprendizagem humana. Distinguir desenvolvimento cognitivo e aprendizagem humana
de maturação biológica ou crescimento do corpo.
6. Aprendizagem e cultura digital (opcional) OU Paulo FREIRE. Pedagogia da autonomia.
Textos: O aluno está convidado a procurar textos a respeito; o fascículo da Revista Pátio é apenas sugestão.
Aprendizagem e cultura digital (David Buckingham); As tecnologias digitais e os diferentes letramentos (José
Armando Valente); Critérios para a análise das tecnologias (Edith Litwin); Muito além do quadro negro (Andréa
2
Ramal e Paula Buffara); Os danos do cyberbullying (Cleo Fante). Pátio Revista Pedagógica, Ano XI, nov.07-jan.08.
Objetivo: Compreender a aprendizagem realizada por meios não convencionais – MSN, Orkut, Rooda, Navi,
Modle, etc. – especialmente a proposta pela EAD.
7. O lugar da emoção, da afetividade ou do interesse na aprendizagem.
Textos:
a) PIAGET. Inconsciente afetivo e inconsciente cognitivo. In: Problemas de Psicologia Genética, Cap.2.
b) MARQUES, T.B.I. & BECKER, F. Razão e emoção: a busca da unidade. Revista de Educação AEC. Ano
28, N.110, p.25-44, jan./mar. 1999.
c) SALTINI, Cláudio. Conversando com Jean Piaget (1). Direcional Educador. Ano 7, N. 74, p. 10-14, mar.
2011.
d) SALTINI, Cláudio entrevistado por Luiza Oliva. Direcional Educador. Ano 6, N. 70, p. 06-09, nov. 2010.
e) SOUZA, M. Theresa Costa C. de. A construção cognitiva de si mesmo. Educação: História da Pedagogia (1).
São Paulo (Ed. Segmento), Nº. 1, p. 66-75, 2010.
f) FURTH, Hans. Conhecimento como desejo. (Porto Alegre : Artmed).
g) DAMÁSIO, A. (1) O erro de Descartes; emoção, razão e cérebro humano; (2) Mistério da consciência; (3) Em
busca de Spinoza.
Objetivo: Pensar uma teoria de aprendizagem sob o ponto de vista da compreensão atual da interferência da
afetividade no desenvolvimento cognitivo humano.
O CAMINHO DA APRENDIZAGEM
8. Epistemologia e Metodologia de Ensino Construtivista/interacionista.
Textos: Revisão das leituras feitas até agora.
a) PIAGET, Jean. Desenvolvimento e aprendizagem. (In: Confer Unidade 1).
b) PIAGET. Aprendizagem e conhecimento (II). Primeira Parte, p.33-89.
c) Conclusões. In: INHELDER; BOVET; SINCLAIR. Aprend. e estruturas do conhecimento.
d) BECKER, F. O que é construtivismo? In: Educação e construção do conhecimento, Artmed, p.69.
e) BECKER, F. Inteligência e aprendizagem. Educação: História da Pedagogia (1). São Paulo (Ed. Segmento),
p. 22-35, 2010.
f) BECKER, F. Conclusão. In: ___. O caminho da aprendizagem em Piaget e Freire. Vozes, p. 267-283.
Objetivo: Como deve o educador de hoje representar-se (teoria) o processo de aprendizagem e articular, em
sala de aula (prática), esse processo, fundado no processo mais amplo do desenvolvimento? Como o
educador configura, hoje, sua pedagogia e sua didática a partir de suas concepções de aprendizagem e de
desenvolvimento cognitivo e afetivo humanos?
Calendário 2011/1 (Terças)
Mar.
--
22
29
Abr.
05
12
19
26 (Rudimar Riesgo*)
Maio.
03
10
17
24
Jun.
07
14
21
28
Jul.
05
31
* “Neurobiologia da aprendizagem”
Bibliografia Complementar
BECKER, F. Epistemologia do professor; o cotidiano da escola. 14. ed. Vozes, 2009.
BECKER, F. Epistemologia do professor de matemática. Porto Alegre: FACED/PPGEdu/UFRGS, 2010. 586p. (Relatório de Pesquisa na
Biblioteca Faculdade Educação; no prelo pela Ed. Vozes)
3
BECKER, F. O caminho da aprendizagem em J.Piaget e P.Freire. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
BECKER, F. Alteridade e construção do sujeito. In: GUÉRIOS, E. & STOLTZ, Tania (Org). Educação e alteridade. São Carlos: Edufscar,
2010. p.111-126
BECKER, F. e MARQUES, Tania B. I. Ser professor é ser pesquisador. Porto Alegre: Mediação, 2007.
BECKER, F. Epistemologia genética e conhecimento matemático. In: Becker & Franco. Revisitando Piaget. Cap. 2.
BECKER, F. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed., 2001.
BECKER, F. A origem do conhecimento e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed., 2003
BECKER, Fernando. Tempo de aprendizagem, tempo de desenvolvimento, tempo de gênese. In: MOLL, Jaqueline e Col. Ciclos na
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BECKER, F. Docência e conhecimento. Direcional Educador. São Paulo, set. 2008. p. 36-37
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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido (1970); Pedagogia da Esperança (1990); Pedagogia da autonomia (1997); Pedagogia da indignação (1998?).
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LEFRANÇOIS, Guy R. Teorias da aprendizagem. São Paulo: Cengage Learning
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Obras do Instituto Piaget (Lisboa: Editora Instituto Piaget)
ALTET, Marguerite. As pedagogias da aprendizagem.
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Semenovich VYGOTSKY. Uma educação dialética.
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SCHUMACHER, Ralph. Tudo neuro por aí?. Viver Mente & Cérebro. São Paulo, Ano XIV, n.157, p.62-65
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b)
c)
d)
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