1 LEITURA E DIVERSIDADE: UMA JANELA PARA O MUNDO E OS

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LEITURA E DIVERSIDADE: UMA JANELA PARA O MUNDO
E OS DIFERENTES MEIOS DE COMPREENDÊ-LA
Noêmia de Carvalho Garrido (Diretora Educacional FUMEC/ Professora do
CEPROCAMP/Campinas/SP – [email protected]); Denise Travassos Marques
(Professora de EJA/FUMEC – [email protected]), Mires Luiza Lucisano Botelho
Amaral
(Professora
de
Educação
Especial
da
SME/CEPROCAMP
–
[email protected]); Inês Olinda Botelho (Professora da CEPROCAMP –
[email protected]) , Rute de Carvalho Angelini (Professora do EJA e Fundamental
/FUMEC/SME – [email protected]); Cássia Cristiane de Freitas Alves (Professora de
Educação Especial da SME/CEPROCAMP – [email protected] ; Paulo
Gomes Lima (Diretor Educacional FUMEC, Professor Universitário do UNASP-HT –
[email protected]).
RESUMO
Saber ler e escrever são componentes interligados assim como sua função
social e utilização em diferentes contextos. O domínio da linguagem e da
escrita possibilita um olhar diferenciado em relação a participação social,
onde o homem desenvolve uma visão de mundo e construção do
conhecimento em sua totalidade, considerando os meios possíveis para a
sua materialização. Desta maneira, o aprendizado da leitura e da escrita dáse por meio de uma compreensão ativa, mediada por intervenções
correspondentes, incluindo as novas tecnologias. Culturalmente a oralidade
é delimitada geograficamente (territórios e regionalismos), assim a escola
tem que responder pelo andamento satisfatório de seus resultados,
considerando as diferenças cultural, histórica e social do aluno, dentre
outras. Muito se falou que o mundo da escrita daria lugar ao mundo da
imagem e, a mídia eletrônica destruiria o mundo cultural da escrita. Com o
avanço tecnológico e a grande influência dos meios de comunicação houve
interferências significativas nas práticas educativas, então, o professor
enquanto mediador precisa estar capacitado para enfrentar um mundo de
mudanças bruscas e incentivar a leitura para desenvolver o espírito crítico,
onde a mídia pode ser um instrumento tanto de libertação quanto de
manipulação. Utilizar as tecnologias e fazeres pedagógicos como maneira
de superação da manipulação é o posicionamento que o educador deve
assumir como possibilidade de contribuir para uma educação inclusiva em
todos os âmbitos.
Palavras-chave: leitura, escrita, diversidade, educação.
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INTRODUÇÃO
O domínio da linguagem e da escrita possibilita ao homem muito mais
do que a participação social em seu processo de construção do
conhecimento, uma vez que, também como ator cultural mobilizado pela
transformação da natureza em direção e para além de suas necessidades –
conceituando o trabalho – conscientiza-se de seu papel interativo no
desdobramento histórico do conhecimento, das culturas e, portanto, das
produções que constituem a si, o outro e a sua realidade. A importância da
sistematização de distintas possibilidades de leitura e escrita, bem como sua
ênfase na escola formal, considerando como recorte a Educação de Jovens
e Adultos (EJA), materializou-se em nossa inquietação, na qual tomamos
como fio condutor o caráter multidimensional, permanente e necessário ao
trabalho pedagógico que, mediado uma contextualização sensibilizada
amplia distintas formas de intervenção e atendimento às necessidades tanto
de ensino como de aprendizagem.
Nossa ênfase pela sensibilização da distintas formas de leitura e escrita
não se reduz à dimensão metodológica, como se esta fosse se constituir na
receita para todas as insuficiências da qualidade do ensino brasileiro, mas
ao contrário, como um ponto de partida possível de transformação da
realidade por meio de um trabalho intencionalizado e inclusivo, que faça
diferença tanto para o professor, como para o aluno no processo interativo
da vivência pedagógica, neste sentido em maior ou menor ênfase os
veículos midiáticos devem ser considerados também como alternativas.
Como observava Freire (2006) a leitura do mundo revela, evidentemente, a
inteligência do mundo que vem cultural e socialmente se constituindo.
Revela também o trabalho individual de cada sujeito no próprio processo de
assimilação da inteligência do mundo.
Uma das tarefas essenciais da escola, como centro de produção
sistemática de conhecimento, é trabalhar criticamente a inteligibilidade das
coisas e dos fatos e a sua comunicabilidade. È imprescindível portanto que
a escola instigue constantemente a curiosidade do educando em vez de
‘amaciá-la’ou ‘domesticá-la’. Assim, este trabalho foi organizado em cinco
seções, destacando algumas sensibilizações dentro de um universo possível
de intervenções sobre a temática, a saber: a) leitura e escrita: a mediação
pedagógica por meio da poesia, b) A leitura do mundo e da palavra:
possibilidades de uma educação transformadora; c) Leitura de ação
sensibilizada: “bulas” como geradoras de interesse discente, d) Tecnologia
assistiva e letramento: possibilidades de acesso a informação, comunicação
e conhecimento e e) Leitura e escrita numa perspectiva em rede: a
transversalidade a partir de uma intervenção pedagógica multidimensional.
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A) Leitura e escrita: a mediação pedagógica por meio da poesia
Por meio da leitura e compreensão de textos poéticos, a linguagem
poética pode se constituir num significativo instrumento de despertamento
para o mundo da leitura e da escrita no cotidiano escolar, segundo Barbosa
(1990, p.122) esta se caracteriza como “...aquela em que o leitor, além de
visar o conteúdo veiculado pelo texto, busca se deleitar com a sonoridade
das palavras. É por exemplo, a leitura da poesia cujo prazer está ligado
também ao prazer da forma, dimensão musical das palavras ou do texto”
que nos indica uma maneira de expressar as múltiplas dimensões de mundo
que percebemos e vivemos, assim como suas críticas pertinentes.
A poesia é uma janela que se abre, deixando entrar os nossos mais
variados sentimentos. Também é um elemento que traz uma leitura do
mundo, com ela podemos nos inteirar dos acontecimentos presentes,
passados ou previsão do futuro, possibilitando uma interdisciplinaridade no
campo pedagógico escolar. Ela pode ser simples em suas palavras ou
complexa independentemente do tamanho ou arranjo selecionado, depende
muito do olhar que o professor junto com sua turma poderá explorar.
O trabalho pedagógico com a linguagem poética pode se caracterizar
como uma busca de novos conhecimentos, uma vez que muitas das
palavras ou expressões utilizadas instigam a curiosidade fornecendo pistas
para a pesquisa, desta maneira, evidencia-se uma íntima relação da leitura
do/com o mundo e da palavra como possibilidade de sistematizar as suas
descobertas. Na atualidade, onde a escola pública é palco de tantos conflitos
sociais, o educador que se predispõe a trabalhar com poesia em sala de
aula, estará oportunizando possibilidades para que seu aluno desenvolva
uma sensibilidade mais acurada e possa expressar suas emoções.
Conforme Severino (2002, p.94) isto contribuirá para “...despertar e
desenvolver a inteligência adormecida, a sensibilidade adormecida, a
imaginação adormecida, é preciso poesia”. Uma relação poética e amorosa
com o conhecer, o ensinar, o aprender. E com aqueles a quem ensinamos e
com quem também aprendemos”.
A linguagem poética também pode ser explorada como música, visto
que esta dimensão desperta muito o repertório criativo do aluno. Assim, na
identificação de expressões, de metáforas, de pensamentos e realidades,
alunos e professores poderão escrever e ler outras possibilidades de
aprendizagem, referenciando-se a um universo semântico repleto de cores,
sons, melodias-denúncias ou regionais, escritos românticos ou paródias;
enfim, há que se buscar distintas formas de intervenções no universo de
aprendizagem discente-docente, nas quais a linguagem poética é uma
possibilidade.
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B) A leitura do mundo e da palavra: possibilidades de uma educação
transformadora
Paulo Freire foi um dos mais importantes representantes da educação
popular do século XX. Para ele um dos pontos importantes da educação
popular é a percepção de que não existe ninguém mais culto que o outro.
Não acredita numa pedagogia, nem em nenhuma transformação
revolucionária feita para as massas populares, mas sim com elas. Diz que é
necessária uma postura humilde do educador, mas não humildade de fazer
favor, de pura tática, uma vez que é fundamental respeitar o princípio de
que a dimensão educativa é um processo coletivo, no qual o educador tem
que apropriar-se dos mecanismos pedagógicos de expressão e explicitação
das lutas, das dúvidas, das incertezas, com senso crítico para a
problematizarão da realidade. Um destes mecanismos são os veículos
midiáticos disponibilizados na contemporaneidade.
Os saberes dominante e dominado à luz dos meios de comunicação,
interagem e se confrontam,desta forma, os atores sociais vão identificando
as variáveis desveladoras da realidade e os condicionantes que a mobiliza
do ponto de vista ideológico. A grande missão da educação popular portanto
é a de uma educação democrática que permita a concretização dos
objetivos para o aprender a pensar, a fazer, a ser e viver em coletividade na
busca/superação das desigualdades sociais.
Neste sentido, a Fundação Municipal de Educação Comunitária de
Campinas, uma fundação de direito publico, criada em 1987 pela lei
municipal nº 5380 de Campinas/SP, tem entre seus objetivos o
desenvolvimento de programas de alfabetização, letramento e de programas
de Educação Profissional baseados nos princípios de Paulo Freire, da
educação popular e da comunitária, esta última materializada no
CEPROCAMP (Centro Profissionalizante de Campinas), com o tripé:
capacitar e qualificar técnica e profissionalmente, recuperar a
escolaridade(especialmente a leitura, a escrita, a interpretação crítica e a
produção de textos) e construir a cidadania destes sujeitos incluindo o
empreendedorismo, o emponderamento e a empregabilidade.
Busca-se a excelência em nível de intervenção pedagógica, pelo
despertamento de ações e discussões docente-discente, equipe pedagógica
e na caracterização do papel do professor no CEPROCAMP, que deve ser o
mediador, o facilitador da aprendizagem, proporcionando meios de interação
entre os temas e as experiências de vida de todos, além de possibilitar
momentos para que o aluno construa seu pensamento, e aprenda a
questionar,
argumentar,
sintetizar,
organizar,comparar,
pesquisar,
experimenta, modificar tudo a sua volta em função de melhor sua qualidade
de vida. Neste sentido são os meios de comunicações escritos, jornais e
revistas os seus maiores instrumentais.
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Muito importante também neste cenário é o desenvolvimento de
habilidades de relacionamento, de comunicação interpessoal, de negociar
suas expectativas e melhorar seu padrão de conduta para permitir a
maximização da aprendizagem ao longo dos cursos. Nesta diretriz, a
utilização de tecnologias no processo ensino-aprendizagem atualiza discente
e docente, fortalece a sua atualidade nas mudanças bruscas de mundo e
situa-os historicamente, possibilitando-lhes leitura crítica pontuadas pela
orientação para a inserção cidadã mediada por veículos midiáticos.
C) Leitura de ação sensibilizada: “bulas” como geradoras de interesse
discente
Por meio da bula de remédio, muito mais do que decodificação, o
aprendizado da leitura e da escrita está na compreensão ativa e sua
utilização adequada para os atores sociais. A escrita tem diversos usos e
está presente na maior parte de nossas atividades do cotidiano, dela
utilizamos para dar conta de grande parte de nossas ações, podemos
chamá-la de escrita social.
A leitura proporciona informações variadas em diferentes textos,
levando o homem a compreensão/transformação e apreensão do mundo
moderno através da flexibilidade do ato de ler.
A leitura que desenvolvemos depende do conhecimento ou do grau de
curiosidade que temos sobre o assunto a ser conhecido (lido).
Os alunos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), buscam o sentido
das palavras em seu mundo, em sua vivência, extraindo de uma realidade
concreta os elementos para a transformação de sua leitura que antes se
caracterizara como assistemática, agora como intencional e sistemática. Por
exemplo, ao se deparar com a bula de remédio, prescrito através de um
médico ou através da mídia ou indicação de algum conhecido, o aluno é
impulsionado por um sentimento de ver atingida a sua necessidade de
compreensão, por conta de uma pontuação concreta para a vida. Há uma
necessidade real, pois a compreensão da leitura é fundamental para a sua
ação, tendo ele que buscar informação como: o nome da medicação, sua
composição e a posologia.
Através de atividades em sala de aula, os alunos de EJA tem contato
com diversas bulas, estabelecendo a regra do processo da aprendizagem de
leitura, assimilando que a leitura não é um saber, mas sim uma prática. A
leitura e escrita nas distintas atividades não são trabalhadas simplesmente
como dimensão técnica, mas por meio da localização histórica e social dos
sujeitos que constróem suas realidades, primando pela superação de
condições ideológicas que tolhem a criatividade, análise crítica e
consecução do exercício cidadão.
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D) Tecnologia assistiva e letramento: possibilidades de acesso a
informação, comunicação e conhecimento
Tecnologia assistiva é toda e qualquer ferramenta, recurso ou processo
utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e
autonomia à pessoa com deficiência (Galvão Filho & Damasceno, 2006).
O Ministério da Ciência e Tecnologia definiu tecnologias assistivas
como recursos e serviços que reduzem ou eliminem as limitações
decorrentes das deficiências: físicas, mental, auditiva, visual, a fim de
colaborar com a inclusão das pessoas com deficiência (Brasil, 2005).
Na área da deficiência visual podem-se destacar como tecnologia
assistiva os recursos ópticos, não-ópticos, Sistema Braille e o recurso da
informática. Nesse trabalho será enfatizado o Sistema Braille e o recurso da
informática por meio de computadores com sintetizadores de voz e
ampliadores de tela.
O Sistema Braille é o principal meio de comunicação e escrita da
pessoa com deficiência visual. Esse sistema de leitura e escrita por meio de
pontos em relevo é usado, atualmente, em todo o mundo. Trata-se de um
sistema que se adapta a todas as necessidades dos usuários cegos. Foi
inventado por Louis Braille, jovem francês, em 1825.
O Sistema Braille é composto por seis pontos, que são agrupados em
duas filas verticais com três pontos em cada fila (cela Braille). A combinação
desses pontos forma 63 caracteres que simbolizam as letras do alfabeto
convencional e suas variações como os acentos, a pontuação, os números,
os símbolos matemáticos e químicos e até as notas musicais. Veja a
disposição iconográfica a seguir:
A leitura por meio dos pontos em relevo permite as pessoas cegas
constatar os que as pessoas sabem e pensam, ou seja, permite
conhecimentos. Por meio da escrita em relevo a pessoa cega pode
expressar seus conhecimentos e pensamentos. O Sistema Braille abre
janelas e portas para a comunicação, educação e cultura das pessoas
cegas.
A informática por meio de computadores com sintetizadores de voz ou
ampliadores de tela facilitou a vida das pessoas com deficiência visual,
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trazendo-lhe independência e autonomia no meio familiar, social,
educacional e profissional. Podemos citar como sintetizadores de voz:
Dosvox, Virtual Vision e Jaws. Esses programas permitem identificar e
interpretar para o deficiente visual por meio de voz o que está na tela do
computador. Como ampliadores de telas podemos citar: Zoom Text, Magic,
Lupa digital e Acessibilidade do Windows. Esses programas ampliam os
caracteres exibidos na tela do computador.
Na área da surdez as dificuldades de leitura e escrita apresentadas por
grande parte das pessoas surdas, têm preocupado profissionais envolvidos
na educação de crianças, jovens e adultos surdos há muito tempo. Um
projeto educacional de qualidade para surdos deve enfocar como premissas
básicas: uma educação bilíngüe para surdos que vê a língua de sinais
como primeira língua e o português escrito como segunda língua, dando
direito do leitor utilizar duas línguas sem detrimento, mas com respeito a sua
diferença e dando lhe oportunidade de poder escolher que língua irá utilizar
e em que situação; e a atuação de educadores bilíngües (surdos e
ouvintes), como interlocutores no processo de aquisição da linguagem.
Estes pressupostos oportunizarão o avanço acadêmico dos alunos surdos,
em condições de igualdade com os demais alunos do sistema educacional.
Existem várias razões para o fracasso de leitores surdos: a falta do
domínio da língua oral, os processos a que são submetidos no ensino do
português através de práticas estruturadas repetitivas, sem contexto com
uma lista de palavras a serem copiados obedecendo a regras de formação
de palavras através de silabas, vocábulos ,sem clareza, e coesão de
produção de enunciados; toda compreensão do processo de leitura fica
prejudicado. É necessário que haja um bom desenvolvimento e
aperfeiçoamento da LIBRAS, introduzida precocemente, para que este
aprendizado possa auxiliar o Surdo na aprendizagem da língua portuguesa
sua 2ª língua.
Um dos maiores problemas que envolvem a educação dos surdos é a
de não poder se expressar-se através da escrita de sua própria língua ,
fazendo o uso da língua oral para escrever, sendo que esta não é sua
língua natural, pois o código escrito de uma língua oral se fundamenta na
fonética na grafia dos sons, dificultando sue aprendizado
A língua de sinais escrita (sign write) foi desenvolvida de maneira a
demonstrar movimentos no espaço, e a representação de sua escrita deve
estar correlacionada a escrita destes sinais.Esta capta as relações que a
criança estabelece naturalmente com a língua de sinais. Se as crianças
surda tivessem acesso a essa forma escrita para construir suas hipóteses a
respeito da escrita, a alfabetização seria uma conseqüência do processo
. É necessário que o Surdo compreenda que a língua escrita dos sinais
não tem nada a ver com o português, pois são duas línguas separadas, cada
uma com seu sistema de escrita.
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O uso do computador e ambientes telemáticos
Outro grande recurso que vem sendo utilizado como prática discursiva
são as possibilidades de uso de meios telemáticos, particularmente o correio
eletrônico e o orkut, No processo de comunicação e interação entre crianças
e jovens surdos estes recursos além de provocar o uso significativo do
português escrito constitui espaço importante para a função organizadora e
reguladora da linguagem em exercício.
Tendo o computador como ferramenta educacional que auxilia no
processo de ensino e de aprendizagem, possibilitando vivências e situações
que facilitam o desenvolvimento das potencialidades dos Surdos através da
interação entre o sujeito e o objeto podemos citar que ambientes interativos
podem ser vistos como sistemas abertos, condizentes com a abordagem
construtivista/interacionista, e propiciam facilidades de pesquisa, vasta
quantidade de informações e meios de interação com outros usuários,
favorecendo a aquisição e construção de novos conhecimentos de maneira
crítica e criativa.
O uso de imagens e jogos
Segundo Gesueli & Moura (2006) a imagem tem um papel importante
na educação de surdos mas é ainda pouco reconhecido entre os
educadores, enfatiza que dada a característica visual da língua de sinais
essa discussão deve estar presente no campo da surdez e propõe uma
reflexão maior sobre o papel da imagem no processo de escolarização dos
surdos
Portanto, torna-se necessário que o surdo tenha acesso às diversas
fontes de conhecimento, através de vários recursos semióticos
na
construção do conhecimento. e na apropriação do português como segunda
língua.
Além disso, pessoas e profissionais (professores, fonoaudiólogos...)
interessados em conhecer, entender e lidar melhor com o surdo, podem
encontrar referências muito boas na rede WWW. O que se percebe é o
grande potencial pedagógico e integrador desta nova realidade. Várias
pesquisas estão em curso, e muitas outras ainda são necessárias para, de
fato, poder-se fazer uso da potencialidades que as novas tecnologias
parecem oferecer.
E) Leitura e escrita numa perspectiva em rede: a transversalidade a
partir de uma intervenção pedagógica multidimensional.
Cumpre ao professor, a ampliação de sua visão acerca do
conhecimento, dos saberes pedagógicos necessários ao desenvolvimento
de sua atribuição, das possibilidades de sua própria formação profissional
continuada e acerca dos princípios que prezam pela dignidade, eticidade
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(dentre outros) humanas: sua, dos seu alunos, de sua comunidade e do
homem em todo o universo de sua produção. Em obra anterior (Lima, 2003)
sinalizamos que esta ampliação necessária se caracteriza pelo “desarmarse” acerca de concepções acabadas sobre o conhecimento historicamente
produzido, isto é, cabe ao educador assumir que através dos tempos o
conhecimento do homem se amplia e se refaz, se corrige e possibilita novas
leituras de um mundo que precisa ser redescoberto a cada encontro e a
cada achado científico que se quer, por sua vez, deve ser estudado e
entendido à luz de suas teias relacionais intrínseca e extrinsecamente dada
a amplitude de “totalidade”.
O fenômeno educacional no contexto escolar e a formação do
professor são elementos que não devem ser tomados como relações
polarizadas e distantes, uma vez que no processo de aprender-ensinaraprender existem leituras que não se limitam a um ou a outro pólo e muito
menos somente a bipolarização enfatizada, pois são solicitações de
encaminhamentos que estão difusas na totalidade social e que demandam
uma transpenetração dos saberes (todos), trazendo à luz a explicitação de
sua realidade concreta.
Portanto, os saberes pedagógicos estão
intrinsecamente articulados como elementos de conscientização do
professor e sua atuação numa sociedade conflituosa contribuindo para uma
intervenção política de reflexão-na-ação sobre a realidade vivida. O olhar de
unidade na diversidade de leituras sobre o contexto escolar é um dos
principais instrumentos dos saberes pedagógicos da educação
contemporânea, pois assim como o próprio o homem que se redescobre em
cada etapa de sua existência, também o conhecimento de si e do mundo vai
se desdobrando sobre distintas perspectivas, construindo-se e
reconstruindo-se numa ação comunicativa dinâmica. Exatamente por esta
via que na formação do professor um primeiro pilar se fundamenta na
aprendizagem contínua e na ênfase de “aprender a conhecer”, isto é,
tornando possível a escola e aos seus pares a reivindicação da educação de
qualidade que de fato desejam como desvelamento do homem como
cidadão no mundo e das concepções profissionais necessárias às
intervenções no processo ensino-aprendizagem, na escola e seu entorno.
Se sua formação deve contemplar uma rede multidimensional de
conhecimento o seu fazer pedagógico deve, necessariamente estar
articulado com o processo de aquisição transversal da cultura, no caso da
Educação de Jovens e Adultos, a leitura e escrita ressignificadas. Assim,
não vale somente uma prática pedagógica centrada em fazeres linearistas,
perdendo-se de vista os fins e objetivos educacionais, mas aquela que
modifica tanto o universo do educador quanto do educando em mútuos
intercâmbios, resultando no crescimento de todos e no alcance da função
social da escola: preparação para o exercício da cidadania.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
É no processo de formação de uma perspectiva transdisciplinar que o
educador ressignifica as suas intervenções no cotidiano escolar. Neste caso,
vale ressaltar a importância da utilização de todos os meios necessários
(como destacado os recursos midiáticos) para a consecução das finalidades
educacionais. Contribuirá para isso a tomada de consciência sensibilizada
para a contemporaneidade, onde não se admite um discurso desprovido
encaminhamentos concretos na resolução de conflitos intra-escola e nem
mesmo uma ausência de comprometimento político nas reivindicações
legítimas da escola e sociedade que se deseja materializada. Este artigo
procurou enfocar algumas das multidiversidades interventivas dos docentes,
como uma provocação recorrente, consequentemente, geradora de
posicionamentos transformadores de uma sociedade em mudança.
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