54º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Inativação do cromossomo X em mulheres normais e portadoras de doenças ligadas ao X Moraes, LM1,2*; Vianna, EQ2; Monnerat, LS2; Moura, VLS1; Vargas, FR2,3,; Moreira, MA2; Seuanez, H2; Llerena, JC1 Centro de Genética Médica, IFF, Fundação Oswaldo Cruz 2 Divisão de Genética, Instituto Nacional de Câncer 3 Serviço de Genética Médica, HUGG, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro [email protected] 1 Palavras-chave: inativação do X, doenças ligadas ao X, HUMARA A inativação de um dos cromossomos X em células somáticas femininas (XX) ocorre no início do desenvolvimento embrionário de forma randômica. Como resultado, mulheres são mosaicos para duas populações de células uma expressando os alelos do cromossomo X materno, e a outra os alelos do X paterno, e assim mulheres heterozigotas para mutações ligadas ao X geralmente apresentam fenótipos normais. Entretanto, desvios do padrão randômico de inativação (≥ 80% células apresenta a inativação preferencial de um cromossomo X), são descritos em portadoras de anomalias cromossômicas envolvendo o X, heterozigotas para doenças ligadas ao X, explicando as manifestações fenotípicas em mulheres de doenças recessivas ligadas ao X, e de dominantes letais no sexo feminino. Portanto, o processo de inativação é claramente importante para a expressão de várias doenças ligadas ao X, no entanto, a utilização dos padrões de inativação como um instrumento clínico, é ainda limitada pelo pouco conhecimento dos mecanismos básicos do processo de inativação do X. Então o estudo do padrão de inativação em mulheres normais e com suspeita clínica de doença ligada ao X poderá contribuir para definir a utilidade deste como instrumento de diagnóstico. Neste trabalho tivemos como objetivo determinar o padrão de inativação do X em mulheres com suspeita clínica da síndrome de Rett (n=50), mulheres com retardo mental idiopático (RMI) (n=25) e mulheres normais (n=50). A análise da inativação foi realizada em DNA genômico de sangue periférico, digerido, com as enzimas HpaII e HhaI sensíveis à metilação, seguida de amplificação (por PCR) da para região promotora do gene AR, que contém um seqüência microssatélite e sítios para essas enzimas. Os resultados mostraram: nos casos com suspeita clínica de síndrome de Rett (n=50), um padrão heterozigoto em 86% (n=43) e homozigoto em 14% (7) e a análise da metilação dos casos informativos mostrou um padrão randômico em 56% (n=26) e não randômico em 43% (n=20), com desvio moderado em 10 e extremo em 10; nos casos com RMI, um padrão heterozigoto CAG em 80% dos casos (n=20) e homozigoto em 20% (n=5) e a análise da metilação dos casos informativos mostrou um padrão randômico de inativação em 50% (n=10) e não randômico em 50% (n=10), com desvio moderado em 6 e extremo em 4 casos; e nas mulheres normais mostrou um padrão heterozigoto para o polimorfismo CAG em 92% (n=46) e homozigoto em 8%(n=4) e a análise da metilação dos casos informativos mostrou um padrão randômico em 56% (n=26) e não randômico em 43% (n=20), com desvio moderado (n=10) e extremo (n=10). Evidenciamos um padrão não randômico de inativação em 50% das mulheres pertencentes aos seguintes grupos: S. Rett, RMI e mulheres normais. Financiamento: Convênio INCA-FIOCRUZ, CNPq. 297