A Lei da Escassez e as Necessidades Humanas

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A Lei da Escassez e as Necessidades Humanas
As necessidades humanas
Como já vimos no tópico/aula anterior, a idéia de economia pode ser facilmente
apreendida a partir de duas constatações básicas, que seriam:
Primeiro - Não é possível estabelecer ou mesmo antever um limite para as
necessidades humanas, principalmente numa
sociedade consumista como a
que vivemos.
O homem como um ser que está sempre à busca de coisas novas, acaba
criando novas necessidades, ou descobrindo maneiras diferentes de atender às
antigas necessidades. A constatação que fazemos hoje, é que diferença em
relação aos dias atuais e os tempos mais antigos, encontra-se no ritmo dessas
necessidades, que hoje é muito mais frenético, haja vista por exemplo, o numero
de novos produtos que são lançados no mercado a cada dia.
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Pirâmide de Maslow :
TAVARES, Fred. Marketing: Conceitos, Tipos, Objetivos e Análise de Desempenho. 2007. Disponível em:
<http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing_Conceitos_Tipos_Objetivos_e_analise_de_desempenho.htm>. Acesso em:
21 ago. 2008.
Marketing: Conceitos, Tipos, Objetivos e Análise de Desempenho
Por Fred Tavares
22/08/2007
Pressupostos centrais de marketing
Os conceitos centrais de marketing (necessidades, desejos, demandas,
produtos, troca, transações e mercados) estão interligados numa relação causal
direta. Esta relação tem como princípio a base da construção da própria
fundamentação teórica do marketing. A seguir, vamos às definições dos
elementos que compõem a sua estrutura conceitual.
NECESSIDADES
É o conceito mais básico e inerente ao marketing, pois está relacionado ao
entendimento das necessidades humanas. Trata-se de um estado de privação
do indivíduo, que inclui as necessidades físicas básicas, sociais e individuais de
conhecimento e auto-realização.
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Para ilustrar sua formulação, podemos recorrer ao olhar do psicólogo, da linha
humanista, Abraham Maslow, através do modelo da pirâmide das necessidades.
PIRÂMIDE DE MASLOW
DESEJOS
São as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características
individuais. Os desejos são mutáveis e se modificam conforme as
transformações ocorridas na sociedade. Como lacunas que jamais são
preenchidas, o marketing deve se dirigir para criar novos desejos (produtos) com
o
objetivo
de
assegurar
a
sua
própria
existência.
DEMANDAS
As pessoas têm desejos infinitos, mas recursos limitados. Sendo assim, elas
desejam produtos que proporcionam o máximo de satisfação possível em troca
de seu dinheiro. Através da capacidade de compra de cada indivíduo, os desejos
se
tornam
demandas.
PRODUTOS
Necessidades, demandas e desejos humanos sugerem que existem produtos
disponíveis para atendê-los. Um produto é qualquer coisa que possa ser
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oferecida a um mercado para satisfazer parcialmente uma necessidade ou
desejo.
O conceito de produto inclui bens duráveis e não-duráveis (tangíveis), serviços
(intangíveis), pessoas, lugares, organizações, atividades e idéias. Nessa
perspectiva deve-se destacar que a abordagem de produto implica na oferta de
algo que tenha valor para alguém.
TROCA
Marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer suas necessidades e
desejos por meio de trocas. Troca é o ato de se obter um objeto desejado
oferecendo algo como retorno. Troca é o conceito central de marketing, pois
implica na relação de comunhão entre duas partes (produto e comprador) com
interesses que, em um dado momento, estão em convergência.
TRANSAÇÕES
Se troca é o conceito central de marketing, uma transação é a unidade de
medida do marketing. Uma transação é composta de uma troca de valores entre
duas
partes.
Podemos incluir nessa modalidade as transações do tipo monetária, de escambo
e de cunho ideológico, como o voto, por exemplo.
MERCADOS
O conceito de transações leva ao conceito de mercado. Um mercado é o grupo
de compradores reais e potenciais de um produto.
Um mercado pode ser identificado de duas formas estruturais: o físico (
marketplace ) e o virtual. Na mesma perspectiva, podemos destacar também
diversos tipos de mercado como o financeiro, o de trabalho, o da filantropia,
entre outros.
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A lei da escassez
Segundo -
Os recursos
que a humanidade dispõe para satisfazer as suas
necessidades são finitos e limitados. Citando um de nossos estudiosos em
economia, “Tal limitação é insuperável, malgrado os sucessos da tecnologia em
empurrar sempre adiante o ponto de ruptura, quando o exaurimento dos bens
disponíveis à espécie humana levaria, senão ao colapso, pelo menos à
progressiva estagnação de todo o processo econômico, o qual, em última
análise, consiste na administração dos recursos escassos à disposição dos
habitantes deste planeta. Sim, porque os recursos são sempre escassos, em
maior ou menor grau, não importa” (NUSDEO, 2005: 27).
- à medida que nossa sociedade “evolui”, cresce também de forma
exponencial a necessidades a serem satisfeitas, o que em muitos casos tem
levado ao exaurimento dos recursos naturais, como é o casos, de muitas
espécies de madeiras, que anteriormente havia em abundancia, e hoje já não
existe mais. Constatamos que observando a sociedade consumista em que
vivemos atualmente, e as sociedades primitivas que existiram, ou que em alguns
casos ainda hoje existem, poderíamos ter a impressão de que o problema da
escassez inexiste. No entanto, se observarmos mais detidamente, poderemos
constatar que a primeira esbarra no problema da saturação do meio-ambiente
(extinção de espécies animais, vegetais e minerais) e a segunda sobreviviam (ou
sobrevivem) à custa de uma drástica compressão das suas necessidades.
Concluímos que os bens são escassos porque o seu suprimento não é e nem
pode se tornar tão abundante a ponto de satisfazer todas as necessidades
humanas. Desta forma, é inevitável que a cada momento o homem busque uma
escolha ou opção entre usos alternativos para um mesmo produto.
Como exemplo disto, vemos nos dias atuais o homem buscar combustíveis
alternativos ao petróleo, uma vez que a escassez deste e o seu exaurimento já é
anunciada.
1798 – Thomas Robert Malthus – Ensaio sobre a lei da população. Teoria da
população:
Crescimento demográfico – geométrico
Crescimento dos recursos – aritmético
1970 – Clube de Roma – Estudo do MIT – The limit to growth
1972- 1ª conferência Mundial do Meio Ambiente – Estocolmo –Suécia
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História da Moeda
As moedas representaram os valores da economia e da cultura de diferentes
sociedades ao longo do tempo.
O dinheiro é comumente reconhecido como um meio de troca aceito no
pagamento de bens, serviços e dívidas. Além disso, a moeda serve para
mensurar o valor relativo que algum tipo de riqueza ou serviço possui. O preço
de cada mercadoria é atribuído por meio de um número específico de moedas ou
cédulas que demarcam a quantidade a ser paga por esse bem. No entanto, nem
sempre uma única moeda serve de referência para uma mesma localidade.
Mesmo trazendo maior mobilidade para o empreendimento de transações
comerciais, a moeda não é usada em todas as economias do mundo. Diversas
sociedades e regiões preservam o uso da troca em sua economia. De forma
geral, os produtores inseridos neste tipo de economia utilizam dos excedentes de
sua produção para estabelecerem alguma forma de escambo. Ao longo do
tempo, a diversificação dos produtos dificultou a realização desse tipo de troca
natural.
Foi nesse contexto que os primeiros tipos de moeda começaram a ser
estipulados. Geralmente, para estabelecer algum padrão monetário, os
comerciantes costumavam utilizar algum tipo de mercadoria de grande procura.
Na Grécia Antiga, o boi (que era chamado pekus) foi utilizado como referência
nas trocas comerciais. Uma outra mercadoria comumente utilizada foi o sal, que
foi usado como moeda entre os romanos e etíopes.
O metal passou a ser utilizado por algumas culturas na medida em que o mesmo
começou a ganhar espaço na cultura material desses povos. O fácil acesso, o
apelo estético e as facilidades de mensuração e transporte fizeram dele um novo
tipo de moeda. Em um primeiro momento, os metais utilizados no comércio eram
usados “in natura” ou sobre a forma de objetos de adorno como os anéis e
braceletes. Foi só mais tarde que o metal passou a ser padronizado para fins
comerciais.
A cunhagem padronizada de moedas fez com que as peças de metal tivessem
um grau de pureza e uma pesagem específica. Além disso, as medas sofreram
um processo de cunhagem onde a origem da moeda e a representação de
algum reino ou governante ficariam registrados. Uma das mais antigas moedas
com o rosto de um monarca foi feita em homenagem ao rei macedônico
Alexandre, O Grande. As reuniões dessas informações fizeram com que estes
artefatos servissem de fonte de investigação histórica.
As primeiras ligas metálicas utilizadas na fabricação de moedas foram o ouro e a
prata. O uso desses metais se justifica por seu difícil acesso, a beleza de seu
brilho, a durabilidade de seu material e sua vinculação com padrões estéticos e
religiosos de uma cultura. Entre os babilônios, por exemplo, prata e ouro eram
relacionados com a adoração da lua e do sol, respectivamente.
Ao longo dos séculos, a requisição de jazidas de ouro e de prata para a
fabricação de moedas acabou se tornando cada vez mais difícil. Por isso, o
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papel moeda acabou ganhando maior espaço no desenvolvimento das
transações comerciais. Na Baixa Idade Média, a falta de moedas motivava os
comerciantes das feiras a utilizarem letras de câmbio para o estabelecimento de
alguma negociação.
Hoje em dia, as moedas são mais utilizadas para o pagamento de quantidades
de baixo valor. A perda de espaço para o papel-moeda fez com que as moedas
metálicas agora fossem mais valorizadas por sua durabilidade do que por sua
beleza. O rápido processo de circulação de valores e a complexificação de
economias cada vez mais integradas, fizeram com que as moedas fossem
substituídas por outras formas de pagamento, como o cheque e o cartão de
crédito.
Mesmo notando todas essas transformações no uso das moedas, não podemos
considerá-la uma vítima de um processo de “evolução natural” da história
econômica. Cada tipo de lastro econômico foi criado conforme as necessidades
geradas por certa cultura ou sociedade. Não podemos dizer que as moedas
desaparecerão da economia com o passar dos tempos. Por isso, trate de
valorizar aqueles “níqueis” perdidos no fundo da sua carteira!
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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