Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas – BrMASS Avaliação da Inativação de antibióticos β-lactâmicos em Efluentes de Indústrias Farmacêuticas por ESI-MS Claudio L. Donnicia, Mercês C. Silvaa, Rodinei Augustia, Olivia M. S. R. Vasconcelosb, Maria A. Resendec, Eleonora Deschampsd [email protected] Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Química, Minas Gerais, Brasil b Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Engenharia, Minas Gerais, Brasil c Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Microbiologia, Minas Gerais, Brasil d Fundação Estadual do Meio Ambiente,Minas Gerais, Brasil a Os fármacos constituem uma classe variada de substâncias orgânicas que têm, entre outras propriedades, uma alta atividade biológica e resistência aos processos de degradação biológica. Após o seu uso são classificados como uma classe de poluentes e a presença dos seus princípios ativos e/ou de produtos metabólicos em ambientes aquáticos ou terrestres tem se tornado objetos de estudo de muitos trabalhos nos últimos anos [1,2]. Neste contexto, as estações de tratamento de efluentes (ETE) de empresas farmacêuticas podem ser consideradas como uma fonte primária desses poluentes. Como norma ambiental, estas empresas desenvolvem procedimentos, internos e específicos, para promover a inativação dos princípios ativos usados na sua linha de produção. No presente trabalho, amostras de ETEs de empresas farmacêuticas foram coletadas antes e depois de serem tratadas. Uma das empresas farmacêuticas associada a este estudo produz como antibiótico a amoxicilina e a outra um medicamento que contém uma mistura de benzilpenicilinas. Em ambos os produtos o príncipio ativo pertence à classe de antibióticos β-lactâmicos, amplamente usados pela medicina humana e animal. O objetivo deste estudo é analisar, por Espectrometria de Massas com Ionização Electrospray, a eficiência da metodologia de inativação aplicada a estes compostos. O estudo qualitativo realizado na ETE da empresa produtora de amoxicilina sugere que a sua metodologia de inativação, que consiste da elevação do pH da ETE para valores entre 9-12, seguido do abaixamento de pH para valores próximos do pH neutro, inativa parcialmente o princípio ativo do seu fármaco. Na literatura podem-se encontrar os produtos esperados para a hidrólise em meio ácido e básico de compostos da classe β-lactâmica [3,4]. Desta forma, acompanhou-se a inativação do antibiótico pelo desaparecimento do pico do íon molecular protonado da amoxicilina, com m/z igual a 366, e pela presença de picos característicos do produto da sua hidrólise. O estudo sobre a inativação das benzilpenicilinas está em andamento. [1] Bila, D.M.; Dezotti, M. Quimica nova. 2003, 26, 523 – 530. [2] Klavarioti, M.; Mantzavinos; D.; Kassinos, D. Environ. Inter., 2009, 35, 402 - 417. [3] Reyns, T.; Cherlet, M:; De Baere, S.; De Barcker, P.; Croubels, S. J. Chromatogr. B, 2008, 861, 108 - 116. [4] Korolkovas, A.; Burckhalter, J. H. Química Farmacêutica. 1982, Editora Guanabara Dois S.A, Rio de Janeiro. 3º Congresso BrMass – 12 a 15 de Dezembro de 2009