Uma Abordagem Lúdica Sobre O Uso Do Jogo E Da Brincadeira No

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Uma Abordagem Lúdica Sobre O Uso Do Jogo E Da Brincadeira
No Processo De Alfabetização
Autora: Cheyla Kherly Ferreira (UNIASSELVI)*
Coautora: Alexandra Magalhães Frighetto (UFMT)*
Coautor: Juliano Ciebre dos Santos(FSA)*
Resumo: O referido artigo apresenta a abordagem lúdica sobre o uso do jogo e da brincadeira
no processo de alfabetização do 2º ano do 1º ciclo na Escola Municipal Chapeuzinho
Vermelho, aborda o uso do jogo e da brincadeira como metodologia de ensino no processo de
construção do conhecimento na fase da alfabetização, contextualizando o conceito de
alfabetização, jogos e brincadeiras, sob a visão de alguns teóricos, com o objetivo de
compreender a necessidade da aprendizagem construtiva embasadas no lúdico com o uso do
jogo e da brincadeira. A metodologia de pesquisa foi realizada durante três meses, através de
estudos bibliográficos, sitográficos, e análises dos resultados obtidos. Conhecendo as
dificuldades de aprendizagem por meio de avaliação diagnóstica é possível resgatar o uso dos
jogos e das brincadeiras na fase da alfabetização, permitindo e oportunizando que os
educandos desenvolvam sua imaginação, criatividade e memória, enfim, a aprendizagem do
sistema de escrita alfabética- SEA. Conclui-se que os jogos e as brincadeiras no processo de
alfabetização de crianças com dificuldades de aprendizagem promove o desenvolvimento de
suas habilidades e competências em todas as áreas do conhecimento.
Palavras-chave: Jogos; Brincadeiras; Alfabetização.
1. INTRODUÇÃO
Através de pesquisas em diferentes fontes bibliográficas, sitográficas e entrevista obteve-se
uma melhor compreensão em relação às teorias sobre, alfabetização, jogos e brincadeiras,
bem como o embasamento teórico da professora alfabetizadora sobre a importância do lúdico
no desenvolvimento global dos alunos que apresentaram dificuldades de aprendizagem.
*
Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI- Indaial/SC.;
Psicopedagogia pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte.
*
Professora Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Pós Graduada em
Metodologia e Didática do Ensino Superior, Educação Especial, LIBRAS e Psicopedagogia Clínica e
Institucional. Professora e orientadora dos relatórios de Estágio dos cursos de Pós Graduação da Faculdade de
Ciências Sociais de Guarantã do Norte. Mestranda em Gestão em Educação e Sociedade pelo INSES. Professora
Efetiva na Secretaria de Estado de Educação do Estado de Mato Grosso. Professora da Sala de Recursos
Multifuncional da Escola Estadual Norberto Schwantes em Terra Nova do Norte - MT.
E-mail:
[email protected].
*
Professor Licenciado em Informática pela Fundação Santo André (FSA, Santo André - SP, 2004), Especialista
em Informática aplicada à Educação e Mestre em Educação Desenvolvimento e Tecnologias pela Universidade
do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, São Leopoldo-RS, 2008). Professor do Magistério Superior na Faculdade
de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT. E-mail: [email protected].
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A partir dessa ideia foi pesquisado e elaborado o presente artigo, o qual apresenta uma
abordagem lúdica sobre o uso do jogo e da brincadeira no processo de alfabetização do 2º ano
do 1º ciclo na Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho, turma da professora alfabetizadora
do PNAIC- Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa, Zoleide Gianchini da Rosa,
neste ano de 2013, abordando o uso do jogo e da brincadeira como metodologia de ensino no
processo de construção do conhecimento na fase da alfabetização, contextualizando o
conceito de alfabetização, jogos e brincadeiras, sob a visão de alguns teóricos.
O trabalho teve como objetivo compreender a necessidade da aprendizagem construtiva
embasadas no lúdico com o uso do jogo e da brincadeira. A metodologia de pesquisa foi
realizada durante três meses, através de estudos bibliográficos, sitográficos, entrevista e
análises dos resultados obtidos.
Toda criança aprecia jogar e brincar, e algumas até mesmo inventam brincadeiras de sua
própria imaginação e fantasiam no seu mundo faz de conta. Existem brincadeiras que nunca
saem de moda, fazendo parte da cultura de um povo, difundidas de geração em geração e há
também brincadeiras que mudaram algum aspecto ou serviram de embasamento para
formação de outras brincadeiras desenvolvendo a criatividades de muitas crianças.
As manifestações lúdicas podem ser consideradas como a principal atividade da criança,
independente de sua classe social, de sua cultura, de seu momento histórico, de seu meio.
Toda criança brinca, e ao brincar, ocorrem importantes mudanças e transformações em seu
desenvolvimento psicossocial, emocional, intelectual, cognitivo e motor.
É através do ato de brincar que se abrem caminhos de transição para níveis mais elevados de
desenvolvimento mental, permitindo que a criança reestruture, e reelabore sua forma de
compreender, pensar, sentir e interagir com a realidade. Ao brincar as crianças pode explorar,
imitar, representar, repetir, simbolizar suas experiências e vivências, sejam elas reais ou
simbólicas, elaborando-as e compreendendo-as.
A metodologia Lúdica é considerada por diversos estudiosos um dos elementos fundamentais
para que os processos de ensino e de aprendizagem na alfabetização possam superar os
indesejáveis e obsoletos métodos da decoreba do conteúdo pronto, acabado, estereotipado e
repetitivo que tornam a educação escolar, sem atrativos.
As atividades Lúdicas no processo de alfabetização permitem ao professor explorar estes
momentos de prazer e imaginação junto às crianças, seja nas atividades diárias desenvolvendo
as capacidades de raciocínio lógico matemáticos, físicos, afetivos e cognitivos das mesmas.
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É, portanto, através do faz-de-conta, que as capacidades simbólicas são desenvolvidas num
tipo de atividade que não se restringe às questões e pressões situacionais, permitindo e
oportunizando que as crianças desenvolvam sua imaginação, criatividade e memória, enfim,
seu crescimento.
2. ALFABETIZAÇÃO E O LÚDICO
A palavra lúdico se origina do latim ludus e tem o significado original associado à
brincadeira, ao jogo, ao divertimento. Seu significado foi ampliado e passou a ser um
elemento fundamental do desenvolvimento humano. Segundo Luckesi (2000, apud GRILO et
al, 2002, p.2), o que caracteriza o lúdico “é a experiência de plenitude que ele possibilita a
quem o vivencia em seus atos”.
O lúdico faz parte do cotidiano de qualquer criança desde a mais tenra idade e não deve estar
restrito apenas aos jogos e brincadeiras, é preciso associá-lo a algo alegre, agradável, que a
criança faz de forma livre e espontânea.
Pode-se afirmar que, autores de diferentes matizes teóricas defendem a ludicidade como base
para a aprendizagem. A infância é uma época de descobertas, aventuras e magia para as
crianças, é nesta fase, anos iniciais do ensino fundamental, 1ª fase da alfabetização que ela
tem contato, com a pluralidade cultural, com o conhecimento de mundo, adquiridos
principalmente por meio do jogo, do brinquedo e das brincadeiras vivenciados no mundo faz
de conta.
É interagindo com a escrita, contemplando seus usos e funções, que as crianças se apropriam
da escrita alfabética. Para isso é preciso ensinar a partir da interação com diferentes gêneros
textuais em sequências didáticas que prioriza as atividades lúdicas.
A escrita alfabética não é um código, o qual se aprenderia a partir de atividades de
repetição e memorização, então propuseram uma concepção de língua escrita como
sistema de notação alfabético. Elas descobriram que no processo de apropriação do
sistema de escrita alfabética, os alunos precisam entender como esse sistema
funciona, ou seja, aquilo que a escrita nota. Compreender que a escrita alfabética
nota no papel os sons das partes das palavras, as sílabas e os segmentos sonoros
menores que a sílaba, os fonemas. (FERREIRO e TEBEROSKY, 1984, Apud
ALBUQUERQUE, p. 16-17)
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Consideram ainda que no processo de alfabetização as crianças passam por diferentes fases de
concepção de leitura e escrita: inicia com a escrita pré-silábica, sem correspondência
grafofônica, depois pela escrita silábica, em que há essa correspondência e após chegar a
escrita alfabética, na qual percebem a relação fonema-grafema.
A alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e seu emprego como sistema notacional
de comunicação. De forma mais ampla, a alfabetização é compreendida como um processo
em que o indivíduo constrói a gramática em suas modificações. Essa ação não se restringe
apenas na aquisição dessas capacidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler
e escrever, mas na habilidade de interpretar, compreender, criticar, resignificar e gerar
conhecimento.
Toda essa capacidade só será definida se os alunos tiverem acesso a todos os tipos e gêneros
textuais e compreender tudo o que se passa na sociedade, ou seja, é preciso ensinar a função
social da leitura e da escrita, escrever e ler para quê?
A ideia de alfabetização vem mudando ao longo das últimas décadas, pois alfabetização é um
fenômeno social que vem se modificando historicamente de acordo com as necessidades que a
sociedade suscita. Ler e escrever codificando e decodificando não atende as peculiaridades da
classe trabalhadora, atualmente exigem-se pessoas que saibam usar competentemente a leitura
e a escrita nas mais diferentes situações do cotidiano.
O domínio dessas habilidades deu origem ao termo letramento, que se opõe a escola
conteudista em que o método de ensino se baseia em grande quantidade de conteúdo, sem se
preocupar com a opinião do educando, com desenvolvimento cultural, social e intelectual.
O processo de Letramento acontece bem antes da alfabetização através da interação que as
crianças têm com materiais bibliográficos como jornais, revistas, livros, rótulos, bem como
por meio do contato com as novas tecnologias: computador, internet, celular, TV, rádio e
outros. Com esses contatos inicia espontaneamente o processo de aquisição de
conhecimentos, levando o aluno a compreender e interpretar os códigos linguísticos.
Ler e escrever requer uma sucessão de regras e habilidades, que seria o processo de
alfabetização, mas para essa leitura e escrita se interligarem com as práticas sociais, é
fundamental haver uma interpretação e compreensão do que se esta fazendo, um
“envolvimento”. A criança ao atribuir a escrita como sistema notacional de comunicação
apropria-se de sistemas culturais, históricos e sociais e passa utilizá-la como instrumento do
pensamento. É relevante que o professor como mediador do processo de construção e
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aquisição do conhecimento desenvolva métodos de ensino dinâmico, para que o aluno sinta o
gosto pela leitura, escrita e tenha o prazer de adquirir conhecimento, trazendo para a sala de
aula uma proposta de ensino embasada na metodologia Lúdica.
No entanto muitos educadores das séries iniciais separam o lúdico da vivência dos educandos
em sala de aula, ao invés de usá-los como instrumento facilitador da aprendizagem. Pois
trabalhar com a metodologia lúdica exige do educador mais tempo e dedicação.
É preciso analisar que, no processo de ensino e aprendizagem, tão importante quanto às ideias
dos alunos são os conceitos da escola e dos professores sobre esse processo e sobre o que é ler
e escrever, pois a função do educador não é emitir uma mensagem a um aluno passivo, que
não faz parte da construção desse conhecimento, mas acompanhá-lo em seu esforço e no seu
processo de aprendizagem.
Quanto mais a criança vivenciar materiais didáticos como brinquedos, jogos, brincadeiras,
maiores serão os conhecimentos adquirido, pois a aprendizagem será prazerosa, daí a
necessidade do professor ampliar, cada vez mais, as vivências da criança com o lúdico.
2.1 O Jogo E A Brincadeira No Processo De Aprendizagem
O jogo e a brincadeira ganham espaço como uma importante ferramenta para a aprendizagem,
pois além de estimular o interesse cria condições favoráveis à construção de novas
descobertas, tendo o professor como mediador sobre as possibilidades e limitações no
processo de apropriação do conhecimento.
Desse modo, o lúdico como afirma (TIEDT; SCALCO, 2004, p. 123) “permite um
crescimento global e uma visão de mundo mais realista por meio de descobertas e do
exercício da criatividade”. O jogo em sala de aula, além de proporcionar a construção do
conhecimento de maneira prazerosa, promove a interação entre os colegas tornando-se
significativa à medida que o jogador inventa, reinventa e avança nos aspectos cognitivos,
afetivos e no seu desenvolvimento social.
Segundo ALMEIDA (1998, p. 63), “não é possível conhecer nem educar uma criança, sem o
conhecimento de como o ato lúdico acontece e se processa, bem como conhecer que o brincar
e a brincadeira pertencem de forma natural intuitiva e instintiva”. O lúdico enquanto promotor
da aprendizagem e do desenvolvimento, deve ser considerado como um importante aliado
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para o ensino. Os jogos e brincadeiras são excelentes oportunidades de mediação entre o
prazer e o conhecimento historicamente constituído.
O brinquedo é um objeto com um contexto lúdico, que no ato de brincar e interagir com o
mesmo desperta na criança, a criatividade, a imaginação, o faz de conta, voltados
especialmente para o lazer, possibilitando o divertimento e ao mesmo tempo desenvolvem
diversas aprendizagens relevantes no desenvolvimento subjetivo da criança, bem como na sua
vida social.
Para PIAGET (1978, p. 63):
[...] o brincar oferece a criança a oportunidade de assimilar o mundo exterior as suas
próprias necessidades. O brinquedo é o mediador que possibilita a criança
experimentar e representar situações da vida real e concreta ao seu nível, do
tamanho de sua compreensão.
Os brinquedos são essenciais para o desenvolvimento e a educação da criança, por propiciar o
desenvolvimento simbólico, estimular a sua imaginação, a sua capacidade de raciocínio e a
sua autoestima. Podem ser utilizados em tratamento psicoterapêutico na ludoterapia, com
crianças com problemas emocionais, ou que apresentam distúrbios de comportamento ou
dificuldade de aprendizagem.
O ato de brincar em si, geralmente não exige um brinquedo, que seja um objeto tangível, pode
acontecer como jogos simbólicos (faz de conta). O autor considera o jogo como um fator de
grande importância no desenvolvimento cognitivo.
Na atividade lúdica o relevante é a própria ação e não apenas o produto da dinâmica que dela
resulta. Na escola os brinquedos, brincadeiras, jogos instigam ao desenvolvimento da mente e
do corpo. Vygotsky enfatiza que a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva, e que é na
interação com o brinquedo, com os jogos que a criança adquire comportamentos mais
avançado do que nas atividades do cotidiano, pois vive numa situação utópica e subordinadas
a regras.
VYGOTSKY apud BUAMGARTNER; SILVEIRA (2010, p. 10-15):
Atribui relevante papel ao ato de brincar a constituição do pensamento infantil e
afirma que com os jogos e brincadeiras que a criança revela seu estado cognitivo,
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visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação
cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.
Na Educação é fundamental que educadores considerem a cultura lúdica intrínseca das
crianças, pois elas trazem consigo uma herança lúdica decorrente do seu convívio social. Por
isso a ludicidade é considerada uma estratégia altamente desafiadora para as crianças, a partir
da mesma o professor poderá oportunizar aos alunos o desenvolvimento de uma série de
habilidades e capacidades como as de: observar, pensar, refletir, analisar e levantar hipóteses;
testá-las e avaliá-las com autonomia e cooperação; leva-os também a descobrir valores de
justiça, honestidade, capacidade criadora, atenção, iniciativa e responsabilidade.
3 ANÁLISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS
No decorrer de todo o processo de especialização em Psicopedagogia adquire-se
conhecimentos relevantes para o exercício da prática docente. Esse conhecimento proporciona
principalmente a compreensão sobre o que ensinar e como ensinar aos alunos que apresentam
dificuldades de aprendizagem em sua trajetória escolar por meio de avaliação diagnóstica e
atividades lúdicas de intervenções pedagógicas.
A avaliação diagnóstica é importante, pois possibilita elaborar sequências didáticas,
atendendo ás necessidades gerais da turma e as individuais das crianças. De acordo com a
alfabetizadora entrevistada, as turmas são heterogêneas e cada estudante tem suas
especificidades, as quais precisam ser atentamente observadas, a fim de que se possa
desenvolver atividades, ajudando-os a ganhar autonomia no processo de leitura e escrita.
Sabe-se que não é tão simples, pois atender a todos os estudantes implica provocar, desafiar,
levar a refletir sobre o sistema de escrita alfabética, entender os textos que lê. Ensinar é uma
provocação e só ensina quem aprende, sem esta conscientização, não atingiremos o objetivo
desejado: as aprendizagens dos estudantes, em todas as áreas do conhecimento.
Embasadas em pesquisas foi realizada uma entrevista com a professora alfabetizadora
especialista em Psicopedagogia Zoleide Gianchini da Rosa, que atua em uma turma de
alfabetização (2º ano do 1º ciclo) na Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho, no Município
de Terra Nova do Norte - MT. As questões foram relacionadas à Ludicidade no processo de
Alfabetização.
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Ao indagar a educadora de que forma ela conceitua Alfabetização a mesma argumentou que
alfabetização é a aquisição do sistema convencional da escrita, ler e escrever com fluência e
entonação de voz bem como interpretar gêneros textos orais e escritos de acordo com a fase e
ciclo que a criança se encontra. E que a alfabetização e o letramento são concomitantes, ou
seja, um não acontece sem o outro, pois ser alfabetizado e letrado é saber utilizar os sistemas
linguísticos em suas atividades sociais e que a professora ensina tudo isso através de
sequência didática ou projeto didático.
Em relação a importância do jogo e da brincadeira no processo de aprendizagem das crianças,
a professora fundamentou que o brincar é inato na criança e que na fase da alfabetização ela
vive no mundo da imaginação, do faz de conta, e nesse estágio ela aprende tudo e com
significado se for através do lúdico, por meio de jogos, brinquedos, brincadeiras e desafios.
Ao questionar a educadora se ela usa a metodologia lúdica em sua prática pedagógica,
respondeu que sim, pois sem as atividades lúdicas os alunos demoram mais para se
desenvolverem globalmente e aprender a ler e escrever. Afirmou que procura em seu
planejamento proporcionar atividades lúdicas e desafiadoras para cada tema proposto no
processo de ensino.
Declarou também que sua escola oferece todas as condições para o professor trabalhar com
diversos materiais lúdicos, por exemplo: a escola possui um amplo e bem equipado
laboratório de informática com programas próprios para a alfabetização, biblioteca com um
bom acervo de livros infantis distribuídos pelo PNAIC para trabalhar com gêneros textuais
diversos, jogos do Ceel para alfabetização, jogos de encaixe, jogos lúdicos e outros.
Em relação ao uso de jogos e brincadeiras para alfabetizar a professora declarou que ainda
está aprendendo com seus alunos a desenvolver sequências de atividades utilizando gênero
textual adequado aos jogos e brincadeiras para alfabetizar seus alunos. Afirmou que por meio
das atividades lúdicas os alunos com dificuldades de aprendizagem estão compreendendo o
sistema de escrita alfabética, ou seja, a leitura e a escrita.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que esse privilégio não é a realidade de todas as escolas brasileiras, pois muitas não
têm o mínimo para o seu funcionamento, tais como: boa estrutura física, materiais
pedagógicos e educadores capacitados.
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Atualmente debate-se muito sobre as formas e métodos de alfabetização. O processo de
ensino ainda carece, mesmo com tantos achados, transformações e evoluções no processo de
ensino aprendizagem, e com o mundo tecnológico acesso rápido ao mundo do conhecimento e
toda modernidade que se podem usufruir, crianças apresentam dificuldades em codificar,
decodificar e dominar o princípio alfabético em suas práticas sociais como forma de
representação, construção e troca de conhecimentos.
Nesse contexto incluem-se também os jogos interativos em computadores e a
Internet, onde o aluno tem participação ativa e a visualização rápida dos trabalhos
favorece a criatividade e a autocorreção. Com o computador, por sua agilidade e
seus recursos, o aluno pode testar várias hipóteses, tentar diferentes caminhos,
obtendo da máquina a imagem rápida como resposta a suas tentativas. Sendo assim,
a aula não é igual para todos, pois cada aluno tem possibilidade de trabalhar em seu
próprio ritmo. E as tarefas mecânicas e cansativas são substituídas por outras
prazerosas e rápidas. Dessa forma, as aulas ganham cor, música, imagem e
dinamismo. (SMOLE e DINIZ, 2001).
De acordo com os dados do PNAIC- Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa para
que, de fato, as crianças estejam alfabetizadas aos oito anos de idade, é necessário promover o
ensino do sistema de escrita alfabética desde o 1º ano do 1º ciclo e garantir que os
conhecimentos relativos às correspondências grafofônicas seja consolidados nos dois anos
seguintes, ou seja, até o final do 3º ano do 1º ciclo o aluno deverá saber ler e escrever os
gêneros textuais propostos para o ciclo de alfabetização. Para isso é importante que os
planejamentos didáticos possibilitem a reflexão sobre conhecimentos do sistema de escrita,
situações de leitura autônoma dos alunos e situações de leitura compartilhada em que todos os
estudantes possam desenvolver estratégias de compreensão de textos. Aos oito anos de idade
os alunos precisam ter a compreensão do funcionamento do SEA- Sistema de Escrita
Alfabética.
Portanto, os professores devem inovar na sua prática pedagógica, estar em constante
formação, procurar conhecer o aluno e suas necessidades de aprendizagem, uma vez que, cada
criança é diferente não havendo um único método de ensino para todas, pois é sabido que
alfabetizar codificando e decodificando de forma mecânica e bancária não promove
aprendizagem significativa, o educando precisa saber utilizar os códigos linguísticos no seu
cotidiano, mas com tantos métodos de ensino, sabe-se somente que criança é criança e que
vivem em um mundo cheio de imaginação, de brincadeiras, brinquedos, jogos e cantigas
inseridos no mundo da ludicidade.
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Alfabetizar com uma proposta lúdica é um método de ensino que desperta o interesse de todas
as crianças pelo conhecimento, pois as atividades se tornam prazerosas, dinâmicas, gerando
interações entre alunos e professores, propiciando aprendizagens significativas ampliando
suas potencialidades nos mais diversos aspectos.
Enfim verificou-se que o brinquedo e as brincadeiras no processo de alfabetização promove o
desenvolvimento de diversas habilidades e competências no educando preparando-o para a
convivência em sociedade de forma amiga e saudável, porque o brincar é essencial para o
desenvolvimento da mente e do corpo.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e prática em Psicomotricidade – jogos, atividades
lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. 2ª edição. Rio de Janeiro: Wak, 2006.
BRAUMGARTNER, Cinara Marli da Cunha; SILVEIRA, Tatiana dos Santos. Arte e
Ludicidade na Educação Infantil e Anos Iniciais. Centro Universitário Leonardo da Vinci –
Indaial, Grupo Uniasselvi, 2010.
FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1997.
MEC. Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa: currículo na alfabetização:
concepções e princípios: ano1: unidade 1/Brasília: MEC, SEB, 2012.
PIAGET, J. Formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e
representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
SANTOS, Juliano Ciebre dos. Diretrizes para Elaboração de Artigos Científicos. Guarantã
do Norte-MT. FCSGN, 2013.
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